Música: I Don't Wanna Miss A Thing, Aerosmith

Eu poderia ficar acordado

Só pra te ouvir respirar

Te ver sorrir enquanto dorme

Enquanto você está longe e sonhando

Eu poderia passar a minha vida

Nesta doce rendição

Eu poderia ficar perdido neste momento pra sempre

Cada instante que passo com você

É um momento que eu valorizo

O último parto de Dyanna foi o mais perigoso dos seis.

Felizmente, Rhae, sua última filha, nasceu saudável e segura.

Dyanna estava feliz por dar a luz mais uma vez. Ela amava Rhae assim como amava seus outros filhos.

Infelizmente sua doença estava evoluindo e ela ficava cada vez mais fraca.

Caroços se espalharam aos poucos pelo seu corpo.

Ela não podia passar muito tempo com os filhos, por que tudo a cansava.

Suas crianças perceberam que algo estava errado e choravam muito, por mais que Dyanna tentasse os consolar.

Dyanna pediu a Maekar mais uma festa .

Ela sempre amou festas. 

Os poetas declararam poesias, os músicos e cantores a alegraram com seu ritmo agitado.

Ao ouvir uma música romântica, ela olhou para Maekar.

—Dance comigo, amor!

—Mas você vai se cansar, Dyanna.

—Ora, vamos Maekar. Só um pouco.

Maekar se levantou e os dois dançaram abraçados.

Dyanna encostou a cabeça no ombro dele e sorriu enquanto dançavam.

Maekar tentou segurar as lágrimas.

Aemon, vendo os pais dançando, olhou para o irmão mais velho com extrema tristeza.

—A mamãe vai morrer. -ele diz, sentindo a voz falhar.

Daeron o puxou para si.

—Oh Aemon...

Aemon olhou de novo seus pais dançando, tentando gravar a imagem em sua mente. Ele sabia que seria a última.

Eu não quero fechar meus olhos

Eu não quero adormecer

Porque eu sentiria sua falta, amor

E eu não quero perder nada

—Príncipe Maekar, vá para o quarto da princesa Dyanna. Por favor. Rápido.

Maekar segurou a mão da esposa.

Dyanna estava nas últimas.

—Meu amor. -ela diz, apertando a mão dele.

—Dyanna, eu estou aqui.

—Obrigada Maekar. Obrigada por ter me amado. Obrigada por me dar meus filhos. Eu tive uma vida muito boa ao seu lado.

Maekar não conseguiu se segurar dessa vez e se permitiu chorar.

—Oh Maekar. Eu não queria te deixar agora. Eu queria ficar bem velhinha do seu lado. Mas infelizmente isso não vai ser possível. 

Ele não falou nada, tentando conter as lágrimas que não paravam.

—Eu fui muito feliz. Eu tinha pais que me amavam, irmãos que me amavam. Eu tive um marido que eu amei e que correspondeu ao meu amor. Eu tive seis filhos. Eu vou partir sem ter muitos arrependimentos. Quantos podem dizer isso? Quantos foram amados como eu sou? Eu aprecio muito o que pude ter. 

Dyanna o puxou e lhe deu um beijo na testa.

—Lembre-se de mim como a jovem cheia de sonhos que se casou com você, querido. A menina que gostava de música, de dança e poesia. 

—Eu nunca vou te esquecer. Eu te amo Dyanna.

Dyanna sorriu pela última vez.

—Eu te amo, Maekar.

E então ela fechou os olhos, e sua mão não segurava mais a de Maekar.

Ele estava tão atordoado que nem viu o tempo passar, ou seus pais e irmãos chegando.

—Maekar...

—Eu não quero falar nada.

Baelor o segurou.

—O que falar de uma mulher linda, jovem e vibrante que morreu? O que falar de uma filha, de uma irmã, de uma esposa, de uma mãe? Ela era a minha estrela, que me iluminou quando tudo era escuro para mim. O que falar disso?

Baelor não falou nada, apenas o abraçou, enquanto Maekar chorava em silêncio.

Porque mesmo que eu sonhe com você

O sonho mais doce não serviria

Eu ainda sentiria sua falta, amor

E eu não quero perder nada