The good parts escrita por Alice


Capítulo 6
Always


Notas iniciais do capítulo

Always, Andy Grammer



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"Vou ser sincero, muita coisa que não sei
Muito disso está fora do nosso controle"

Os dias passaram rápidos e leves para Smarkle. Após seu último encontro com Lucas, terminando com um jantar feito por ele na casa do Friar, o trabalho soterrou os dois e os impediu de terem um tempo considerável a sós. Apenas os encontros para caminhar ao redor do parque pela manhã não eram o suficiente. Soltou um alto gemido, frustrada consigo mesma enquanto se preparava para mais um dia de trabalho, ainda não acreditava que estava começando a apresentar sinais de abstinência de Lucas Friar. Puxou o suéter cor caramelo pela cabeça, observando os fios bagunçados de seu cabelo e decidindo que naquela dia iria fazer um coque bem apertado. Talvez se puxasse seu cabelo forte o suficiente, acabaria por se concentrar em outra situação além daquela em que se encontrava.

Assim que terminou de se arrumar, caminhou decidida em direção ao elevador. Respondia os e-mails o mais rápido que podia antes de se perder novamente no fato de que ela só queria beijá-lo. Queria tanto beijá-lo ou só ficar em seus braços. Se sentia uma personagem boba dos filmes românticos de Riley, porém, a morena sempre dizia que todos mereciam um clichê e Smarkle não estava envergonhada de admitir que queria somente estar com o Friar sem se preocupar com quem estava ao seu redor ou com o pouco tempo limitado que possuíam. Bem, contanto que aquela confissão ficasse somente entre ela e a mente extremamente realista que possuía. Sentiu seu celular vibrar insistente ao anúncio de uma ligação, a distraindo. Retirou os fones sem fio da bolsa e os conectou ao aparelho antes de atender a ligação.

— Smarkle falando.

O som de vidro se estilhaçando a fez se encolher. Aumentou a velocidade dos passos para chegar à esquina que dava para a entrada do metrô.

— Ai, que grande merda. - o resmungo vindo do outro lado a fez sorrir. - Era o prato favorito da mamãe, Izzy. Ela vai me ma-tar quando chegar.

— Se você parar de dançar enquanto limpa a casa, Celina, talvez pare de quebrar a coleção de louça dela. - aconselhou, desviando rapidamente do contato com as outras pessoas que corriam à procura de um vagão menos lotado.

— Obrigada pelo conselho, irmãzinha. - debochou, mas seu tom era evidentemente amável. - Então, como está indo com o seu príncipe encantado?

Revirou os olhos para o tom sonhador que ela usou. Entrou apressada em um vagão e achou contente um local vago perto da porta de saída. Sentou-se com a bolsa acima do colo e as pernas colocadas, virada quase de costas para o homem que sentou ao seu lado em seguida. Tentou se concentrar na conversa com Celina para que a curta viagem fosse ainda mais rápida.

— Ele está bem... bem ocupado. - comentou, torcendo a boca em desagrado. - Nós dois estamos na verdade.

— Onw, eu não acredito que Smarkle está com saudades.

Não respondeu, até porque ela estava realmente sentindo falta de Lucas. Não somente de beijá-lo, mas das conversas e risadas que compartilhavam. Ao longo dos dias caíram em uma rotina confortável. Saíam para caminhar pela manhã, ela sempre o levando um shake de frutas e recebendo um bolinho ou muffin feito por ele. Não sabia quando ele tinha tempo para cozinhar, mas essa era a sua fuga do estresse, como o Friar dizia, e tirava ao menos uma hora por dia para fazer algo. Smarkle adorava, até porque era ela quem estava se beneficiando de qualquer prato que ele resolvesse fazer.

— Como eles estão?

Perguntou pelos pais, a fim de mudar de assunto e sendo prontamente atendida. Celina sempre sabia a hora de parar de pressionar, amava essa qualidade perceptiva em sua irmã. O trajeto passou rapidamente, logo atravessava a porta de seu laboratório, encontrando seus colegas se preparando para começarem mais um dia de trabalho.

— Bom dia. - saudou a todos, passando pelas mesas e prateleiras até o seu local, em uma sala ao lado. Antes de entrar, informou em tom sério. - Precisamos ter em mãos os relatórios acerca dos resultados preliminares do teste feito na semana passada até o fim do expediente.

— Mas ainda estamos esperando o laboratório de Manhatan enviar as amostras deles. - Alison comentou, puxando os fios claros para cima em um coque apressado. - Eles até agora não enviaram uma resposta concreta sobre o nosso pedido.

Smarkle detestava quando algo simples demorava séculos para ser feito. Só bastava eles enviarem um e-mail com todas as informações, ou enviarem alguém pessoalmente para fazer a entrega dos papéis. Agora ela teria que pedir para alguém de sua própria equipe ir até Manhatan para pegar um documento que deveria ter sido entregue semanas atrás.

— Eric. - chamou o nome do homem baixo e carrancudo que sinalizou em reconhecimento. - Preciso que você vá até a sede da Lidio Company e converse pessoalmente com o chefe do setor de autorizações, não quero que eles encontrem mais desculpas para atrasar nosso projeto.

— Sim, senhora. - Eric murmurou em concordância, não se dignando a levantar o olhar dos papéis em sua mesa.

Smarkle não se incomodava, era o jeito dele, aparentemente, e enquanto ele fizesse bem o seu trabalho não devia nenhuma simpatia à ela, somente o respeito a uma superior.

— Alison, você fica responsável por entrar em contato com o setor de Imunologia e explicar a nossa situação. Terei uma reunião em. - parou para olhar para o seu relógio de pulso, contendo um suspiro ao notar a hora. - Em menos de dez minutos com o nosso superior e preciso ter respostas logo após encerrar a conversa. Podem voltar ao trabalho.

Alison ergueu um polegar para cima com o sorriso brilhante de sempre e Elisa, surpreendente mais reservada que Smarkle, assentiu e logo se pôs a começar a trabalhar. Smarkle sorriu minimamente para eles, os dando as costas e caminhando até sua mesa. Sentando-se calmamente, se preparou mentalmente para organizar os ainda não contados e-mails em sua caixa de entrada e os documentos empilhados em cima de sua mesa antes de enfrentar seu superior. Ele era um homem educado, porém, sentia uma certa aversão vinda da parte dele. Doutor Elton a tratava com uma polidez incrédula, não conseguia explicar muito bem, mas parecia que ele ainda não acreditava em sua competência e a cada conversa esperava por uma falha vinda de sua parte.

Fora contratada diretamente pelos CEO's do laboratório, em um convite durante uma visita de um deles ao laboratório que liderava em Newberry. Não estava ali em Nova Iorque por sorte ou favor, e sim por ser competente no que fazia e por saber fazer muito bem o seu trabalho. Ela era uma ótima pesquisadora, uma cientista notável e uma chefe exemplar. Nunca recebera uma reclamação em relação à nada relacionado ao seu trabalho e não seria agora que receberia. Elton precisaria engolir o que fosse que o incomodava em relação à ela e aceitar que Isadora não iria embora tão cedo e que ela definitivamente era a pessoa certa para chefiar o laboratório de análises e pesquisas. Isadora Smarkle iria fazer história e nada a impediria.

◇•◇•◇•◇•◇

Smarkle inspirou o ar da noite. O outono estava chegando, a mudança de clima sendo bem recebida por ela. Gostava daquela época do ano, de poder usar seus casacos quentinhos e agora que possuía uma lareira, poderia se aconchegar em seu novo sofá enquanto tomava uma xícara de chá com um livro em mãos. Olhou para a fachada da clínica onde estava escrito em letras redondas "Clínica veterinária Soul". Era uma decisão impulsiva aparecer ali para ver Lucas, porém, se viu seguindo exatamente aquela ideia após sair do trabalho. Ele a tinha encontrado do lado de fora um pouco mais de uma semana atrás, era hora dela retribuir o favor.

Cruzou os braços, se sentindo desconfortável quando permaneceu parada ao lado da clínica. O lógico seria entrar, mas Smarkle não estava com energia para interagir com outras pessoas naquele momento. A alça de sua bolsa começava a pesar em seu ombro, mesmo atravessada, os livros e outros objetos que ela carregava estavam a deixando desconfortável. Mudou o peso do corpo para o pé esquerdo, apoiando-se na parede de lado, seus olhos vistoriando as inúmeras rachaduras na calçada. Seguia atenta uma que saía de debaixo da sola do salto de sua bota preta e seguia em direção ao meio fio. Uma trilha de formigas a atravessava antes de descer para a pista e sumir de sua vista.

— Isadora?

Levantou a cabeça quando escutou seu nome. Observando um Lucas surpreso, mas com um sorriso contente no rosto. Sorriu de volta em automático, vê-lo fazendo seu desconforto diminuir consideravelmente. Iria caminhar até ele, porém, notou a pessoa por trás do Friar que a encarava com curiosidade e um sorriso que estava começando a deixá-la levemente incomodada.

— Oi. - respondeu de volta, se afastando da parede e dando dois passos para encontrá-lo no meio do caminho. - Pensei em esperar por você dessa vez. - deu de ombros como se não fosse grande coisa, as mãos cruzadas em frente ao corpo.

Lucas sorriu e assentiu em compreensão. Smarkle soltou o ar lentamente quando ele bloqueou a visão do outro homem ao se colocar completamente na frente dela. Sorriu novamente ao sentir as mãos dele envolvendo seus braços, Lucas possuía uma capacidade de acalma-la com tão pouco, apenas sua presença já a fazia esquecer momentaneamente do que a incomodara antes.

— Foi uma bela surpresa. - declarou, inclinando o rosto para baixo, Smarkle somente assentiu, inclinando o seu em direção à ele. - Vamos jantar depois?

— Adoraria. - fechou os olhos quando sentiu os lábios dele cobrirem os seus em um beijo rápido e carinhoso.

— Então, vamos. - afastou-se sorrindo, logo passando o braço pela cintura dela e os virando em direção ao homem que tentava fingir que não os espiava. - Eli, essa é a minha Isadora.

Smarkle voltou a atenção para Lucas, observando seu perfil enquanto seu coração batia acelerado e uma sensação calma e reconfortante se espalhou por seu corpo como uma inundação. Logo se forçou a encarar Eli, diminuindo a intensidade de seu sorriso para uma educação cuidadosa. Eli sorriu de volta, uma animação evidente em seu olhar enquanto desviava a atenção dela para o Friar e vice versa.

— Boa noite, Isadora.

Estendeu a mão em direção à ela, que aceitou o aperto, porém, manteve o corpo colado ao de Lucas. Seu sorriso diminuiu um pouco, mas ela logo o recuperou. Ele era claramente amigo de Lucas e, por mais cansada que ela estivesse, Eli não merecia sua indiferença.

— Pode me chamar de Smarkle. - comentou em um tom educado.

— Tudo bem, Smarkle. - Eli concordou, balançando cabeça em concordância. - Já vou indo, vejo você amanhã, chefe.

— Até amanhã.

Smarkle somente acenou em despedida, observando o homem se afastar com as mãos escondidas nos bolsos da calça e assobiando alegremente. Ele usava um casaco com estampa militar que combinava adequadamente com sua calça cargo cor verde escuro. Ele era bonito, não havia dúvidas, e achou quase engraçado o fato dele ficar mais bonito de costas. Será que Eli sabia desse aspecto em sua aparência? Piscou quando se sentiu ser empurrada levemente, encarou Lucas que se encontrava com as sobrancelhas arqueadas.

— Aproveitando a vista?

A pergunta foi feita em um tom divertido e levemente descrente. Sorriu, se inclinado contra ele ao estender a mão em frente ao corpo com a palma virada para cima.

— Tenho algo melhor para olhar. - piscou um olho o escutando rir antes de entrelaçar seus dedos.

Começaram a caminhar em um silêncio confortável, desviando dos pedestres que vinham na direção oposta e diminuindo o passo para deixar que os outros que seguiam a mesma direção que eles pudessem passar. A temperatura diminuía com o passar dos minutos, seria uma madrugada embaixo de cobertas grossas e um sono muito bem-vindo para Smarkle. Lucas a guiou gentilmente para dobrar à direita, seguiam o caminho para a entrada do metrô com destino ainda desconhecido para ela, porém, tinha a intuição de que ele a levaria para o seu apartamento e cozinharia novamente um jantar delicioso.

Desceram as escadas do metrô ainda de mãos dadas, passando pelas catracas e se posicionando atrás da faixa de segurança a fim de esperar o transporte. Inspirou fundo o cheiro de graxa e outros odores que se misturavam no ar. Torceu o nariz em desagrado, pelo menos o local não estava lotado e talvez eles conseguissem um lugar vago para sentar. Em alguns minutos já se encontravam dentro de um vagão, o braço de Lucas enrolado confortavelmente sobre seus ombros e o de Smarkle descansando contra a lateral dele. Ela gostava desses momentos, onde podia fechar os olhos e somente sentir a vibração do vagão e a respiração constante do Friar.

◇•◇•◇•◇•◇

— O que acha de macarrão ao sugo?

Smarkle sorriu brilhantemente, sentindo a boca começar a salivar ao imaginar o prato feito. O purê de tomate que compunha o molho era um diferencial e não estava com vontade de comer carne naquela noite.

— Acho que é perfeito. - declarou, beijando o ombro dele ao sair da cozinha.

Olhou por cima do ombro o encontrando com um pequeno sorriso antes de voltar a procurar pelos utensílios que iria precisar nos armários acima da pia. Atravessou o portal da cozinha para encontrar uma sala pequena e lotada de móveis. Lucas era um acumulador em potencial, nunca pensara, mas o homem era apegado à objetos que necessitavam ir para uma doação ou uma lata de lixo mais próxima. Suspirou quando viu uma pilha de livros jogados sobre um baú antigo que ele colocara ao lado do sofá. Retirou os livros e abriu o baú, observando os mantos e casacos antigos que estavam precisando de uma séria lavagem.

— Você precisa se livrar disso! - gritou, enquanto organizava a bagunça para dar espaço aos livros que colocara ao seu lado no chão. - Devem estar cheios de traça!

— Eles podem ter uso um dia, Isadora!

Balançou a cabeça para a resposta dita de maneira divertida. Ele sabia que precisava se livrar de alguns pertences antigos, mas estavam "tão cheios de memória", segundo o próprio Friar, que o desapego se tornava muito difícil. Franziu a boca, estreitando os olhos com determinação enquanto realizava um inventário mental de tudo o que precisava sair para que a pequena sala pudesse se tornar mais aberta e respirável. Ali era sufocante, a parede que separava a sala de estar da cozinha era desnecessária, porém, não poderia sair por conta do prédio ser antigo e ela ser uma parede de sustentação.

— Você realmente detesta essa parede.

O comentário de Lucas a fez desviar o olhar da parede cor creme sujo. Franziu o nariz levemente, assentindo em concordância.

— Ela é extremamente desnecessária. - reiterou, apoiando-se nos calcanhares ainda de joelhos em frente ao sofá. - E esse sofá. - soltou um suspiro indignado. - Lucas, você pode fazer melhor do que isso.

Ele somente soltou uma sonora risada, se jogando no chão ao seu lado e a puxando para o seu colo. Isadora riu, deixando cair os livros sobre o tapete, seus braços se enrolando automaticamente ao redor do torso do Friar.

— O que acha de uma venda de garagem?

— Acho incrível se você possuir uma garagem.

Riu quando sentiu as cócegas provocadas pela barba arranhando seu pescoço. O empurrou levemente, se contorcendo em seu colo ao tentar escapar das cócegas. As gargalhadas começaram a sair altas de dentro dela, sentia as risadas de Lucas se mesclarem às suas. Recuando para trás, observou encantada as sardas claras aparentes no rosto dele, com o polegar, começou a acariciar as manchas, sorrindo da cor avermelhada que pintava levemente as bochechas do Friar.

— Sabe, você ainda não me contou o que estava fazendo antes de trabalhar na clínica.

— Quando voltei para o Texas após a formatura, me formei na Universidade St. Edward's, como você já sabe. - com um aceno seu, ele continuou. - Depois trabalhei em um centro de reabilitação para animais, principalmente cavalos, touros e ovelhas utilizados em rodeios e apresentações na minha cidade. Pensei que não voltaria mais para Nova Iorque, mas Yogi entrou em contato comigo avisando que seu irmão estava abrindo uma clínica na cidade e que havia falado para ele sobre mim.

— Yogi? - indagou surpresa. Ela, pessoalmente, não mantinha contato com mais da metade de sua turma do ensino médio.

— Eu era popular, querida, caso você esteja esquecida. - declarou em um tom prepotente que a fez rir. - Mas sim, Yogi, ele fez a ponte necessária para que eu voltasse. E cá estou, em um prédio antigo na cidade de Nova Iorque com a mulher mais linda desse mundo nos meus braços.

— Beleza é subjetiva, mas vou aceitar com pesar que sou a mulher mais linda do seu mundo. - suspirou dramaticamente, sorrindo quando sentiu os lábios dele trilhando um caminho do seu ombro ao pescoço.

— Um grande fardo para carregar, não acha?

Arqueou uma sobrancelha quando notou o sorriso de provocação.

— Ser linda? - devolveu o sorriso. - Ou estar nos seus braços? - indagou em um tom mais baixo, aproximando seus rostos, a respiração dele mesclada à sua. - Por que eu posso garantir, Lucas Friar, que estar sentado no seu colo não é nada difícil.

Quis rir do olhar levemente arregalado e das bochechas vermelhas.

— Como você ainda consegue me surpreender? - perguntou em uma quase descrença, mas a risada que saiu de seus lábios denunciava sua animação.

— Isso é um segredo de estado, senhor Friar. - sussurrou contra os seus lábios, sentindo as mãos dele apertarem sua cintura.

— Não há chance de uma troca?

Em resposta à pergunta, apoiou as mãos nos ombros dele, erguendo seu corpo a fim de colocar uma perna de cada lado do dele, sentando-se em seu colo em seguida. Mordeu o lábio para impedir seu próprio sorriso de crescer ainda mais quando notou as pupilas de Lucas escurecerem seus olhos. Contornou o pescoço dele com seus braços, colando ainda mais seus corpos enquanto movimentava lentamente seus quadris.

— Quem sabe não aja algo?

A risada divertida que Lucas soltou a fez rir também, o som sendo prontamente engolido pelos lábios ansiosos do Friar. Smarkle ofegou, o segurando pela nuca a fim de aprofundar o beijo. Se perdeu nas sensações provocadas pelo toque de Lucas. Das mãos abrindo caminho por baixo da blusa, os arrepios que percorriam todo o seu corpo quando sentiu os dedos frios deslizarem por suas costas, o calor gostoso que se espalhava por seu baixo ventre em procura de uma liberação. Retirou seus óculos, soltando uma risada surpresa quando foi erguida no ar assim que ele se levantou. Prendeu as pernas fortemente ao redor da cintura dele, os braços em um aperto forte enquanto Lucas corria em direção ao quarto.

— Alguém está ansioso? - conseguiu perguntar em meio às risadas, soltando uma alta gargalhada quando foi jogada de costas na cama com um cuidado que a tocou.

— Você não sabe o quanto.

A resposta era tão sincera que Smarkle não soube o que responder. Apenas o puxou pela mão para cair em cima dela, o beijando com o mesmo carinho e paixão que ele a mostrava toda vez. Ter Lucas Friar em seu mundo era mais do que ter seu corpo, ela poderia soar como uma boba apaixonada, mas tê-lo era como possuir um pedaço do sol. Uma luz especial que sempre conseguia adentrar as fretas de seu coração. Quis revirar os olhos para a comparação, nunca pensou que poderia ser uma poeta, porém, ali estava ela com sua própria musa. Mas, no fundo de sua mente, bem no cantinho intocado, o medo de tudo dar errado ainda persistia. Tudo parecia estar tão bem que ela só estava se preparando para um possível desastre. Será que dessa vez teria sorte ou iria tudo pelos ares como sempre acontecia em algum momento?

— Está pensando demais, minha Isadora.

Sim, ela estava, mas ao sentir os lábios macios descerem beijos de seus lábios em direção ao seu queixo, pescoço e colo, sua mente se tornou um ruído branco e seu corpo foi tomado apenas por sensações. Lucas sabia o que fazer para acalmá-la e as formas que ele utilizava eram simplesmente geniais.


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