Jardim Tempestuoso escrita por Maeva Warm


Capítulo 5
Capítulo 05 - Narcisos 1


Notas iniciais do capítulo

Narciso Storm - Herman Tømmeraas
Dimitri Kozlov - Danila Kozlovsky
Lotus Storm - Jennifer Lawrence
Roger Storm - Chris Evans



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Mais uma mensagem chega no celular dourado que descansava ao lado do prateado, que era ligeiramente maior do que o primeiro. Devido a aparente impaciência do destinatário, paro a leitura do contrato de prestação de serviço para uma rede de pubs que pretendia investir na cidade, relaxando ao recostar-me no apoio da cadeira.

Aperto um pouco os lábios em desagrado com o conteúdo do recado. Meus dedos encontram com agilidade o contato da escola de meu filho em meio aos números, em sua maioria, de parentes. Dois toques são o suficiente para me deixar um pouco aflita, embora minha aparência não tenha sido alterada em nada.

"— Senhora Storm? Sou Eve, pedagoga do St. James School. Peço perdão por importuná-la em meio ao seu horário de trabalho, mas o pequeno Nathan está se queixando de dores na cabeça e peito. Ainda não conseguimos identificar a causa e os antialérgicos não estão fazendo efeito."

Estranho o repentino mal estar de meu filho, em especial pelo fato dos remédios não solucionarem o problema. Respiro fundo ao imaginar uma possível causa.

— Por gentileza, senhorita, poderia verificar se Nathan apresenta alguma olheira ou está mais pálido?

Respiro fundo ao receber a resposta afirmativa, encarando mais uma vez o contrato em cima de minha mesa ao tomar uma decisão.

— Estarei chegando em vinte minutos. Designe alguém para o supervisionar enquanto ele espera no portão e peça aos professores que enviem suas atividades escolares para meu número, por gentileza. Agradeço a eficiência de sempre. Até breve.

Assim que a mulher encerra a chamada, pego a bolsa que estava guardada no espaço abaixo da gaveta do meu lado esquerdo. Guardo ambos os aparelhos nela, tirando o fone do telefone fixo, localizado no canto direito do vidro de minha mesa, do gancho. Aperto o ramal de minha assistente, sendo atendida após o primeiro toque.

— Peggy, cancele meus compromissos da tarde e reagende apenas a reunião com o setor de TI. Vou manter a linha de trabalho desligada, então só entre em contato se for caso de vida, morte ou falência. Peça à senhora Goldberg que comunique Narciso para assumir a pauta com o setor de saúde. Se necessário acionar algum outro departamento, ele tem carta branca para tomar a decisão que achar mais adequada. — Dito as ordens enquanto guardo meus pertences e o documento em minha bolsa, parando de falar ao ver que havia a visita de um de meus primos duas horas antes do expediente acabar. — Possivelmente não vou conseguir entrar em contato com Hector, então avise-o que estou indo buscar Nathan na escola e não poderei recebê-lo hoje. Ou avise Narciso e peça que transmita o recado. — Levanto da cadeira, desativando o viva voz e apoiando o fone entre meu ouvido e ombro. — Tente encaixar os assuntos mais urgentes nos próximos dias e pode ir pra casa quando finalizar. Só entrarei em contato com você se precisar ficar ausente por mais tempo. Boa noite, Peggy! Obrigada por seu esforço hoje!

Coloco o fone novamente no gancho, saindo da sala com pressa ao desligar a chamada. Para minha surpresa, a figura de Dimitri Kozlov é revelada assim que as portas do elevador se abrem, mas não tento entender os motivos para ele estar em minha empresa e, em especial, no meu andar. Entro no cubículo, apertando o botão do subsolo ao perceber que ele não sairia.

— A ansiedade em seu olhar se deve ao fato de me encontrar e não ter como usar alguma desculpa ou posso oferecer minha ajuda?

Ainda que tenha uma parceria com a empresa do homem ao meu lado há cinco anos, era a primeira vez que ouvia, de fato, sua voz de tom baixo e profundo. Arrepios se espalharam por todo meu corpo de forma instantânea, mas disfarcei o máximo que pude. Nathan precisava de mim e não podia me distrair.

— Devo confessar que estou impressionada pelo senhor conseguir identificar o que estou sentindo na primeira vez que me vê pessoalmente, embora eu tenha certeza de que mantenho minhas expressões habituais. — Não querendo aprofundar sobre o motivo e sem ver qualquer necessidade em negar, o elogio e logo me desculpo. — Sinto muito não ter avisado a tempo e tê-lo feito vir à minha empresa sem necessidade, porém surgiu um imprevisto e estarei ausente pelo resto do dia de hoje e, possivelmente, durante todo o expediente de amanhã. Faço questão de pagar o jantar com nossos diretores envolvidos, vice-presidentes e nós dois.

— Não quero ofendê-la, senhorita Storm, mas não seria cavalheiro de minha parte permitir que a senhorita arque com as despesas de um jantar em que eu esteja presente.

Esboço um sorriso, reprovando levemente a atitude do russo. Entendia que deveria fazer parte de sua educação, mas o ambiente de igualdade na qual fui criada me deixava em uma posição desconfortável quando me deparava com esse tipo de situação. As portas metálicas se abrem antes que eu possa tecer qualquer comentário, então saio do elevador e caminho nos mesmos passos apressados até meu carro, ainda sendo acompanhada pelo homem alto e elegantemente vestido.

— Senhora. — O corrijo e rio baixo com o franzir de suas sobrancelhas. O que dava um charme a mais nos traços fortes. — Já tenho um filho de quase dez anos e estou à frente dos assuntos de minha família. Não me sinto confortável em ser tratada como senhorita.

— Perdoe-me pela indelicadeza, mas minha curiosidade foi acionada. Quantos anos a senhora tem? — Minha risada mais uma vez sai baixa, embora um pouco mais alta do que a anterior, e desativo o alarme para entrar no carro cinza escuro mais afastado. — Sei que não é o tipo de pergunta a se fazer à uma dama, contudo sua beleza não condiz com a mãe de um jovem tão crescido.

— Não vejo problemas em revelar minha idade. — Entro no carro, fechando a porta e baixo o vidro da janela. — Tenho vinte e sete anos. Quando meu filho nasceu, eu estava prestes a completar dezoito anos e foi o melhor deslize que já cometi em minha vida. — Mantendo o sorriso, ajusto o cinto e ligo o carro, acenando para o Kozlov. — Sinto muito pela breve conversa, mas realmente estou com pressa. Minha assistente vai entrar em contato e marcar o melhor dia para o jantar. Até mais, senhor Kozlov!

Retiro os sapatos de salto alto, os colocando no chão do lado do passageiro e acelero ao sair do prédio. Chego na escola primária em dezessete minutos, pegando a bolsa que deixei apoiada no painel para retirar meu telefone pessoal e verificar se recebi mais alguma mensagem da escola. Dois toques breves surgem do meu lado direito e baixo o vidro da janela, sorrindo ao ver o rosto um pouco arredondado de meu filho. Destravo a porta e abro para que ele entre, colocando sua mochila no banco traseiro.

— Obrigada por cuidar dele, senhorita Eve! Se não for nada grave, ele retorna semana que vem.

Comunico à pedagoga que acompanhava o garoto de cabelos loiros escuros antes de ajustar o cinto de segurança em seu pequeno corpo.

— Passou a noite acordado novamente, cariño?

Suspiro ao receber a afirmativa, afastando os fios finos de sua testa para beijar a pele que se encontrava um pouco quente.

— Vamos pra casa, você come alguma coisa e dorme na minha cama, ok? Sem conversar com tia V ou tia Isy até tarde.

Ainda segurando a bolsa em meu colo, retiro uma garrafinha com água, destampo e entrego ao rapazinho.

— Bebe para hidratar a garganta e o peito, cariño. Sem pressa, para não engasgar!

Aviso enquanto ligo o carro novamente, colocando minha bolsa ao lado de sua mochila e dirijo rumo a casa que comprei entre a empresa e a escola de Nathan. O silêncio no carro me preocupa um pouco. Ainda que fosse habitual entre nós, meu filho estaria falando sobre como estava se sentindo ou tentaria questionar minhas ordens para não pensar nas dores.

O trajeto é curto e diminuo a velocidade quando percebo um carro parado em frente à minha casa. Não reconheço a placa e meu olhar vai até Nathan, que estava distraído com o helicóptero de brinquedo que Tony o presenteou em seu último aniversário. Com certa cautela, estaciono logo atrás do veículo estranho, ordenando a criança que aguarde até que eu verifique quem estava obstruindo a entrada de nossa casa. Novamente calçada, saio do carro e caminho até o da frente, batendo com o nó dos dedos no vidro do motorista e me surpreendendo com a pessoa sentada ali.

— Lótus? Você não deveria estar na França?

— Boa tarde, Lola! — A loira ignora minha pergunta, o que me faz arquear a sobrancelha e a encarar com seriedade. — Voltei hoje. Roger é um anjo e finalizou a parceria na metade do tempo previsto. Passei na empresa para entregar o relatório e meu botão de flor preferido me disse que o pequeno príncipe teve problemas. Está tudo bem?

Suspiro aliviada e contente com suas palavras, apontando para o portão que estava sendo obstruído por seu veículo e retorno ao meu. Aperto o botão no chaveiro de casa, que mantinha no porta luvas, para abrir o portão e os dois automóveis entrarem na residência.

— Tia Lótus voltou, cariño. Pode ficar sozinho enquanto converso com ela? Prometo não demorar muito e assistir o filme dos mosqueteiros com você. — Mais uma vez afasto os fios de cabelo que caem em sua testa e deposito outro beijo ali, soltando o cinto de segurança dele. — Não corra!

Saio do carro mais uma vez, pegando minha bolsa e a mochila de meu filho, observando a pequena figura andando em passos calmos para o interior da casa. Assim que Lótus para ao meu lado, inicio a caminhada até a sala de estar, indicando o sofá branco em formato de L para ela sentar e sigo até os quartos para guardar a bagagem que carregava. Sorrio para Nathan ao vê-lo embaixo das cobertas de minha cama e troco o salto pela pantufa que meu filho havia me presenteado no último dia das mães. 

— O que aconteceu? — Questiono assim que retorno à sala de estar e sento na extremidade oposta à Lótus. — Você não viria até a minha casa se fosse apenas trabalho.

— Você é irritante! — Mantenho-me em silêncio, sem qualquer vontade de iniciar alguma discussão desnecessária. — O relatório está com Narciso, ele vai te resumir todas as cláusulas. Algumas pessoas entraram em contato comigo e me entregaram acordos pré-nupciais. Como não é algo que resolvo, apenas recebi e vim te passar. Bloom está voltando da China e, pelo que entendi, tem alguns acordos também. — Um leve levantar do canto de meus lábios é perceptível e isso parece chamar a atenção da minha prima. — Narcisa Lola Storm, você colocou algum anúncio de que estamos à venda?

— Não seja ridícula, Lótus! — Reviro os olhos diante de sua suposição, levantando do sofá para ir até a cozinha e preparar algo para Nathan comer. — Fui pedida em casamento por um empresário italiano e recusei, usando as regras de nossa família como desculpa. Ele deve ter espalhado que somos adeptos à alianças matrimoniais. Papa já recebeu oito acordos para minha mão e a de Violet. Não se preocupe com isso.

— Não estou preocupada com os acordos e sim com não termos Storm solteiros o suficiente para atender todos eles.

Paro meus passos e olho para Lótus, que me seguia com um tremor visível por todo o seu corpo.

— E onde está o problema?

Obtendo o silêncio como resposta e vendo sua expressão incrédula, volto a caminhar e abrir portas dos armários, colocando ingredientes sobre a bancada junto com a louça que seria necessária.

— Como assim 'onde está o problema'? — A lanço um olhar de aviso devido ao súbito aumento no tom de sua voz. — Lola, podemos perder parcerias valiosas por não termos como atender todos os acordos! As áreas que estamos expandindo com mais cautela podem ter as portas fechadas para sempre.

— Estou ciente de tudo isso, Lótus. — Respondo em um tom entediado, cortando alguns morangos para fazer a vitamina preferida de meu filho. — Lei da procura e oferta. Muitos estão buscando alianças por um comentário de um empresário bem respeitado no ramo imobiliário. Não temos qualquer investimento nessa área, mas nada impede de iniciar. Seaville não é tão conhecida no cenário mundial, então essa ajuda inesperada é bem-vinda. — Confiro se havia pego o leite de soja ou de cabra, me perguntando se a fase vegetariana de Nathan passaria logo. — Luigi foi esperto e garantiu a preferência nos acordos. Você não é burra, já deve ter entendido o que ele fez. Propaganda gratuita em troca de uma esposa, guarda-costas gratuitos e aprimoramento dos sistemas de vigilância das propriedades dele, aumentando o valor de cada uma. — Ligo o liquidificador, oferecendo um sorriso para a loira quando ela entende o que queria dizer. — Para conseguir um acordo com algum Storm, esses senhores deverão oferecer o que tem de melhor e nós teremos o doce poder de escolha. Claro que nosso maior desafio será escolher quem melhor se adequa a situação, mas nada muito preocupante. Separei três acordos pré-nupciais para você, sinta-se à vontade para lê-los e decidir se aceita algum ou prefere aguardar outra proposta.

— Você está falando sério? — Não lhe dou atenção e continuo a tarefa de preparar o lanche, tendo a consideração de fazer para a visitante também. — Os acordos não são feitos há vinte anos, Lola! Daqui a pouco você vai inventar de abrir uma agência matrimonial!

— Não tinha pensado nisso. — Finalmente lhe dou um pouco de atenção, interessada na sugestão dela. — Vou conversar com papa sobre isso e, se os anciãos aprovarem, coloco você como diretora executiva. — Termino de preparar os sanduíches naturais, oferecendo um para Lótus. — Não pense muito sobre isso. Ainda que os acordos sejam feitos, todos terão tempo para conhecerem e se ajustarem com os futuros cônjuges, já que as datas só poderão ser marcadas quando Violet decidir casar e esse é o maior obstáculo.

Preparo a bandeja com a vitamina, sanduíches e alguns chocolates, fingindo não ouvir a risada de minha prima assim que finalizei as explicações. Sabia que era quase impossível convencer minha irmã gêmea a casar, porém deixaria para pensar nisso apenas quando não houvesse mais alternativas. Subo as escadas e deixo a bandeja sobre minha cama, verificando a temperatura de Nathan antes de retornar para a cozinha e continuar a conversa com Lótus. Diferente do que imaginava, ela estava pensativa olhando para o sanduíche em suas mãos.

— Qual a dúvida dessa vez?

Pego apenas algumas uvas na geladeira, separando-as do fino galho e colocando em uma vasilha.

— Você não está no corredor da morte? Por quê vai iniciar pela Violet, se ela é a segunda mais velha da nossa geração?

— Porque eu já assumi a liderança dos assuntos familiares e tenho Nathan, o próximo líder. — Explico com indiferença, começando a sentir que os ares da França não fizeram bem ao cérebro de minha prima. — Não há necessidade de casamento. Se houver, deixo Nathan escolher o Storm que mais agradar a ele e troco alianças.

— E se o pai dele aparecer? Nunca pensou sobre isso? 

— Não me dou ao trabalho de pensar em coisas que não existem ou são desnecessárias. Você era assim também. — Alfineto e coloco uma uva na boca, olhando o relógio em meu pulso para conferir se estava na hora da nova dose da medicação de Nathan. — Lótus, aprecio sua visita e preocupação, mas Nathan está um pouco doente e preciso cuidar dele. Se não houver mais nenhum assunto urgente, podemos jogar conversa fora quando formos ao Solo. Daisy talvez precise daquele seu adubo especial e se puder enviar um pouco para Nathan, agradeço. Com licença.

Pego mais duas uvas antes de retornar para meu quarto. Tiro a bandeja de cima da cama, a colocando sobre o divã que ficava no canto, e deito ao lado de meu filho.

— Mãe, pediu o adubo à tia Lótus?

Suspiro ao entender o motivo de Nathan ficar calado por tanto tempo. Sua voz infantil estava rouca e era perceptível a dificuldade em respirar ao pronunciar as palavras. Levo minha mão até sua cabeça e acaricio os fios claros.

— Sim, cariño. Não esqueci do adubo. Agora tente dormir um pouco pra essa dorzinha passar. — Beijo o topo de sua cabeça, sem deixar de tocar seu cabelo com a mão. — Sábado vamos na casa da sua tia Violet, ok?

Abraço o corpo pequeno ao meu lado, atenta a cada alteração em sua respiração. Não leva mais do que cinco minutos para Nathan adormecer, embora o mesmo não aconteça comigo.

A pergunta de Lótus volta à minha mente, me fazendo observar os traços infantis de meu filho. Não me preocupei com a possibilidade, pois sequer lembrava do que fiz no mês em que ele foi concebido. Haviam quatro candidatos, contudo minha memória de quatro meses era borrada demais e ainda tinha a grande lacuna de vinte dias.

O medo arranhou meu peito quando Violet quis saber sobre o homem que havia encontrado um tempo atrás, já que tinha a possibilidade dele ser o pai de Nathan e não queria que ninguém soubesse minhas suspeitas sem ter uma confirmação.

Além dele, havia o homem que fora designado para cuidar da minha segurança e era colega de trabalho de Violet; um turista escocês (a qual torcia fervorosamente que fosse ele, considerando que nunca mais o vi em Seaville) e, a última e pior opção, um membro da família que mais odiava em todo o mundo. Todos possuíam características físicas muito semelhantes e eram os únicos com que tive contato naquele período, além de meus pais e irmãos.

O som do aparelho vibrando dentro de minha bolsa me tira dos devaneios e faço um grande esforço para levantar sem acordar Nathan. Reconhecendo o nome no visor, atendo em sussurros para não incomodar o descanso infantil.

— ¡Hola, mi amor! — Retorno para a cama quando o pequeno se mexe, o abraçando em seguida. — Nath está melhor, pequeña. Foi somente um susto por ele não ter dormido bem à noite. — Explico a situação em voz baixa, antes que Susan fale alto e o barulho acabe despertando a criança.

"— Mama está louca de preocupação desde que Isy ligou. — Sua voz informa no mesmo tom sussurrado. — Ela e papa terminaram de arrumar as malas para ir cuidar do pequeno príncipe. Foi muito difícil convencê-los a esperar que eu ligasse pra você."

— Gracias, mi amor. — Agradeço sua atitude, com um pequeno sorriso em meu rosto, por saber que não conseguiria lidar com o nervosismo de nossos pais. — Ele só precisa descansar. Não há necessidade dos nossos pais virem. Já avisei na escola que Nathan ficará em casa até o fim da semana, só que esqueci completamente que o feriado é semana que vem, então vou levá-lo amanhã mesmo para o Solo. Deixo ele com vocês, atualizo nosso pai sobre os assuntos da empresa e retorno à tarde para ajudar a V com a faxina e liberar o Narciso para aproveitar o feriado.

Afagando os fios claros e curtos, escuto com paciência o relato de Susan sobre a rotina na fazenda e sua briga mais recente com Jasmine, aconselhando-a a ser um pouco mais flexível com sua gêmea, já que era melhor uma relação de cumplicidade como a minha e de Violet do que a de conflitos, como a que ela e Jasmine estavam vivenciando.

Despeço-me e encerro a chamada quando percebo que minha irmã caçula estava falando muito sobre as incríveis qualidades de seu professor de piano, entendendo rapidamente sua intenção em nos aproximar de alguma forma.

Encaro o celular por alguns minutos, balançando a cabeça em negação diante das tentativas de meus parentes em buscar um pai para Nathan. Ele não precisava de um. Já tinha a mim, o que era mais do que suficiente.

Envio algumas mensagens para Narciso, agradecendo seu suporte e avisando-o que se preparasse, já que pretendia apadrinhá-lo durante a próxima reunião de anciãos, de modo a cumprir o protocolo necessário para sua promoção ao cargo de vice-presidente, uma vez que ele era um dos mais novos da minha geração e não poderia chegar a esse posto sem que eu mesma tomasse a responsabilidade de prepará-lo.

Após depositar o aparelho sobre a mesinha de cabeceira, busco uma posição mais confortável e fecho os olhos, descansando ao sentir a respiração suave de meu filho em meio ao abraço.


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Notas finais do capítulo

Quantidade de capítulos alinhada, agora somente semana que vem. Comentários são sempre bem-vindos ^^



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