A Decisão Certa escrita por Katarina A Souza


Capítulo 3
III - Gambit & Vampira


Notas iniciais do capítulo

Eu estou postando muito, estou escrevendo muito rápido, e fico ansiosa para postar logo!
Espero que gostem, eu preciso revisar, eu sei.
Queria dizer que a luta anterior, entre Vampira e Gambit foi escrito inspirada numa cena descrita na HQ Sr. & Sra X ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805642/chapter/3

Estava um tempo ensolarada lá fora.

Mas Vampira não podia se vestir para o verão, mesmo no clima quente, ela usava luvas pretas que terminavam pouco a baixo do ombro, receosa ousou usar uma regata de gola alta, mas usou com muito cuidado, e por baixo um jeans de lavagem cinza escuro. Ela estava suando demais, e sua pressão estava bem baixa, mas ela precisava passar um tempo na mansão com Noturno e o resto de sua família, por causa de um e-mail que recebera de Kurt se queixando de saudades — sim um e-mail. Kurt era antiquado, aquelas cartas eletrônicas já eram avançados o bastante para ele.

Nesse dia ela lanchou na grama, num estilo picnic com seu irmão, Wolverine, Kitty e Tempestade. Era um momento de reunião, afinal, Noturno estava sempre ocupado com sua devoção e religião, Logan estava em todas as missões que apareciam, Kitty estava sempre em missões também, e quando tinha folgas, passavam dias com Colossus, e por fim, Ororo estava em Wakanda agora.

De longe, Remy treinava numa salinha, com uma janela ampla, que dava uma visão privilegiada do jardim, onde jovens corriam, namorados tomavam sol, e amigos curtiam um bom picnic, ele observou tudo isso de longe, mesmo que ele tenha criado um bom vínculo com Jubileu, não tinha um sentimento real de ser bem-vindo ou fazer parte daquele ambiente, era esquisito, mas a verdade é que ele não estava se esforçando, se realmente quisesse, todos estariam aos seus pés. Era um ato de sabotagem. Ele sabia que aquele era o primeiro ambiente que ele tinha sido acolhido, sem ser tóxico, sem cobrar muito dele.

Vampira percebeu um olhar, vasculhando por todos os cantos daquele jardim de onde vinha essa sensação. E nada. A sensação se intensifica, ela vira seu rosto para o ambiente por de trás dela, e nota na salinha de treinamento, uma criatura de quase dois metros de altura, completamente imóvel e observador. Essa cena a assustou um pouco, mas logo Vampira sentiu um dejavu dos seus primeiros meses no Instituto Xavier, a sensação de não se encaixar, de permanecer sozinho na multidão. Com empatia, decidiu levantar-se daquele lençol estendido improvisadamente na grama, rapidamente, e foi em sua direção.

— Ei, grandão, tá com fome? — Vampira entrou no local sem permissão prévia. Encostou na parede inclinando levemente seu corpo, cruzando seus braços e encostando sua cabeça na parede, cansada.

— Tá falando comigo? —Remy pergunta desconfiado.

— Não, cara, eu estou falando com o Adrian, o esquisitão que fica invisível. — responde Anna ironicamente, e Remy realmente se questiona se existia mais alguém naquele local enquanto olhava em volta. Ele sabia distinguir o que era ironia ou algo do tipo, era só que ele não estava acostumado que mulheres fossem irônicas com ele — Vamos, cara das cartas, tem lanche o suficiente para você lá.

— É Remy, Remy LeBeau — disse se aproximando de Vampira, ela não esboçou reação, e nem parecia querer abrir a boca para se apresentar também, mas isso não o impediu de chegar mais perto curvando-se perto dela, aproximando sua mão perto dela, em gesto de querer cumprimentá-la. Mas nada, cavalheirismo não era algo que a encantava. Afastando seu corpo da parede, mas ainda de braços cruzados, ela revirou seus olhos e seguiu de volta para o picnic. Gambit ficou parado ali, sem entender nada, ainda assim encantado. Geralmente ele tinha tudo o que queria e como queria, ela parecia um desafio.

— Você não vem? — questionou a garota longe dali, e ele a seguiu, como um cachorrinho segue a dona.

Os dois estavam próximos quando chegaram ao gramado, todos estavam olhando, mas Vampira não ligou para isso. Ela era forte, seu objetivo sempre foi permanecer com o mesmo grupo confiável de pessoas em sua volta, e ao mesmo tempo pessoas que ela sabia que no fundo nunca iria e apaixonar por nenhuma delas. Já Gambit sentia seu ego muito inflado só de pensar que ele poderia ser conhecido como o namorado da celebridade mais famosas entre os mutantes, ele gostava muito de status. Ambos se sentam, em silêncio.

Noturno não vê maldade, muito pelo contrário, ele sente que sua irmã está fazendo uma boa ação. Não sabia exatamente se era pela culpa de ter lutado com ele sem que tenha algo haver com o que aconteceu, ou somente compaixão com sua situação. De qualquer forma, era nobre, e isso que importava.

Wolverine não gostava da ideia, na sua cabeça de pai protetor, Gambit era um pervertido nojento que queria se aproveitar de sua menininha, ele conhecia aquele tipo de homem mulherengo que manipula mulheres ingênuas para ter o que quer e depois partir seu coração, e se ele o fizesse, Logan teria que parti-lo ao meio

Mesmo com o clima desfavorável, a pequena reunião no jardim estava agradável. Kurt era engraçado e carismático, mas sabia ouvir, Ororo era protetora e muito inteligente, assim como Kitty, que tinha sempre um fato curioso para falar, Wolverine não era bem comunicativo, mas tinha boas vivencias e fazia questão de compartilhar.

— E foi assim que conheci aquele cara tagarela, sabe? — contou Logan.

— Deadpool — completou Vampira — Tony o quer na equipe, ele quer montar uma subdivisão nova dos Vingadores com membros de outras equipes.

— Deadpool? Aquele cara não tem princípios! Como ele poderia fazer parte dos Vingadores? — questionou Kitty surpresa.

— Eu também achei estranho — começou Vampira enquanto mastigava algo, engolindo a seco rapidamente — Parece que ele ficou viúvo recentemente, e desde então ele se tornou uma pessoa menos, você sabe, cuzão.

— Você sabe que se o Capitão tivesse aqui ele repreenderia sua boca, né? — Wolverine fala enquanto vem lembranças de sua época que lutava ao lado de Rogers.

— Eu sei, eu estou falando todos os palavrões possíveis enquanto estou aqui — disse rindo, e ambos começam a rir, como se fosse uma referência só deles, além de Kurt, ele era uma das poucas relações saudáveis que tinha, e nesse momento, Gambit se pega imaginando quando tivera uma relação como essa, e a resposta provavelmente seria "nunca".

— Tá um calor, muito calor mesmo, a gente poderia pular um pouco na piscina. Que tal? —sugeriu Ororo. Apenas Kitty concordou. Wolverine queria dormir, porque havia passado a noite numa missão. Kurt precisava dar aula de teologia para sua turma nova. Vampira não se imagina com pouco tecido cobrindo sua pele perigosa.

— Ah, eu não tenho sunga, — respondeu Gambit.

Aos poucos permaneceram somente Anna e Remy no local. Ela planejou exatamente o que faria, iria ponderar por alguns minutos a caneca em sua mão, tomar o último gole de suco que estava esquentando de tanto tempo que estava ali, levantar e agradecer pela companhia de apenas dois minutos e sair correndo.

Mas antes que ela o fizesse, um sentimento de culpa a tomou, não por ignorá-lo por completo, e sim pelo ocorrido em seu primeiro encontro com o rapaz.

— Eu, — começou engolindo seco, recebendo em seguida, toda a atenção ao seu rosto, nesse momento ela pode notar que ele era muito jovem e principalmente atraente, mas logo deixou que esse pensamento sumisse de sua cabeça — Eu sinto muito por aquela fez, que eu te ataquei.

— Sem problemas, Chérie. Já fui atacado de formas piores que um beijo. — ele respondeu, percebendo que ela havia corado e ficado sem graça, e cada vez que seus caminhos se cruzavam, mesmo que breve, era uma constatação: ela é linda, de qualquer jeito. — Eu estou aqui por sua causa.

— Ah, por que o Wolverine te encontrou, né?

— Não exatamente. Eu te vi na TV, e me inspirou.

Vampira não esperava por isso. E mesmo que mantivesse seu coração seguro, ela decidiu continuar ali, conversando com ele e torcendo para que não seja nada demais. Ela o ouviu desabafar, lhe deu conselhos e dicas, não contou nada além de sua vida como heroína, nada de vida pessoal, mas ele não se incomodou, pela primeira vez era bom ser ouvido ao invés de só ter uma mulher casual que mantinha relações sexuais e nunca mais a veria no dia seguinte, era diferente, era companheirismo.

No meio da tarde, depois de duas horas conversando, Vampira decidiu encerrar a conversa ali, era uma zona segura a partir daquele momento. E seu corpo e sua mente precisava de um descanso.

— Obrigado por me ouvir, Vampira?

— Isso, Vampira.

— Achei que me falaria seu verdadeiro nome.

— Talvez um dia.

...
Anna não dormiu, ela passou algumas horas de seu dia no seu quarto, observando as pessoas na piscina, no canto de sua janela para que ninguém a visse. Quando era adolescente, fazia isso todos os dias de verão, desejando poder estar naquela piscina, abraçando seus amigos, brincando de algo sem medo, beijando debaixo d'água, igual tinha visto Scott e Jean fazer uma vez. Seu poder a limitava, ela queria viver mais, fazer mais. Alguns meses atrás, anunciaram uma cura para o gene mutante, e ela cogitou busca-la, mas então surgiu a oportunidade de entrar nos Vingadores e parecia um sinal, era um bem maior.

Seus pés cansaram, e ela decidiu adormecer um pouco.

Poucas horas depois, anoitecera. Todos estavam tranquilos em seus quartos, havia um silêncio. Seu corpo a levou para janela novamente, e a piscina lhe chamava muita atenção. Estava tudo tão tranquilo, todos dormindo, ela poderia dar um mergulho sorrateiro e ninguém saberia. Era bobo, mas uma adrenalina tomou seu corpo, e em seu pensamento ela firmou que faria isso. Com medo de ser vista, mas destemida, Vampira havia colocado um biquini de sua época de adolescência e iria mergulhar um pouco.

Passou de fininho pelos corredores, desceu as escadas e passou perto da cozinha, sem entrar nela, sem ao menos olhar para sua direção e perceber que ali, permanecia parado e incrédulo um Remy petrificado, ele estava surpreso com aquele corpo com tão pouco tecido, ele tinha visto de relance, mas podia reconhecer aquele cabelo único. Ele desistiu de beber água para conferir o que Vampira iria fazer, seguindo-a, observou seu mergulho animado e seu riso sozinha, ele pensou por um momento se ela era algum tipo de maluca, mas isso era ainda mais sexy. Seu objetivo não era estragar aquele momento, mas provocá-la seria muito interessante.

— Tá fazendo o que maluca? — gritou Gambit se aproximando. Vampira tomou um susto e seu corpo tinha respondido com um leve pulinho, ela virou seu corpo para encara-lo intensamente.

— Estou só nadando.

— Ás três da manhã?

— E? Você tá me perseguindo?

— Não, eu te vi passa por mim na cozinha e fiquei curioso para saber de quem era a bunda que tinha visto. — um sorriso cafajeste escapou.

— Você é um cretino. — Vampira se aproximou dele, ainda na piscina, ele agachou para ficar mais próximo dela, dando mais liberdade para ela tocá-lo, se pudesse. Sua mão passou pelo joelho dele por cima do moletom, indo direto para sua blusa, olhando sempre diretamente para seus olhos, enquanto Remy permanecia meio ofegante e com a boca semi aberta, delirando. Mas para sua surpresa, ela o agarra pela blusa forçando um mergulho.

— Sabe qual o seu problema, Gambit? — perguntou em meio a risos, enquanto o rapaz tirava excesso de água de seus olhos — O se pau, você pensa mais com ele.

— Ele não seria um problema para você, Chérie. — ele sempre tinha uma resposta afiada na ponta da língua, Vampira ficou sem palavras para retrucou, apenas levou sua língua para o céu da boca para controlá-la, deu um riso abafado dando movimento que sairia da piscina. Gambit pode observar bem seu quadril e bunda bem inclinada diante de sua visão, e lhe proporcionou vários pensamentos impuros.

Enquanto o Tony reunia novos membros para uma subdivisão dos Vingadores, Vampira pode aproveitar alguns meses de férias na mansão do Charles Xavier, indo para missões ao lado se sua família. Mas também lhe deu oportunidade de se aproximar cada vez mais de Gambit, e percebeu que provocá-lo era muito divertido. Cada dia era algo novo, passava sempre em frente de seu quarto com roupas curtas quando sua porta estava aberta, lambia talheres olhando fixamente para seus olhos, morder os lábios enquanto ele falava, ela era sensual por natural. Parte era culpa da criação de Mística.

Era perigoso e divertido, e durante a noite, os dois passavam horas até o amanhecer conversando. Ele contava sobre seus segredos, sua origem, seus medos e insegurança, e Vampira era uma ótima ouvinte.

Pela primeira vez, ele estava sendo leal a uma mulher, mesmo sem nunca tocá-la, mas nunca havia parado para pensar sobre isso, era natural, ninguém estava forçando que ele ficasse com Vampira, era por que havia necessidade em ficar com ela, era instintivo.

Houve uma noite então, que os dois adormeceram juntos na cama de Gambit, abraçados, foi um breve cochilo, sem dar tempo de acabar tocando-o sem querer, Vampira acorda e observa o semblante tranquilo de Remy, tranquilo, bonito e atraente. Foi então que ela notou, que ela estava apaixonada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegar até aqui haha
Deixe um comentário!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Decisão Certa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.