A Decisão Certa escrita por Katarina A Souza


Capítulo 1
I - Gambit


Notas iniciais do capítulo

Essa história é meio doida, vcs vão ler os capítulos e vão entender a sinopse só depois, por que essa história é derivada de uma história que não saiu do papel ainda, então quando eu terminar essa aqui, eu faço uma espécie de spin-off.
Deu para entender?
Bom, essa história surgiu depois de ler: Vampira e Gambit. Sr. e Sra. X (eu li online, quem quiser mando o link) e percebi que o Gambit é meio fdp nos quadrinhos, e ao mesmo tempo estou assistindo X-Men: TAS na Disney Plus, e no desenho ele é bem mais legal com a Vampira. Então decidi reunir várias versões de personagens de várias HQs e desenhos e mudei um jeito que ficaria legal para ser usado no UCM futuramente.
Só loucura mesmo.
Ah, já para adiantar, essa é versão mais overpower da Vampira nunca vista, aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805642/chapter/1

— Eu dobro. 

— Suas fichas? —  questionou o cara em sua frente, ele aparentava ter passado dos quarenta, talvez até dos cinquentas. O que fez, Remy, imaginar por um momento se ele continuaria naquela vida nessa idade, mas sinceramente não se imaginava passando dos trinta, e colocando na balança ele só teria mais sete anos pela frente, usando de base seu estilo de vida atual. 

— Não consigo ver mais nada que possa ser dobrada além das fichas em minha frente.  — responde ironicamente. A grande questão sobre viver pouco com toda certeza vinha de sua boca sem filtro. Existe uma linha tênue entre pensar o que quiser e realmente deixar escapar pela sua língua. Gambit era jovem, inconsequente, ele gostava de pensar que os dois andavam juntos e não há nada de errado nisso.  

— Você olha sempre para carta, parece um daqueles ciganos. — responde seu outro adversário, a sua esquerda. Uma mesa de póquer, quatro homens. O que lhe questionou segundos atrás parecia o mais velho da mesa, e o mais perigoso, existe um sentimento em Gambit de que quem acumula muitas experiências na vida, acaba acumulando decepções e morrer cedo seria uma bênção, não precisaria de um psicólogo para concluir que seu estilo suicida teria nascido desse pensamento, embora terapia o caísse muito bem. O que zombou dele nesse momento era o que mais se aproximava de sua idade, provavelmente beirando aos trinta. Todos brancos, narizes largos, muitas cicatrizes.   

— O termo certo, — enquanto fala, ele posiciona as cartas que estavam na sua mão, na mesa descascada em sua frente com o desenho para baixo, para que ninguém conseguisse vê-las ainda — creio que seja tarólogo, se eu soubesse que gostava teria trago as minhas. A verdade é que eu respeito as cartas.  

Em todo esse momento, Gambit permanece sua cabeça baixa, seu boné de beisebol não deixava que visse seus olhos.  

— Então, a boneca, gosta de prever o futuro? O que você vê, hein? — o mais jovem da mesa se irritou, os outros na mesa não moveram um músculo de seu corpo, mas no rosto de todos nasceu um sorriso, alguns por completo, e outros pela metade. Nesse momento não importava a expressão, a verdade de Remy, em sua essência, não se importava com o que os outros pensavam sobre ele, ou se pensavam que podia o derrotar, porque não podia, de fato. —  Previu que vai morrer essa noite se não respeitar o ambiente em que está? 

— Sabe o que eu previ, — neste momento, Gambit provavelmente estava no seu estado Super SaiyaJin de Meter o Foda-se, claro, as consequências de sua atitude, geraria muita violência, para sua defesa ele agarra uma carta e já prepara a energização dela na ponta de seus dedos — Que sua esposa é muito gostosa, e que na primeira oportunidade que eu tiver, eu vou foder ela, seria divertido se você assistisse.  

Como previsto. 

Violência. 

Gambit afirmou para si, que a máfia de Louisiana não era a mais criativa, muito pelo contrário, era bem previsível. Você fala que vai transar com a esposa de um cara, e de repente tudo vai para o alto, ninguém pensa em somente rir e oferecer em seguida um bom wiskey The Macallan 1946. Ele era alto, não maior que Gambit, mas tinha muita massa corporal bem distribuída. A piada de mal gosto, rendeu um soco bem forte, que acertou em cheio seu maxilar, seu adversário malhava, era nítido, em contraposto, ele tinha habilidades, que metade de sua vida ele amaldiçoou esse fato. Logo sua carta foi arremessada de encontro ao mais novo dali, atingindo seu peito levanto-o contra parede. 

— Um mutante! — anunciou um dos mafiosos. 

Logo aquela partida inocente de póquer se tornará um ringue. Gambit além de mutante, era muito bom em artes marciais, o seu treinamento para ladrão lhe deu a capacidade de ser muito preciso.  
Existe uma profecia, que diz que Remy LeBeau, seria o responsável de unir o Clã dos Ladrões com o clã rival, de assassinos. Ele não nasceu exatamente naquele ambiente, seu pai diz que ele foi deixado no clã, e aquilo era o destino. Seu pai o treinou desde muito cedo. Sempre antes de dormir ele se questionava o fato de ser jovem demais para tudo isso, ele não sabe exatamente o limite entre amor paterno ou o “azar” do clã em nunca ter gerado um mutante. 

Predestinação. 
 

BellaDona. 

Ela era, normal? Normal, talvez não seja a descrição perfeita, a verdade é que nada nela o atraia. Ela era jovem, vinte anos, cabelo volumoso na altura dos ombros, na cor loira viking. Ela era baixa, magérrima, corpo típico dos anos dois mil. Acontece que depois que as Kardashians surgiram, os corpos volumosos lhe brilhavam os olhos, ele descendia de franceses, e para seus antepassados, o corpo dela era o ideal, mas ele havia crescido no sul dos EUA, sua visão era outra. De qualquer forma, Gambit já havia passado noites com várias garotas diferentes, e nenhuma era realmente interessante para despertar uma atração avassaladora que naturalmente iria evoluir para uma paixão. Casar com BellaDona, por outro lado, era cumprir uma profecia, arcar com seu papel perante seu clã. E não havia nada mais importante no mundo para ele, além disso.  

— Que estrago. —  Remy, por fim, havia deixado todos no chão, explodidos algumas coisas e claro, roubado alguns objetos de valor do local. Para ele, isso cheirava missão cumprida. 

 A sala de póquer, era nos fundos de uma boate. Mesmo com o barulho das conversas paralelas, da música eletrônica e gritos de histeria, a confusão que aconteceu naquele local chamou atenção de alguns. Homens armados invadiram o local, pareciam até o Coisa de tão musculosos. Mas a única coisa que encontram foram os homens caídos.  
Naquele momento, Gambit admirava a confusão no olhar daqueles homens ainda dentro da boate, ele era sorrateiro, ninguém iria desconfiar que teria sido ele. Com uma nova roupa, sem seu boné e mostrando a sua característica mais marcante: o globo ocular negro com íris rubro. E o principal, ele já estava no bar, no pé do ouvido de uma morena. Mediana, seios fartos, cintura quadrada e quadril estreito, tudo muito proporcional.  

Mesmo que alguém desconfiasse dele, aquela garota iria dizer até que dois mais dois é cinco se ele pedisse. Ele tinha esse poder de persuasão.  
 

...
 

...

Mais tarde, em seu apartamento. Gambit contempla aquela desconhecida nua ao seu lado da cama. Desejando que ao acordar, ela percebesse que os dois não teria um compromisso e que não passaria dessa noite. Sem drama, prático.  
Ele levanta a parte superior de seu corpo, e senta na cama. A janela entreaberta reluz em seu rosto, o que faz que seus olhos fechem com força em instinto, seus olhos eram sensíveis demais. 

Como todos os dias, ele se questiona se sua vida é certa. Odiava ser mutante, odiava ser ladrão, odiava ser cafajeste, se odiava no geral.  

Mas nessa noite em especial, odiava a profecia. Faltava menos de uma semana para seu casamento, e ele nunca nem beijou BellaDona, eles não se conheciam de verdade. Era certo casar com alguém que não conhecia? Sem falsos romantismos, era só que, no fundo não parecia o certo. Ele transava quase todo dia, sempre com garotas diferentes, isso faria com que ele fosse um cretino traidor, que sempre que tivesse a oportunidade de pular a cerca, o agarraria com tanta força que faria questionar seu caráter. Mesmo sem conhecê-la, era fato que não merecia passar por isso, ninguém merece. 

Gambit levanta, olha seu smartphone, algumas mensagens de texto de seu futuro cunhado afirmando que sabia que ele estava com uma garota naquele momento, e que se continuasse trazendo-as para sua casa, iria matá-lo. 
Não parecia uma má ideia. 

Ele caminha até sua cozinha. Vai em direção de seu armário e captura um copo de plástico médio, agradecendo ao universo por poder controlar seus poderes, já que mais jovem, nenhum de seus objetos escapam da explosão. Abriu sua geladeira e encheu seu copo de água gelada de um jarro que permanecia ali dentro. Bebeu rápido demais, desceu rasgando. Ele quis chorar, como sempre, mas engoliu junto a água. Ele só tinha vinte e três anos para tanta dor.  

Foi até seu sofá, desmoronou.  

Ponderou por alguns minutos antes de ligar a TV, ele passou por alguns canais, mas era um fato, que iria parar no primeiro noticiário, porque segundo ele, ver que havia mais gente fodida no mundo além dele, era reconfortante. E o jornal era um circo de tragédias. 

Parou no primeiro canal de notícias e leu a manchete em seu pensamento. 

“Primeira mutante da história a se juntar aos Vingadores, os heróis mais poderosos da Terra.” Gambit não pode acreditar. Um mutante nos Vingadores? Seu corpo institivamente curvou-se para frente, para ler melhor. A tela era dividida em duas cenas. 

A primeira: uma criatura mediana, uniformizada com um capuz pesado, pouco do seu corpo era revelado e muito menos do seu rosto, em algumas cenas de ação, suas pernas grossas eram reveladas em alguns chutes, ele provavelmente se sentiria mal ao saber que eram pernas masculinas por que se sentia muito atraídas por elas. Super força, agilidade, voo. Era poder, poder sem questionar. Havia um “X” em seu uniforme. Era óbvio, um X-Men. Era típico de um mutante que lutava com um xis no peito lutar a favor do povo, ao lado da humanidade, mesmo recebendo tapas na cara, daqueles que eles protegem, os X-Mens eram treinados para dar a outra face.  

A segunda: Um repórter, terno cinza impecável, com seu braço na altura do peito, para uma boa acústica ao seu microfone, sua voz soaria limpa. Ele começa a falar introduzindo o telespectador a matéria principal do dia. 

Remy aumenta o som para ouvir melhor. 

— É isso mesmo, James, nessa manhã de domingo que poderia ser pacata, recebemos a confirmação da torre dos Vingadores que existe uma nova integrante em seu time para reforçar a segurança da humanidade, embora a escolha seja muito polêmica de trazer um mutante para a equipe mais respeitada de super-heróis, Tony Stark garante que a escolha foi feita a dedo. — o repórter engole em seco, ele não parecia gostar da ideia. Ele é questionado sobre quem seria essa escolha pelo apresentador no estúdio. — Bom, o que sabemos no momento é que seu nome é Vampira, ela tem apenas dezoito anos, mas luta ao lado dos X-Mens desde os quinze. A escolha dela dividiu opiniões. 

Nisso a imagem do repórter, muda para opiniões públicas. 

— Mutante? O que vem depois, um super-herói gay? — questionou a primeira, uma mulher de idade muita avançada. 

— Sei lá, não sei se é seguro. Eu não deixaria que um mutante salvasse meu filho.  — disse a segunda opinião, uma mulher com uma criança no colo.  

— Que ele morra então, maluca — murmurou Gambit. 

— Um mutante? Cara isso é tipo assim, muito legal! — a terceira opinião, vinha de um jovem negro. 

Gambit quis desligar, mas o que veio a seguir mudaria completamente o rumo de sua vida. A tela deu um close total somente para o repórter, nesse momento pode-se notar que o ambiente que ele está é provavelmente o mesmo que a Vampira estava chutando bundas de alienígenas invasores. 

— Chega uma informação nesse exato momento, diretamente de Tony Stark, que Vampira gostaria de conversar conosco. — ele não parecia feliz em participar disso. Ele e o câmera caminham até aquele ser que era puro capuz, o que fez Remy ponderar que ela gostaria que fosse a capa mágica do Harry Potter. — Vampira? Pode falar agora? 

— Claro. — ela respondeu virando seu corpo em direção a câmera, com uma voz doce mas sedutora. 

— Pode mostrar seu rosto? 

— Ah, claro, perdão. 

Por um momento, Gambit realmente achou que ela fosse claramente mutante, com isso, ela poderia ter uma pele azul ou ser cabeluda, poderia ter chifres ou qualquer outra coisa que faria sucesso no circo. Mas para sua surpresa, quando Vampira, com um movimento rápido, desceu seu capuz e revelou seu rosto por completo. 

Ele ficou sem folêgo. 

Depois ofegante. 

E por fim boquiaberto. 

Ele já havia visto muitas mulheres bonitas, transado com elas aliás. Mas a junção de mutante e beleza, parecia insano para ele. Ela era incrível, e mutante. Ela passava pelo o que ele passava. Seus olhos, mesmo numa tela, perfuravam sua alma, eram verdes esmeralda. Nariz arrebitado. Boca carnuda. Sobrancelha cheia, mas bem desenhada, lhe dava um ar forte mais imaturo. Pele branca, bem corada. E ela sorria demais. 

Uma mutante feliz? 

— Eu vou aproveitar e tirar a capa por completo — completou Vampira. 

Se seu rosto era de impressionar, o que viria a seguir era inacreditável. Seu corpo cheio de curvas. Seus seios eram fartos naturalmente e o restante era nitidamente moldado por muito exercício, ela era dura, reta onde deveria ser reta, e muito redonda onde deveria ser redondo.  

Foi nesse momento que Gambit soube. Aquele sorriso semi inocente antes de tirar a capa e revelar seu corpo perfeito, o jeito desajeitado, mas seguro, o fato e ser muito jovem, transmitir muito carisma, rir de tudo que o repórter fala, sorrir demais. Aquilo era puro marketing! O objetivo central de tudo aquilo: buscar aceitação, e principalmente, buscar identificação do público.  

Vampira é questionada sobre sua estadia nos Vingadores. 

— Sabe, eu só quero justiça e paz entre os humanos. Tony é um cara legal, quando eu lutei com ele foi muito acolhedor, fez com que eu sentisse que estava fazendo o certo. Ser aceita nos Vingadores foi o melhor momento da minha vida. E sobre eu ser mutante, é só mais um fator, todos nós temos poderes e não importava como conseguimos e sim como usamos. — ela sorri, de modo genuíno, que faz Remy sorrir junto. Ela era linda. O que ela falou fez ele se questionar “Como eu uso meus poderes?”. 

— Você gostaria de falar algo mais? 

— Claro, — ela engole se preparando — Se você que está assistindo, assim como eu, é um mutante. Não se esconda! Mostre que você é só mais uma pessoa, com história, dores e amores, que quer viver em paz. Faça parte dos X-Mens, Xavier pode te acolher. Ele me acolheu, e me fez mutante e orgulhosa. 
 

“Mutante e orgulho” ele ponderou essas duas palavras durante todo o dia. Até que ao escurecer, sua mente e seu corpo o guiaram, para longe de seu clã. Pela primeira vez, Gambit tomou uma decisão por si só. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Nos próximos capítulos eu vou trazer fanarts que eu faço também, croqui de look (afinal eu sou formada em moda), se tiver um leito eu já fico muito feliz rs
Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Decisão Certa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.