Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 13
Capítulo 11 - Mais do que "Just Friend"?




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Colégio Françoise Dupont,

Manhã Seguinte.

Adrien não havia conseguido pregar os olhos a noite inteira. Sempre que estava prestes a pegar no sono uma parte masoquista de seu cérebro lhe lembrava do que Luka lhe havia dito, sobre Marinette gostar dele.

E não apenas isso. 

Ele havia dito que ela gostava de Adrien, e não de Cat Noir ou do próprio Luka - como Adrien imaginava inicialmente.

O Agreste se perguntava se aquilo era mesmo verdade, ou se Luka só havia dito aquilo num rompante. Era óbvio que o guitarrista estava com ciúmes, isto havia ficado claro para Adrien.

Mas o loiro não entendia o porquê de Luka ter dito justamente isso a ele. Se queria afastar Adrien de Marinette, ele poderia ter dito outra coisa, certo?

Infelizmente essas dúvidas e questionamentos haviam deixado Adrien remoendo esta história à noite inteira.

E ali estava ele agora, na aula de história com o rosto apoiado em sua mão fechada, tentando manter os olhos abertos.

E, mesmo estando com sono, a sua vontade era de olhar para trás, para Marinette.

De alguma forma, ele sentia que ela parecia diferente, mas não sabia dizer o que havia mudado.

Ou seria ele quem havia mudado e por isso a estava achando diferente agora que a via sob outra perspectiva?

Que droga!

Porque agora ele ficava pensando nela o tempo todo?

Maldito guitarrista! Isto tudo era culpa dele!

Adrien então percebeu que precisava conversar com Marinette...

...Só não sabia como.

E nem sabia o que diria.

Mas, naquele momento, como uma luz no fim do túnel, algo veio a sua mente quando a professora anunciou que haveria um trabalho em dupla, e, mais do que rapidamente, ele se virou e, apoiando o braço no encosto da cadeira, ele perguntou, a ela, fazendo cara de gatinho pidão:

— Mari, você quer ser a minha parceira?

No momento em que aquelas palavras saíram da boca dele, Marinette ficou sem palavras.

Ela sentiu como se aquilo tudo houvesse soado estranho e fora da realidade.

Adrien estava mesmo lhe convidando para fazer um trabalho com ele?

Isto era real?

Ela não estava sonhando?

OU ESTAVA!?

Percebendo o olhar petrificado da amiga, Alya lhe dá um cutucão, fazendo Mari começar a gaguejar, sem nenhuma palavra coerente sair.

Suspirando pela lerdeza da amiga, Alya respondeu por ela:

— Claro que ela aceita Adrien! Aliás, eu queria mesmo fazer o trabalho com o Nino, então valeu por libera-lo! Né, Nino? – a ruiva solta uma piscadela para o namorado que assente ansiosamente, concordando.

Adrien então esboça um lindo sorriso para Marinette e diz:

— Na minha casa ou na sua?

Marinette não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Adrien realmente a estava convidado para ser a sua dupla? Para ir a casa dele?

Um lado dela se sentia emocionado. Mas, por mais que ela gostasse daquilo, algo no jeito dele parecia errado, e ela não sabia dizer o que exatamente.

Mas deixou isso para lá e se concentrou no que realmente importava: o trabalho semestral, que valia boa parte da nota avaliativa.

Eles haviam combinado dela ir a casa dele após a sua aula de esgrima. Então, lá estava ela agora, indo em direção a mansão Agreste, tomada por um nervosismo que lhe preenchia até a alma.

Ela já tinha surtado com Alya assim que saíram da escola, mas Alya nem se importou com as reclamações de Marinette, apenas havia assegurado de que Adrien enfim parecia estar caindo na real quanto a Marinette e percebido que ela poderia ser mais do que uma simples amiga.

Marinette duvidava muito disso, mas não conseguiu evitar que uma pequena fagulha de esperança brotasse em seu peito. 

Ela só temia que a esperança logo, logo fosse murchar e se estilhaçar como cristal.

Ela respirou fundo e fez seu caminho para a casa de Adrien.

Suas mãos estavam começando a suar quando ela viu os portões gigantes, mas se manteve firme. Precisava ser corajosa, afinal, era só um trabalho em dupla.

Nada demais, Marinette!, ela disse a si mesma. Você apenas esta indo para a casa do seu futuro sogro.

Peraí... Sogro!?

Sogro não, eu quis dizer “futuro colega de profissão”, ela se corrigiu. 

Afinal ela trabalharia com moda.

E o Sr. Agreste também trabalhava com moda.

E Adrien era um modelo. 

E ele talvez vestisse alguma das roupas que Marinette confeccionaria. 

E ele ficaria lindo. 

Porque ele era lindo. 

E...

Marinette balançou a cabeça, seus pensamentos não estavam a levando a lugar nenhum, apenas a deixando ainda mais conturbada e nervosa.

A vontade dela era dar meia volta, correr para casa e fingir que estava com alguma doença rara e muito, muito contagiosa. Mas, já que estava ali, tinha que enfrentar o que viria.

Ela só esperava conseguir ter pelo menos uma conversa descente com ele.

Mari então suspirou, tentando lembrar-se de que aquilo não era grande coisa, afinal, eles já tinham feito algo parecido quando foram treinar para a disputa de vídeo games.

Sim, era isso, ela iria conseguir novamente.

Finalmente, tomando coragem, ela tocou a campainha.

— Residência Agreste, no que posso ajudar? – a voz robótica de Nathalie a saudou.

— E-eu.... hã... Bem, eu sou a Marinette... Uma amiga do Adrien! Eu vim para fazer um trabalho com ele e...

Os portões da mansão se abriram, interrompendo os seus gaguejos. E, para a sua completa surpresa, o próprio Adrien veio ao seu encontro, vestindo um conjunto de moletom preto com verde. Seus cabelos estavam bagunçados no alto da sua cabeça, sem o seu costumeiro penteado a la modelo.

Os joelhos de Marinette tremiam enquanto ela passava pelos portões, e só piorou quando se aproximou da porta onde ele estava lhe esperando.

Mal sabia Marinette que Adrien também estava nervoso. Ele não sabia ao certo o porquê de tanta ansiedade, afinal, era apenas sua boa e velha amiga Marinette. E eles iriam fazer apenas um trabalho de escola juntos, não tinha porque disso.

Sabendo que estava agindo como um bobo, Adrien respirou fundo, se acalmando, e a cumprimentou com o seu habitual sorriso:

— Ei, Marinette.

— O-oi, Adrien.

A garota, mesmo muito nervosa, conseguiu esboçar um sorriso. Adrien achou adorável a timidez dela, a forma como as bochechas dela adquiriu um tom róseo enquanto ela inclinava o queixo para baixo, o olhando pôr entre os cílios.

Marinette, com certeza, era uma bela visão.

Adrien passou as mãos pela sua calça de moletom – por algum motivo, que passava longe da compreensão dele – suas mãos estavam suando.

Era nervosismo, ele enfim percebeu.

Mas o rapaz não entendia o porquê de estar tão nervoso, nunca havia ficado tão inquieto perto dela.

Será que estava doente?

Ou seria porque agora ele sabia que ela provavelmente tinha sentimentos por ele?

Ele não sabia. Mas deixou isso de lado, não querendo pensar muito no assunto e, ao invés disso, conseguiu sorrir para ela, automaticamente pegando sua mão e dizendo:

— Venha, vamos para o meu quarto!

Os olhos da franco-chinesa se arregalaram por um momento.

Ele a estava levando para o seu quarto?

Para o lugar onde ele dormia, estudava e passava boa parte de seu tempo livre?

Para ela, o lugar era como um santuário.

E não qualquer santuário, mais sim o de Adrien, o garoto que colocava qualquer deus grego, nórdico e egípcio no chinelo.

A beleza dele podia encher o mar e até fazer rosas florescerem. Os cabelos dele pareciam tão macios quanto seda e os seus lábios eram da cor do pêssego. Ela se perguntava o quão macio eram.

Assustada com o rumo que seus pensamentos estavam tomando, Marinette balançou a cabeça fracamente e se deixou levar quando ele a puxou para dentro da mansão. Logo os dois estavam subindo as escadas e passando direto por Nathalie.

— Adrien? – a secretaria o chamou, fazendo-o parar e olhar para trás, na direção dela, já se explicando:

— Nathalie, a Marinette veio fazer um trabalho comigo. Se precisar, estaremos no meu quarto.

Se sentindo orgulhoso de si mesmo por não ter recuado ao olhar severo da assistente de seu pai, Adrien acenou para Nathalie e voltou a conduzir Mari em direção ao andar de cima.

A garota observava admirada a decoração da mansão, tão absorta que ficou surpresa quando percebeu que já haviam chegado até o quarto de Adrien.

Como um bom cavalheiro, ele abriu a porta e a deixou entrar primeiro. Quando Marinette deu um passo para dentro do lugar ficou chocada com o quão grande era.

Ela olhou deslumbrada para tudo aquilo. Óbvio que ela já havia estado lá, mas agora era diferente, ele havia lhe convidado para ir lá, no seu santuário.

Mari foi tirada de seus devaneios por Adrien, dizendo:

— É, eu sei, é meio exagerado.

Ele estava encolhendo os ombros e passando a mão pela sua nuca. Um gesto que Marinette sabia ser de timidez.

— Não... tudo bem... É lindo... Como você! Quero dizer não igual a você... Não seria possível. Digo...uhn, é aconchegante - ela então riu de nervoso, tentando não falar mais nada que soasse constrangedor. 

— Nossa, obrigado, Marinette... Eu acho.

E então se instaurou um silencio constrangedor, tão denso que nem uma das espadas de esgrima de Adrien poderiam cortar. Mas foi ele próprio quem o quebrou, dizendo:

— Que tal começarmos logo o trabalho.

— Certo! 

Adrien pega alguns livros e senta em frente ao computador. Marinette pega a deixa e se senta na cadeira ao seu lado.

Três Horas depois,

Ainda na Mansão Agreste.

Marinette estava sentada confortavelmente em frente ao computador, terminando de escrever a conclusão para a pesquisa do trabalho.

Enquanto Marinette o admirava descaradamente, suspirando sem nem ao menos perceber, Adrien havia feito a maior parte do trabalho e, agora, ela precisava contribuir de algum modo.

Seu orgulho a obrigava a fazer isso.

Adrien estava deitado em sua cama, braços atrás da cabeça, numa postura relaxada. Ele virou o rosto e a olhou, percebendo que a garota estava muito concentrada, tanto que uma delicada linha surgia no ponto entre seus olhos.

Adrien viu quando ela inflou as bochechas novamente, provavelmente porque não havia entendido algo que ele havia escrito. 

Era engraçado ver as reações dela.

— Mari, eu posso fazer isso também – ele disse, se apoiando em um cotovelo e tentando conter um sorriso.

Já Marinette não estava achando graça nenhuma naquilo e respondeu, indignada:

— Que trabalho em dupla é esse que você faz tudo sozinho e eu fico só te admirando! Quero dizer te olhando... Não que eu estivesse te olhando. Claro que não! Eu só estava observando você fazer e...

O rosto dela ficou tão vermelho que ela precisou cobri-lo com as mãos de tanta vergonha.

Já Adrien soltou uma gargalhada, se deliciando com o modo atrapalhado com o qual ela ficava apenas por estar perto dele.

— Eu entendi Mari – ele disse, se sentando na cama, com um imenso sorriso em seu rosto.

Ao ver o belo sorriso dele, Mari não resistiu e teve que sorrir também. Aquele garoto parecia ser feito exclusivamente para fazê-la suspirar.

Ao ouvir o suspiro dela, o loiro arqueou a sobrancelha e perguntou, inocentemente:

— Tem certeza que não quer que eu termine?

A pergunta a faz ficar seria novamente, se virando novamente na direção do computador, ela afirma decidida:

— Tenho!

Ele volta a deitar e a admirar:

— Você quem sabe, querida!

Ao ouvir ele a chamar de querida, os dedos de Marinette escorregaram pelo teclado e ela quase apagou o arquivo sem querer ao invés de salva-lo.

Ele havia mesmo a chamado de querida?

O peito de Marinette parecia que ia explodir até que ela percebeu que, na verdade, um cara não chamava uma garota de querida se estava afim dela. Dependendo do rapaz, eles geralmente chamavam crianças e avós assim.

A animação de Marinette murchou e, suspirando, ela declarou:

— Prontinho. A pesquisa está completa.

Ela girou na cadeira rapidamente para olhar para Adrien e percebeu que ele agora estava sentado na cama com um imenso sorriso orgulhoso estampado em sua face.

— Posso ver? – ele pediu, com aqueles olhos de gatinho abandonando, não deixando à Marinette outra escolha além de fazer tudo o que ele lhe pedisse.

— Claro! – ela se prontificou, girando a cadeira para longe, afim de dar espaço para ele conseguir ver a tela do computador.

Ele se levantou num pulo e ficou apoiado na cadeira, lendo ansiosamente o que ela havia escrito enquanto Marinette o observava com um olhar sonhador.

De repente, ele se virou, a pegando de surpresa no flagra, e sorriu para ela.

— Ficou muito bom Mari! – ele exclamou.

— Obrigada! – ela disse no automático, realmente surpresa por ele ter gostado.

— Mas é verdade! Bem, acho que só falta a parte que teremos que ver na biblioteca e depois vai estar tudo finalizado. Até que foi bem fácil, na verdade!

— Sim! Você tinha quase tudo aqui... – ela faz um gesto com a mão, mostrando o lugar que parecia mais um parque temático.

Mas então percebe que ele ficou constrangido com isso e se apressou para se desculpar:

— Minha nossa, me desculpa... Eu juro que não queria...

— Não. Tudo bem... eu entendo – ele encolheu os ombros, a olhando por baixo de sua franja bagunçada. – Você tem razão, eu tenho tudo o que preciso bem aqui, só que às vezes aqui parece mais uma prisão do que qualquer outra coisa.

— Adrien – Mari balbuciou, sem saber o que dizer. Seu lindo príncipe estava se abrindo com ela.

Claro que ela sabia que morar ali não era como estar num conto de fadas. Na verdade, até era, se Adrien fosse a Rapunzel e o Gabriel a bruxa Mãe Gothel.

— Queria poder te ajudar – Mari fala, quase sem perceber o que havia dito.

Os dois olhares se encontram, colidindo como um raio caindo no horizonte e encontrando o seu alvo. Verde no azul, como céu e mar. Ambos infinitos e imutáveis.

Ambos se encaram em silêncio.

Adrien estava bem próximo de Marinette, o que a deixava bastante nervosa.

Não conseguindo mais suportar aquilo, ela se levantou, sentindo seus músculos protestando. Ela então diz:

— Acho melhor ir embora.

A reação do loiro foi imediata. Ele saltou da cadeira e segurou delicadamente o seu pulso, fazendo com que milhões de mine-choques elétricos percorressem a pele dela, subindo pelo seu braço e a deixando arrepiada. 

— Não! – ele exclamou convicto, o que soou como uma ordem.


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Notas finais do capítulo

Gente, olha nosso gatinho começando a mostrar as garras.
Sei não, acho que ele tá começando a ter vontade própria.
Mas o que será que vai acontecer no próximo capítulo?



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