Animais Noturnos escrita por Rooskaya


Capítulo 2
II




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Eu me considerava um homem ritualístico.

Há diferença em se considerar algo e sê-lo ━ mas dessa vez eu conseguia pensar em uma resposta. E ela citaria horários, movimentos e ações de minha rotina através dos anos que, mesmo sendo disfuncional em questões de saúde do sono, ainda era consistente em si mesma. E como já visto, o silêncio sempre foi parte importante da minha rotina, na paz noturna na qual eu me dissolvia, na rotina criada para balancear a minha insônia e para controlar o caos de tarefas facilmente descontroladas, por mais simples que fossem. Para que algo pudesse ser feito, apesar de tudo.

Passava das três e vinte da manhã e eu me encontrava na cadeira, a única coisa que preenchia a minha sacada. A madrugada era fresca e silenciosa. Pelas páginas amareladas do livro que tinha em mãos, um protagonista rabugento e provocativo tentava fazer o leitor se compadecer de si. Ele era ríspido e não temia em reclamar de tudo e às vezes, quando dizia algo absurdo ou expunha suas opiniões conflitantes com grandes mentes da história, eu quase ria. Eu havia lido Notas do Subsolo completamente apenas uma vez, mas de vez em quando retornava para ler a primeira parte. Havia algo ali que me prendia, algo em ouvir aquele homem desgraçado em seu monólogo autopiedoso dentro de sua cabeça, algo nas palavras. Eu gostava daquilo.

A conclusão me fez baixar o livro por um instante, os olhos no espaço vazio entre o prédio do outro lado da rua. Eu gostava daquilo, sim. Mas não conseguia me perguntar o porquê ou o quê, exatamente. E ainda assim parecia bastar. Franzi o cenho no momento em que uma luz atravessou meus pensamentos, vindo da sacada ao lado e iluminando um pouco mais o lado de fora.

Era a sacada de Sakura, a luz de Sakura na sala de Sakura.

Eu me considerava um homem ritualístico. Todas as madrugadas, lia e permanecia contemplando algo sentado à sacada até o amanhecer.

Mas eu ouvi o fusuma de Sakura sendo aberto. Meu estômago ardeu. Então me levantei e entrei para o apartamento.

Duas semanas se passaram desde a noite em que ajudara a vizinha, desde que devolvera a garrafa de saquê, desde que precisara aceitá-la de volta porque Sakura sentiu-se repentinamente muito ofendida, desde que nos encontramos algumas horas mais tarde, cada um na sua sacada, eu tentando ler e a ela falando. Desde que resolvera dividir a garrafa, num acordo e numa tentativa de fazê-la ficar quieta, desde que ela então passou a falar ainda mais. Duas semanas desde a noite em que a garrafa ficou vazia, mas não em minhas mãos.

Duas semanas em que eu não conseguia seguir a rotina que me trazia paz. Duas semanas que o ruído de outro alguém acordado ao lado me cortava a paz noturna. Duas semanas desde que eu passara a evitar Sakura na área comum do prédio e principalmente na sacada.

Eu me considerava um homem ritualístico. Um homem de rituais bons e ruins, sim, mas ritualístico.

2:1

Quando o despertador tocou, meus olhos se abriram sem grande esforço. Nove e meia da noite. Mas foi quando saí do banho e caminhei até a cozinha, às nove e quarenta e cinco, que eu realmente despertei. O chá havia acabado. Olhei para a bandeja com o bule e a xícara, então para a chabudai e o fichário com todos os deveres de uma semana de provas. Eu olhei para o relógio e suspirei. Mas consegui chegar à loja mais próxima de meu prédio faltando um minuto e dois clientes para fechar.

A cidade onde eu morava, Ame, era uma das mais chuvosas do Japão, como o próprio nome denunciava. A única época em que a chuva dava trégua era na primavera, que trazia consigo ventos mais quentes e as flores de cerejeira ━ e eu encontrei ambos, uma árvore jovem na calçada da loja, as raízes rompendo caminho pelo cimento e as folhas colorindo a rua cinza e escura, e o vento abafado que entrou comigo na pequena loja, que lutava pelo frescor com um mísero ventiladorzinho de mesa.

Com apenas o chá que precisava em mãos e na mente uma lista das coisas que faltavam em casa, mas que eu só iria comprar na volta do trabalho pela tarde seguinte, me dirigi à fila do único caixa do lugar. Atrás de mim uma jovem com uma cesta cheia de itens e um senhor que apertava contra o peito um saquê. Eu ignorei o que aquela cena me recordou e paguei o chá, sem esperar sacola ou troco.

Quando já estava na calçada, alguém me parou.

━ Você deixou cair isso.

Era a jovem e ela me alcançou um molho de chaves. Eu reconheci o chaveiro, um círculo de prata, mas confirmei ao apalpar os bolsos da calça: vazios. ━ Obrigado ━ disse ao pegar as chaves, retomando o caminho.

Quando adentrei o apartamento, o cômodo retangular que mais era cozinha que sala, segui para o lado da primeira, o pacote de sencha sobre a bancada. Coloquei a água no fogo junto da erva e me dirigi ao banheiro. E após todos os passos, da infusão do chá dentro do bule à deixá-lo sobre a bandeja na chabudai, é que eu finalmente me acomodei na almofada. Respirei fundo, antes de abrir o fichário com as provas a serem corrigidas. A noite estava silenciosa, eu percebi, e meu dia havia começado.

 

Estava quase terminando de corrigir as provas da turma dois agora, olhos e mãos trabalhando em conjunto. E a mente questionando se eu havia pego tão pesado assim com aqueles universitários e se sim, se eu deveria pesar um pouco menos a mão na correção apenas dessa vez. Mas não seria a primeira. Afastei o pensamento, eu não iria decidir em voz alta na minha cabeça o meu nível de rigor nas provas, isolado em si mesmo, apenas continuaria a fazer o que estivera fazendo desde a contratação, o que me mantinha em um lugar agradável entre ser temido mas não odiado pelos alunos. E eu não precisava de abstrações agora.

Foi quando terminei de corrigir a última prova daquela turma e fechei o fichário que percebi, os ouvidos e todo o resto ligeiramente surpresos, que ainda fazia silêncio. Chequei o relógio na parede: quase uma hora da madrugada. A memória das últimas noites passou pela parte de trás dos meus olhos, barulhos inoportunos para lá da parede à direita da sala e na sacada ao lado, seja naquele horário, seja antes ou logo depois, mas todos os dias sem falta. E agora fazia um silêncio típico do mês anterior. Afastei o estranhamento enquanto me dirigia à cozinha, buscando os ingredientes para o lámen caseiro e o tempo para aproveitar aquele silêncio.

Levei mais tempo do que percebi para preparar a refeição, mas quando me sentei novamente na chabudai, encarando a tigela fumegante, colorida e cheia, não me importei. E quando terminei de comer, quente por dentro e por fora, não havia outra coisa a se fazer além de tomar um livro em mãos e me dirigir à sacada.

A sacada era pequena e estreita, condizente com o restante do apartamento e do edifício. Separada do interior pelo fusuma e do vazio lá fora por uma baixa meia parede, podia-se ver dali as outras sacadas do prédio e, a depender de aberturas e do seu interesse em se inclinar no parapeito, as salas dos apartamentos à direita e à esquerda. Além disso, também era humanamente possível pular de uma sacada para a outra, com a vontade e o impulso certos ━ e eu havia descoberto aquilo da pior forma dois anos antes, ao chegar do trabalho e encontrar o fusuma e a porta dianteira arrombados, a cozinha queimada e o vizinho do apartamento à esquerda conversando com os bombeiros. Eu não o conhecia até aquele dia, mas desde então trocávamos palavras e acenos sutis quando nos encontrávamos pelos corredores; eu não sabia nada sobre ele além de seu nome e de sua aparente personalidade gentil.

De qualquer forma, lá estava eu mais uma vez às três da manhã, sentado à cadeira da sacada, um livro em mãos e nada além da brisa e do silêncio da madrugada chegando até mim. Eu devo ter franzido o cenho ao perceber aquilo, mas lembro de ter sorrido ao menos internamente. Silêncio. Havia dias que eu não me lembrava de como era ter aquilo naquele horário. Havia passado todo o período de resolver questões do trabalho e depois a refeição, e agora também fazia silêncio enquanto eu me punha a ler e contemplar a noite. Busquei afastar a abstração, eu deveria tomar proveito daquilo. Voltei-me para o livro.

Mas foi dali uns dois capítulos, ou talvez até antes mas o aprofundamento na história me resguardou por mais tempo, que algo me tirou a atenção. Ou melhor, puxou-me para ela. Meus olhos foram do livro para a sacada de Sakura no momento em que um ruído chegou até mim; o fusuma, fechado, agora estava iluminado contra a luz de sua sala. Ela havia levantado.

Oh sim, eu me habituara à rotina de Sakura, também. Na verdade, notara ━ com o intuito de evitá-la, sim, mas também porque ao olhar, me era impossível não reparar. Sakura estava certa ao dizer, duas semanas antes, que era um animal noturno. Ela levantava ━ se após dormir ou tentar sem sucesso, eu não sabia ━ para lá das três da manhã e ficava a maior parte entre a sala e a sacada. Eu não observava com os olhos sua rotina, mas podia ouví-la: andando de um lado para o outro, arrastando móveis ou deixando cair algo, ouvindo música alta o bastante para chegar até os meus ouvidos, conversando no telefone ou consigo mesma. Ela era um animal noturno, eu concordava em gênero, número e grau; mas dos barulhentos. Quando meus ouvidos captavam Sakura em seu apartamento, minha mente imaginava dez gatos despertos na madrugada quebrando coisas na cozinha e eu era o dono, no quarto tentando dormir.

Sem mais ruídos nos minutos seguintes, imaginei que os dez gatos estivessem no sofá, tramando o que iriam quebrar hoje, ou quem sabe tivessem voltado para o quarto. Voltei-me para o livro, a fim de aproveitar o pouco tempo que me restava na sacada, antes que precisasse evitá-la ou me proteger do barulho fechando o meu fusuma.

Foi dali uns instantes, porém, que eu ouvi o fusuma dela sendo aberto. Não desviei os olhos do livro ━ meu corpo, habituado àquilo, levantou-se e se dirigiu ao interior de meu apartamento sozinho, a mão livre trazendo a cadeira.

Naquela noite, porém, eu reparei: apesar dos ruídos, de panelas, de alguma série que eu não conhecia passando alto na televisão e de conversas, os dez gatos agora pareciam sete.

2:2

Eu confirmei aquilo durante a semana seguinte: Sakura passou a aparecer mais tarde em sua sala e na sacada, e um pouco menos barulhenta, além de eu não tê-la encontrado mais pelos corredores. Por outro lado, quando havia barulho e conversa em seu apartamento, eu notei, eram sempre com mais rispidez, impaciência. Ela discutira algumas vezes no telefone e eu ouvi coisas sendo quebradas. E eu seguia evitando-a sempre que possível.

Mas agora era terça-feira, o primeiro dia depois de o semestre na faculdade terminar, e a manhã começava fresca e silenciosa. Eu havia terminado a minha leitura na sala, é claro, mas dessa vez deixara o fusuma aberto. E quando notei os primeiros raios de sol, pintando o céu índigo com tons laranja e rosa para lá dos prédios, levantei-me da cadeira, levando-a até a sacada. Dei-me um instante para contemplar a vista, de dentro e de fora. Eu tinha toda uma manhã e estava de férias; e não tinha nada para fazer além de estudar e me preparar para o semestre seguinte ━ eu continuaria a dar a mesma disciplina, mas agora seria em um nível mais avançado, a parte dois de quatro.

Passei toda a manhã mais pensando que anotando tópicos interessantes de abordagem, pois eu queria fazer algo diferente, sem a mecânica de sempre dada naquele curso, queria algo mais intuitivo e imersivo e isso incluía as avaliações. Contemplei a ideia de trabalhos em grupos, coisa não muito vista em Cálculo, e anotei, interessado ━ e como eu não iria ministrar a disciplina para turmas que pediam mais contas e prática que teoria, aquilo pareceu algo possível. Perto do meio-dia, porém, decidi pausar os planos; porque agora eu deveria me alimentar e então finalmente dormir.

Porque era férias e voltando a almoçar em casa a rotina era de revezar entre pedir algo e fazer, dessa vez eu pedi. Era de um restaurante chinês do outro lado do bairro, onde eu era cliente esporádico, mas fiel. Uma hora depois, o interfone tocou e eu desci.

Paguei o entregador, nos despedimos com uma leve reverência. Eu ainda estava na calçada quando outro entregador chegou e alguém desceu, parando ao meu lado. Reconheci sendo a jovem da mercearia, que me devolvera as chaves. Eu reparei no pacote de comida de um restaurante tailandês e no cabelo da moça, mas logo adentrei o prédio.

Com a sacola em uma das mãos, usei a livre para segurar a porta do elevador quando a mesma moça correu em minha direção com a própria entrega nos braços. Ela agradeceu e eu apertei o meu andar, o quinto. Enquanto subia, chequei a comida e senti seu cheiro vindo da embalagem fechada, pensando no meu dia que terminava ━ enquanto o dos outros ainda estava começando. Sorri, encarando os botões do painel que acendiam à medida que subíamos. No terceiro andar, alguém entrou e quando desceu no quarto, eu voltei a olhar para o nada, agora procurando as chaves no bolso.

Saí no quinto, caminhando depressa até a penúltima porta do corredor, o 506. Eu estava virando a chave que sempre emperrava na porta, sem me atentar para qualquer outra coisa ao meu redor, quando algo atravessou diretamente meus ouvidos, como se não pudesse ser para qualquer outra pessoa além de mim.

━ Caramba, você ‘tá me ignorando mesmo!

Primeiro eu olhei de canto de olho à minha esquerda, na direção do elevador, enquanto continuava com a árdua tarefa de abrir a porta. Era a mesma jovem, com o cabelo rosa e a sacola de comida tailandesa. Ela estava caminhando em minha direção ou na de alguma porta perto da minha. Olhei rapidamente para o outro lado do corredor para checar se havia mais alguém, mas estávamos a sós ali. Eu franzi o cenho. Não a conhecia.

━ Desculpe?

━ Quer dizer, você tem todo o direito de me ignorar, mas eu imaginei que não iria depois daquela noite…

Me lembrei da cena em que ela me devolveu as chaves na rua. Acho que a expressão de confusão não abandonou meu rosto quando eu disse: ━ Eu agradeço por ter me devolvido as chaves, mas eu não… ━ Eu parei de tentar virar a chave, voltando-me para ela. Eu genuinamente não soube como reagir àquela situação, questionando-me quando as mulheres daquele prédio haviam decidido agir de forma estranha comigo.

Mas estava prestes a piorar.

━ Itachi, eu não acredito que gastei o meu melhor saquê com você!

Foi então que eu realmente olhei para ela, na altura do seu busto. O rosto, olhos arregalados e sorriso nervoso, eu o reconhecia. Mas o cabelo não era loiro e comprido, amarrado num coque, agora estava acima dos ombros e de um rosa chiclete. Além disso, as roupas não eram largas e caseiras, eram agora vestidos floridos e coloridos. Não parecia a mesma pessoa.

━ Sakura. ━ É claro, pensei. Quem mais poderia ser? E era a noite do saquê que ela se referia. Levei a mão livre até a têmpora, frustrado. Eu realmente estava a ignorando, mas sem saber. E não queria aquilo, não queria fazê-la pensar que era um estorvo, ainda que o fosse algumas vezes. Não queria que soubesse que eu havia passado os últimos dias fugindo de sua presença. Voltei-me para ela, olhando-a nos olhos. ━ Sinto muito, eu não a reconheci com o cabelo novo.

━ Oh! É claro, o cabelo! ━ Ela torceu os lábios, os olhos arregalados apontando para um ponto imaginário e então de volta para mim. ━ Bem que Ino disse que foi uma mudança e tanto… Mas mudar é sempre bom, né? Mudança puxa mudança!

Ela me ofereceu o melhor dos sorrisos e eu me obriguei a sorrir de volta, desejando adentrar logo em meu apartamento.

━ Sim, é claro. ━ Eu disse, retomando o trabalho de virar a chave. Dessa vez, ela virou na primeira tentativa. ━ Bom, eu peço desculpas, não foi minha intenção ignorá-la.

━ Oh, eu que peço desculpas! Não pensei pelo seu lado, Itachi… ━ Ela fez um bico.

━ Está tudo bem, Sakura. Até mais.

Quando eu entrei no apartamento, trancando a porta, deixei a cena para trás. Desembalei a comida, coloquei o arroz e o wonton em tigelas e os levei com os hashis para o chabudai. Pelos minutos em que estava me alimentando, a cena ficou para trás. Enquanto lavava a louça e ajeitava as coisas, a cena ficou para trás. Quando fui tomar banho, a cena continuava para lá da porta. Mas foi quando me deitei para dormir, às três da tarde, que a porta foi aberta à chutes e eu não pude parar de pensar naquilo.

Na minha percepção, eu estava evitando Sakura de forma justa, apenas buscando meu espaço e meu silêncio ━ o que eu estava, realmente, mas não apenas isso. Eu também estivera a ignorando durante aqueles dias. Ela havia percebido, e eu não sabia se apenas a segunda parte, diante da mudança de aparência, ou se mesmo o meu comportamento esquivo pelos corredores e na sacada. E aquele nunca havia sido o meu objetivo.

Eu me considerava um homem ritualístico, sim. Mas também me considerava um homem que buscava fazer o que achava certo. E a ciência de Sakura diante aquela situação me deixou em dívida com ela. E eu só pude cair no sono quando decidi estorná-la de alguma forma.

2:3

Passava das três da manhã e eu estava novamente na sacada, um livro em mãos. Era quarta-feira e eu mal podia prestar atenção na história. Estava, na verdade, aguardando por algo. Esperei pacientemente por alguns longos minutos, até que a luz da sala de Sakura finalmente iluminou a madrugada um pouco mais. E quando o fusuma dela foi aberto, eu me mantive no mesmo lugar.

Demorou mais uns minutos até que Sakura apareceu na varanda, dessa vez sem falar nada logo que me viu. Mas quando eu a olhei e lhe dei boa noite, ela sorriu animada. Encostou-se no parapeito da própria sacada e olhou para o céu noturno, respirando fundo. Eu pude sentir a brisa que batia no rosto dela e gelava seus pulmões.

Sakura estava adentrando de volta seu apartamento quando eu fechei meu livro e a encarei, decidido.

━ Sakura? ━ Ela me olhou, algo entre apreensivo e ansioso.

━ Sim?

━ Naquela noite você disse algo sobre ser um animal noturno e que me explicaria mais sobre, lembra?

━ É claro!

━ Está ocupada agora?

Ela sorriu, dessa vez mais com os olhos bem abertos que com a boca. ━ Me deixe só pegar uma cadeira!

Quando ela brevemente desapareceu, rápida, desejei não me arrepender daquilo. Quando ela retornou, ainda mais rápida, com uma cadeira e uma bandeja de bolinhos nas mãos, eu sorri.

Naquela madrugada, entre bolinhos, chá e um interminável monólogo, foi a primeira vez que eu realmente escutei e reparei em Sakura.

A primeira de muitas ━ afinal, eu era sim um homem ritualístico.


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Notas finais do capítulo

- fusuma: "na arquitetura japonesa, os fusuma são painéis retangulares verticais que podem deslizar de um lado para o outro para redefinir os espaços de uma sala ou atuar como portas."
— wonton: "é uma preparação típica da região de Cantão, no sudeste da China e consiste em folhas muito finas de uma massa de farinha de trigo e ovos". eles costumam ser recheados com carne (de porco ou frango, por exemplo).



olá!
primeiro, gostaria de dizer que sinto muito pela demora. na semana de att, tive crises de enxaquecas fortes e tremedeira nas mãos (efeito colateral do meu remédio) que me impediram de revisar e escrever os capítulos. consegui voltar duas semanas atrás e estava revisando algumas mudanças na narração para retornar. acredito que tenham notado qual foi a mudança, certo? passamos para isso.

em algum capítulo para frente a história passou a ser escrita em primeira pessoa e eu precisei retornar para mudar os capítulos já escritos. itachi é quem manda e ele quem precisava narrar tudo. faz muito mais sentido com a história e espero que vocês gostem da nova narração. sem mais surpresas quanto à isso.

gostaria também de agradecer a quem favoritou/colocou nos acompanhamentos e comentou no primeiro capítulo. os inventivos e comentários ajudaram muito para que eu voltasse, mesmo com as mazelas da vida. obrigada.

espero retornar na próxima terça-feira. postar numa quinta está me matando, mas não queria deixar sem att por um mês.

vejo vocês nos comentários!

até!



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