Brigas de um Casamento escrita por Capuccino


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a todos que deixaram comentários na história, é realmente muito bom e motivador ter sinal de que alguém está lendo, nem que seja apenas uma palavrinhas, já é suficiente. Dedico esse capítulo a todos vocês, especialmente à Dallon, que se empenhou tanto em escrever um feedback.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806089/chapter/4

Após a cerimônia ser finalmente encerrada – os pés de Hermione só queriam respirar depois de um dia cheio como esse — os recém-casados são levados para uma pequena charrete na qual são obrigados a se sentar um ao lado do outro – as pernas compridas de Ron roçavam desajeitadamente o joelho de Hermione; o contato inevitável e o calor que irradiava de ambos tornava a situação mais desconfortável possível.

O espaço apertado compartilhado fazia Hermione respirar com dificuldade, desacostumada com o contato físico - ainda mais o contato físico de um homem - e fitava suas próprias mãos. Enquanto isso, Ron parecia extremamente constrangido com a situação também, fingindo estar totalmente interessado na chuva fina que manchava as janelas empoeiradas o veículo.

Apesar de agora formarem um casal e estarem basicamente comprimidos em um ambiente abafado como aquele, parecia haver um trato de silêncio implícito entre eles durante boa parte da viagem. Eles ignoravam a presença um do outro, e a troca de olhares era incogitável.

Porém, em determinado momento o silêncio que preenchia o local começou a se tornar insuportavelmente entediante para a morena. Hermione podia ser totalmente contra se casar e qualquer coisa que se opusesse a sua liberdade, mas aquele silêncio todo parecia sufocá-la mais do que o corpete que envolvia seu corpo.

Com a voz um pouco fraca e envergonhada, ela pigarreou, com as mãos inquietas:

''Então… Para onde exatamente estamos indo?''

Ron imediatamente virou a cabeça em sua direção, surpreso por ela ter dirigido a palavra a ele, ainda mais de uma maneira tão doce e delicada - muito diferente da voz confiante que ousou dançar sem ele mais cedo.

''Bem, eu suponho que nós estamos agora indo para a cidade em que moraremos… Em um terreno da minha família, que acredito que agora é... nosso'' Sua fala era recheada de pequenas pausas, como se ele próprio tentasse processar o que tudo aquilo significava. ''Pelo o que eu lembro o lugar é bem tranquilo e sossegado, acho que você vai gostar de lá.’’

Depois de alguns segundo, ele voltou a encarar a janela, e completou, em tom mais baixo: ''Mas acho que só chegaremos lá de madrugada.''

A voz dele, por alguma razão desconhecida, era muito agradável aos ouvidos de Hermione. O timbre de sua voz era terno, e de alguma forma conseguiu acalmar um pouco a bagunça que explodia dentro dela. Parecia reconfortável saber que ela não passaria por aquilo sozinha - o que na verdade, era contraditório, pois ao mesmo tempo que Ron era a razão de sua maior tristeza, ele também era, de alguma forma, o motivo para ela estar calma.

Ela não sabia o por quê, mas parecia que o rapaz era diferente do que ela esperava - ou, talvez, dos pretendentes que até então haviam lhe apresentado. Ron não tentava bajulá-la de maneira forçada e ensaiada, e também não parecia ser um homem agressivo que lhe faria mal. Na verdade, Hermione até sentia algo diferente em relação a ele - talvez fosse o fato dele apresentar desinteresse nela.

O fato é que Hermione travava, ali mesmo, uma batalha com si própria. Parecia que parte dela queria amenizar a situação, como forma de sobreviver àquilo. Agir como se casar com Ronald Weasley fosse muito menos pior do que casar com qualquer outro homem. Talvez seu ódio por ele fosse reduzido porque, de alguma forma, ele também era uma vítima de seus próprios pais.

***

O repentino solavanco da charrete indicou a Ron que eles haviam, enfim, chegado ao destino planejado – Ele sustentava seus olhos abertos com dificuldade, não conseguindo dormir com todo o movimento e chacoalhar do veículo. Desde sempre teve grande dificuldade em conseguir se acomodar em meios de transporte, e a estrada de terra batida e os cascalhos que as rodas beijavam só piorava seu problema.

Porém, apesar de ficar acordado o trajeto todo, foi apenas naquele momento que ele percebeu com grande surpresa que Hermione, ao contrário dele, encontrava-se desacordada ao seu lado. – sua cabeça ligeiramente apoiada em seu ombro e a respiração leve e constante.

O primeiro instinto de Ron seria acordá-la, mas ao julgar pela maneira adorável que ela se encontrava – tão pura e calma, a serenidade de seu sono. Seus lábios levemente curvados e as bochechas coradas. – ele decidiu que a carregaria até o quarto.

Antes que o condutor anunciasse em alto e bom tom que eles haviam chego, Ron o interrompeu com um olhar furioso que o silenciou. Ele não queria incomodar a sua esposa, e por alguma razão que ele próprio não entendia, queria deixá-la descansar.

Envolveu-a em seu terno – a temperatura baixa da madrugada estava fazendo-a tremer – e, assim, a carregou até o interior da casa.  Enquanto carregava-a em seu colo, não podia deixar de admirar a sua delicadeza. Ela parecia tão inofensiva, delicada como uma flor que desabrocha na primavera pela primeira vez… Ron não conseguia entender como ela podia ser a mesma mulher que, mais cedo, o havia desafiado.

Era tão estranho a ver assim, tão vulnerável e calma. Tão leve e liberta... Ron sentia que nunca pôde realmente admirá-la com atenção, na verdade sentiu que nunca teve oportunidade de observar seus traços e detalhes como era merecido. O fato é que a personalidade da mulher em seus braços, ainda que desconhecida, de certa forma o assustava. Hermione não era sorridente e fácil de entender como Lilá era, e isso ficou claro no casamento e na maneira como ela se dirigia a ele - a cena dela dançando não desgrudava de sua cabeça.

Antes de colocá-la devagar em cima da cama - já preparada para aquela ocasião -, Ron sem querer se viu inalando profundamente o cheiro doce de seu cabelo. Hermione parecia tão bela e intocável, como uma pintura renascentista digna de um museu. Para o estranhamento do rapaz, a maneira que ela estava segurando seu pescoço fez seu coração acelerar.

Mas isso só está acontecendo por quê ela está desacordada. Ela me odeia.

Ron observou-a por mais alguns minutos, acendendo um lampião ao lado da cama. Ela com certeza não era a mulher que ele sonhava estar casado, mas a sua ternura e beleza eram inegáveis, e seu coração não podia deixar de ficar balançado por ela - algo que ele relacionou ao sono que o dominava naquela madrugada.

Suspirando, ele se levantou. Hermione com certeza não ficaria contente em acordar ao seu lado, porém, antes de deixar o quarto, ele voltou e plantou um beijo breve em sua testa – e se, ele não estivesse enganado pela má iluminação e cansaço, ele poderia jurar ter visto de relance sua boca se curvar levemente.

 

***

 

Hermione não sabe quando nem como, mas quando abriu seus olhos, se viu deitada sozinha em uma cama de casal, com um cobertor felpudo sobre si.

Seus dedos inicialmente acariciaram o tecido macio do lençol, enquanto seu olhos tentavam se acostumar à iluminação fraca do quarto – que se resumia a um lampião ao lado da cômoda.

Ela havia… Adormecido? Quanto tempo ela ficou desacordada?

E por quê estava sozinha?

Hermione tateou ao seu redor, ainda procurando sinal de seu marido.

Ela corou com o pensamento de Ron se aconchegando ao seu lado, ou até mesmo tocando-a. Estava mais do que claro que Ron havia se preocupado o suficiente para tê-la carregado e coberto, evitando acordá-la de seu sono.

Percebeu também que, além da coberta, havia também um terno preto envolta de si, embalando seu corpo magro. O terno dele.

Hermione jamais esperaria isso dele, e só de imaginar ele, carregando-a em seus braços, um arrepio percorria todo o seu corpo. Interrompendo todos os seus pensamentos, a morena escutou alguém praguejar baixinho, quase como um sussurro, vindo de outro cômodo. A voz não parecia estar muito distante, e até soava abafada.

''Ronald?'' Ela chamou, meio insegura. Hermione não sabia se era a madrugada e a exaustão mexendo com a sua cabeça, mas o fato é que ela não queria dormir em uma cama tão enorme e espaçosa como aquela sozinha, ainda mais em uma casa que ela nunca havia estado antes - e não tinha ideia de como era.

Ela queria... dormir com ele?

O pensamento fez Hermione arregalar os olhos. Ela não poderia, em hipótese alguma, querer dormir com ele.

De repente, o rapaz alto apareceu na porta, ainda vestido com a camisa branca desabotoada do casamento. Seu cabelo estava bagunçado e a gravata parecia meio frouxa em seu pescoço.

''Desculpa, eu te acordei? É que eu estou tentando tirar essa coisa mas…’’ Ele disse, tentando arrancá-la bruscamente, sem sucesso.

''Não, na verdade eu só não estou acostumada em dormir em uma cama tão grande…'' Ela olhou para a janela, assimilando o céu roxo com o fato de que já deveria ser muito tarde.

Em seguida, observando ele tentar novamente puxar a gravata de maneira grotesca e irritada, ela disse, um pouco impaciente:

''Você nunca vai conseguir tirar essa gravata desse jeito. Venha aqui, me deixe te ajudar.’’

Ele a encarou, apreensivo. Após alguns segundos tentando decidir se era uma boa ideia – afinal, ele aceitar sua ajuda implicaria em admitir que ele não sabia como tirar uma gravata. –, ele resolveu caminhar até Hermione para deixá-la desatar o nó de sua gravata, afinal, suas opções estavam escassas e ele queria urgentemente descansar.

''Então, é aqui?'' Ela perguntou, enquanto trabalhava para desfazer o nó.

 ''Sim, é aqui.’’ ele disse, distraído por ainda estarem tão perto um do outro, e por ela ser mais bonita do que ele havia notado enquanto ela estava adormecida.

Ela sempre fora tão bonita assim? Os olhos dela sempre foram tão acalorados ou era a iluminação? O cabelo dela agora caía em uma perfeita cascata de cachos, cobrindo seus ombros de forma quase que angelical, fazendo Ron lutar contra a vontade louca de entrelaçar seus dedos naquele emaranhado castanho.

O ruivo não sabe quanto tempo ficou nadando nas ondulações no cabelo de sua esposa, mas saiu do seu choque ao perceber que segurava sua gravata há alguns minutos – algo que ele havia se esquecido completamente – e que agora Hermione trabalhava para tirar os grampos que mantinham o seu cabelo preso no coque.

Ron não sabia quanto tempo demorou para ela desatar aquele nó, mas ele desejava fortemente que tivesse demorado mais. Assistir as mãos delicadas de sua esposa desfazerem o nó de forma suave fez o coração de Ron bater como uma bomba-relógio. A proximidade momentânea e a beleza de Hermione desconcertaram o rapaz e ele sentia-se atraído por ela igual um vaga-lume rondando um feixe de luz. Todas aquelas novas sensações despertadas de uma vez faziam sua cabeça ter um turbilhão de pensamentos.

''Oh, obrigado…'' Ele enfim respondeu, transtornado, tentando voltar imediatamente para a porta. Ron sentia-se meio perturbado pela maneira que ela o hipnotizava, aqueles olhos achocolatados agora estavam o fitando e ele precisava lutar contra a vontade de beijá-la até o amanhecer.

''Espera, você não vai dormir aqui?'' A morena perguntou, mordendo o seu lábio, com um pouco de desespero. Ron sentiu seu coração disparar ao ouvir sua voz e, se não estivesse enganado, podia conseguir enxergar um raio de desejo naqueles olhos castanhos.

 ''Bem, E-eu, é… Eu não sabia se você queria isso'' Ele gaguejou, arregalando os olhos. Ronald estava um pouco vermelho ou era a má iluminação confundindo os sentidos de Granger?

O fato é que, a iluminação amarelada do quarto, somada ao cansaço da madrugada, só contribuíram para potencializar a atração evidente que ambos não conseguiam evitar.

''Somos casados agora, precisamos disso para consumar o casamento, sabe?'' Ela falou, meio nervosa. A manga de seu vestido deslizou sutilmente pelo seu ombro, fazendo Ron questionar sobre o ligeiro abafamento do quarto.

Hermione não entendia da onde vinha tanta curiosidade, ou o sentimento repentino de vontade que sentia dentro de si. Seria a madrugada realmente a culpada por ela se sentir assim? Ou o fato dele ter se importado e carregado ela até ali, sem se preocupar, tornou-a vulnerável?

''Oh-h, sim, claro… ’’ Ron disse, como se aquele assunto não estivesse fazendo as palmas de suas mãos suarem. ''Mas não precisamos fazer isso de verdade, quero dizer, eu sei que você não gosta de mim.''

Hermione sentiu seu rosto esquentar mais do que nunca.

''Não é que eu não goste de você, o problema é que eu não conheço você.'' Ela disse, com o som do seu coração nos ouvidos.

''Bem, sou obrigado a concordar que facilitaria muito casar com alguém que eu conhecesse um pouco.’’ Ele disse, se aproximando e sentando ao seu lado. Sem querer, um suspiro escapou de sua boca enquanto ele corria os dedos pelo seu cabelo ruivo.

''Então a gente talvez devesse conversar antes disso?'' Ela perguntou, desconfortável.

''Nós poderíamos falar, alternadamente, um fato aleatório sobre nós mesmos, o que você acha?'' Ron sugeriu, ganhando um aceno positivo da morena.

''Bem, claro, acho que poderia ser uma boa ideia...'' Hermione respondeu, um pouco apreensiva, enquanto esfregava as próprias mãos.

Porém, após alguns minutos que correram em silêncio devido a falta de assunto – a pressão da lua de mel assombrando-os – Ron teve uma brilhante sugestão.

''Bem, talvez haja um pouco de vinho na despensa..."

''Eu adoraria, sim, por favor!''

Assim, o rapaz desceu as escadas com prontidão atrás do vinho que, pelo o que ele recordava, havia sido cortesia dos seus irmãos - não que isso significasse alguma coisa, afinal, a família deles especificamente produzia vinho.

***

''Então, eu estive pensando... nós poderíamos falar, alternadamente, um fato aleatório sobre nós mesmos, o que você acha?'' Hermione disse, rodeando o dedo na borda da taça de vinho que segurava.

''Ok, bem, então eu começo... Odeio que me chamem de Ronald.'' o ruivo disse, bebericando timidamente.

''Então do que eu deveria te chamar, sr. Weasley?'' Ela perguntou, curiosa, após tomar um grande gole da bebida.

''Ron, apenas Ron.'' Ele disse, apressado, enquanto gesticulava no ar.

''Ok, então, 'Ron, apenas Ron'… Eu adoro ler na grama.’’ Hermione disse, com um sorriso divertido que acalmou-o.

"Espera, então você gosta de ler?'' Ele perguntou, com estranhamento.

''Sim, eu gosto.'' Ela respondeu, revirando os olhos. ''Sua vez."

''Eu não gosto de aranhas.’’ Ron disse.

"Na minha infância, eu tinha um gato laranja chamado Bichento.''

"Meu melhor amigo se chama Harry Potter, e ele está noivo da minha irmã.’’

"Meu sonho era ter uma biblioteca."

"Meu sonho era casar com Lilá."

Alguns minutos de silêncio constrangedor percorreram entre eles até Hermione perguntar, nervosamente, enquanto brincava com seus dedos:

"Era a loira que você fitava durante a festa?" Ela não sabia por quê, mas esse assunto a estava incomodando. Era com se um espinho arranhasse a sua garganta ao fazer essa pergunta, mas ela conseguiu fazer a pergunta como se não se importasse.

"Sim, ela mesma." Ele respondeu, envergonhado, fitando o chão de madeira. "Nós- nós planejávamos nos casar porém... Ela já era prometida para Simas, que possuí uma família muito mais rica e muito mais influente."

Hermione não pôde deixar de perceber a evidente frustração e lamentação na voz do rapaz.

 "Ai você casou comigo." Ela disse, olhando para o mesmo ponto fixo que ele.

"Ai eu casei com você.’’ Ron repetiu, olhando timidamente pra ela, de relance.

"Sinto muito." Ela disse, colocando a mão sobre a dele como consolo e devolvendo o olhar.

"Bem, não sinta… Quero dizer, algumas coisas não são feitas pra acontecer. Eu tenho certeza que você será uma esposa tão boa ou até melhor do que Lilá." Ele confortou, fazendo o estômago de Hermione estremecer e sua respiração engatar na garganta.

Ela queria ser uma boa esposa?

Ela queria ser uma esposa?

E por quê ela queria ser melhor do que Lilá?

Quando Hermione se deu conta, o homem ao seu lado estava com as mãos emaranhadas em seu cabelo volumoso, com os lábios deslizando sobre os dela. Havia um calor naquele beijo, uma intensidade que fazia o coração dela disparar, como se houvesse uma fogueira crepitando dentro de seu peito.

Ela deslizou suas mãos pelo seu ombro, contornando o seu pescoço e, para a surpresa dele, puxando-o para mais perto. Hermione tinha que admitir que ele sabia bem o que estava fazendo, e se deixou levar pelos lábios macios do rapaz ruivo. O perfume dele – o cheiro instigante que ele emanava – fez ela revogar o odor dos livros como o seu aroma favorito.

Ron deitou-a com delicadeza, ficando por cima dela e plantando beijos pelo seu pescoço enquanto, eventualmente, ouvia Hermione gemer baixinho – para o seu estímulo e contentamento.

Ela jamais sentira essa sensação, e tampouco imaginou que teria essa reação desencadeada por um homem. Claro que ela havia lido sobre isso implicitamente em vários de seus livros de romance, mas nada constava que ela sentiria algo. Sua respiração quente causava arrepios na pele da moça.

Sempre ficou claro que o único a sentir prazer na relação sexual era o homem, a satisfação dele era a única função.

Então por quê ela sentia uma vontade enorme de arrancar suas roupas e montar nele? Uma vontade insaciável de sentir ele mais perto? Ela era uma… Depravada? Uma meretriz?

Hermione deu o máximo de si e controlou-se para deixar a noite ocorrer como o previsto. Ela sabia que precisava consumar o casamento, então permitiu que ele a tocasse, inspirasse sua pele e até mesmo permitiu a si mesma aproveitar o momento.

O ato, em si, durou em torno de alguns míseros minutos. Hermione não ficou decepcionada, porque sempre imaginou que o sexo se resumia a penetração e ao prazer masculino, porém não pode evitar de perceber que sua intimidade estava, mais do que nunca, ardendo em uma acidez dolorida.

A cara de desconforto de Hermione fez Ron ter remorso. Ele fez algo de errado? Antes do ato, em si, começar, ela parecia estar se divertindo tanto quanto ele, mas depois ela parecia tão… Indiferente, abatida.

Ele sabia, no entanto, por conta dos relatos e conselhos de seus irmãos, que mulheres achavam, em sua maioria, sexo monótono e entediante… Então por quê ele se sentia assim, egoísta e incompetente?

Hermione já havia retirado seu corpete por inteiro – o sexo apressado fez com que ela estivesse usando apenas isso, visto que Ron não tivera paciência e habilidade suficiente para tirá-lo – e vestindo uma camisola de cetim que encontrara na mala.

Ele não pode deixar de observá-la, após o sexo, fazer esse movimento tão indiferente, como se nada houvesse acontecido. Seu corpo esbelto nu, diante de seus olhos, mas tão desinteressado nele.

E sem nenhuma palavra, ela se aconchegou e virou-se de lado, mais confusa do que Ron sequer podia imaginar.

Isso, de alguma forma, machucou Ron de uma maneira que ele não conseguia entender ou explicar.

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi tão difícil de escrever! Mas fui obrigada a fazê-lo, pois considero essencial para o desenvolvimento dos personagens; há uma visível atração física entre eles, é claro, mas também o orgulho e teimosia que os impedem de viver algo tão simples.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Brigas de um Casamento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.