Cada Vez que nos Encontramos, Cada Vez que nos... escrita por Anita


Capítulo 6
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805659/chapter/6

Usagi estava pulando pela sala de karaokê após contar ao namorado toda sua história com Mamoru, se poderia chamar aquilo de história. Era melhor considerar uma série de infortúnios em que ela parecera haver provocado ele em seus piores dias e ele aparecera na sua frente para dar uma de convencido nos piores dias dela. Depois, Mamoru havia conseguido um emprego longe, e eles nunca mais se viram. Bem, ela achava que nunca mais se veriam, mas trabalhando com o melhor amigo dele e com o próprio de volta à cidade, ficava difícil pensar o mesmo agora. Para completar, Mamoru havia agido tal e qual faria anos antes, mostrando que nada mudara entre ambos. Na conversa, Seiya cogitara que podia ser apenas uma reação instintiva de Usagi que provocara a contrarreação semelhante. Entretanto, ela não queria mais pensar nisso. Então, pegou o microfone para cantar músicas animadas.

Seiya batia palma e a animava a cada música, até que decidiu ele mesmo pôr um dueto, de início mais agitado na esteira do que a namorada vinha escolhendo, mas os seguintes ficavam cada vez mais românticos. Os dois estavam quase abraçados quando ele começou a beijá-la. A luz fraca do quarto de karaokê e o cansaço pela energia recém gasta faziam Usagi sentir-se quase em um sonho. Ela jogou seu corpo em busca do apoio firme e quente dos braços dele enquanto suas línguas estalavam a cada instante. Sentiu-se levada até o sofá e, sem interromper o beijo sentou-se seguida pelo outro. Estava em um estado como que hipnotizado, razão pela qual se passara tempo demais para notar que a mão de Seiya agora estava demais de sua saia e avançava para cima, já tocando em sua calcinha. Aquele foi o momento exato em que um alarme em seu corpo gritou perigo e, incerta de onde saíra toda a força, Usagi o empurrou de cima de si para o outro lado da sala.

Do canto oposto do sofá, Seiya ainda se recuperava do empurrão e, possivelmente da intensidade do beijo trocado. Ajeitou o cabelo e voltou para perto da namorada, agora acariciando seus cabelos.

— O que houve? Ficou brava? — perguntou, voltando a beijar seu pescoço, sua língua passando em alguns pontos do percurso.

— Você e sua mão precisam se desculpar antes de ficarmos de bem. — Usagi fez o possível para ignorar os calafrios que a carícia causara e empurrou o peito do outro com as mãos, virando brusca a cabeça para o lado oposto.

— Estamos em um karaokê, lembra? Não dá pra ver nada de lá de fora, garanto. Muito menos onde minha mão estava. — E riu-se com o rosto vermelho pelos próprios pensamentos.

— Não tem nada a ver com karaokês!

— Já sei, já entendi. — Seiya sorria e enlaçou-a até que sua mão estivesse na bochecha oposta, fazendo a cabeça da namorada voltar novamente em sua direção. Ele a beijou ternamente nos lábios. — Você me desculpa? — O ar de seu sussurro fazia cócegas na boca de Usagi.

Ela, enfim, começou a devolver o carinho e passou a mão no cabelo do namorado antes de se entregar a outro beijo. Seiya a puxou para tão perto que suas pernas estavam quase enlaçadas, enquanto começava a lhe beijar no espaço entre ombro e o pescoço. Aquilo fazia um pouco de cócegas e Usagi não conseguiu segurar o riso. Agora sua orelha era levemente mordida entre beijos que quase a deixavam surda.

Seiya, então, apesar de ninguém poder ouvir nada do lado de fora com o som alto da propaganda da loja de karaokê agora que nenhuma música mais tocava, disse-lhe bem baixo:

— Vamos para outro lugar?

Ela havia ouvido bem a pergunta, mas sem compreender o significado inicialmente. Talvez Seiya estivesse cansado daquela posição? Ou queria ficar assim ao ar livre? Usagi até gostava de abraços e carícias, mas beijos em público não a deixavam à vontade o bastante, Seiya não podia ter esquecido isso. Contudo, quando a mão dele subiu novamente até sua calcinha, ela teve um raro momento de percepção. Era tão clara como um raio bem na sua frente.

Com mais força que antes, ela o empurrou ao chão.

— Não foi pra isso que voltamos.

— Vamos, estávamos em um ótimo momento, Usagi.

— Uma pena que você estragou tudo. — Ao se ouvir com voz chorosa, percebeu que seus olhos lacrimejavam.

— Já faz um ano, né? Que estamos juntos, né? Tem que estar na hora. Como uma comemoração. — O japonês de Seiya era quebrado, mas compreensível demais para o desgosto de Usagi.

Ela sentou-se direito no sofá e olhou para a enorme tela onde algum artista apresentava sua música nova.

— Usagi... Tá com medo de mim?

Quando voltou a focalizar as imagens à sua frente, Seiya estava sentado no chão à sua frente, apertado com as costas na mesinha, e agora pegava em suas mãos, pousadas, quase mortas em seu colo.

— Olha pra mim, sou a pessoa que mais te ama! Como algo assim pode ser ruim?

— Eu não quero... só isso.

— Nós voltamos de onde paramos, não foi o que você me disse? Então, vamos continuar, não há nada mais no caminho. Acabou a data de validade. — Deitou sua cabeça, como um cachorro que pedia um cafuné. — Eu quero você esta noite.

Normalmente, aquele era o típico estilo Seiya para lhe derreter o coração e convencê-la ao que fosse. Não naquela noite.

— É melhor eu ir pra estação, já tá bem tarde e não quero perder o trem.

— Não muda o assunto. — Seiya levantou uma perna, firmando o pé no chão. — E fala com as palavras certas. Sabe como odeio esse jeito indireto dos japoneses.

— E eu odeio como você não quer prestar atenção em mim; é fácil entender.

— Que você quer estagnar a relação? Olha, daqui pra frente não vai ser fácil vir para cá. Estou perto de Tóquio, mas não tanto assim. Também tem o estágio de treinamento no curso e tudo. Não é como se você estivesse com tempo justo nos domingos, certo?

— Não tem nada a ver. — Chorou de volta.

Seiya levantou-se por completo e consertou o seu rabo de cavalo.

— Você é que pensa. Para os homens, não é tão fácil assim comer sentimentos no ar. Para mim não é.

— Comer sentimentos?

— É, ficar se alimentando de amor, carinho, ternura, queria ouvir sua voz... Eu gosto disso, mas quero você também. Você inteira pra mim. Mas você não me quer, não quero saber isso. Digo, não entendo.

— Eu vou pra casa, Seiya. — Usagi já havia pegado sua bolsa e o casaco que trouxera. Andou até a porta, ainda esperando que aquilo fosse diluir. Não fora a primeira discussão com aquele conteúdo que já tiveram, apenas a mais direta. E Seiya nunca parecera tão apaixonado pelo assunto como naquela noite. Logo sua cabeça esfriaria, e ele a levaria até o trem.

— Vou terminar as horas que pagamos.

Ela se virou para notar que ele já estava com o controle, procurando alguma música. Queria bater a porta quando passou por ela, mas não teve coragem nem de extravasar aqueles sentimentos confusos pelo que acontecera. Pois talvez ele estivesse certo, talvez houvesse algum problema com ela.

Após pagar por sua parte, o que raramente faria com Seiya, mas propositalmente fizera no momento, Usagi pegou seu celular e mandou um e-mail para a mãe, avisando que ficaria fora naquela noite com uma amiga. E outro para que Minako a encontrasse no Drunk Crown, se estivesse livre. O lugar era símbolo de sua superação de Seiya; tinha que acalmar a dor no coração que quase a fazia voltar para a sala onde o deixara só. Naquele momento, estava pronta até para discutir com Mamoru, Talvez até ansiasse pela oportunidade de dar um soco em alguém.

Continuará...

Anita


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E continuo sentindo a história bastante atrasada com o que planejei. Previa seus capítulos, mas neste ritmo deve ficar bem mais. Veremos se depois a história fluirá mais rápida. Também aqui apresentei um pouco do ponto de vista do Mamoru. Quase todas as suas cenas não haviam sido previstas ou foram adiantas, fiquei a ponto de atropelar toda a linha do tempo do planejamento por isso! Ao menos gostaram?

No próximo capítulo o Mamoru deve aparecer com tudo, com uma ótima cena Mamoru Usagi como eu tanto quero escrever *_* Ou alguém aqui tá torcendo pelo Seiya? Não deixem de dar sua opinião, posso ser do outro time, mas estou aberta a qualquer sugestão sempre! Dependendo de como a história ficar, o final pode ser bem diferente, isso sempre acontece! O Seiya já conseguiu umas cenas enormes que não estavam nos planos, já atrasou todo o calendário, daí a ficar com a Usagi no final falta muito pouco!

Como sempre, deixem seus comentários por favoooor e para mais fics visitem meu site Olho Azul. Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cada Vez que nos Encontramos, Cada Vez que nos..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.