A Procura de uma Mãe escrita por brunadanih


Capítulo 2
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806469/chapter/2

Ariana estava demasiado ansiosa, a LAPD respondera que não estava interessada em ter tal ligação o que a levara a ligar para a delegacia para falar com o Capitão da LAPD. Neste momento só esperava que ele aceitasse atender a chamada.

— Estou sim. – O homem respondeu com a voz grave.

— Bom dia, Capitão. – Ariana sabia que é sempre importante começar com toda a educação possível. – Ariana Carvalho, agente do FBI. O Bureau contactou-o para verificar se não queriam ninguém especialista em profile e que também pudesse ajudar com algumas questões de saúde mental do pessoal, referindo-se a mim. Sei que disse não estar interessado em tal, mas seria uma mais-valia, quero acreditar. Aqui há umas semanas recebi um email sobre um caso de um serial killer que ajudamos a resolver. E realmente essa é a minha especialidade. Pode só dizer por que não faz sentido nesta altura?

— Bom dia, Agente. – O homem respondeu. – Eu consigo ver quais seriam as vantagens de ter uma pessoa com as suas capacidades, mas tem de compreender que para alguns de nós poderia parecer que o FBI estaria a espiar-nos. – Ariana suspirou. Era sempre a maior barreira, a desconfiança total de alguém do Bureau. – Eu não quero que o meu pessoal não se sinta à vontade para trabalhar.

— Eu percebo, Capitão, acredite que todos têm o mesmo receio, porém após o nosso trabalho, pedem que continue assim. Por exemplo, agora que se colocou a hipótese da minha transferência de Miami, o Capitão pediu que não ficássemos sem este reforço. – Ariana falou pausadamente. – Eu quero ajudá-lo, e quero ajudar o seu pessoal, não quero verificar se estão a seguir os procedimentos by the book. Penso que o meu responsável enviou as cartas de recomendações dos Capitães com quem já trabalhei e ambas falam de como o trabalho foi essencial para melhorar a taxa de encerramento dos casos. Eu pedi a transferência porque realmente penso que pode ser benéfico levar esta ajuda a todos os lugares. Se preferir uma conversa pessoal eu poderia ir até Los Angeles e apresentar-lhe alguns relatórios…

— Não será necessário. Fazemos assim. Envie-me por email, Agente. E eu irei repensar o assunto, mais não lhe posso garantir. – Ele falou. – Estamos com muito trabalho, mas assim que houver uma resposta eu próprio lhe direi se concordo com a sua vinda para aqui.

— Muito obrigada, Capitão, pela consideração. – Desligaram a chamada. Ariana suspirou, detestava ter que ficar naquele estado de ansiedade mais uns tempos, mas a vida ensinara-a a ser paciente e assim o faria.

Ao fim de duas semanas sem resposta, Ariana começava a pensar que o não era o cenário mais provável o que a deixava angustiada. Sendo aquela a sua última esperança ela sabia que não pensaria duas vezes em deixar o seu trabalho e rumar a LA, afinal Raphael deixara-lhe centenas de milhões, dinheiro suficiente para não ter que trabalhar nunca mais na vida, mas ela adorava o que fazia e sabia que por aquela via conseguiria aproximar-se muito mais rapidamente de Lucifer Morningstar para o avaliar e perceber se o que ele dizia era verdade.

Ao fim de três semanas, Ariana já comprara uma casa em LA, pronta para ser habitada, sabia que mesmo com o Não que viria – já não tinha grandes dúvidas quanto a isso – ela viajaria para lá e arranjaria forma de se aproximar do homem que dizia ser o Diabo. Por isso, aproveitando um fim de semana prolongado, viajara para lá com alguma bagagem e fora até casa. Era uma boa casa, com um jardim com piscina e jacúzi. A sala tinha uma parede inteira de vidro onde estava a porta enorme que dava para o jardim. O quarto principal tinha uma varanda com jacúzi e uma casa de banho com duche e banheira. O resto da casa tinha 5 quartos e três casas de banho. Tinha uma garagem com dois níveis, cada um que daria para seis carros (ela tinha três pois Raphael oferecera-lhe dois carros quando ela já tinha um alegando que combinavam muito mais com ela) e um elevador com pin que ligava a garagem à sala.

Em dois dias tinha tudo organizado e nessa noite decidira que tinha que ganhar controlo sobre a situação e rumara ao Lux, ia-se apresentar a Lucifer, diria que conhecia o irmão dele e que precisava que ele a ajudasse a encontrá-lo, pela reação veria se ele era quem realmente dizia ser. Sabia que não era um plano perfeito, mas tinha que jogar com o que tinha. Portanto não hesitou quando se pôs na fila para a entrada do clube e esperou com paciência. À sua frente encontrava-se um grupo de mulheres que falavam alto demasiado entusiasmadas com a saída.

— Estou mesmo para ver se é o melhor clube dos arredores. – Uma delas falou.

— Claro que é. E o dono é alguém que tu vais querer conhecer. – A outra respondeu. – Se tivermos sorte, ele convida-nos para a mesa dele. – Ariana olhou atenta, era sinal de que era comum Lucifer estar no clube.

— Eu não nasci para andar a suplicar a atenção de algum homem. – Uma delas respondeu irritada. Ariana sorriu, compreendia perfeitamente a posição da ruiva que falara. Sempre que abordava um homem que percebia que não queria a sua atenção não insistia muito.

Ariana já se encontrava há uma hora na fila e parecia que não andava, estava pronta para pagar mais algum valor para conseguir entrar e por isso saiu da fila e foi ter diretamente com o segurança na área da zona VIP.

— Boa noite. – A loira falou com um sorriso sedutor. – Hoje está um pouco concorrido ou é sempre assim? – O segurança sorriu-lhe olhando-a de alto a baixo. Ariana estava com um vestido curto e justo vermelho e uns saltos de 15 centímetros prateados. Era um outfit que a favorecia, tendo um decote profundo em V.

— Primeira vez aqui pelo que entendi. – O segurança respondeu-lhe. – Este é o melhor clube da cidade, está sempre à pinha. Queres entrar? – Ele perguntou com um sorriso.

— Por acaso queria, vim aqui de fim de semana e queria experimentar tudo o que de bom esta cidade tem para oferecer. – Ariana respondeu sedutora aproximando-se dele e encostando a mão ao peito do homem que baixou o olhar para o seu decote. Ariana sabia que a sua copa D era apelativa para os homens.

— Acho que o boss não se vai importar que te deixe passar, podes avançar. – O homem abriu a fita e Ariana passou por ele virando-se entregando-lhe 200 dólares e piscando-lhe o olho.

Assim que Ariana chegou lá dentro percebeu por que razão era tão procurado. Encontrava-se lá todo o tipo de gente, as instalações eram de qualidade e o ambiente era extremamente animado. Agora só tinha que o encontrar, mas ela não sabia quem seria, mas se ele fosse realmente o Diabo ela não iria perceber? Quem queria ela enganar? Raphael era um homem perfeitamente normal, excecionalmente bonito, mas completamente normal. Decidiu dirigir-se ao bar, seria o melhor local para descobrir quem seria e onde estaria ele.

— Oi, queria um mojito, por favor. – Ariana falou para a bartender, sorrindo. – Isto está muito animado.

— Oh babe, ainda não viste nada. – A rapariga respondeu-lhe enquanto preparava a bebida. – Nova por cá?

— Oh sim, estou cá de fim de semana e decidi vir experimentar. Dizem que é o melhor sítio da cidade. Venho de Miami. Por que razão se chama Lux? – A loira sabia a resposta à pergunta, mas tinha que arranjar um pretexto para que ela indicasse quem seria o dono do lugar.

— O dono do clube chama-se Lucifer. – A mulher respondeu prontamente. – Pensei que toda a gente sabia disso, mas como não és de cá é compreensível. Aqui tens, um mojito. – A bartender serviu ao que Ariana lhe entregou o cartão. – Uh, Ariana Carvalho, nome bonito.

— A minha família era de Portugal, cresci lá. – A loira respondeu prontamente. – Embora tenha nascido aqui, aos 5 anos fui para lá, depois dos meus pais morrerem. – Ariana deu um sorriso triste. – Então e esse dono está por cá ou é só mais um negócio? – Ariana desviou a conversa como se fosse para não pensar no tema dos pais, sabia que as pessoas normalmente ficavam desconfortáveis com conversas sobre mortes de familiares e ficavam felizes de mudar de assunto.

— Ah está sim, olha ali para cima, aquele homem rodeado de pessoas, o que está de costas mais alto, vestido de forma elegante.

 Ariana olhou para trás de si, na direção que a mulher lhe apontava. Não o via de frente, mas observando as pessoas à sua volta observou que ele devia ser extremamente cativante e sociável, o que analisando seria expectável do Diabo, afinal não era a sua função levar as pessoas pelo caminho do pecado? O homem virou-se ligeiramente e ela conseguiu perceber as suas feições. Era um homem atraente e acreditava que por isso chamava tanto a atenção dos outros, por isso e por ser uma pessoa divertida, acreditava. De repente deu por si a pensar em Raphael, em como sentira, naquele bar, que tinha que conversar com o homem que olhava com tanto desejo, se aquele fosse realmente o Diabo, o seu irmão, será que ele pressentiria que Ariana estava em perigo e finalmente revelar-se-ia? Não, Ariana já estiver algumas vezes em perigo, principalmente no último ano e o anjo nunca aparecera.

A mulher voltou a sua atenção para a bartender que lhe estendia o cartão com um sorriso e bebeu a bebida.

— Obrigada, está fantástica. – Ariana agradeceu. – As noites estão tão quentes e ainda estamos em fevereiro. É sempre assim por aqui?

— Nem sempre, mas quase sempre. – A mulher respondeu-lhe e foi atender outros cliente. Ariana sabia que tinha que ir ter com Lucifer antes que ele se fosse embora, mas deixou-se relaxar um pouco com a bebida que acabou ao fim de sete goles.

— Posso oferecer-te alguma bebida? – Ariana olhou para o lado. Não era nenhuma surpresa ser abordada por pessoas quando saia. O homem que avançara era um homem bonito, de tom moreno e olhos claros, claramente de posses, pela sua vestimenta e sorria abertamente para ela. A mulher retribuiu o sorriso. Apesar de continuar a amar Raphael, envolvera-se fisicamente com outros homens e até mesmo tentara algumas relações, mas ninguém conseguira despertar o sentimento que ela tinha pelo anjo.

— Espero que não fiques ofendido, mas não vou aceitar. – Ela respondeu. Não precisava de distrações do seu propósito daquela noite. O moreno agradeceu e afastou-se. – Posso pedir mais uma bebida? – Ela falou para a bartender que a servira anteriormente que se aproximou dela. – Pode ser um whisky puro, o mais forte que tiver. – Ariana sabia que precisava disso para enfrentar o Diabo. A mulher serviu-lhe a bebida e ela pagou. Assim que a bartender lhe entregou o cartão, Ariana pegou no copo, virou-se para Lucifer e bebeu de um gole, poisando de seguida o copo vazio no balcão. O homem já se encontrava noutro local, rodeado de várias pessoas, mas isso não demoveu Ariana que começou a caminha olhando de frente para o alvo dela. De repente, Lucifer viu-a e eles prenderam o olhar um no outro. Ariana percebera que havia algo que a compelia a ir ter com ele, mas ela sabia que esse algo era a filha e a esperança de ele a ajudar, sabia que entregaria a sua alma ao Diabo se isso significasse ter uma vida com Eleanor.

Lucifer estava a divertir-se como todas as outras noites, tentando não pensar em Caim ou na Detetive, mas rapidamente percebeu que estava a ser observado. Quer dizer, ele sabia que todas as noites as pessoas olhavam para ele prontas para lhe chamar a atenção, mas a sensação era ligeiramente diferente, então decidiu procurar a origem de tal. Foi assim que a viu. Era uma mulher linda e atraente, porém não foi isso que o chamou a atenção, uma vez que isso ele via todos os dias. O que o fez prender nela foi o seu olhar, os olhos da loira eram de um azul profundo como se lhe pudessem ler a alma, revelar todos os seus segredos e mostravam uma convicção tão forte que ele deu por si a não conseguir desviar o olhar. A certeza que ele via no seu olhar, certeza de que era ali que devia estar apanhou-o completamente desprevenido, pois ele próprio não tinha certezas de nada e era estonteante ver alguém assim. Porém depressa a mulher baixou o olhar para o telemóvel.

Ariana caminhava decidida até Lucifer quando sentiu o seu telemóvel a tocar. Olhando para a tela, verificou que era um número de LA e atendeu prontamente.

— Alo!

— Boa noite, Agente Carvalho, espero não a estar a incomodar. – Ariana ouviu a voz de Capitão da LAPD no outro lado da linha.

— De todo, Capitão, diga, pensou na proposta? – Ela perguntou expectante.

— Já falei com o seu superior e aceitamos a sua transferência para a LAPD. Bem-vinda à equipa. – Ariana não quis acreditar. – Conversamos e acordámos que começa daqui a um mês, tudo bem por si?

— Claro que sim. – Ela respondeu entusiasmada. – Não se vai arrepender.

— Eu sei que não. Tenha uma boa noite, Agente. – O homem desligou a chamada e Ariana guardou rapidamente o telemóvel. Assim que o fez olhou de novo para Lucifer e sorriu-lhe entusiasmada antes de virar as costas e sair do clube. A oportunidade de trabalhar diariamente com ele seria uma forma muito mais subtil de o avaliar.

Lucifer observara com toda a atenção a mulher enquanto conversava no telemóvel e quando ela voltou a olhar para ele, após desligar a chamada, e lhe sorriu ele percebeu que ela tinha recebido uma ótima notícia. Porém quando ela se virou e se foi embora, Lucifer avançou tentando alcançá-la, queria saber quem ela era, os olhos dela tinham-no chamado tanto a atenção que ele precisava de saber mais. No entanto, ele não a conseguiu encontrar mais e pensou que muito provavelmente não a voltaria a ver pois sabia que ela nunca lá tinha estado. Muito provavelmente seria uma turista europeia que fora passar uns dias a LA, ou até mesmo uma modelo ou atriz em trabalho, afinal tinha perfil de tal. Tentara descobrir se alguém sabia alguma coisa, mas não tinha descoberto nada e com esse pensamento a noite se seguiu e ele tentou ignorar a sua curiosidade pela mulher. Sabia que acabaria por passar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Procura de uma Mãe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.