Um CEO em minha vida escrita por Uma Kimera


Capítulo 2
Cap 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805766/chapter/2

Eu não podia acreditar, o homem a quem eu amei por tantos anos e que esperava por um pedido de casamento, estava me traindo. Traição algo que de uma forma ou outra a gente sabe que pode acontecer, o problema é que eu não esperava que isso fosse acontecer antes do casamento ou pelo menos do pedido dele. Eu sempre fui muito romântica depois que conseguir abrir meu coração a ele e com medo de ser traída nunca deixei nosso relacionamento cair na rotina. Quando percebi que os dois não sabiam como agir e nem mesmo o que falar sair do banheiro catando todos os meus pertences, parece que eu já estava adivinhando o que iria acontecer por que havia deixado todas as minhas coisas separadas das dele. 

—Hilary, vamos conversar okay? - vê-lo nu sabendo que não era por estar comigo, fez meu estômago revirar.

—Não há o que conversar Carlos, ou você quer que eu esqueça o que vi e finja que nada aconteceu? Quando eu cheguei no quarto sabia que uma surpresa me aguardava, só não sabia que seria essa.- virei-me sem que ele pudesse dizer uma só palavra, saí dali o mais rápido possível indo para o andar abaixo do nosso onde as meninas estavam e acabei me batendo nas costas de alguém. 

—Desc- 

—Hilary? o que aconteceu? - Leandro falava levantando o meu rosto para poder me ver e eu me desabei em chorar, minha cabeça doía e minha visão começou a ficar turva. Quando dei por mim estava sendo carregada e ainda pude ouvir a voz do Bruno falando algo inaudível.

18:24h

—Hilary? o que aconteceu? Cadê o Carlos? - Alexia estava desesperada e Tainá parecia que também iria desmaiar.

Eu já estava mais calma e resolvi contar tudo a elas, sabia que os meninos tinham saído para saber o que havia acontecido. Eu e o Carlos nunca brigamos, pelo menos não a ponto de fazer uma cena assim, então era normal o estado em que elas se encontravam. No final de toda a história de meia hora as meninas acabaram chorando e tiveram que ser amparadas, é sério isso? eu levo gaia e quem chora é vocês?

—Tá tudo bem meninas, vamos nos arrumar, eu ainda quero sair. Quem sabe eu encontre alguém interessante por aí? - dou um sorriso amarelo que não as agradou.

—Você tem certeza hilary?- só sorrir esperando não desabar por completo e logo as meninas decidiram aceitar. os meninos voltaram ao quarto completamente quietos.

20:03h

Eu estava pronta e com uma make leve a prova de água no rosto, espero que também seja a prova de lágrimas por favor! Sabia que podia encontrar com aquele cafajeste a qualquer momento então aproveitei que as meninas estavam terminando de se arrumar e comprei logo minha passagem para casa, os meninos ficaram juntos no outro quarto a fim de que eu pudesse ficar aqui contudo eu não queria estragar as férias deles por causa de um canalha, fui puxada dos meus pensamentos por uma batida na porta e logo os dois entraram.

—Vamos meninas- os rapazes já estavam arrumados e lindos, seus Looks não eram nada comparados com os do dia a dia, ao invés de ternos e gravatas eles trajavam bermudas, blusas largas no estilo tropical e chinelos. É engraçado como homens combinam com tudo né? De qualquer jeito tá arrumado para sair. 

—Vocês vão pra alguma festa social e não nos convidaram? Vocês estão muito lindas! Será que já morremos e estamos no céu? Porque só consigo ver anjos à minha frente - Bruno se ajoelhou levantando as mãos como se estivesse diante de algum ser divino, o jeito que ele era dramático até na hora de elevar a autoestima de alguém chegava a ser cômico, o besta ainda veio rastejando até a gente quase beijando o chão, é doido.

As meninas estavam realmente muito lindas, Alexia estava com um vestido verde que caía sobre seus joelhos com uma abertura nas coxas e com alças que faziam pequenos laços sobre seus ombros, os cabelos loiros presos em um coque bagunçado e um tênis branco (Look), a Tainá vestia algo que era bem a cara dela, uma calça bem soltinha com um top que possuía um decote arredondado e um cardigã fininho toda trabalhada no cinza com uma sandália rasteirinha preta (Look). E por fim tinha eu que vestia um vestido floral branco com um decote em V que se ajustava perfeitamente na cintura e com um começo de fenda nas pernas, meu cabelo estava solto com presilhas na lateral e com um pequeno salto branco (Look) não parece que estou passando por um momento conturbado né? Espero que não.

Descemos de elevador já que eu poderia me deparar com uma certa pessoa me esperando na escada, quando chegamos ao térreo foi como se automaticamente todos os problemas tivessem evaporado, ver crianças correndo e pessoas rindo ao redor trazia uma paz tão grande que era quase impossível lembrar de um certo embuste -se não fosse pelo fato dele estar em uma das mesas- quando as meninas perceberam que meu sorriso havia se desmanchado perceberam o porquê e trataram de procurar uma mesa grande o bastante para os cinco porém a única que achamos tinha espaço para oito pessoas, é hoje, cada um dos casais sentaram ao meu lado me deixando no meio, enfim a vela. 

A conversa ia bem, deixei o Carlos de lado e resolvi dançar e olhar mais de perto as danças com tochas que um grupo de dançarinos faziam, alguns se aproximaram me puxando para a pista e eu só seguir o embalo, quanta gente bonita...e sem camisa, moço o que é isso? sua mãe sabe que você dança assim por aí? com um movimento súbito fui puxada para trás quase caindo de bunda.

—A gente deveria conversar antes de você ficar se esfregando em outro homem não acha?- Quando olhei para  o dono da voz Carlos falava entre os dentes apertando meu pulso com uma força totalmente desnecessária.

—Carlos você está me machucando....- tentei me desvencilhar mas ele foi mais rápido e me puxou para o encontro de arbustos em um local mais isolado do hotel.

—É pra machucar mesmo vagabunda! Onde já se viu? mulher minha não fica se ralando com outros por ai! -Quando ia contestar sobre suas falas repugnantes Carlos me deu um tapa na cara um… tapa.

—VOCÊ ESTÁ LOUCO?-Falei entre o choro já ficando desesperada, quando olhei direito para seu rosto vi uma pessoa totalmente diferente. Não era esse o Carlos que eu conhecia além do mais ele cheirava a álcool, eu precisava correr ou gritar, mas não sentia minhas pernas, nem mesmo conseguia dizer uma palavra quem dirás gritar.

—Carlos? O que está fazendo?- Olhei para trás dele sem conseguir respirar direito com medo do que poderia vir a seguir e vi aquela mulher. 

—Vá embora Jessica! Você não tem que olhar o que eu vou fazer!- o olhar de Carlos… havia algo de muito diferente, ódio, eu nunca tinha presenciado algo do tipo vindo dele.

—E o que você irá fazer, Carlos Borges?- Ele gelou.

—Senhor Matteo- ele estava nervoso e com medo, ele não se virou mesmo com o homem o chamando, quando olhei para trás era o espanhol bem ao lado da mulher, mas por que eles dois estão juntos? E de onde Carlos o conhece? 

— Não sabia que você era casado- fez uma pausa arqueando uma sobrancelha com um semblante confuso- Nem sabia que batia na própria mulher.-Seu olhar era desafiador e sua voz grossa mostrava o quão frio aquele homem era,o homem se aproximou tirando as mãos do bolso e apoiando um dos meus brancos em sua nuca enquanto segurava minha cintura me apoiando em seu corpo, a mulher que estava com ele tentou se aproximar mais ele a olhou com negação e começou a me levar para longe.

Quando as meninas me viram estavam desesperadas. E o pavor em seus olhos era visível a marca do tapa estava visível

Eu sabia que o desespero delas não era só por causa da agressão que eu havia recebido, mas sim porque Carlos foi o único homem em quem confiei para ter um relacionamento. As lembranças do meu pai estrangulando a minha mãe e depois tirando a própria vida me veio à tona como um vento forte de manhã, fazendo com que eu ficasse toda arrepiada. De repente meu trauma veio à tona, eu sabia que não deveria confiar, eu sabia. 

Minha luta interna voltou e a única reação que tive foi a de me soltar do homem que tentou me ajudar, as meninas me cercaram e os rapazes correram para onde Carlos estava antes, enquanto eu só seguia olhando para frente. Não conseguiria ficar aqui, meu estômago embrulhava e parecia que a qualquer momento eu iria ter uma crise. Comecei a andar como se não tivesse rumo, tirei os saltos e no caminho mesmo os larguei, eu queria gritar, chorar ou só extravasar de alguma forma. Andei passando pelas meninas em silêncio, quando comecei a subir as escadas sabia que alguém me seguia mas não liguei, as meninas não iriam me incomodar por agora mas sei que também não confiavam em me deixar só, então apenas seguir em frente.

As lembranças iam e vinham, cada vez mais fortes, cada vez mais vivas “lembranças são como um presente minha filha, às vezes é algo muito bom, já outras algo muito ruim, mas é graças a elas que nos sentirmos vivos todos os dias, relembrando de todas as coisas que já nos aconteceu, nos tornando mais felizes… ou mais fortes.” Queria que as palavras da minha mãe realmente fossem verdades, que as lembranças realmente me trouxessem esse tipo de sentimento, mas a verdade é que quase todas as lembranças agora me fazem querer chorar. Quando cheguei no quarto da Tainá onde minhas coisas estavam, uma voz me fez parar.

—Se você quiser eu lhe ajudo amanhã- inesperadamente a pessoa que me seguia era o chefe de Carlos e eu o olhei como se procurasse alguma possível gozação com a minha cara, mas na verdade ele estava bem sério e segurava o celular como se esperasse algo ou falasse sozinho.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um CEO em minha vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.