The good parts escrita por Alice


Capítulo 5
Freeze


Notas iniciais do capítulo

Freeze - Andy Grammer



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806292/chapter/5

"Você me faz querer congelar
Ficar para sempre nesse momento"

O som de um salto fino batendo contra o piso estava começando a irritar Smarkle. Respirou fundo, se concentrando nos cálculos que deveria entregar até o final do dia. Seu setor no laboratório era o de Imunologia, um dos setores técnicos mais importantes do laboratório. Deveria estar focada nos resultados dos testes sorológicos à sua frente e não na forma como os passos repetitivos de sua colega de trabalho estavam acabando com a sua paciência.

Pensou que seu primeiro dia iria ser acolhedor e não estivera errada. Todos que encontrou até o momento foram educados e profissionais, exatamente o que ela esperava deles. Ao menos dois colegas tiveram uma conversa mais longa com ela; trocaram algumas histórias do tempo da faculdade e de seus antigos trabalhos. Smarkle sorria minimamente e concordava quando diziam o quão pitoresco Sylva deveria ser naquela época do ano. Na realidade não sentia muita saudade do condado, era a família que havia deixado que apertava seu coração toda vez. Por vezes parecia ainda estar fazendo algo errado em ter se afastado de sua família, mas logo voltava a realidade e percebia que possuía o direito de seguir seus sonhos. Ademais, Celina nunca a deixaria em paz se cogitasse voltar para casa. Seu lar, queria tanto acreditar, era agora Nova Iorque.

Tentou tanto durante o passar das horas, mas Isadora não estava conseguindo se concentrar, sua mente voltando sempre para o acontecimento da manhã e para o fato de Lucas nem ter ao menos tentado entrar em contato. Lógico que ela queria um tempo para pensar e se acalmar, mas ela era humana e, como todos os seres humanos, era de sua natureza ser irritantemente contraditória. Fora ela quem pedira para que voltassem aos antigos moldes, onde mal se falavam e só conversavam quando se reuniam com a gangue, porém, estava começando a se arrepender e deveras irritada por ele ter acatado seu pedido. Suspirou frustrada, começando a recolher seus pertences quando chegou a hora de encerrar o dia.

— Então, o que achou do primeiro dia de trabalho?

Abriu um pequeno sorriso para a loira que se colocou ao seu lado. Ela era tão alta quanto Riley e sua animação era quase tão palpável quanto a de sua amiga. Alison esperava por ela, Smarkle notou levemente surpresa. Fechou a bolsa e começou a desligar os computadores antes de trancar a sala para deixar a chave com a segurança. Alison acompanhava seus passos, ainda esperando por uma resposta.

— Foi... acolhedor. - piscou quando percebeu que era exatamente essa a palavra que procurava. Ao entrarem no elevador, sorriu ao ver a alegria estampada no rosto de sua colega. - Confesso que estava um pouco receosa em relação aos meus colegas, porém, fui muito bem recebida.

— Claro que iríamos receber você bem. Você é a nossa nova chefe. - balançou a cabeça em exagerado respeito, rindo em seguida ao vê-la sorrir.

Smarkle somente inclinou a cabeça em diversão antes de se despedirem ao chegarem na recepção do prédio. Entregou as chaves para o segurança de plantão e saiu para o ar frio da noite. Pensou em pegar o metrô, mas seus pés a estavam matando e chamar um carro seria o melhor. Olhou para os saltos quadrados e altos que usava, somente os comprou porque sua mãe havia insistido no quão séria e respeitável ela parecia ao usá-los. Fez menção de caminhar para longe da porta giratória, mas o toque da vibração consistente de seu celular a parou. Retirando o aparelho da bolsa, se viu decepcionada quando notou que era uma chamada de Zay.

— Olá.

— Nossa, docinho, quem foi que destruiu seu dia? - perguntou levemente divertido ao tom cansado dela.

Torcendo o nariz, Smarkle se apoiou na parede, queria tanto sentar no chão e retirar aquele salto que estava apertando seu calcanhar, mas somente nos dias mais sombrios e sem perspectiva de vida ela iria sentar em uma calçada de Nova Iorque.

— O que houve, Zay? - indagou direta, só queria ir para casa. - Acabei de sair do trabalho e preciso descansar.

— Não posso mais querer ouvir sua voz, gatinha? - provocou, causando uma suave risada nela. - Aí está o som que eu amo.

— Um paquerador como sempre. - suspirou em falsa decepção, escutando animada a gargalhada que ele soltou. - Como está a Vanessa?

— Linda como sempre será e bastante inchada igual uma bola de praia- Ai!

Afastou o celular da orelha para impedir o grito de ecoar ainda mais por sua cabeça.

— Ela está por perto, não está? - o som de um resmungo feminino seguido por outro gritinho de Zay foi a prova.

— Ele nunca sabe quando parar, Izzy. - a voz melodiosa de Vanessa foi recebida com um sorriso. - Estou carregando o filho dele e ele ainda me provoca.

— Não seria o Zay se não falasse de mais.

— Você está certa. - concordou, rindo junto com ela. - Mas isso não significa que ele precisa ser um sem noção o tempo inteiro.

— Eu sou a pessoa mais noçãoxisti... cheia de noção que existe, meu amor. - Zay retomou o controle da ligação. - E a Smarkle é a minha melhor amiga, não ouse roubá-la de mim.

A zombação de Vanessa ao longe fez Isadora rir. Ela amava os dois e sentia tanta saudade.

— Sinto falta de vocês. - confessou, em um tom mais baixo e melancólico.

Zay e Vanessa sempre a visitavam. Por conta da cidade em que moravam, Birginia Beach, uma cidade localizada no estado da Virgínia. Por ser mais perto de Sylva, os dois aparecia de quatro em quatro meses para uma visita de fim de semana. Celina adorava os flertes inocentes de Zay, o Babineaux não perdia uma oportunidade de espalhar seu charme pelas mulheres da família Smarkle. Vanessa era a preferida de dona Dorothy, Smarkle não duvidava, sua mãe havia se rendido à sinceridade da mulher e ao amor que ela possuía pela cozinha. Seu pai também perguntava pelos dois, gostava de ter a casa cheia e Zay e Vanessa eram uma combinação explosiva que era impossível de passar despercebida. Suspirou, novamente melancólica, enquanto olhava ao redor para as luzes fortes dos faróis que passavam pela avenida e para as pessoas apressadas antes de continuar sua fala.

— Aqui está... diferente sem a gangue.

— Eu sei o que você quer dizer. - declarou, o carinho óbvio transbordando em sua voz. - Mas pelo menos você tem Lucas por perto. O que foi isso? - perguntou após o som de desdém que ela provocou. - O que o Friar aprontou, docinho?

— Como você sabe que ele fez algo? - estava curiosa para saber como ele chegou à essa conclusão.

— Porque ele acabou de me enviar uma mensagem desesperado atrás do endereço do seu trabalho.

Abriu a boca surpresa, sem saber como reagir à informação. Olhou ao redor procurando por um certo homem loiro quando o encontrou caminhando em sua direção à poucos metros. Mesmo de longe ele parecia decidido, se movendo com um propósito que fez Smarkle segurar um som de exclamação ansiosa.

— Vou ter que desligar, Zay. - informou enquanto o Friar se aproximava, mal escutando a risada animada que seu amigo soltou do outro lado da linha.

— Ele chegou não foi?

O tom divertido era a prova de que ele estava embarcando de cabeça como o bom fofoqueiro que era. Isadora assentiu antes de lembrar que estava em uma ligação, seus olhos vidrados na pessoa que parou à sua frente.

— Tchau, Zay. - murmurou a despedida de forma apressada, desligando antes que ele tivesse a chance de falar.

— Vejo que ele foi rápido. - Lucas comentou, mudando o peso de um pé para o outro, a observando com um olhar cauteloso.

Parecia que sua coragem havia sido reduzida. Smarkle se perguntou se era por conta dela.

— Sim, ele sempre é. - franziu a testa em confusão, não conseguia entender o porquê dele estar ali.

Lucas respirou fundo, como se estivesse tomando fôlego para algo importante. Então acenou com a cabeça e abriu a boca para falar, mas parou, tentou novamente e congelou de novo. Por fim, claramente frustrado, deu um passo em sua direção, aproveitando que não havia como Smarkle recuar por conta da parede às suas costas.

— O que você quer?

— Me desculpar. - continuou antes que ela o interrompesse. - E, por favor, só me dê alguns minutos sem me interromper. Prometo que não é o que você pensa.

Smarkle ponderou. Ele parecia angustiado e culpado, seus olhos brilhando em súplica e refletindo a luz dos postes e dos sinais luminosos ao redor deles. Soltou o ar lentamente, observando intrigada os ombros do homem à sua frente descerem em alívio. Não havia notado o quão tenso ele estava, mas apenas um sinal seu de que o escutaria o fez relaxar visivelmente.

— Tudo bem. - concordou, franzindo a boca para evitar qualquer reação quando o viu sorrir levemente. - Mas precisamos ir para outro lugar. Meus pés já estão doendo de ficar em pé e... - bufou incomodada, revezando o peso do corpo de um pé para o outro. - Eu só quero comer algo.

— Eu trouxe o meu carro, da clínica na verdade. - informou prestativo. - E podemos comer algo antes de eu te deixar em casa.

— Lidere o caminho.

Pediu em um tom de voz neutro, o seguindo de braços cruzados. O Friar abriu a porta para ela assim que chegaram ao local onde o carro estava estacionado, Smarkle somente acenou em reconhecimento e adentrou o veículo. Suspirou de alívio assim que fechou a porta e pôde esticar as pernas. O escutou entrar, mas toda a sua atenção estava nos saltos verde musgo que usava. Resolveu que não valia mais a pena utilizá-los e cruzou as pernas, se inclinando para soltar o fecho que o prendia ao tornozelo esquerdo.

— Então...

Epserou que ele continuasse, mas Lucas somente a encarou, novamente sem palavras. Smarkle arqueou uma sobrancelha em indagação, notando o brilho nos olhos claros e o levar rubor nas bochechas dele. Piscou meio atuardida, não compreendia o motivo dele a estar encarando daquela maneira. Arranhou a garganta o tirando do transe, estreitando os olhos em suspeita quando o Friar virou o corpo para frente e endiretou a postura.

— O que você realmente quer me falar, senhor Friar? - perguntou cansada.

Ela estava com fome e exausta. Seus pés doíam e sentiu um imenso alívio quando, enfim, retirou os dois saltos. Mexeu os dedos dos pés alegremente, ao menos uma vitória naquele dia. Franziu a testa quando notou o silêncio pesado de Lucas, o encarou confusa porque era ele quem queria tanto conversar então deveria estar... falando, afinal.

— O que há de errado com você?

— Não gosto quando você me trata assim. - declarou, colocando o carro em movimento. Seus olhos treinados na avenida à frente e no trânsito caótico.

— Assim como? - realmente não o estava compreendendo.

— Distante, Isadora. Como se eu fosse seu colega de trabalho.

— Eu não beijo meus colegas de trabalho, então você não se encaixaria nessa posição.

Virou o rosto para a janela, não querendo ver a expressão dele, o tom culpado que seguiu sua próxima frase era o suficiente.

— Eu não quis magoar você.

— Mas magoou. - afirmou. Virando-se levemente para que ele a visse. - Eu entendo que posso não ser o seu "tipo", mas não achei que você pudesse...

— Não é você, Smarkle...

— Viu? - girou o máximo que podia para ficar de frente para ele, o cinto de segurança apertando seu ombro. - Toda vez que você se distancia você me chama de Smarkle. É como se quisesse se lembrar de que sou...

— Você é você, tá legal! E você é incrível e linda e... - respirou fundo, aproveitando que haviam parado em um provável engarrafamento. Mas Smarkle não se importava, tudo o que ela podia ver eram os olhos de Lucas brilhando com uma determinação que ela nunca vira antes. - Você é você. - repetiu como se fosse o fato mais importante do mundo. - E nos conhecemos há tanto tempo sem nunca nos conhecermos de verdade. E eu sei, não, eu tenho certeza, Isadora, de que eu vou me apaixonar por você.

A respiração ficou presa em sua garganta. Observou em transe cada movimento dele, a atenção voltada para o trânsito que começou a se movimentar, as mãos fechadas com força em torno do volante, os olhos se forçando a não encará-la... ele lutava contra uma vontade não conhecida para Smarkle. A pulsação que ecoava em seus ouvidos abafava os sons do trânsito do lado de fora. Dentro do carro, somente as batidas do coração dela podiam ser escutadas, poderia estar exagerando, mas era assim que estava se sentindo no momento. Sem fala, congelada em um momento criado unicamente por Lucas Friar.

— Não vou mentir e dizer que não me senti atraído por você desde que nos encontramos, mas a diferença é que enquanto você provavelmente só sente atração física, eu não consigo não sentir mais. - confessou, girando o volante para à esquerda enquanto entravam em uma rua residencial. - Aquele beijo... aquele beijo foi a prova, porque quando nos separamos eu fiquei assustado e recuei. Eu me jogo, Isadora, de cabeça e rápido. Toda vez.

Lambeu os lábios ressecados enquanto tentava empurrar o nervosismo para baixo. Torceu as mãos que estavam juntas apoiadas em seu colo, se forçando a não desviar a atenção dele. A vontade de recuar também, grande hipócrita que ela era, se mostrava quase insuportável de resistir.

— Quando você estava naquele triângulo desnecessário, foi por que você não queria magoar nenhuma das duas ou estava com medo de se entregar e acabar se magoando?

Lucas inspirou profundamente, a tensão quase palpável emanando de seu corpo em ondas que se arrebentavam contra Smarkle. Ela esperou, parecia que ele estava em um momento próprio de contemplação, à procurava das palavras corretas. Mas ela queria saber, sua resposta para aquela pergunta iria ditar todo o rumo daquele relacionamento estranho e confuso que começava a nascer entre eles. Mal percebeu que haviam parado até que o Friar desligou o carro, retirou o cinto e se voltou para ela. A expressão meio encoberta pelas sombras que atravessavam o parabrisas, provocadas pela luz dos postes ao longo da rua em que estavam.

— Eu sabia que assim que dissesse quem era a minha escolha, eu iria fazer de tudo para que desse certo, não importava quem era. - respondeu, inclinando o corpo para ficar mais próximo dela. - No fim não precisei escolher porque fizeram isso por mim, mas éramos apenas jovens descobrindo os sentimentos e os dramas que vem com eles. Agora não, Isadora, agora somos dois adultos que constroem mundos sem perceber e eu não gosto de ficar longe de você.

— Mas, só nos conhecemos há dois dias. - sussurrou, com medo de que qualquer som mais alto quebrasse o que estava sendo construído dentro daquele carro.

Lucas piscou lentamente, um sorriso um tanto descrente se abrindo em seu rosto antes de estender uma mão e apertar as de Smarkle. Ela se viu relaxando, como se tivesse há tanto tempo precisando daquele toque e só haviam se passado poucas horas desde a última vez em que tinham se tocado. Compreendeu ali o que ele queria explicar. O tempo seguia uma ordem diferente para eles, foram de amigos para quase desconhecidos para pessoas que se conectaram à primeira vista. Eles tinham uma base, o necessário para criarem algo incrível juntos, um mundo só deles e no momento era a única garantia que Smarkle precisava de que...

— Eu também vou me apaixonar por você.

A forma como o rosto de Lucas se iluminou estaria para sempre marcada em seus pensamentos. Seria algo que ela retiraria da caixinha de lembranças durante uma noite, revisitaria em momentos aleatórios do dia ou esperaria ver para sempre iluminando suas noites. Ela estava caindo, rápido e constante, com um sorriso no rosto e o coração pulando no peito. Quando ele levou uma mão ao seu rosto, os aproximando ainda mais, estava claro em seus olhos que ela nunca cairia sozinha.

— Preparada? - perguntou em um sussurro, tocando seus narizes em um carinho só dela.

— Sempre. - garantiu, fechando o infinito espaço entre eles e tendo novamente seu ar sugado em um beijo calmo e profundo.

Smarkle sentiu Lucas sorrir em meio ao beijo, o que a fez suspirar contente. Suas mãos moveram-se para encontrar um lugar em seus ombros, deslizando em torno deles o prendendo em um abraço apertado, ou o mais apertado que conseguia, dado sua situação. Resmungou quando seus lábios se separaram, provocando um risada no Friar que chacoalhou seu corpo junto ao dele. Resolveu se afastar para retirar o cinto de segurança, porém, Lucas foi mais rápido e em um clique se encontrava livre. Abriu os olhos para encontrar somente um borrão, as lentes de seu óculos embaçadas por conta da condensação do ar e do toque acidental. Retirou o óculos rapidamente, o colocando contra o console do carro antes de empurrar Lucas pelos ombros e, em uma velocidade surpreendente até para ela, se colocar sentada no colo do Friar.

— Hum, olá. - ele falou, rindo levemente surpreso.

— Olá. - Smarkle riu também, tanto pela situação quanto por ter que praticamente colar seus rostos para conseguir ver nitidamente os olhos que tanto se viciara.

— Estamos em uma rua nada deserta, Isadora. - a lembrou, mas o sorriso em seu rosto não diminuía apesar da reprimenda.

— Não vamos fazer nada de mais. - se defendeu, envolvendo o rosto dele entre suas mãos, quase derretendo quando sentiu o calor das palmas atravessar o tecido que cobria suas coxas. - Só queria estar mais perto.

— Você foi bastante rápida. - comentou, uma curiosidade óbvia em seu rosto. - Por acaso já tinha feito isso antes?

— Beijos no carro ou algo a mais? - provocou, sorrindo de maneira maliciosa.

— Aí está você. - rindo, a puxou para mais perto, beijando suavemente seu queixo. - Senti falta da sua parte paqueradora. - sussurrou contra a sua pele.

— Bom saber.

Comentou, a pele esquentando por onde os beijos dele passavam com um carinho nítido. Porém, o comentário anterior de estarem em uma rua movimentada finalmente cimentou em sua mente. Com os olhos arregalados, retirou as mãos dele de seu corpo e tentou pular para o banco do passageiro o mais rápido possível. Suas pernas se enrolaram uma na outra, seu quadril pressionando a buzina e provocando um som estridente antes dela se sentar ofegante e completamente envergonhada. Uma batida de silêncio foi o suficiente para que o veículo fosse preenchido pela gargalhada de Lucas, alta e sonora, o que só aumentou a sua vergonha.

O encarou tentando parecer irritada, pegando seu óculos para limpar as lentes na barra da blusa antes de colocá-los de volta. As risadas do Friar ainda soavam, ele segurava uma mão na barriga e a outra enxugava algumas lágrimas que caíam. Toda vez que ele a encarava, uma nova onda de gargalhadas o acometia. Smarkle sentiu uma risada borbulhar em seu peito, seus lábios tremendo para se abrirem em um sorriso. Em pouco tempo se viu rindo junto com ele, uma gargalhada limpa e contente saindo de seu corpo.

— Vem cá.

O escutou ao longe, sendo puxada para um abraço desajeitado enquanto ainda riam. Aos poucos se acalmaram, suaves risadas saindo de seus lábios de vez em quando. Smarkle suspirou feliz, enrolando um braço dele com os seus, os prendendo um pouco mais. Encostou a cabeça no ombro de Lucas, sentindo um beijo no topo de sua cabeça antes dele se aconchegar contra ela. Ali, em meio ao abraço dele, Isadora se sentiu em casa pela primeira vez desde que chegara. Parecia certo. Parecia que Nova Iorque se apresentava em uma nova lente, uma mais colorida e esperançosa. Queria congelar aquele momento, tudo o que sentia e o que ele provocava. Oh, sim, ela definitivamente iria se apaixonar por Lucas Friar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The good parts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.