- Esse é meu irmão, Bill. – Tom disse parecendo orgulhoso.

- Lisa Schwartz. – Sorri abobada para aquela figura que parecia ter saído de alguma história que eu adoraria ler.

- Isadora Holzwarth. – A mesma disse estendendo a mão e ele a segurou, em seguida lhe deu um beijo no rosto.

- Bill Kaulitz.- disse agora enquanto dava um beijo no rosto da Éli.

- Sou Éli. – Ela disse assim que ele se afastou.

- Olá Lisa, ouvi muito sobre você! – Falou me dando um beijo no rosto. Ele parecia empolgado, sem a formalidade com que cumprimentou Éli e Isadora, olhei confusa para o Tom que apenas riu.

- Ouviu? – Perguntei fitando-o.

- Sim, Jullie fala muito de você, não imagina o quanto! – Tom respondeu pelo irmão.

- E fala muito bem! – Bill disse com um sorriso sincero em seus lábios.

- Acho que isso é bom... - Franzi o cenho.

- Não vai abrir? – Éli disse lembrando-me do presente que me aguardava.

 Voltei a rasgar o papel vermelho que estava em volta de uma caixa média, assim que terminei abri a caixa, dentro havia um livro que eu queria ler a algum tempo, em volta havia vários doces e alguns bombons. Ofereci os doces a todos, claro que ninguém recusou. Enquanto eles comiam e conversavam distraidamente - ao contrario de mim, que observava aqueles dois rostos. Bill é andrógino, seus olhos castanhos carregam maquiagem tão escura quanto a que eu costumo usar, seu nariz levemente empinado e sua boca realmente indescritível, seu cabelo preto penteado em moicano. Ele esta vestindo uma calça jeans, camiseta preta, tênis, em seu pescoço há uma gargantilha e em seus braços braceletes. Tom tem exatamente os mesmos traços que o irmão, mas seu estilo é completamente o oposto, ele esta usando roupas largas, seu cabelo é preto e com rastas; não tem sombra preta em seus olhos; posso até arriscar dizendo que ele ouve rap ou algo do gênero. Pude encontrar dois aspectos idênticos neles, o primeiro, claro, são os traços; que são exatamente os mesmos e o segundo é o fato de ser possível ver através de seus olhos, não vou dizer que eu consegui fazer isso, mas é algo que se eu quisesse ou me interessasse poderia aprender a fazer.  Eles são definitivamente diferentes e tenho que admitir que são bonitos e simpáticos ao meu ver, pelo menos por enquanto.

- Gêmeos não são? – Perguntei interrompendo algum assunto que não pude identificar.

- Sim, idênticos. – Bill respondeu-me sorrindo.

- Sim, os traços são realmente os mesmos!

- Que idade vocês têm? – Éli perguntou fitando-os.

- Dezoito e vocês?

- Ambas temos quinze. – Respondi automaticamente.

- Legal. – Tom disse e eu não o olhei para analisar sua expressão.

 Abaixei a cabeça e tirei o livro da caixa, em baixo havia uma carta, claro que não iria abri-la naquele momento, apenas coloquei o livro dentro da caixa novamente e fitei a capa, parecia-me um tipo de mensagem subliminar; dessas que você só consegue entender depois de ler o livro.

- Conhecem a cidade? – Éli perguntou rompendo o silêncio.

- Não, é a primeira vez que estamos aqui...

- Bom, acham que seria um bom jeito de agradecê-los por ter trago o presente se eu fosse um tipo de guia? – Perguntei receosa.

- Seria ótimo! Quando podemos começar esta expedição? – Bill disse eufórico.

- Se quiserem e puderem, podemos fazer algo ainda hoje, depois que conhecerem melhor o parque; se é que vocês têm algum interesse pela

natureza... - disse rindo.

- Ótimo!

- O que gostam de fazer, ir ao cinema, conhecer pontos turísticos e históricos? – Perguntei para poder ter ao menos uma idéia de onde leva-los.

- Gostamos de cinema, shopping, esse tipo de coisa... - Tom respondeu.

- Até podemos conhecer pontos históricos, mas sinceramente não fazemos questão. – Bill completou rindo.

- Bom saber disso, por que também não faço.

- Têm bastantes filmes legais em cartaz.

- Sim, podemos ver algum hoje mesmo, o que acham? – Perguntei receosa; pela segunda vez desde que os conheci.

- Ótimo! – Os dois disseram assustadoramente juntos.

- Georg vai adorar saber disso...- Isadora disse olhando para mim obrigando-me a fazer uma expressão confusa.

- Do que está falando? – Éli perguntou parecendo tão confusa quanto eu.

- Estou falando do intrigante e raro fato da Lisa se socializar. – Ela disse sorrindo orgulhosa de sua conclusão.

- É realmente muito raro? – Tom perguntou-me, fitei os rostos curiosos à minha frente ansiando por uma resposta.

- Simplesmente penso que as pessoas que são meus amigos continuaram sendo e quem não é...Bem, não terá muitas chances.- Disse dando de

ombros.

 Sim, eu queria ver o impacto de minhas palavras, por que eu já estava quebrando hábitos demais com eles e se queriam realmente ter alguma chance de um dia serem chamados de amigos por mim teriam que me convencer disso.

- Isso foi uma indireta? – Bill perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

- E se for? – Perguntei enquanto mudava minha expressão e tom de voz para algo mais desafiador.

- Se for, nós teremos que fazê-la aumentar essas chances, não é Bill? – Tom disse encarando o irmão que me fitava curioso.

- Sim, seremos praticamente obrigados a fazer isso... - Bill disse deixando um sorriso se formar em seus lábios.

- E o que fariam para tentar fazer isso?  - Perguntei e em seguida apoiei o rosto nas mãos.

- O que poderíamos fazer para aumentarmos nossas chances? – Bill me perguntou.

- Que graça teriam os enigmas com as respostas dadas? – Perguntei sorrindo.