O lado “B“ de Betty Pinzón (Betty a Feia) escrita por MItch Mckenna


Capítulo 9
Capítulo 8




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Neste dia, Armando ficou pensando em Beatriz e a emoção que sentiu ao senti-la totalmente dele. Não se lembrava da primeira vez que havia estado com uma mulher tão doce e apaixonada. Não entendia o motivo dela ter se entregado a ele. Precisava conversar com ela e esclarecer. Estava perdido em seus pensamentos. Desejava Betty ou sentia remorços pelo que ocorreu entre eles? E agora? Precisava conversar com ela, nada seria como antes. Não podia ser só pelo plano.   Sentia algo por ela?

Foi quando Adriana Arboleda, seu ideal de beleza entrou por sua porta.

Já sabia da presença da super modelo colombiana em sua empresa. Era comum que Hugo recebesse visitas, mas vê-la frente-à-frente perante ele, era diferente.

Adriana era tudo que podia sonhar, tudo o que gostava em uma mulher: era perfeita. Alta, morena de cabelos iluminados, olhos de mel, corpo esguio e perfeito. Parecia a modelo Cindy Crawford, por conta da pinta. E estava ali em sua sala. Pela primeira vez, não pensava na noite que teve com Beatriz. Adriana enchia seus olhos. Foi tão evidente que despertou os ciúmes de Betty e Marcela e a atenção,  o quartel e Mário.

Mário, por sinal, foi quem o fez acordar e perceber o que tinha feito.

—Sei que não liga para Betty e tudo que fez a noite passada foi por obrigação.

—O quê, homem?  -agora começou a entender o que estava falando. Havia magoado sua assistente. A mulher que lhe entregou seu corpo, seu desejo, seu amor.   –  Não é isso!

—Eu te entendo. Adrianinha é a mulher que deseja.  Ela sai ganhando até de Marcela, mas homem tem que ser mais profissional. Não podia tê-la magoado desse jeito.

“E depois de ter feito amor comigo. Sou um canalha insensível. Tenho que consertar isso.”

Mas Betty não queria saber. Armando era o homem da sua vida, o homem ao qual, traindo os conselhos de seus pais, havia se entregado. Sabia que era mulherengo, que tinha noiva. Perdoaria se fosse com Marcela. Mas foi com Adriana, a mulher para qual já havia ouvido confissões de amor dele. A mulher que o fez largar uma reunião imprescindível para a empresa.

—O que esperava, Betty? Foi um momento de sonho. Foi especial para você, mas para ele foi mais uma noite. Só isso. E entre a feia e a bonita. Já sabe quem escolheria. Mas não precisava me tratar deste jeito.

 

 

—Betty, vou levá-la para casa! –disse Armando

—Não precisa.

—Quero levá-la!

—Não precisa que não vou para casa!

—Como assim?

—Vou sair com o quartel!

Pegou sua bolsa e saiu, deixando-o sem saber o que fazer.

 

De fato, iria sair com o quartel, pois a tempos não saíam juntas, a não ser para almoçar. Mas como dona Catalina havia convidado o pessoal da Ecomoda para assistir uma exposição de Pablo Picasso, da qual era uma das divulgadoras eBeatriz não podia perder por nada, pois uma das suas paixões era Arte. (Tanto que pintava quadros no tempo livre.) decidiram ir primeiro à exposição e depois saírem de rumba.

Betty, o quartel, Hugo ouviam as explicações de Catalina sobre a Exposição e a vida de Picasso, quando Betty sentiu o respiro de don Armando em sua nuca. Sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo, por sorte ninguém se deu conta. Lógico que ele deu a desculpa que estava ali por conta do convite de Catalina.  

—Betty, dê uma desculpa e suba no segundo andar!

—Melhor não.  Vão se dar conta.

—Se formos discretos, não. Betty, preciso falar contigo.

 

Ela não queria, mas seu corpo tinha vida própria e seguiou-o. No outro andar, Armando tentou de todas as maneiras convencer Betty a ir com ele até o carro. Mas ela resistiu. Lembrava-se dele babando por Adriana. Nesta hora, apareceu Bertha. 

—Você, Bertha, desça e finja que não viu nada. Não me viu! Se falar algo, já sabe!

—Sim, don Armando.

Bertha mordeu a língua, não conseguia não falar uma fofoca.

—Eu vou com você, Bertha!

—Não, Beatriz, temos que conversar. Amanhã vou viajar e tenho coisas para te explicar.

—Amanhã, chego mais cedo e falamos. Vamos, Bertha.

As duas desceram.

—Você tem coragem de tratar don Armando assim e ele não gritar contigo?

—Ojojo sei o que estou fazendo

Armando ficou sem reação. Betty era a única mulher que havia dito não para ele.

E para piorar, Marcela estava no museu com Patrícia, perseguindo-o. Tinha que sair dali, disfarçadamente.  Deu a volta e saiu, foi para seu carro. E ficou a observar a saída do museu do outro lado de esquina com o farol apagado, pois sabia que Marcela estava por ali, perseguindo-o junto com Patrícia. Ela já havia ligado para ele várias vezes. Mas não tinha vontade de atender.

A exposição estava por fechar, viu Marcela e Patrícia saírem. Pouco tempo depois saíram Catalina e o quartel, junto com Freddy e Wilson. “Onde iriam?”

Algumas se foram com Catalina, outras com Betty em um táxi, aparentemente foram para o mesmo lugar. Mas onde iriam? Seguiu-as. Foram a um bar. Não era como estes escondidos que costumava indicar Caldeirón para levar Betty, mas também não era do tipo que ele frequentaria.

—Como que Cata frequentava em um lugar desses?

Resolveu entrar. Não demorou muito para ver no meio do salão, Aura Maria dançando com um tipo.

—Que Betty não esteja, que não esteja com ninguém! –implorou aos céus. E deu resultado, Betty estava sentada com Inesita e Sandra, Mariana bailava com alguém.

—O senhor não vai pedir nada?

—Estou aqui só de passagem.

—E acho que aqui é uma galeria para só ficar olhando? Tem que consumir!

—Está bem. Uma dose de whisky. Com gelo, ok?

 

Não queria ficar bêbado. Precisava estar sóbrio.

O garçom trouxe seu whisky, virou-o de uma vez e pediu outro.

—Traz uma porção de fritas.  E outro whisky.

 

Já estava ali algum tempo, quando viu que uma moça se levantou e foi ao banheiro. Era Betty, então, foi atrás dela. E plantou-se na porta, recebendo olhares de reprovação das mulheres que saíram.

—Quê? Estou esperando minha mulher, ela entrou passando mal e a estou esperando.

 

Logo, saiu Betty.

—Betty!

—Don Armando! O que faz aqui?

—Vim atrás de você! O que ocorre é que não conversamos e precisamos.

—Don Armando, amanhã falamos. Não quero conversar agora!

Virou-se.

—Também não quero conversar!  -puxou-a para beijá-la.

Betty queria resistir, queria, mas não podia.

—Venha comigo, venha!

—Mas minhas amigas...

—Shiu. Não prefere estar comigo? -beijo

—Elas vão ficar preocupadas.

—Vou pagar a conta e vamos!

—E se alguém nos ver?

—Nada vai acontecer. 

Armando paga a conta e Betty pede ao garçom que entregue um bilhete à mesa onde o quartel está sentado, avisando-as que teve que ir embora, pois seu namorado havia vindo buscá-la.


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