Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 24
Capítulo 22 - Luta Interna




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Foi instantâneo, ao ouvir a voz de Adrien, Marinette congelou e ficou tensa. 

Ele, obviamente, percebeu e estranhou, afinal parecia que ela havia superado essa fase.

Ou não, pelo visto.

Apesar de que Marinette sempre agiu assim com ele, sempre ficava retraída.

Seria um hábito difícil de mudar.

Antes ele achava que era p

orque ela não gostava de estar perto dele, mas aí descobriu que ela era sua fã e, ainda por cima, que era muito tímida. Isso aliviou um pouco do seu medo de ser odiado por ela.

Mas agora ele sabia da verdade.

Ela, possivelmente, gostava dele e isso parecia ficar mais claro a cada dia que se passava, a cada detalhe que antes Adrien deixava passar por não ter esse entendimento.

Ele não se conformava por não ter percebido isso antes.

O pior cego era realmente aquele que não queria ver.

E Adrien sabia que havia sido cego esse tempo todo e por vontade própria. 

Era estranho para ele descobrir que a sua boa e velha amiga de tanto tempo nutria esse tipo de sentimento por ele.

Agora ele ficava sem jeito e sem graça perto dela, mas tentava não demonstrar essa mudança. Até porque ela já estava agindo de forma estranha com ele, se percebesse que ele também estava estranho, talvez começasse a ignora-lo completamente.

E Adrien não queria isso.

Até porque não queria ferir os sentimentos dela e, ao mesmo tempo, sabia que a sua afeição era completa e total de sua Lady.

Ele não podia pôr tudo em risco agora que as coisas estavam correndo bem com a sua Joaninha.

Ele se sentia muito mal por Marinette e sabia que poderia sentir algo a mais por ela sem nenhum esforço, mas ele não desistiria de sua Lady. Não agora. 

E talvez nunca.

— Eu? Bem? Claro que pão. Digo, claro que não. O que eu quero dizer é que cai do corrimão. Digo, no chão. Da escada. A Alix, ela estava...

Marinette interrompeu os seus gaguejos e se virou para a porta com um olhar incriminador. Porta essa que parecia estar trancada.

Como se pensasse o mesmo que Adrien, Marinette foi até a porta e tentou abri-la. Arromba-la a socos, chutes e pontapés. Mas a maldita porta não se moveu nem um milímetro sequer.

— ALIX! – Mari gritou, e o eco do isolamento acústico quase fez Adrien ficar surdo.

Foi então que os dois jovens se entreolharam, percebendo que ninguém ouviria os seus gritos de socorro.

— Isso não pode estar acontecendo – Mari murmurava enquanto andava pelo quarto, parecendo estar em estado de surto. – Eu não posso estar trancada num quarto sozinha com ELE.

Ai meu Deus!

Ai meu deus!

Isso é um pesadelo!

Só pode ser, claro é isso, um sonho que virou pesadelo!

Adrien a observou, assustado, enquanto Marinette batia na própria testa, parecendo se amaldiçoar e murmurar sozinha.

O loiro, temendo que ela se machucasse, segurou delicadamente o pulso dela.

Mari, instantaneamente, gelou e o encarou com os seus olhos azuis arregalados, seus lábios rosados entreabertos.

— Acalme-se, o Luka vai aparecer a qualquer momento – Adrien tentou acalma-lá. – Talvez a porta tenha dado algum defeito e eles devem estar tentando conserta-la neste exato momento.

Mas era um Gatinho bobo mesmo, Mari pensou.

Ela sabia que o problema não era a porta e sim a Alix que havia trancado eles dois ali. Mas não podia dizer isso a Adrien, já que também teria que contar o porquê de a ruiva ter feito isso. Coisa que Mari nunca admitiria, ela não podia dizer que Alix estava tentando junta-los.

— É... Deve ser... Isso... - Mari assentiu, se sentando na beirada da cama de Luka.

Que mundo louco era este, ela se deu conta que estava no quarto do seu ex-namorado, sentada na cama dele, junto com outro garoto – do qual secretamente era apaixonada – e que também era o seu parceiro na luta contra o crime.

Como portadora do Miraculous da Joaninha, ela deveria ter sorte, mas parecia que sua vida era uma completa e extraordinária confusão.

Adrien:

Marinette não conseguia me olhar nos olhos, ficava apenas sentada na cama de Luka. Mão apoiada no queixo enquanto olhava pela janela. Mas a sua expressão não era entediada, apenas contemplativa.

Ela era tão linda. 

Nunca admitiria em voz alta, até porque parecia traição a minha amada Lady. Mas Marinette me fascinava, me deixava bestificado.

Sem contar com o fato de que eu tinha uma leve queda por garotas asiáticas.

Era minha sina e maldição, até porque uma delas não me suportava e nem as minhas cantadas. A outra era um pouco controladora demais e não me deixava ficar com meus amigos, além de que a minha vida heroica impossibilitava a nossa relação. Já a terceira só queria ser minha amiga ‐ ou talvez outra coisa... Mas, agora parecia que nem isso ela queria mais.

— Então? Você e o Luka...? – eu perguntei, tentando parecer casual.

Mas ela apenas balançou a cabeça, negando.

— Não, somos apenas amigos! – ela disse, ainda encarando a paisagem da janela.

— A Alix não te jogou escada abaixo porque achava que ele estava aqui? – eu pergunto, sem entender.

Até porque eu sabia que o casal Lukalix servia apenas para fazer ciúmes a Marinette. 

Era tudo uma farsa afinal... Pelo que parecia, pelo menos...

Mari enfim me encara, como se eu fosse à criatura mais retardada de todo o Universo, Multiverso e Afins.

— Eu disse algo errado? – pergunto, sem entender o porquê dela estar me olhando daquele jeito.

— Alix está namorando o Luka. Então, porque raios ela faria isso? – ela perguntou.

 

Abri a boca para responder, mas não tive tempo, pois a porta foi aberta por Anarka.

— O que fazem aqui, Marujos? – a mulher pergunta. – Se querem fazer Marujinhos, creio que estão muito distantes um do outro.

Isso foi instantâneo, tanto eu quanto Mari ficamos corados.

Eu e ela? Puftz.

Eu não trairia minha Lady... 

Mas.

Era a doce e alegre Marinette, eu poderia dar uma chance a nós.

Não poderia?

No instante em que isto passou pela minha mente a vejo sair correndo escada acima.

Apenas suspiro resignado.

É, talvez não.

Mas, porque sairia correndo?

Será que era mentira o que Luka me disse sobre ela gostar de mim?

Não, o ódio com o qual ele me disse só poderia significar uma coisa, que ele a queria feliz, mesmo que não fosse com ele.

O amor era realmente uma droga que fazia as pessoas fazerem coisas dolorosas para fazer o outro feliz.

Mas é claro que Mari nunca vai me ouvir dizendo isso... E muito menos Ladybug.


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