O Atentado escrita por LOOHOOLIGAN


Capítulo 2
Fbi




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Acho que o fato de ser uma corredora, afinal, sempre que possível durante a semana eu tirava um tempo para me exercitar, deve ter me ajudado a não tropeçar, enquanto eu era praticamente arrastada pela multidão em pânico e desesperada para sair da zona de perigo.

Por um tempo, tudo o que fiz foi seguir o mar de gente, porém, quando consegui clarear a mente, resolvi por sair do tumulto e procurar abrigo.

 Meus anos praticamente vivendo sobre a proteção do Serviço Secreto tinham me ensinado que ataques assim sempre são coordenados, sempre tem um segundo ato. E era para evitar essa sequência que a minha única opção foi me esgueirar para dentro de uma livraria que estava aberta e me esconder atrás da última estante, me encolhendo no canto para que ninguém me ache.

Como se não bastasse minha cabeça parecer ter levado uma pedrada de uma tonelada, é como se um mosquito estivesse perturbando meu juízo em meu ouvido. Eu não conseguia ter paz! E nem me concentrar na TV que estava ligada no estabelecimento e informava os últimos acontecimentos.

Aperto os olhos com força na tentativa de fazer o zumbido passar na  minha cabeça, no entanto, inútil, e quase chorando de desespero e ódio, escutei uma voz proferir o meu nome bem ao longe, e logo senti a presença de alguém.

— Achei você! – Alguém disse com certo alívio na voz, e, com a ajuda desse estranho, levantei-me um tanto desnorteada. A minha visão ainda estava embaçada e a sua voz era abafada por aquele maldito zumbido. – Vamos! Vou te levar para um lugar seguro. – Ele continuou a falar e quando me pus de pé, algo chamou minha atenção. Um distintivo brilhante em sua cintura, ao reconhecer a insígnia, me senti um pouco mais calma, mas não menos dolorida. E, aos poucos, reconheci quem era o meu salvador.

— Morgan?

—Sim, Senhorita Cooper. Agora, por favor, vamos tentar não chamar atenção.

— Minha cabeça está explodindo. – Choraminguei tentado segurá-la. Eu não podia nem ao menos balançá-la que parecia que iria estourar. – Aguarde um pouco. – Pedi.

 – Vai ficar tudo bem. Eu prometo. –  Ele me guiou até um carro escuro que estava próximo e abriu a porta para mim. – O Amuleto está seguro. Leve-a para a sede do FBI. – Parafraseou antes de bater a porta.

− O que está acontecendo? – Perguntei ao me sentar no banco e ser obrigada a abaixar a cabeça pelo agente que se sentava ao meu lado.

− Ainda não sabemos.

− Meu pai... onde está o meu pai? – Afundei os dedos nos meus cabelos.  – Meu Deus. A Naomi, ela...

− Podemos fazer uma varredura por todos os hospitais nos arredores. Mas, por enquanto, seria melhor se a Senhorita se acalmasse.

— Quem é você?

— Agente Matt Simmons. FBI. Senhorita Cooper. Fique tranquila, logo estará em um local seguro.

Assenti e me agachei ainda mais no banco, tentando conter não só a dor de cabeça, mas também a ânsia de vômito que começava a subir pela minha garganta.

O trajeto até o Hoover Building não demorou e foi com alívio que notei que descemos para a garagem no subsolo, ficar na claridade do dia não estava me fazendo bem.

O carro parou e o agente Simmons abriu a porta e me ajudou a descer.

— Bem-vinda ao FBI, Senhorita Cooper, gostaria que sua visita ao prédio fosse por motivos diferentes. – Ele falou seriamente.

— Eu também. – Murmurei enquanto era escoltada até o elevador. Entramos na caixinha, quatro agentes e eu no meio e logo Simmons apertou o número 6.

Quando as portas se abriram no sexto andar, fomos bombardeados por perguntas.

− Onde a encontrou? – Uma mulher de cabelos claros nos abordou assim que saímos do elevador.

− Morgan a encontrou nas proximidades do local do atendado e me pediu para trazê-la para cá. Mas precisamos chamar um médico aqui e agora para confirmar se ela está bem. Não podemos levá-la para um hospital agora. Ela é um alvo. – Eu encaro Matt no mesmo instante.  

− O que? Eu sou o que? Não! Alguém me explica o que está acontecendo? – Pedi até mesmo desesperada, eu não tinha muita certeza de onde estava, quem eram aqueles agentes ou o que eles faziam no FBI. Tudo o que eu mais queria neste momento era saber onde estavam todos, principalmente meu pai.

— Ainda não sabemos exatamente. – Uma voz soou perto de mim e me virei na sua direção. Um homem de cabelos negros, terno alinhado e olhar sério vinha caminhando na minha direção. – Sou o agente Aaron Hotchner, o agente Matt Simmons é quem trouxe você até aqui e esta é a Agente Garcia. Por enquanto, Senhorita Cooper, tudo o que posso te adiantar é que este prédio é o local mais seguro onde você possa estar. E que estamos fazendo o possível e o impossível para entender o que aconteceu durante o seu discurso. 

Não sei bem o motivo, mas acreditei nas palavras do Agente Hotchner.

— Claro senhor. Se tiver algo em que eu possa ser útil. – Falei mesmo sem ter a certeza de como tudo tinha acontecido. A palavra “atentado” ainda parecia surreal para mim. Era como se eu estivesse em um filme e tudo aquilo não passasse de um sonho.

— Vamos precisar de você e de tudo que a senhorita se lembra, mas antes de tudo, preciso que você se acalme, Senhorita Cooper.

— Eu... acho que posso fazer isso. – E para comprovar o que falava, busquei respirar fundo e tentar trazer um pouco de ar para meus pulmões.

— A Agente Garcia e o Agente Simmons vão te escoltar até uma sala, onde logo, um médico virá te verificar. Se precisar de algo, basta chamar. – Hotchner disse e foi andando até uma agente loira que o chamava.

— Por aqui, docinho. – Garcia me chamou. – Poe ficar tranquila, está nas mãos dos melhores do FBI. – Ela me garantiu com um sorriso.

— Obrigada. – Murmurei enquanto a seguia até uma sala depois de subir uma escada.

— Você ficará aqui, por enquanto. Fique o mais a vontade que puder e se precisar de algo, – Ela deu um tapinha no ombro de Simmons. – é só pedir para ele.

Agradeci com um aceno de cabeça, o que foi um erro e antes que Garcia pudesse fechar as portas me sentei em um sofá e comecei a esfregar as minhas têmporas, tentando fazer a dor passar.

— Sua dor de cabeça é decorrente do choque da explosão, assim como creio, o zumbido em seus ouvidos. Isso passará logo. É desagradável, mas não é permanente. – Simmons me falou.

— Ainda bem... parece que minha cabeça vai explodir.

— É normal, você precisa se manter hidratada, vou buscar uma garrafa de água para você, precisa de algo mais?

— Não. Não preciso, e agradeço a gentileza.

Simmons saiu e eu pude observar o ambiente a minha volta. Alguém havia ocupado essa sala até a bem pouco tempo atrás... quem não sei dizer.

Quando a porta se abriu, dei um pulo, como um gato pego no flagra e já ia me desculpando com Simmons quando notei que não era ele quem tinha entrado, era Hotchner, na mesma hora fiquei de pé e observei o estoico homem.

— Está mais calma? – É a primeira pergunta que ele faz enquanto me entrega a garrafa de água e eu a recebi de bom grado, só notei que estava sedenta quando vi o líquido dentro do recipiente.

— Encontraram a Naomi? – Pergunto de pronto.

— Ela foi para um dos hospitais da redondeza. O médico que haviam solicitado já havia ido embora. Mas sua amiga ficará bem.

Assinto com a cabeça. E antes que eu pudesse formular qualquer outra questão, somos interrompidos.

− Com licença. – Garcia, a agente loira que eu conheci quando cheguei, e só agora notei que ela usava uma tiara de gatinho na cabeça e vestido colorido, abriu a porta. – tem alguém querendo falar com você.

− Quem, Garcia? – Hotchner pergunta a ela.

− O Senhor Presidente.

Hotchner na mesma hora se levanta e com um aceno de cabeça e me pede para acompanhá-lo até onde Garcia estava nos guiando.

Quem de vocês trouxe a minha filha para a sede do FBI?— A voz do meu pai faz-se presente antes mesmo de eu adentrar a sala e quando eu faço, noto que meu pai não está presente na sala, mas sim em conferência.

 − Eu, Senhor. – Matt se pronunciou ao erguer o braço.

− Papai, tudo bem? – Perguntei, ainda entrando na sala, acompanhando os passos do Agente.

— Achamos que seria mais seguro em um momento como esse, Senhor, que a sua filha estivesse em um dos prédios mais seguros do país. – O Agente Hotchner fala com  calma.

Observo o ambiente e os presentes, junto com Garcia, Simmons e Hotchner, havia outros três agentes. Pelos crachás, consegui ler seus nomes, Blake, Rossi e Seaver. Porém, minha cabeça ainda doía tanto que achei que estava doente, assim, cobri-a com as mãos e inspirei e expirei com força, na tentativa de conseguir aliviar a pressão. Não me importando de estar na frente dos agentes.

— Você se machucou? – Papai pergunta preocupado com minha atitude.

— Não, papai, não. E você? – Ele negou com a cabeça.

− Sei que não pode, mas queria estar aí com você. – Suspiro para a tela. – Já perdi a mamãe, não posso perder você também.

− Você sabe que eu também gostaria que você estivesse aqui, filha – Papai me conforta. – Mas é para nossa segurança.

— Entendo. – Murmurei e o assunto da sala mudou. Meu pai pediu por atualizações e as teorias que a equipe que estava presente na tela fez com que o Senhor Presidente tomasse uma atitude drástica.

− Chamem o contraterrorismo. – Ele ordenou.

− Já estão a caminho. – Hotchner respondeu e com pouco uma batida na porta se fez ouvir, era Morgan.

Notei que todos pareciam se conhecer e quando questionaram o que ele fazia ali, o agente só olhou na minha direção.

— Sou os olhos e ouvidos do Presidente quando se trata da segurança da Primeira Filha.

Fiquei um tanto sem graça com o que ele falou, porém, deixei para lá, pelo visto, ele além de me proteger, ainda serviria de ajuda para a equipe.

— Entendo. – Rossi falou com um sorriso.

E a reunião continuou. E eu me vi obrigada a perguntar a Morgan quando ele parou perto de mim:

− Vocês se conhecem?

− Digamos só que é de longa data. – Morgan me respondeu com um sorriso aberto.

Fiquei sem entender o mistério por trás dessa fala, contudo, não era hora nem lugar para discussão. E, apenas alguns minutos depois dessa troca de palavras, outra batida na porta e uma mulher de cabelos negros é a primeira a entrar.

— Precisa da minha ajuda, Hotch?

— Que bom que chegaram! – Hotchner responde a ela e aos demais que a seguiram, todos se fazendo muito à vontade, como se se conhecessem há anos. Garcia, por sua vez e sem qualquer cerimônia, ignorou a presença de todos e até mesmo que o Presidente ainda estava em conferência e interrompeu as saudações e depois de atravessar a sala, apenas soltou:

− Eu sei que não gosta de abraços, mas é problema seu. − E circundou o pescoço de um dos agentes de cabelos acastanhados, olhos esverdeados e profundos.  – É tão bom ver você, Reid!

E antes que a reunião de fato pudesse começar, todos olharam para a minha direção e eu entendi o recado.

— Eu tenho que sair, não é?

— Por favor, Senhorita Cooper. – Hotchner disse.

Morgan me seguiu, mas notei que ele queria era ficar naquela sala.

— Volta para lá. – Falei na direção dele.

— Não posso.

— Mas você sabe o que eles vão fazer agora, não sabe?

— Sei.

— Se for de ajuda, é melhor voltar. Eu vou ficar bem, Morgan. Vou ficar naquela sala ali. – Apontei para a sala onde tinha estava poucos minutos atrás. - E não vou a lugar nenhum. Vá ajuda-los, vocês parecem que formaram um time algum dia...

Morgan ponderou e depois de me escoltar até a sala, voltou para a conferência.

Novamente me vi sentada no sofá, esfregando as têmporas, pedindo aos céus que o que o Agente Simmons havia me dito fosse verdade e que eu não passasse tanto tempo dentro desse prédio!


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