From water to wine... escrita por MariAlcantud


Capítulo 1
O dia que fui embora...


Notas iniciais do capítulo

Tô de voltaaaa, meu Deus, a última vez que estive aqui postando eu tinha 15 anos, mas quando a inspiração bate, a gente tem que voltar né! Espero que gostem e boa leitura!



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Arhg! não acredito nisso, como algo tão bom quanto ficar milionária pode resultar em algo tão ruim, como mudar de cidade e me afastar de todos, literalmente, todos os meus amigos. Eu não sou burra nem mimada, sei é que por uma boa causa, cidade menor, escola mais renomada e segura... Mas eu já me esforço bastante pra me sair bem no futuro, não precisava de uma nova escola pra me readaptar. Mas é isso eu nunca Sou de reclamar, sou a perfeita...
— Maya! – apertei os olhos em resposta ao grito da minha mãe parada na porta do meu quarto, me sentei relutante na beirada da cama e a olhei – Filha, achei que suas coisas já estavam prontas, olha que zona!
Suspirei.
— Ta bom... Eu sei que não está completamente feliz com isso filha, mas...
— Eu sei mãe. – interrompi.
— Eu amo você, acaba aqui logo que em mais ou menos uma hora a gente ta indo. – assenti relutante.
Em questão de meia hora empacotei os livros e casacos que faltavam.
— Oi... – me virei e lá estava um dos motivos pelos quais eu talvez preferisse não ficar rica de repente. Meus olhos se encheram de lágrimas e sorri triste.
Minhas melhores amigas vieram se despedir. Ana e Jenni eram minhas amigas desde o fundamental I, fazíamos absolutamente tudo juntas desde então, e agora eu ia embora. Ana estava parada na porta também quase chorando.
— Não acredito que você veio, falei pra não vir! – ela veio e me abraçou apertado.
— Você sabe que não tinha a menor chance da gente não vir né? Vamos sentir tanto, tanto sua falta! – eu e apertava, sorria e chorava, tudo ao mesmo tempo.
— A gente? – nos soltamos enxugando as lágrimas.
— Claro, a Jenni ta lá na cozinha numa ultima tentativa desesperada de convencer a tia a deixar você ficar na casa dela até acabar o ano letivo. Dei risada, era a cara dela.
Fomos pra cozinha observar a tentativa vã. A Jenni andava atrás da minha mãe por todo o cômodo, gesticulando e dando justificativas.
— Mas tia Laura, eu juro, eu já conversei com a minha mãe, ta tudo certo, não tem problema nenhum. Não precisa nem de dinheiro, vai ficar tudo bem, ela não da trabalho nenhum... – minha mãe se limitava a rir da situação enquanto fechava as ultimas caixas.
— Jenni, pelo amor de Deus, respira! Olha eu sei que estão chateadas... – eu e Ana observávamos da porta da cozinha com cara de cachorro doido pra pular do caminhão de mudança – mas eu acho que vai ser muito bom até pra amizade de vocês, vão ter um lugar novo pra passear, a gente busca vocês e trás a Maya sempre que quiserem, e vai fortalecer o vínculo de vocês, vão fazer novos amigos, eu juro que vai ser bom se derem uma chance e apoiarem a Maya nisso. – Jenni cruzou os braços irritada e olhou pra gente triste. Voltou o olhar pra minha mãe.
— Eu gostava tanto da senhora.
Minha mãe riu e olhou pra todas nós.
— E eu amo vocês duas e agradeço muito por fazerem parte da nossa família e nos apoiarem.
— É, que seja, tanto faz. – a Jenni respondeu visivelmente magoada enquanto ia pra sala, seguida por Ana e eu. Nos abraçamos.
— Eu tentei meninas, mas não se preocupa, você vai se sair muito bem por lá, só estava tentando te manter aqui por egoísmo mesmo. – demos risada e nos soltamos.
— Amiga, o João queria vir mas... – meu coração falhou uma batida e fiquei corada – não conseguiu ser dispensado do conselho hoje. – Ana falou com toda cautela do mundo.
— Ah lá, deu esperanças pra ela. – Jenni a cutucou.
— Não, não tem problema... – sorri envergonhada, todas sabíamos do abismo que eu sentia por ele, mas nunca deu em nada.
— Desculpa ué, ele me fez prometer que entregaria isso. – ela me passou um envelope.
Jenni olhava indignada enquanto eu pegava o envelope com as mãos trêmulas e tentou quebrar o gelo.
— Uma carta? Sério? Quem faz isso hoje em dia? Manda uma mensagem no whatsapp, uma DM no insta, até um SMS ta valendo.
—Shhhhh! – Ana a repreendeu. Eu encarava a carta, mas diante do silencio olhei pra elas, e vi que me olhavam com expectativa.
—Que foi? Eu não vou abrir agora, sai fora! – dei risada.
Brincamos e conversamos mais um pouco até minha mãe acabar tudo.
Depois de tudo pronto carregamos tudo pro carro, eram poucas coisas, considerando que algumas minha mãe já havia despachado com antecedência e a maioria seria comprado novo. Peguei minhas bagagens de mão, dei um ultimo abraço nas minhas amigas e olhei pela ultima vez pra casa que foi meu lar por tanto tempo, entrei no carro e fui rumo a minha casa nova. Ta... Ok, na verdade fui rumo ao aeroporto. Era coisa de uma hora de distancia, então coloquei meus fones de ouvido, minha irmãzinha roncava na cadeirinha, fiquei observando a paisagem rural até chegarmos lá.
Chegando lá fomos despachar a bagagem e fomos fazer o check-in. Me sentei na acdeira desconfortável enquanto esperávamos chamar o nosso vôo, mamãe mostrava coisas pra Manu que estava encantada com o lugar. Ainda estava ouvindo musicas no fone, tocava “hard carry – GOT7”, pra ver se me animava um pouco. Eu cantava baixinho sem perceber.
— Hard carry hey, let it flow, let it flow now... – até sentir alguém me cutucar e levei um susto, tirei o fone e olhei.
Era uma garota, aparentava ter minha idade, era bonita, tinha cabelos castanho claro, e olhos muito azuis, seu rosto parecia o de uma boneca. Olhei pra ela esperando dizer algo, ela estava querendo sorrir eu acho.
— Desculpa o susto, mas é GOT7 que você ta ouvindo? – parecia esperançosa. – sorri aliviada, é sempre bom ser reconhecida como ahgase.
— Sem problemas, e sim, é sim, é ahgase? – ela soltou o sorriso que estava segurando.
— Ah que tudo! Sou sim, me chamo Maria, e você? – ela me estendeu a mão, eu cumprimentei.
¬_ Eu me chamo Maya.
— Ta indo pra onde Maya?
— Vale do Rio, e você? – mostrei minha passagem.
— Olha, eu também, moro lá... Ta indo visitar alguém? Por que sabe, a cidade não é muito grande e eu nunca te vi por lá. – Riu.
— Ah, é pois é, to me mudando pra lá hoje... – sorri, mas estava meio sem graça agora que sabia que provavelmente nos esbarraríamos por lá. Mas ela pareceu bem empolgada com a notícia.
— Não acredito! Seja bem vinda! Tomara que esteja na minha escola! Pelo menos já teria uma amiga. – ela era muito amistosa, e isso era inegável.
— Que bom, quase não vai ser estranho ser a novata na escola e na cidade... – usei um pouco de ironia, confesso.
Ela riu.
— É eu sei, não é legal, mas ó... – Ela pegou um pedaço de papel dentro da bolsa e uma caneta, anotou algo e me entregou – esse é meu telefone, qualquer coisa pode me ligar, pra gente ir tomar um sorvete ou só conversar, você que sabe.
— Obrigada, mesmo. – sorri sinceramente, e vi minha mãe me chamando na fila, haviam chamado meu vôo – Maria, preciso ir, foi um prazer te conhecer e... Espera, você não vai também?
— Infelizmente gora não, vou no próximo, minha mãe ta atrasada, vim na frente com meu pai pra mudar o vôo.
— Ta bom então, eu te ligo, até. – acenei, ela retribuiu acenando e sorrindo e eu fui pra junto da minha mãe.
Finalmente entramos no avião e fomos para nossa nova cidade.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Até o próximo capítulo!



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