Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 14
Capítulo 12 - Casar...?




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Percebendo como havia soado, Adrien seguiu o olhar de Marinette que encarava o próprio braço envolvo por sua mão.
No mesmo instante, ele soltou o pulso dela, como se estivesse pegando fogo e queimando a sua mão. Envergonhado, ele coçou a nuca, bagunçando os fios que já se encontravam em completa desordem.
— Perdão se pareci grosso. O que quero dizer é que eu quase nunca recebo nenhum dos meus amigos aqui e, bem, eu... Eu... Bom, se você quiser ficar... Na verdade, eu, eu gostaria que você ficasse. A gente pode fazer alguma coisa, sei lá... – Adrien tentou se explicar, seu rosto rubro de vergonha.
Como, em nome do Kwami, falar havia ficado tão difícil?
— Certo - Marinette tentou não parecer tão nervosa quanto estava se sentindo - Claro... eu... nossa... É claro, eu adoraria ficar... E a gente... pode fazer algo... algo tipo junto... Só eu e você e... - ela desviou o olhar quando um rubor, igual ao dele, lhe subiu para suas bochechas. - Tá quente, né? Posso beber um pouco d'água?
— Mas é claro! – ele assentiu, prontamente, e pegou na mão dela sem nem pensar duas vezes. - Eu te levo até a cozinha.
Marinette teve quase um mini surto ao sentir os dedos de Adrien junto aos seus, mas não largou a mão dele – não a largaria por nada nesse mundo – enquanto os dois desciam as escadas em silêncio, tentando ao máximo não fazerem barulho para que o pai de Adrien não usasse isso como desculpa para jogar Marinette porta afora alegando que o barulho atrapalhava a sua concentração em seus esboços.
Quando finalmente chegaram na cozinha, ambos soltaram a respiração que nem se deram conta que estavam segurando, antes de se entreolham e rirem um para o outro.
Adrien seguiu até a geladeira e pegou uma garrafa d'água e um copo do balcão e voltou para a bancada enquanto Marinette se sentava em uma das banquetas. Ele a serviu com destreza, fingindo ser um garçom ou um barman, a fazendo rir.
Ela bebeu devagar, admirando a cozinha enquanto ele a olhava intensamente. Quando ela percebeu que ele a estava encarando, quase se afogou com a água. Enquanto Mari lutava para resgatar um pouco de sua dignidade, Adrien lhe passou um guardanapo para que pudesse se secar, coisa que ela aceitou com gratidão.
Juntando coragem, Adrien diz, num tom inseguro, desviando o olhar do dela:
— Mari, você poderia... me ajudar numa coisa... Se desse, é claro... Mas eu não quero ser inconveniente... Só queria... – Adrien gaguejava, coçando a própria nunca, sem saber como prosseguir.
Ele sabia que estava começando a ficar corado e também sentia que a sua língua parecia pesada demais em sua boca, não o permitindo pronunciar as palavras devidamente.
O loiro também sabia que estava agindo como um idiota e, de tão nervoso, começou a rir. Ele se sentia ridículo, mas não conseguiria parar, mesmo sob o intenso e confuso olhar de Marinette Dupain Cheng.
Sua melhor amiga por quem ele, agora percebia, nutria uma leve e saudável quedinha que havia virando um tombo, capotamento e explosão.
Que os Kawmis tivessem pena dele, porque não era possível alguém passar tanto mico na frente de quem mais queria parecer confiante.
— Claro. Do que precisa, Adrien? – Mari disse, prontamente, ao perceber o quanto ele parecia desconfortável.
Ela estava ansiosa por ajuda-lo e talvez até poder passar um tempo a sós com o loiro que havia roubado o seu coração.
Enquanto Mari estava ansiosa em atender aos desejos dele, Adrien franzia a testa, confuso e supreso, seu riso morrendo em sua garganta.
Ela estava mesmo concordando sem nem saber o que ele queria com ela?
Parecia surreal! Ele podia pedi-la em casamento se quisesse e a reposta dela já havia sido dada.
Era risível o modo como era completamente descomplicado com Mari e, ao mesmo tempo, totalmente e completamente impossível com Ladybug.
Talvez Kagami estivesse certa e ele precisasse mudar o seu alvo, mas dessa vez o seu alvo seria diferente. Seria alguém do qual ele tinha certeza de que pudesse gostar e beijar, sem se sentir estranho ou desconfortável.
Marinete não iria impor nada como Kagami havia feito, ela era delicada e gentil demais para ordenar Adrien a fazer o que ela queria na hora em que queria.
Agora decidido, ele respirou fundo e, juntando coragem, Adrien falou:
— Eu quero que me ensine a cozinhar.
Marinette olhou perplexa para ele e disse gaguejando.
— Você o-o-o quê...!? Casar...? Digo, cozinhar?
— Sim, eu gostaria que você me ensinasse. Isto é, se você estiver disposta a me ensinar, é claro.
Ai, Tikki, o que eu digo a ele?
Mari olhou discretamente para a sua bolsinha em busca de ajuda e, em resposta, a Kwami lhe deu um cutucão, num sinal claro de encorajamento.
— Calmo... Digo, caldo... Não. Não. Não. Claro, que não... Digo, pão... – ela gagueja, sem conseguir encontrar a palavra certa, até que suspira e enfim consegue dizer:
— Sim, eu posso sim.
Mari abri um sorriso amarelo, envergonhada por quase ter rejeitado Adrien. Mas ao ouvir a sua reposta final, um amplo sorriso estampa a face dele, fazendo-a derreter por esse belo garoto de olhos verdes como a sorte.
— Podem ser macarrons? É que você faz o melhor de todos! - ele disse, ficando mais corado - Eu gostaria de tentar, se você puder me ensinar.
— Claro! Eu só... nós precisamos de alguns ingredientes e de muito espaço.
Com um gesto amplo, o loiro mostra a imensa cozinha que eles têm a disposição, dizendo:
— Espaço é o que não falta!
Isso a faz rir, mais de nervoso do que por achar graça no que ele disse. Adrien também ri, mais por gostar de vê-la rindo.
— Bom, só me dizer o que precisaremos que peço para o chefe – Adrien completa, limpando a garganta ao perceber que estava dando muita bandeira ao ficar encarando Marinette daquela forma.
— Certo. Uhn... preciso de papel e caneta, você tem?
— Um minuto.
Adrien saiu apressado de lá, atrás do que ela havia solicitado.
Quando ficou sozinha, Mari respirou fundo. Estava tão nervosa que suas mãos suavam e o seu coração estava acelerado. Mas o pior é que ela não sabia como agir quando Adrien voltasse.
O que ela faria!? Ele realmente queria que ela o ensinasse?
Como ela faria isso, se nem se lembrava como se respirava quando ele a olhava nos olhos.
Ela olha ao redor. A cozinha era realmente impressionante, para não dizer gigante. Haviam varias bancadas e um fogão industrial, além de um cooktop de seis bocas. Uma das paredes era completamente coberta por um armário, de ponta a ponta, cheio de panelas que deixariam o seu pai de olhos brilhando, além de varias coisas que ela nem imaginou que poderia ter em uma casa.
Distraída, ela quase não reparou quando Adrien retornou. Ele voltou todo sorridente, com um papel e caneta em mãos.
— Está aqui! – ele disse, erguendo os materiais como se estivesse orgulhoso de si mesmo por ter encontrado tudo sozinho.
Marinette voltou a tremer, o nervosismo contaminando as suas veias. Tentando se acalmar e agir normalmente, ela respirou fundo e pegou o papel das mãos dele antes de começar a escrever o que eles irão precisar.
Sua escolha foi óbvia. Eles fariam macarrons de maracujá, que ela sabia muito bem que Adrien amava.
Contendo um sorriso, ela entregou a lista a Adrien, que leu com empolgação.
— Uau! – Adrien exclamou ao chegar no final, soltando um assobio. – Bom, eu já volto! Não saia daqui – ele brincou antes de sair novamente, agora em direção ao que Marinette acreditava ser a dispensa.
Tikki aproveitou a ausência dele para colocar a cabeça para fora da bolsinha de Marinette.
—Tikki, eu não sei se consigo fazer isso – Marinette se lamentou.
O que ela mais queria era ficar um tempo a sós com o garoto dos seus sonhos, mas agora que seus olhos estavam migrando para a realidade, ela não se sentia preparada para isso.
— Você consegue sim, Marinette! Eu acredito em você! – Tikki disse com entusiasmo dando uma ingestão de ânimo na sua protegida.
— Queria ter a sua confiança. Mas eu só me atrapalho toda perto dele, imagine ter que ficar praticamente grudada nele para poder ensina-lo, eu...
A frase morreu na garganta da garota quando ela ouviu os passos quase que silenciosos do garoto. Tikki foi a primeira a perceber a aproximação e já colocou a cabeça de volta em seu esconderijo enquanto Mari ainda tagarela até que ouviu:
— Mari! – ele a chamou, reaparecendo sorridente.
Já Marinette deu um salto, sua alma pareceu ter ido parar no Japão sem que seu corpo saísse do lugar, de tanto que era o seu nervoso.
Um segundo a menos e ele teria descoberto que ela era a Ladybug. Se Tikki não tivesse se escondido a tempo... Mari nem queria pensar nisso.
Ao ver que a garota havia tomado um baita susto, Adrien riu, achando fofa a careta que ela havia feito.
— Desculpe se te assustei! – ele pediu.
— Por nada... Digo, que nada. Eu não estava fazendo nada mesmo. E nem conversando com ninguém. Estava falando...digo pensado alto ...c om toda a certeza – Mari se apressou para tentar consertar as coisas caso ele tivesse ouvido algo que não devia.
— Ah, Mari – Adrien sorriu, ao vê-la se atrapalhar toda. – Venha comigo!
Dito isso, ele se virou e andou até a porta que Marinette acreditava ser a despensa. Mas a sua crença caiu por terra quando ela passou pelo batente da porta.
Aquilo sim que era uma cozinha.
O lugar era quase do tamanho da cozinha do Hotel Le Grand Paris. E naquele momento estava completamente vazia, como se os funcionários tivessem evaporado do nada.
Adrien andou até uma bancada onde havia tudo o que ela havia lhe pedido e talvez até mais.
— Pierre disse que se precisarmos de mais alguma coisa era só pedirmos! – Adrien diz.
— Certo – Marinette assentiu ainda meio desnorteada.
— E por onde começamos? – Adrien pergunta em expectativa.
— Pelo ganache, ele leva mais ou menos 2 horas, até obter a consistência necessária – Mari explicou.
— Ok. E então?
Adrien só faltava saltitar de entusiasmo.
Por um segundo, ele a lembrou de Cat Noir, mas ela logo afastou a ideia da cabeça, até porque isso não fazia sentido e, de qualquer forma, seria impossível.
— Coloque o avental e pegue aquela tigela ali – Mari apontou e ele logo pegou a tigela.
— Eu vou te explicando como fazer. E se você não estiver conseguindo eu te ajudo. Tudo bem assim?
— Sim! – ele responde, mais do que animado.
Não demorou muito para a cozinha se tornar uma bagunça completa, Adrien já havia esbarrado e derramado um saco de farinha por toda a estação da bancada e havia também cascas de ovo misturado com poupa de maracujá. O chão estava melado com a polpa e uma mancha de suco de maracujá decorava o balcão.
Eles estavam colocando os macarrons no forno para assar quando Marinette finalmente olhou ao redor da cozinha, vendo toda a bagunça e Adrien estava parecendo um fantasma, inteiramente coberto de farinha, desde o rosto, os cabelos até os braços e pernas.
Ao olhar para ele, Marinette não conseguiu resistir e começou a gargalhar.
— Meu Deus Adrien, você está um desastre!
Ele olhou para ela que estava perfeitamente intacta – o que era um milagre dado ao seu histórico de desastres – e dá um sorrisinho estilo Chat Noir, jogando massa no avental dela.
Mari fica em choque, espantada:
— Adrien?!
Ele gargalha e muito vendo a expressão dela.
— Só estou tentando equilibrar as coisas.
Dito isso, ele joga mais farinha nela, sujando seus cabelos. Ela ri e devolve o ataque. Em segundos aquilo vira uma guerra com os dois usando as bancadas como Forte para se esconderem e atacarem.
Aparecendo justamente no pior momento, Nathalie entrou na cozinha ao lado de Olga, a cozinheira-chefe da mansão. As duas se espantaram ao verem o estado da cozinha e o estado de Adrien que tinha mais farinha em seu corpo do que qualquer outra coisa.
Apesar do choque inicial, logo Nathalie voltou a si e perguntou, num autoritário:
— Adrien Athanase Graham de Vanilly Agreste, o que significa isto? Que bagunça é essa? E olhe para você!
No instante que a mulher abriu a boca, os risos cessaram instantaneamente e os dois pararam em choque. Adrien porque odiava que falassem o seu nome completo, até porque significava que ele estava muito encrecado. Já Mari pois não sabia que o nome do meio de Adrien era Athanase.
Como ela, a fã número um dele e melhor amiga, não sabia nem ao menos o nome dele?
A cozinheira estava sorrindo, havia muito tempo que ela tinha visto Adrien rindo daquela maneira e ela adorou ver aquela garota com ele. Ela o fazia feliz como a muito ela não via.
— Uhn, estamos fazendo macarrons – Adrien murmurou.
— E precisavam fazer toda esta bagunça? – Nathalie olha diretamente para a Marinette, a fuzilando com o olhar e olha ao redor como se estivesse numa cena de crime.
Notando o olhar da secretaria, Adrien defendeu a amiga:
— Marinette não tem nada a ver com isso, fui eu quem quis fazer os macarrons e a bagunça também é minha, ela estava apenas me ensinando.
— Vá para o seu quarto e se limpem – Nathalie diz, num tom que sugere que é melhor não a desobedecerem.
— Mas Nathalie temos que... – Adrien começou a dizer, mas foi interrompido pela cozinheira que interviu docemente:
— Não liguem para essa ranzinza sem coração – Olga disse, ignorando Nathalie que lhe encarava prometendo um assassinato. - Pode ir se limpar queridos, eu dou um jeito nisso aqui para vocês.
— Obrigada! – Adrien sorri para Olga antes de pegar a mão da Marinette e a conduzir pelas escadas até o seu quarto.
Quando Mari termina de limpar a farinha do rosto e o que conseguiu do cabelo, ela sai do banheiro, sem graça, já dizendo:
— Acho melhor eu ir, não quero te arrumar problemas!
Adrien a olha de cima abaixo, e surge um sorriso Cat Noir:
—Primeiro você não me causou problema nenhum e segundo não vou te deixar sair assim.
Mari o olha sem entender, ele vai até seu guarda roupa e pega uma camiseta e um shorts e lhe estende dizendo:
—Tome, vista isto!
Marinette ficou petrifica, Adrien estava lhe emprestando suas roupas? Isso era real?
Adrien franze a testa em sinal de interrogação e Mari percebe que ele ainda está com as mãos estendida pra ela, num ato rápido ela pega as roupas das mãos dele porém no processo suas mãos se tocam causando lhes um arrepio, ambos ruborizam instantaneamente e viram o rosto pro lado oposto dizendo ao mesmo tempo:
— Desculpe!
Mari segue para o banheiro dizendo:
—Melhor eu me limpar!
Ela termina de se limpar e Mari sai do banheiro dizendo meio indecisa.
— Acho melhor eu ir, já está tarde.
— Não vai querer nem provar os macarrons? – Adrien pergunta, largando a toalha em que tentava se limpar.
— Preciso ir... você me leva um amanhã.
— Combinado – Adrien esboça um sorriso amarelo.
— Eu te acompanho até a porta!
Eles desceram em silêncio Adrien estava inquieto seus pensamentos a um milhão por segundos, ele criou coragem e quebrou silêncio:
—Como um pedido de desculpas pelo que aconteceu hoje você aceitaria ir na sorveteria comigo?

Marinette parou petrificada Era isso mesmo? Adrien a estava convidando para sair com ele?

O silêncio ficou denso foi quando Marinette se deu conta que estavam parados no corredor brigando com seus pensamentos e ainda não tinha lhe dado uma resposta e ele a olhava com uma carinha cheia de expectativa que lhe fez lembrar Cat Noir, esse pensamento novamente, ela balançou a cabeça para afastar os pensamentos o que ele interpretou erroneamente:
— Ahn tudo bem!
Ela arregalou os olhos dizendo rapidamente:
— Não... quero dizer sim...- ele a olha confuso – arggg...não é o que pensa e sim eu aceito ir com você!
Ele abre um imenso sorriso que reflete no sorriso tímido dela, eles ficam se olhando quando Nathalie grita do portão:
— Adrien o motorista está esperando para levar Marinette!
Ela desperta do transe e desvia o olhar ruborisada:
—Ahm sim, te vejo amanhã!
— Até amanhã!


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Notas finais do capítulo

Que tal uma petição para dar um sumiço na Nathalie, quem assina?



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