Bons Momentos - ShinoKiba (Vol. 02) escrita por Kaline Bogard


Capítulo 10
Bons Momentos - Sábado no parque


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Com seis aninhos Aburame Hikaru ganhou seu primeiro grande concurso como bailarina. Ela derrotou meninas mais experientes e faturou o prêmio para toda a família: um final de semana no parque aquático de Konoha, com todas as despesas pagas.

Kiba ganhou um prêmio duplo, já que passou os dias se gabando de como a menina era talentosa, dedicada, esforçada, etc etc etc, claramente uma Inuzuka. Er, uma Inuzuka-Aburame, claro.

Sendo assim, escolheram uma data que fosse boa para todos, juntaram as malas e foram para a diversão! Shino, Kiba, Masako e Shinta, Kaoru e Hikaru. Eram seis convites disponíveis, Shibi declinou logo de cara. Tsume ficou um pouco interessada, mas surgiu uma emergência na clínica e ela preferiu ajudar Hana, que desde o começo avisou que não poderia ir.

Shinta só aceitou porque a data coincidiu com a viagem da irmãzinha caçula. Reiko faria o passeio com a turma da escola e estaria fora o final de semana inteiro.

Shino dirigiu o carro da família, com Kiba ao lado, Hikaru e Kaoru atrás. Masako foi na moto com o namorado, fazendo o pai Ômega vigiar pelo retrovisor e resmungar sobre os perigos daquele veículo de duas rodas. Mesmo que Masako fosse uma jovem Alpha universitária de dezoito anos de idade, Kiba a enxergava como a garotinha que carregou nos braços.

Kaoru ia calado de um modo anormal. Shino andava desconfiado de que o menino estava com algum problema, mas não pressionava. Mal suspeitava o homem que o “problema” era ter descoberto a gestação da namorada. Kaoru não sabia como contar isso para os pais, confusão que o fez perder o grande dia da apresentação da irmã e se sentir meio culpado por mentir e aproveitar da viagem...

Hikaru era um pocinho de ansiedade. Observava a estrada com os olhos cheios de curiosidade. Geralmente a família ia passar o feriado prolongado na praia, uma espécie de tradição de boa sorte, um dia memorável que sempre desejavam repetir, sobretudo depois que Kaoru parou de ser um incômodo com suas traquinagens.

Na verdade, o parque aquático era uma novidade para a família toda. Eles nunca tinham ido desde a inauguração, cerca de três anos atrás. Fosse pela correria, pelo preço pouco atrativo dos ingressos ou preferência incomparável pelo mar. Então seria uma grande novidade para eles.

Na recepção, foram atendidos por funcionários simpáticos que já tinham as informações necessárias. Shino e Kiba acabaram alocados em uma suíte de casal excelente do último andar, Masako e Hikaru em um quarto no andar abaixo, assim como Kaoru e Shinta. Gastaram algum tempo ajeitando as coisas e trocando de roupas e se reencontraram no saguão para irem rumo ao parque aquático, uma construção adjacente ao hotel.

Kiba vestia um calção vermelho comprado especialmente para a ocasião, estava sem camisa exibindo a Marca no pescoço, algo que lhe dava muito orgulho e satisfazia ao marido por tabela. Shino vinha com um cinza de sempre e uma regata escura. Kaoru escolheu um calção vermelho, semelhante ao do pai Ômega. Para horror de Kiba, Shinta se enfiou em uma sunga (sunga!!) minúscula azul das mais sugestivas. E Masako, sua garotinha, num biquíni de duas peças deslumbrante! Ao passo que Hikaru vestia um maiozinho discreto e com babadinhos estratégicos. Um estilo que achou que seria o mesmo escolhido pela filha mais velha.

— Não era melhor usar o maiô da escola? — Kiba resmungou meio impressionado ao notar que a filha era realmente uma mulher formada. De onde tinha saído aquele par de... De... De... Seios?! Seria enchimento...? Não! Não era possível esconder enchimentos em um biquíni daquele tamanho.

— Kiba-tou... — A jovem mulher começou num tom divertido, apenas para ser interrompida quando Shinta acertou um tapinha camarada nas costas do outro Ômega e disse:

— Relaxa, tou-chan, o que é bonito é pra ser mostrado!! — A garantia foi feita em um tom simpático. Embora ele corasse ao sentir dedos entrelaçando-se aos dele.

Logo o casal segurava as mãos e saía caminhando rumo à piscina. O namoro durava dois anos já. Shinta mantinha a aparência atípica de baderneiro, com o moicano arrocheado, piercing, vários brincos e agora tatuagens nas costas! Tatuagens. Nas. Costas. E, mesmo com a aparência fora dos padrões, não parecia haver no mundo pessoa que tratasse melhor a jovem namorada. Ou qualquer pessoa, na verdade. Shinta era sempre gentil, simpático e educado ao conversar com os futuros sogros e cunhados. Tinha muita paciência com Hikaru e jeito para conversar com Kaoru.  Tanto Tsume quanto Shibi enxergaram logo a natureza daquele Ômega, nunca se impressionando com a aparência. Hana agiu de modo semelhante, dando uma oportunidade ao rapaz que sua sobrinha escolheu. Naruto achou o máximo, um Ômega tão ousado quanto aquele, e usava de munição para pegar no pé de Sasuke e Kiba, usando muito o rótulo “Ômega New Generation”.

— Parece um yakuza de sunguinha — Kiba fez um bico.

— Kiba! — Shino surpreendeu-se.

— Marido! O moleque tatuou “família” na virilha. Que tipo de pessoa tatua “família” na virilha”?! — A indignação era real.

— Ele não se meteu em nenhuma briga nos últimos dias. — Kaoru riu e saiu correndo também.

Antes que a caçula imitasse, Kiba a segurou pela mão.

— Calminha aí, vamos aonde dá pé pra senhorita.

— Mas eu sabe nadar!

— Só não sabe falar! — Kiba riu e colocou a filha sentada sobre os ombros — Vamos marido? Você tá bem? Tá muito quieto.

— Sim, estou bem. Só impressionado com nossa família.

— Ah, entendo esse impacto! — O Ômega balançou a cabeça. — E como eu entendo!! E estamos bem acomodados na virilha de um Ômega yakuza de sunguinha! CARALHO, VIDA! — Gracejou ignorando os olhares feios que recebia.

Logo encontraram um bom lugar próximo à água.

Enquanto Shino se acomodava sob um grande guarda-sol, Kiba passou protetor solar na filha e em si próprio (lições dolorosas aprendidas com sucesso) e foi brincar com Hikaru numa das piscinas, assistidos pelo marido. Era uma área para adultos, Kiba estava bem atento à filhotinha nadando feito um peixinho. Era característica dos três filhos, herdada dos pais: a desenvoltura na água e o gosto por nadar!

Mas a farra da dupla não durou muito. Shinta surgiu com braçadas vigorosas, seguido de perto por Masako, ambos vieram atrás da caçulinha, afirmando terem encontrado um tobogã ótimo para se divertir. Kiba assistiu a fuga com um bico indignado.

— Aquele Ômega abusado! — Rosnou — Raptou minhas duas filhas! Acredita nisso?! Volte aqui, yakuza de sunguinha!!

Shino divertiu-se com o drama. Pelo jeito se apaixonar por “Ômegas abusados” era o carma de todo Alpha Aburame...

— Nos ofereceram um quarto muito bom... — Falou como quem não quer nada.

Kiba, que estava dando uns tapinhas ofendidos na água, congelou-se no ato e nadou até a borda da piscina, cruzando os braços na borda e apoiando o queixo sobre eles.

— Sabe que eu não prestei atenção nisso... — Insinuou com um sorrisão.

— Quer analisar melhor?

O rapaz ergueu-se com agilidade, mostrando com atos o quanto estava disposto! Foram caminhando de mãos dadas de volta ao hotel, sabendo que fariam muita coisa naquele quarto, exceto analisá-lo...

— Eu já te disse que esse cabelo grisalho é um charme? — Kiba sussurrou.

— Não.

— Esse seu cabelo grisalho é um charme — o Ômega pontuou algo que mexia com seus instintos. Ah, aquele dia iria render!!

***

Os tobogãs eram mesmo um barato! Eles descobriram que havia três modelos diferentes, cada um mais radical que o outro. Shinta, Hikaru e Masako escorregaram várias vezes, até ficarem sem folego de tanta diversão.

Então Masako sentou-se na borda de uma das piscinas, para descansar um pouco. Shinta encontrou uma boia perdida e trouxe para que Hikaru aproveitasse. Trabalho perdido, Kaoru apareceu feito um tubarão e “roubou” sua presa: encaixou as perninhas da irmã no pescoço e saiu nadando com a menina, como se Hikaru estivesse na verdade galopando um golfinho. Aquilo foi uma festa para a criança. Ela ergueu os bracinhos e soltou exclamações de pura alegria que chamaram a atenção. Não poucas pessoas sorriram de volta ao ver a energia positiva daqueles dois irmãos.

A brincadeira só foi diminuir pelo meio do dia, quando a fome venceu qualquer disposição. Os quatro jovens se reuniram debaixo de um guarda-sol conversando sobre as possibilidades. As refeições estavam incluídas no prêmio, por isso deveriam ir comer no hotel. Ou aproveitar a lanchonete do parque aquático, mas essa opção sairia do bolso deles.

— Hotel venceu. — Kaoru decretou.

— Então vamos! — Shinta carregava Hikaru nos ombros, como sempre fazia com a própria irmã. A certa altura ligou para Reiko, para verificar se estava tudo bem com ela e se a menina estava se divertindo na viagem escolar.

— Vai chamar os papais? — Hikaru perguntou abraçando o Ômega com carinho. Era dada a sinais de ternura que derretiam os adultos. Ela não sentia pudor algum em mostrar com gestos o quanto gostava das pessoas próximas.

— Não! — Kaoru respondeu depressa. E emendou cheio de malícia. — Eles estão resolvendo uma coisa muito importante. Acho que você ganha um irmãozinho hoje!

Os olhinhos de Hikaru brilharam:

— Oh! Um irmãozinho pra mim?!

— Kaoru! — Masako ralhou.

— Brincadeira, irmã! Shino-tou lacrou a fábrica. — Falou com pouquíssimo humor. A piada lhe trouxe a mente o próprio problema. Sua namorara estava grávida, falava em aborto e ele sequer sabia como contar tudo aquilo para os pais.

— Vamos comer. — Masako notou a mudança de Kaoru, algo que acontecia com certa frequência nos últimos tempos, mas não disse nada.

No restaurante, o pequeno grupo foi levado a uma mesa que já estava reservada para os ganhadores do prêmio. Cuidado desnecessário, pois o local tinha escassos clientes àquela hora. A grande maioria com trajes de banho, bem informais, que pouco prestaram atenção nos recém-chegados.

— Itadakimasu! — Shinta deu início à refeição.

— Mas isso é uma delícia! — Kaoru exclamou com a boca cheia. A comida era tão boa quanto o resto. Então, virou-se para a irmã sentada ao lado dele e cutucou-lhe a bochecha. — Obrigado, pirralha! Prometo que nunca mais perco uma das suas apresentações, combinado?

— Promessa é promessa! — Hikaru sorriu feliz, exibindo as covinhas que foram logo espetadas pelo dedo do irmão.

— Kaoru! — Masako ralhou.

— Não resisto! Ela é muito fofa! — E grudou nas faces gordinhas dando um generoso apertão.

— Kaoru-nii! — Hikaru tentou se fazer de brava sem conseguir. Ganhou um abraço cheio de carinho em troca.

— Te entendo! — Shinta parou de comer para participar da conversa. — Me sinto assim com Reiko! — E sorriu para a namorada que estava sentada ao seu lado.

Masako suspirou de leve, antes de erguer a mão e pegar um grãozinho de arroz preso no queixo do Ômega, deliciando-se ao vê-lo corar sem jeito. Estava mais do que provado: Alphas Aburame tinham mesmo um fraco por Ômegas de reações peculiares.

O almoço seguiu divertido, com os quatro interagindo enquanto aproveitavam da hospitalidade e refeição de qualidade. Logo depois seguiram para uma área de descanso a céu aberto, onde vários visitantes tomavam sol, conversavam e até mesmo cochilavam. Masako aproveitou para reforçar o protetor solar da irmãzinha, enquanto Shinta e Kaoru debatiam sobre a rodada de basquete e o desempenho do Konoha’s Angels. A hora da “soneca” sequer durou uma “hora”. Hikaru estava muito impaciente! Queria nadar e aproveitar o máximo dentro da água. Nenhum dos jovens resistiu aos olhinhos brilhantes e ao sorriso de covinhas. Logo estavam na piscina brincando e se divertindo.

Shino e Kiba vieram juntar-se aos filhos pelo final da tarde, logo após uma boquinha rápida no restaurante para recuperar as energias gastas na suíte. Kiba era só sorrisos, com os dentinhos afiados expostos e um andar lento e... engraçado. A Marca no pescoço irradiava uma sensação única que atraiu vários olhares, claramente fruto de uma boa estimulação. Parecia o Ômega mais satisfeito da face da Terra. Shino vinha sério como sempre, com um roxinho suspeito no pescoço e ar descontraído que poucas vezes notavam no Alpha. As mãos unidas balançavam de leve no ar.

Masako e Kaoru tinham idade e experiência suficiente para saber o que tinha acontecido praticamente o dia todo. A visão de um casal tão sólido e feliz fez com que a jovem mulher se aproximasse de Shinta, sabendo que seria capaz de passar a vida toda com aquele rapaz exótico e que construiriam um relacionamento tão bonito quanto de seus pais. E em Kaoru foi quase o oposto. Ele um dia acreditou que sua namorada era perfeita para si, e agora pensava cada vez mais na Beta como “ex-namorada”. Um filho prematuro e não planejado praticamente destruiu aquilo que acreditou ser eterno. Não permitiu que a tristeza durasse.  Em breve teria um grande enfrentamento: revelar que seria pai...

Tão logo chegou a borda da piscina, Kiba soltou-se e deu um belo mergulho com as pernas encolhidas, espirrando água para todo lado. Hikaru adorou!! Nem Shino resistiu, mergulhando com elegância para nadar um pouco. Era tudo o que os garotos precisavam a tarde ficar perfeita.

***

O jantar foi feito no restaurante, uma refeição sólida regada à conversas descontraídas. Hikaru cochilava sentada, acordando de vez em quando para mastigar algo que Masako ou Kaoru ofereciam. Nem os cutucões em suas covinhas incomodaram. A pequenina estava exausta!

Logo Masako se retirou com a irmãzinha, levando-a para dormir no quarto com mais conforto. Kaoru e Shinta resolveram nadar um pouco mais: o parque aquático fechava para os visitantes de fora e mantinha-se operante para os hóspedes do hotel! Shino e Kiba foram para o salão de festas, onde o lugar costumava oferecer coquetéis noturnos. Talvez um aquecimento para mais chamegos no quarto. Por que não?

A ordem era aproveitar aquele prêmio o quanto pudessem. O sábado tinha sido maravilhoso, e o domingo seria ainda melhor!


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Notas finais do capítulo

GENTE!

Esse capítulo tem duas artes, mas só podemos postar uma no site:

Imagem 01: https://i.imgur.com/PnSYaGK.png
Imagem 02: https://i.imgur.com/Lnxqqv1.png



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