Shinku no Kogoro - Season 3 escrita por NortheastOtome1087


Capítulo 7
Mayoi e Tsuneo




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[Cenário: Prédio das empresas Harada, sala do chefe.]

[Tsuneo está mexendo sua colher de chá em sua xícara. Um de seus funcionários chega para avisá-lo.]

Funcionário: Harada-sama! Eu tenho uma notícia pra te contar!

Tsuneo: Uma notícia, tomara que seja coisa boa, por que de ruim nós já temos um mundo.

[O funcionário dá para Tsuneo uma mala.]

Tsuneo: O que é isso?

Funcionário: É de um dos nossos colaboradores.

[Tsuneo abre a mala e vê várias notas de 5000 ienes.]

Tsuneo: Ótimo, mais uma mala cheia de dinheiro...

Funcionário: Dinheiro suficiente para pagarmos nossos funcionários e associados. Se continuarmos assim vamos ter uma grande alta em vendas.

Tsuneo: Eu não ligo!!

[O funcionário fica preocupado com a atitude de Tsuneo.]

Funcionário: Mas Harada-sama, é dinheiro! O que nós precisamos para seguirmos firmes...

Tsuneo: Tradução... O que eu preciso para financiar minhas ideias. Você é apenas um braço extra para minhas operações, igual a todos os outros...

Funcionário: Mas, Harada-sama...

Tsuneo: Você está dispensado, e se você reclamar dos meus planos novamente, eu te ameaço de demissão. Está entendendo?

Funcionário: Sim, Harada-sama! Me desculpe por ter nascido assim!

[O funcionário foge. Tsuneo pega a mala de dinheiro e observa seu presente.]

Tsuneo: Dinheiro... Pode não ser bom para ajudar este prédio, mas é ótimo para financiar meus planos...

[Tsuneo pega seu smartphone com a foto de Mayoi.]

Tsuneo: Plano esse que eu tenho para a minha futura noiva...

[Cenário: Casa dos Nagano, quarto do Atsushi.]

[Atsushi está ligando para Mayoi várias vezes, mas sem sucesso.]

Atsushi: Que droga!

[Atsushi guarda seu smartphone.]

Atsushi: Se eu não tivesse sido um idiota para a Mayoi, isso não teria acontecido!

[Atsushi ouve seu smartphone tocar e vai atender.]

Atsushi: Alô?

Kogoro: Atsushi, é você?

Atsushi: Oi Kogoro, e aí, como é que vai você?

Kogoro: Bem, tudo ótimo. Problemas a parte tá tudo ótimo.

Atsushi: Problemas?

Kogoro: Fora isso, tá tudo bem com você e a Mayoi? Conseguiram se reconciliar?

Atsushi: Na verdade não. Eu ainda estou indeciso em saber se posso ou não falar com a Mayoi novamente. É que eu não sei como ela vai reagir de novo.

Kogoro: Eu não sei de muitos detalhes sobre sua relação com Mayoi, mas acho melhor você parar com isso e assumir sua relação com ela.

Atsushi: Eu sei, mas não posso! Eu não tenho maturidade o suficiente para assumir um namoro com ela. Namoro e amizade são coisas distintas e não quero perder minha amizade, coisa que já estou a um passo de perder.

Kogoro: Então você vai ter que falar com ela o mais rápido possível antes que ela escolha outro.

Atsushi: Outro? Kogoro, eu não...

Kogoro: Escute. Eu não faço a mínima ideia do que é assumir um namoro sério, mas se você é o amigo da Mayoi, você vai ter que ser firme e dizer a ela tudo o que você sente. Não é a coisa mais fácil, mas também não é a pior coisa do mundo!

Atsushi: Você só está dizendo isso porque não tem uma amiga do sexo oposto!

Kogoro: Atsushi, eu não quis fazer amigos por causa do sexo ou pelo gênero, mas porque eu não queria mais ficar sozinho. Mesmo que eu tenha que lidar com o ostracismo de um jeito ou de outro, precisava cobrir o vácuo que tinha em meu coração. Eu sou um delinquente, e delinquentes não são vistos com bons olhos pelas boas pessoas.

Atsushi: Sei disso, você é um delinquente, ficar sozinho é natural pra vocês delinquentes...

Kogoro: Atsushi... É bom que você diga a Mayoi como você se sente o mais rápido possível. Se algo de ruim acontecer a ela, eu me sentiria mal.

Atsushi: Kogoro... Vou pensar no seu caso...

[Atsushi desliga o seu smartphone.]

Atsushi: (Vários dias se passaram desde o dia em que eu descobri o lado mal dela...)

[Atsushi tem um flashback no qual ele “brigou” com Mayoi.]

Mayoi: Então é assim, não é?

Atsushi: Não, você não entende, é que eu...

Mayoi: Sim, eu entendo perfeitamente. Você se acha como uma pessoa indigna e sem um pingo de confiança, mesmo com suas virtudes.

Atsushi: Não é isso, é que...

Mayoi: Não adianta mentir. Eu conheço você desde o dia em que nos conhecemos.

Atsushi: Mayoi, eu...

Mayoi: Até mais.

[Mayoi então caminha pelo bairro de Akihabara.]

Atsushi: Mas Mayoi-san... Mayoi-san!

Mayoi: Me deixe em paz. Devo seguir sozinha meu caminho!

Atsushi: Mayoi-san!

[Mayoi começa a correr e o flashback acaba.]

Atsushi: (Não sei porque, mas eu me sinto culpado pelo que fiz. Dizer que eu não era uma pessoa digna destruiu minha amizade com Mayoi...)

[Atsushi pega o seu smartphone e dá uma olhada em sua galeria de fotos. Ele vê várias fotos de sua amiga Mayoi.]

Atsushi: (Tenho que consertar meus erros, de um jeito ou de outro. Não posso deixar que isso continue assim...)

[Atsushi pega seu smartphone e o coloca no bolso da calça. Ele sai do seu quarto.]

[Cenário: Ruas de Tóquio]

[Atsushi caminha pelas ruas de Tóquio. No caminho ele acaba se reencontrando Mayoi e os dois param para se encarar.]

Atsushi: Ainda zangada pelo que você disse?

Mayoi: Não, mas ainda estou decepcionada. Por que você teve que dizer essas palavras na minha frente?

Atsushi: Eu não sei. Tudo o que eu queria é continuar sendo seu amigo, como nós sempre fomos.

Mayoi: Nós éramos amigos, até o momento que você disse que precisava amadurecer.

Atsushi: Olha, não leve isso para o lado pessoal. Eu ainda gosto de você.

Mayoi: Eu ainda me pergunto se eu ainda gosto de você.

Atsushi: Mayoi-chan! Não leve isso a mau! Eu sou seu amigo, e não quero que nossa amizade acabe aqui. Olha, eu sei que tivemos uma péssima conclusão, mas sei que vamos começar de novo! Por favor, Mayoi... Vamos esquecer isso e vamos continuar a ser amigos, como nós sempre fomos.

[Mayoi olha para Atsushi com pena.]

Mayoi: Me dá licença, eu tô ocupada e preciso chegar em casa antes que seja tarde.

Atsushi: Mas, Mayoi-chan...

[Atsushi tenta chamar a atenção de Mayoi, mas a garota não escuta e continua andando. Frustrado, Atsushi bate em uma árvore, por não ter conseguido recuperar sua amizade com Mayoi.]

Atsushi: Eu falhei com ela... Outra vez...

[Atsushi então segue seu caminho nas ruas de Tóquio. No caminho ele acaba encontrando Kogoro.]

Kogoro: Fala, Atsushi-san! Como vai? Tudo beleza.

Atsushi: Tudo beleza...

[Atsushi ignora Kogoro e vai andando. O delinquente segue o garoto.]

Kogoro: E aí, Kogoro? Conseguiu recuperar sua amizade com Mayoi?

[Atsushi continua ignorando Kogoro.]

Kogoro: Oe! Escuta o Kogoro aqui se você tem noção!

Atsushi: Saia do meu caminho!

[Atsushi empurra Kogoro, e ao abrir os olhos ele percebe que fez algo errado.]

Kogoro: Atsushi! O que está acontecendo com você!?

Atsushi: Não... Não!!

[Atsushi começa a chorar e corre pra chorar na blusa de Kogoro.]

Atsushi: Me desculpe... Me desculpe...

[Kogoro passa a mão na cabeça de Atsushi.]

Kogoro: Calma Kogoro, vai ficar tudo bem.

Atsushi: Não! Não vai! Eu perdi minha melhor amiga!

Kogoro: Não... Ainda não...

Atsushi: Mas... A Mayoi não quer falar comigo...

Kogoro: Talvez ela precise de tempo para se recuperar.

[Atsushi ainda fica triste. Kogoro ouve um barulho de trovão.]

Kogoro: (Parece que vai chover. Melhor levá-lo para um lugar seguro.)

[Kogoro leva Atsushi para um lugar onde ele possa ser protegido da chuva. Enquanto isso, do outro lado da rua, Mayoi continua a caminhar e ela percebe que já está pingando.]

Mayoi: Ah não... Eu acho melhor ir pra casa logo.

[Mayoi corre para poder ir pra sua casa, mas a chuva começa a engrossar, forçando ela a ir a um ponto de ônibus.]

[Cenário: Ponto de Ônibus, Ruas de Tóquio.]

[Mayoi está sentada no ponto de ônibus esperando a chuva parar.]

Mayoi: Aff, Se eu tivesse pego meu guarda-chuva em casa, eu não estaria nesse problema. Agora vou ter que esperar estiar...

[Mayoi pega seu smartphone e vai olhar as horas.]

Mayoi: Daqui a pouco vão ser 19:00...

[Mayoi observa o local sendo coberto pela chuva. Na estrada, uma limusine de cor preta segue seu caminho, quando ele acaba parando no ponto de ônibus. Na limusine, um garoto muito familiar está discutindo com seu motorista, um garoto de cabelos azuis que usa óculos.]

Motorista: É esta garota?

[Tsuneo pega um binóculo e observa o ponto de ônibus.]

Tsuneo: De fato. Este binóculo capaz de observar as pessoas a uma longa distância não engana ninguém. Similar a lupa de um detetive.

Motorista: O que você vai fazer então?

Tsuneo: A mesma coisa que qualquer garoto é capaz de fazer. Ganhar a simpatia dela. Yuichiro, guarda-chuva.

Yuichiro: Sim, Tsuneo-sama.

[Yuichiro dá o guarda-chuva azulado a Tsuneo. O líder da empresa sai da limusine com o guarda-chuva aberto para “ajudar” Mayoi.]

Mayoi: Que droga... Não vou poder chegar a tempo.

[Tsuneo se aproxima de Mayoi.]

Tsuneo: Com licença, eu posso ajudá-la?

Mayoi: Oh... O que faz aqui?

Tsuneo: Sou apenas um mero garoto que se preocupa com qualquer mulher em perigo.

Mayoi: Na verdade, eu não estou em perigo... Só esta chuva que me incomoda.

Tsuneo: Hmph. É só uma questão de tempo para que a chuva pare. Mas se você quiser... Você pode entrar na minha limusine. O que você acha?

Mayoi: Bem eu...

[Mayoi olha pra cima e observa a chuva que não para de cair.]

Mayoi: Parece que eu não tenho outra escolha.

Tsuneo: Ótimo. Vamos.

[Tsuneo compartilha seu guarda-chuva com Mayoi. Os dois seguem caminho até a limusine de Tsuneo.]

Mayoi: Seu carro... Ele é bem grande.

Tsuneo: O termo correto é limusine. Carro é coisa de classe média.

[Tsuneo observa as roupas de Mayoi.]

Tsuneo: Não que você esteja ofendida com isso.

Mayoi: Que nada...

Yuichiro: Aliás senhorita, onde você mora?

Mayoi: Rua Igarashi, casa 505.

Yuichiro: Certo.

[Yuichiro pega o seu smartphone, coloca no aplicativo “Explorer Mapas”, e bota o nome da avenida em que ela mora.]

Inteligência Artificial do Smartphone: De acordo com os meus cálculos, daqui para a Rua Igarashi serão 15 minutos.

Mayoi: Pera, o celular falou?

Tsuneo: Inteligência artificial. Com o avanço da tecnologia, nossos equipamentos são capazes de cumprir nossos desejos através da nossa voz. Legal, não é?

Mayoi: Nossa.

Tsuneo: Yuichiro, leve nos para o nosso destino.

Yuichiro: Sim, Tsuneo-sama.

[Yuichiro dirige a limusine até o local onde Mayoi mora.]

Tsuneo: Já que estamos aqui vamos conversar mais um pouco, está bem?

Mayoi: Bem, mamãe disse que não posso falar com estranhos... Não são todos eles que são confiáveis.

Tsuneo: Que pena. Eu poderia falar com você horas e horas. Aliás, qual o seu nome mesmo?

Mayoi: Mayoi. Mayoi Ogata.

Tsuneo: Meu nome é Tsuneo Harada. Mas você já deve ter ouvido falar do meu nome em vários meios de comunicação.

Mayoi: O sobrenome me é familiar.

Tsuneo: É porque eu sou o chefe das empresas Harada.

Yuichiro: Tecnicamente ele é um chefe temporário, já que ele está cobrindo a falta do pai que está viajando pelo mundo.

Tsuneo: Yuichiro, fique calado e continue dirigindo.

Yuichiro: Sim, Tsuneo-sama. Me desculpe.

Mayoi: Isso não foi muito educado não.

Tsuneo: Não se preocupe. Com você as coisas serão muito diferentes. Aliás, como vai você e sua família?

Mayoi: Não posso dizer muita coisa a esse ponto, mas minha família está ótima.

Tsuneo: Eu entendo... Ainda não confia em mim... Aliás, você estuda em alguma escola?

Mayoi: Estudo no colégio Rekka. É um colégio popular em Tóquio. Já ouviu falar dele?

Tsuneo: Rekka?

Mayoi: Sim. É uma escola cheia de gente legal, inclusive lá tem um delinquente muito famoso. Seu nome é Kogoro Minazuki.

Tsuneo: Kogoro Minazuki...

Mayoi: Mas na moral, esta semana eu não tive boas vibrações. Dias atrás eu briguei com um amigo meu.

Tsuneo: Amigo?

Mayoi: Atsushi Nagano. Ele é meu amigo na Rekka, mas hoje em dia tô tratando ele mais como um colega do que um amigo.

Tsuneo: O que aconteceu?

Mayoi: Prefiro não falar.

Tsuneo: Que pena.

Inteligência Artificial do Smartphone: Daqui a 5 minutos, você chegará na Rua Igarashi, casa 505.

Yuichiro: Vocês ouviram. 5 minutos.

Mayoi: Bem, muito obrigado por me levar pra casa. Acho que te devo uma.

Tsuneo: Não precisa pagar nada. Eu tenho algo de especial pra você.

[Cenário: Rua Igarashi, casa 505.]

[A limusine de Tsuneo chega a seu destino.]

Inteligência Artificial do Smartphone: Você chegou ao seu destino.

Tsuneo: Certo. Certo. Parece que chegamos a sua casa.

Mayoi: Muito obrigado, Harada-san.

Tsuneo: Ogata-san.

Mayoi: Sim?

Tsuneo: Antes que você saia, eu quero que fique com isto.

[Tsuneo dá para Mayoi uma caixinha. Ela então abre e vê um relógio dourado.]

Mayoi: Muito obrigada.

Tsuneo: Hmph. Não tem de quê.

Mayoi: Até mais, Harada-san.

[Mayoi pega o seu guarda chuva e sai da limusine. Tsuneo observa a garota voltando para a sua casa.]

Tsuneo: E então você conseguiu as informações do local onde ela mora?

Yuichiro: Sim. Todas as informações sobre a casa dela estão comigo.

Tsuneo: Ótimo. Vamos voltar para a empresa.

Yuichiro: Certo.

[Tsuneo e Yuichiro se dirigem para as empresas Harada.]

Yuichiro: Tsuneo-sama, eu quero te perguntar uma coisa.

Tsuneo: Agora está livre pra responder.

Yuichiro: Porque você está tão interessado nesta garota?

Tsuneo: Com licença, mas você pode me perguntar novamente?

Yuichiro: Estou ciente de que você teve um motivo para conseguir o local de onde Ogata-san vive. Só não sei porque uma garota da classe média como ela lhe chamou a atenção.

Tsuneo: Hmph. Cada um tem sua alma gêmea. Quando você se apaixonar por alguém, você vai entender. Agora continue dirigindo.

[Tsuneo e Yuichiro continuam se dirigindo para as empresas Harada.]

Yuichiro: (Não posso negar, Tsuneo está apaixonado por aquela garota. Mas o que ele vê nela?)

[Cenário: Casa dos Ogata, sala de estar]

[Mayoi chega em sua casa.]

Mayoi: Mãe, pai. Cheguei.

[A mãe da Mayoi chega. Ela é praticamente uma versão adulta da Mayoi, só que sem sua fita de cabelo e usando um longo vestido marrom.]

Mãe da Mayoi: Filha, você está bem? Achava que você não ia chegar por causa daquela tempestade.

Mayoi: Não se preocupe mãe. Eu estou bem. Só precisei pegar uma carona.

Mãe da Mayoi: Carona?

Mayoi: Sim. Acredite ou não, um rapaz rico me ajudou a chegar em casa de limusine.

Mãe da Mayoi: Rapaz rico? Limusine? Filha, tem certeza de que você não ficou resfriada?

Mayoi: Não não. Eu tô ótima.

[A mãe da Mayoi coloca a mão na testa e no pescoço da filha pra ver se ela não “esquentou”.]

Mãe da Mayoi: Graças aos céus você está ótima.

Mayoi: Mamãe, o que aconteceu com o papai?

Mãe da Mayoi: Bem, recebi uma ligação dele hoje e ele disse que vai demorar pra voltar por causa da chuva. Espero que ela estie o mais rápido possível...

[Mayoi não diz nada.]

Mãe da Mayoi: Aliás, o que quer dizer com homem rico com limusine? Não acha que você está exagerando?

Mayoi: Não desta vez. Aliás o homem rico em questão é Tsuneo Harada, dono das empresas Harada. Ele até me deu isso antes de sair.

[Mayoi mostra pra sua mãe a caixinha que ela recebeu de Tsuneo.]

Mãe da Mayoi: Mas o que é isso?

Mayoi: É um relógio. Harada-san me deu isso de presente.

[A mãe da Mayoi abre a caixinha que contém o relógio dourado. Ela observa o relógio com suspeitas, já que ela acha impossível alguém ganhar um relógio de alguém da alta sociedade, muito menos o jovem líder de uma empresa.]

Mãe da Mayoi: Harada?

Mayoi: Foi muito bom da parte do Harada-san ter me salvado. Se não fosse por ele, eu teria demorado.

Mãe da Mayoi: Eu e seu pai vamos ter uma conversinha. E até lá você pode ficar com este relógio, com a condição de que você não pode usá-lo por tempo indeterminado.

Mayoi: Mas mãe, um relógio é feito para colocar no pulso e olhar as horas. Não é um negócio extremamente sério... Bem, olhar as horas no relógio é sério, mas não tão sério assim.

Mãe da Mayoi: Pois eu tô achando esta carona que você pegou suspeita demais para ser coincidência.

Mayoi: Pra mim é só coincidência.

Mãe da Mayoi: Quer saber? Melhor encerrarmos esse assunto por hoje. Se tem alguma coisa pra fazer no seu quarto, faça agora que eu vou colocar sua  janta.

Mayoi: Está certo. Mais tarde eu volto!

[Mayoi sobe as escadas e vai para o seu quarto com a caixinha que ela recebeu.]

Mãe da Mayoi: (Uma carona suspeita em dia de chuva por um homem rico juntamente com um relógio dourado. Será que ela está dizendo toda a verdade?)

[Cenário: Casa dos Nagano, quarto do Atsushi.]

[Atsushi fica olhando para a janela de seu quarto, no qual está parecendo uma cachoeira de tanta água da chuva que está jorrando.]

Atsushi: Cara, tá chovendo tanto que já perdi a vontade de sair de casa. Dá até vontade de colocar o pijama e dormir mais cedo...

[Atsushi tira os seus calçados e vai para a sua cama. Ele pega o seu smartphone e vai falar com Kogoro.]

Atsushi: Oi Kogoro.

Kogoro: Oi Atsushi. Chuva grossa hein? Já deu vontade de correr pra casa e não sair mais.

Atsushi: Tava pensando a mesma coisa.

Kogoro: E então, conseguiu falar com a Mayoi-san?

Atsushi: Infelizmente não. Não consegui falar com ela.

Kogoro: Ah não, Atsushi. Outra oportunidade jogada no ralo? Isto está ficando um caso sério.

Atsushi: Desta vez eu estava falando a verdade. Tentei falar com ela hoje, mas ela não quis responder. Talvez ela tenha levado a conversa sério demais.

Kogoro: Pode ser isso também. Atsushi-san...

Atsushi: Sim?

Kogoro: Tente falar com Mayoi pelo celular e vê se ela atende. Se der certo, diga a ela como você realmente se sente e peça desculpas.

Atsushi: Mas e se ela desligar na minha cara?

Kogoro: A questão não é o fato dela desligar na sua cara ou não. É o fato de que vocês dois estão preparados para se reconciliar. Recuperar a amizade exige uma reconciliação mútua.

Atsushi: Kogoro-san...

Kogoro: Como seu amigo, é bom que você espere a oportunidade certa para que os dois consigam se reconciliar.

Atsushi: Obrigado, Kogoro-san. Foi bom ter falado com você.

Kogoro: Bem, eu sou seu amigo. Pelo menos o mais confiável que eu tenho.

Atsushi: Err... Valeu. Até mais.

[Atsushi desliga seu smartphone. Ele pega o seu pijama e vai para o banheiro trocar de roupa.]

[Cenário: Casa dos Ogata, sala de estar.]

[Algumas horas depois, os pais de Mayoi estão discutindo sobre a carona da filha.]

Pai da Mayoi: Deixa eu ver se entendi... Mayoi encontrou um cara qualquer e pediu carona a ele no meio da chuva, certo?

Mãe da Mayoi: Sim. Mas o mais estranho é a descrição dele. Nossa filha disse que o carro dele pertence ao líder das empresas Harada.

Pai da Mayoi: Harada... Agora que fiquei sabendo... Essa é a empresa que acabou de se envolver com uma empresa brasileira recém-afogada em polêmicas.

Mãe da Mayoi: Bem que eu desconfiava que aquela carona não era boa coisa.

Pai da Mayoi: E então, o que aconteceu com a Mayoi? Ela se feriu?

Mãe da Mayoi: Não. Ela está ótima, não se machucou. O problema...

Pai da Mayoi: Diga...

Mãe da Mayoi: Ela recebeu um presente do caronista. E não um presente qualquer, Mayoi recebeu um relógio dourado que, julgando pela sua aparência, deve custar no mínimo 9000 ienes.

Pai da Mayoi: Talvez ele tenha ficado feliz com a carona que deu um presente pra ela. Mas normalmente é o contrário, é o caronista que deve algo a alguém.

[A mãe da Mayoi pega seu smartphone.]

Pai da Mayoi: O que está fazendo?

Mãe da Mayoi: Vou ver se eu consigo encontrar no Explorer o número da Harada. É o jeito mais simples de trocar palavras com um centro comercial quando se tem um telefone tecnologicamente avançado.

Pai da Mayoi: Lembro-me de quando éramos crianças, nossos celulares só podiam atender ligações e enviar mensagens. Hoje em dia as coisas são diferentes.

Mãe da Mayoi: Temos sorte da Mayoi nascer em um mundo onde tudo é conectado pela internet. Aqui está.

[A mãe da Mayoi clica no seu smartphone e o coloca em seu ouvido.]

Pai da Mayoi: Você acha que eles vão atender nosso pedido?

Mãe da Mayoi: Não sei. É a minha primeira ligação.

[Cenário: Loja de eletrônicos Harada em algum lugar de Tóquio]

[Uma balconista ouve seu smartphone tocar e ela o atende.]

Balconista: Pois não?

Mãe da Mayoi: Com licença, mas posso falar com você agora?

Balconista: Sim, algum pedido.

Mãe da Mayoi: Não. Não é pedido não.

[Cenário: Casa dos Ogata, sala de estar]

Mãe da Mayoi: É que eu queria saber se eu posso falar com alguém da Harada.

Balconista: O que você quer então?

Mãe da Mayoi: É que eu queria falar com o dono da empresa. É sobre um assunto muito especial.

Balconista: Sinto muito, mas você está falando com a pessoa errada. Eu só posso atender pedidos que envolvam entregas.

Mãe da Mayoi: Mas é urgente!

Balconista: Infelizmente não vou poder aceitar seu pedido. Você deseja alguns de nossos produtos?

Mãe da Mayoi: É que eu não quero um dos seus produtos. O que quero é...

Balconista: Sinto muito, mas vou ter que desligar. Ligue mais tarde se você decidir comprar alguns de nossos produtos. Até mais.

[A balconista desliga o smartphone.]

Pai da Mayoi: Alguma resposta?

Mãe da Mayoi: Infelizmente não.

Pai da Mayoi: Vamos ver se a gente tenta de novo amanhã.

Mãe da Mayoi: Tomara que nossa sorte seja diferente.

Pai da Mayoi: (Não sei porque, mas sinto que as empresas Harada não estão aqui para brincadeira. Mas porque eles estão atrás da Mayoi?)

[Cenário: Prédio das empresas Harada, sala do chefe.]

[Tsuneo volta para a sua sala e senta em seu canto. Ele pega o seu smartphone e acaba de receber uma mensagem de Yuichiro. A “mensagem” é na verdade a informação sobre onde Mayoi mora, inclusive os números de telefone.]

Tsuneo: Exatamente como planejado. Agora que eu tenho todas as informações sobre Mayoi, é só uma questão de tempo para que ela seja minha. Ao mesmo tempo...

[Tsuneo pega um pedaço de jornal.]

Tsuneo: Minha parceria com a siderúrgica Almeidrea vai servir apenas para que eu possa absorvê-la completamente e sugar todo o dinheiro da empresa. E quando eu conseguir todos os seus recursos, aqueles brasileiros imbecis serão reduzidos para serem meus servos permanentes, especialmente o presidente deles.

[Tsuneo dá uma olhada em um retrato de um homem de cabelos loiros-escuros com barba e olhos castanhos.]

Tsuneo: Ah, pai... Os negócios da Harada estão indo super bem. Você nem imagina sua reação se soubesse que comprei uma empresa brasileira por uma nota preta... Mas isso é parte do plano... Meu grande plano...

[Tsuneo dá um sorrisinho para o retrato. O capítulo acaba com uma visão do prédio da Harada sob a noite sombria de Tóquio com nuvens cinzentas.]


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