The Golden Snitch and The Chaser escrita por Virgo


Capítulo 1
Pride but mostly prejudice




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Ouvir a minha mãe falar tão bem de Malfoy apenas me fez revirar os olhos. Para Hermione Granger-Weasley, a grande Ministra da Magia, ele era o garoto mais educado, bonito e inteligente, que ela conhecera em toda a sua vida (pobre do meu irmão). Não sabia se ela o dizia por achar que era verdade ou só porque era amiga da senhora Malfoy. Quando ela desligou o telefone e me deu um olhar profundo através da porta da cozinha, soube que não era nenhuma das opções citadas acima, ela queria convencer-me, a mim, de que Scorpius Hyperion Malfoy não era o que o meu pai me dizia ser.

Eu escolhera acreditar no julgamento do meu pai. Que contradizia com o julgamento de pessoas como a minha mãe e o meu primo Albus. Scorpius Malfoy podia até ser simpático (eu dava-lhe isso), mas ele era um Malfoy. Eu não necessitava de livro nenhum para me dizer o que isso significava; eu bem sabia da história – assim como a minha família. Eu entendia que a minha mãe fosse amiga de Astoria Hyperion Greengrass-Malfoy , ela era uma mulher simpática e requintada, cuja extrema beleza podia ser comparada apenas com a sua inteligência (há quem diga que ninguém tem os dois; a senhora Malfoy tinha). Mas o resto da família… Eu tinha que ter história com os dois descendentes.

Não diria que eu e Malfoy temos história. Ele sempre queria algo de mim; se uma amizade ou um romance, já não sei precisar. Mas eu não lhe dava bola. Eu não o compreendia; não compreendia como tinha a audácia de se aproximar da minha família depois de tudo o que a família dele fizera. Ele devia-me distancia! Virgo Malfoy a sua irmã, era é definitivamente uma das pessoas mais interessantes que pude conhecer. A nossa amizade foi curta, eu admito que a responsabilidade é minha, no entanto eu tinha que me afastar daquela família.

−Rose? – senti o toque quente e suave da minha mãe no meu braço – Eu preguntei-te se sabes o porquê das notas da Virgo terem baixado tanto no ano passado. Com o atraso das cartas a Tory só recebeu as notas dos NOMs dela agora. Ela acha que são chegadas, então ela queria averiguar se sabias de algo. – ela logo virou-se para lavar a louça que estava acumulada na pia.

− Mãe. Nós já não somos amigas. – eu respirei fundo, quando ela se virou de volta para mim, vi no olhar dela que já sai, mesmo sem eu lhe ter dito – Eu ainda não estou pronta para falar sobre isso.

−Bem. Não precisas de me contar agora, mas espero que não estejas a contar só me contar por carta quando estiveres em Ilvermorny. – ela disse e voltou para a sua tarefa. – Isso seria um pouco covarde da tua parte.- finalizou

− Sobre isso. – eu levantei-me da mesa e coloquei-me ao lado dela para que pudéssemos estar a olhar uma para outra e ajudei-a a secar a louça que ia ficando pronta. – Acho que vou passar o torneio Tribruxo, talvez faça para o ano ou assim. – a minha vontade de ir para outro país neste momento da minha vida era completamente nula.

− Não, Rose. Tu vais. Os teus primos esperaram, para que todos pudessem ir juntos. É recomendado fazerem o torneio no sexto, mas o James e o Fred esperaram até este ano para fazerem todos juntos, contigo e com o Hugo, e o resto dos primos. Além disso já estás inscrita, não vais desistir agora. – a minha cara não devia parecer nada simpática. O que eu queria era não ter que conviver com os Malfoy. Um ano sem os ver parecia super promissor – Não vão ser os filhos do Malfoy que vão fazer a minha desistir de algo que até à uns meses atras era o que mais a entusiasmava. – odeio que ela saiba ler a minha cara tão bem – Só falta uma semana para ires… Espero que não estejas a fazer birra e estejas a preparar tudo. Creio que tu e o teu irmão já são crescidos o suficiente para fazer as vossas malas sozinhos. Eu não vou andar atrás de vocês para prepararem as coisas.

− Já que falas nisso dava jeito lavar as minhas calças de ganga. – eu conformo-me com o meu destino, se tenho mesmo que ir para os Estados Unidos com os Malfoy. Ao menos tenho os meus primos e primas, que são os meus melhores amigos.

* * *

Quando acabei de colocar os chinelos na mala pude finalmente respirar. As malas estavam prontas para ir amanhã para Ilvermorny,. Era estranho saber que não voltaria a Hogwarts tão cedo. O tio Harry estava certo, aquela escola era definitivamente uma casa. As saudades já apertavam.

Depois de descansar um pouco peguei na mochila já preparada com o meu pijama e escova de dentes. Estava pronta para a minha última festa de pijama do verão. Todos os anos eu a minha prima Roxy e a nossa melhor amiga Alice Longbottom tínhamos a tradição de fazer uma festa de pijama na ultima noite antes de embarcar para Hogwarts. Este ano decidimos que não fossemos regressar a Hogwarts, desta vez, a tradição dever-se-ia manter.

− Mãe! Pai! Vou para casa do tio! Até amanhã! – gritei quase da porta recebendo despedidas deles. Eu vivia na rua do ministério da magia deixando-me a apenas três paradas de metro da Diagon Alley onde vivia a minha prima, no apartamento por cima da loja do meu tio. A viagem era rápida, saindo em Leicester Square era apenas uma caminhada de cinco minutos até á rua mais movimentada do mundo bruxo. O tio George estava quase a fechar quando cheguei.

Ainda ofereci ajuda, mas sem precisar dela, subi ao andar de cima onde moravam os Johnson-Weasley. A casa deles era a mais colorida da família. Cheia de cores vivas e mobília original e fora do normal. Era difícil não ficar de bom humor quando se entrava naquele lar; tenho quase a certeza que esse era o objetivo dos meus tios. Enquanto a loja estivesse aberta eles sempre deixavam a porta de entrada destrancada; entrei sem cerimónia para o pequeno hall onde as cores já começavam a ocupar. Eles sempre tinham objetos desarrumados na consola. O que contrastava com as molduras que decoravam a parede estando milimetricamente colocadas. Podia ver a foto de casamento dos meus tios, ou uma foto de Fred II como molas da roupa no cabelo como se fossem ganchos. Mas a maior que estava no centro de todas era deles os três, quando tinham desaseis, Tia Angelina no meio sendo abraçada por Tio George e Tio Fred sorridentes. Era linda, lembro-me quando era mais nova sempre a achava triste, como é que eles conseguiam fazer uma foto do tio Fred o centro de todas as memórias emolduradas. Mas agora eu entendia a fotografia era não só bonita como irradiava alegria e não tristeza. Jamais tristeza.

− A Roxy está na cozinha. Se não tinhas ouvido a gritaria. – ainda não tinha reparado na voz zangada da minha amiga ao fundo do corredor. – Queres que leve as tuas coisas lá para cima, para o quarto dela? – gostaria de dizer que Fred era sempre um amor, mas a verdade é que ele uma vez fechou-me na casa de banho d’a Toca por três horas com um feitiço silencioso, por isso a sua bondade tinha dias. Mas agradeci por este ser um dos dias bons.

− Olá família! – cumprimentei ao entrar na cozinha.

− Rose, podes por favor dizer á tua tia que não há maneira nenhuma de que as Harpias ganhem aos Bats de Ballycastle no amigável da próxima semana. As senhoras não tem hipótese! – eu jurava a toda a gente que Roxy era feminista. Mas as Harpias de Hollyhead não eram a equipa favorita dela. Isso sempre gerava grandes discussões de família já que a mãe dela tinha dado toda a sua carreira aquela equipa, primeiro como jogadora e agora como treinadora.

Não tive muito tempo para contestar pormenores sobre o tópico, já que fui arrastada escada acima por uma Roxy ainda extremamente enervada. Depois de me largar a camisola pude vestir o meu pijama enquanto ela dava scroll no telemóvel.

− Qual é a cena da Virgo? Está toda a gente a fazer um grande aparato dela ter descido as notas dela de ótimo para excede as espectativas em três disciplinas. Três. Quando eu desci de Aceitável para péssimo no terceiro ano ninguém me disse nada. – ela estava relaxada na cama.

− Não sei quem é que está tão preocupado. Porque ela de certeza que não está. Deveria. Já que são os NOMs não o terceiro ano, são estes exames que te dão aceso a um emprego. – estava a ficar cansada do assunto que se vinha repetindo na ultima semana, parecia ser toda a conversa do momento. Como se o maior mal do mundo. E como se eu soubesse de algo. Por Merlin.

− Só sei que o Luke diz que não é normal, não quando ela tirou excelentes notas durante todo o ano e depois fez cagada nos exames. E depois teve aquela treta contigo então estamos só preocupados. Nunca disseste a ninguém o que aconteceu e a Virgo só confia mesmo na Molly. Estamos meio ás escuras aqui. – ela reclamou deixando um pouco a calma.

− Devias deixar de ouvir o Zabini. E não é assunto para os coscuvilheiros que vocês são. – tentei aliviar o ambiente e deixar o assunto de lado.

− Porquê? Ele é a pessoa mais sensata da minha vida. E a minha pessoa favorita. Ele confia em mim e conta-me tudo – ela olhou sugestivamente para mim. – e tenho a certeza que a Molly sabe do teu bife com a melhor amiga dela, afinal tu quase que lhe tiraste o lugar. – eu sabia o quão curiosa ela estava. Mas eu não conseguia. Pelo menos não ainda.

− Vocês já ficaram? – preguntei na descarada mesmo. Estava de facto curiosa afinal Roxy e Zabini eram super chegados, desde o primeiro ano. Ninguém sabia muito bem como acontecera. Porém eles eram uma boa equipa.

− Podes fugir do assunto o quanto quiseres mas não te podes esconder. – ela reclamou, com razão, devo dizer – Já, eu e o Luke já ficamos, estávamos ambos meio bêbados, o que não foi o melhor momento. Ele beija bem. Devia ter estado mais sóbria para isso. Talvez numa próxima. – fiz-lhe sinal pois o cérebro dela estava a dispersar e ela claramente não estava a reconhecer as minhas expressões faciais. Eu gostava de pormenores, mas neste momento não era isso que eu estava à procura e aconteceu. Foi numa festa que os pais dele deram. O Scorpius, o Albus e a Molly estavam lá também basicamente estávamos os amigos chegados. Eu fiquei lá a dormir nesse dia. Só a dormir… Como eu disse estávamos bêbados mas eu não apaguei. Lembro-me de tudo. Juro pela calcinhas aos patinhos de Dumbledore.

− Tens a certeza de que te lembras? – uma voz feminina veio de trás de mim.

− Por favor Alice! Eu tenho a… Não! Eu tenho a certeza, sim! Para de me fazer duvidar.  – a loira riu-se e logo começou a colocar-se confortável com nós.

− Tu já conheceste os pais dele então? – eu preguntei sempre tive curiosidade de conhecer os sonserinos que o meu pai tanto odiava, eu apenas conhecia Astoria, nem sei se ela podia ser considerada uma sonserina de tão amável que era.

−Eu já conheci todos os que há para conhecer, Rose. Os pais do Luke os do Scorpius, os tios dele, Pansy Parkinson e a esposa dela. Todos eles são boas pessoas, pelo menos sempre foram simpáticos para mim. Não tenho razão de queixa. Sempre me fizeram sentir bem-vinda em casa deles ou nas suas festas. Não sei qual é o teu preconceito com eles.

− Não é preconceito… - tentei defender-me.

− Rose. – Alice tocou-me no braço fazendo carinho, ela tinha essa mania de te confortar quando te ia confrontar. Ou quando tinha opiniões quanto ao assunto, mas preferia manter-se calada – Não podes negar que há algum preconceito, da tua parte, com essas famílias puro-sangue. Nem te dignas a ser simpática com o Malfoy embora ele nunca tenha sido nada mas simpático e educado para contigo. Estás sempre a pegar no pé do Zabini por sabe Merlin o quê, pregas que ele não é uma boa pessoa sem se quer teres trocado mais de cinco palavras com ele. Tornaste-te muito amiga da Virgo e passados seis meses deixam de se falar e nenhuma das duas se abre sobre o assunto. Podes até não ter nada contra eles, mas neste momento as tuas ações dizem o contrario. – eu soltei-me do toque dela escusado será dizer que não era grande fã dessa sua mania.

− Não! – disse ,indignada. Ao que elas me imitaram, mas questionando – Não! Eu não tenho nada contra eles. E ela… Ela… Tinha uma coisa por mim… Eu não podia continuar a ser amiga dela! Ela é apaixonada por mim! – gritei desta vez.

Não era normal as minhas amigas ficarem sem palavras. Nessa hora soube que tinha feito merda.


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