Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 54
Capítulo 54




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Ela mordiscava seu dangô enquanto mantinha sua perna apoiada na parede e as costas bem coladas nesta. Tinha adorado aquela cobertura com mel e estava disposta a comprar uma boa quantidade para levar consigo.

Ouviu passos se aproximando e a porta da loja se abriu, onde instantes depois Miyoko passou por esta e deixou a porta se fechar atrás di si batendo com certa força. Olhou para sua sensei ali do lado e fez uma cara de poucos amigos.

- Sensei, porque quando o relojoeiro é jovem e bonitão é você quem fala com ele e quando se parece com um velho tarado você deixa isso comigo?

- Privilégios de sensei – disse ela rindo – alem disso, velhos “tarados” como você diz são mais propensos a deixar a guarda aberta para jovens mocinhas adolescentes como você. Descobriu alguma coisa?

- Só onde ele mora – ela ficou emburrada – e também ganhei um relógio de presente.

Anko parou de mordiscar seu doce e encarou a aluna ali a sua frente com uma inveja evidente.

- E ainda está reclamando? – ela bufou – vamos indo. Umito e Outa devem estar nos esperando.

Não estavam em uma aldeia, mas sim em uma pequena cidade. Para os gennins era a maior que já tinham visto, e era muito mais caótica que Konoha. Mas não tiveram muitas dificuldades em se localizar ou se locomover por ali. Bastava simplesmente perguntar nos lugares certos, como lojas muito visitadas ou que faziam entregas, como as de flores, de comida rápida e até em bancas de revistas sobre o local que procuravam que normalmente sabiam a resposta e como orientá-los.

Haviam três relojoeiros ali. Os dois que Anko e Miyoko entrevistaram revelaram que nunca fizeram tal trabalho. Restava agora esperar que Umito e Outa tivessem tido mais sorte.

Encontraram-se com ele no centro da cidade, ao lado de uma estatua de um dos antigos prefeitos. Ela era feita de bronze, o que por si só demonstrava como a cidade era prospera, rica e também provavelmente perigosa a noite.

- E então? – começou Anko ainda antes de ficarem perto deles – alguma informação útil? E não venham me dizer que ganharam relógios de brindes.

Os dois olharam de uma forma estranha para ela, e vendo Miyoko sorrindo imaginaram ao que ela estava se referindo.

- Ela fez o trabalho sim – disse Outa – recebeu as plantas e as especificações três anos atrás. Na verdade, ela ainda as tinha – ele pegou algumas folhas do bolso e entregou para a sensei – mas a pessoa que ela descreveu não se parece nada com Kabuto. Era um homem bem idoso, talvez com sessenta anos.

Ela abriu a folha e observou bem os projetos. Era uma parte de um mecanismo intrincado, onde estava indicado o quanto cada engrenagem teria de se mover, e até a resistência que devia possuir.

- O curioso é que ela foi paga em jóias – disse Umito – não em dinheiro. E foi adiantado.

- Joias?

- Rubis brutos, não lapidados – continuou ele – quase três quilos. Ela fez uma pequena fortuna mandando lapidar e vendendo depois. Ficou com uma das joias de recordação, mas não a carrega por ai.

- Droga – murmurou ela esfregando o dedo no seu nariz pensativa – se foram lapidadas será impossível tentar descobrir de que região vieram.

- Talvez o lapidador saiba – disse Outa.

- Boa idéia. Vamos almoçar e depois vamos procurá-lo.

-x-

- Bonita bonsai – disse ele observando a pequena planta no canto do balcão.

- Obrigada – disse a dona do local sorridente – foi um presente de um amigo. Aqui estão seus sucos.

Era a primeira parada que faziam em uma aldeia daquele país para descansarem um pouco e talvez conseguir alguma informação. As meninas adoraram quando souberam que ali havia fontes termais e o convenceram – ou usando o termo mais correto, ameaçaram a sua vida caso recusasse – a ficarem por ali algum tempo para relaxarem, terem um bom banho quente – logicamente se referindo as termas – e também comer algo um pouco menos parecido com animais caçados.

Ele colocou o dinheiro no balcão e puxou levemente a bandeja com os três sucos, mas manteve o olhar na bonsai, parecendo quase que hipnotizado por ela. Parecia ser uma perfeita miniatura de uma grande cerejeira torcida e desafiadora do destino, que tinha suportado muitas e muitas tempestades e talvez até um incêndio considerando que era possível ver uma mancha escura de um lado de seu diminuto tronco.

- Tem alguma loja de bonsais nesta aldeia? – perguntou ele olhando a moça.

Depois do banho nas termas foram fazer algumas compras, onde logicamente as meninas compraram roupas, e ele também comprou uma. Aproveitaram e deixaram a roupa suja em uma lavanderia e enquanto aguardavam estas ficarem prontas, decidiram entrar em um estabelecimento bem ao estilo de comida rápida, com varias cadeiras e mesas a céu aberto – coisa que Haruka adorou pois Shiromaru podia ficar ali com eles – onde pediram para ele comprar alguns sucos. Quando ele foi fazer o pedido logo notou a pequena bonsai no balcão, e resolveu aproveitar a oportunidade e pedir informações.

- Não, mas há uma na aldeia pegando a estrada para o norte.

Ele ainda mantinha o dedo na bandeja com os sucos, observando a planta. Parecia que pensava em alguma coisa o que estava deixando a moça atrás do balcão curiosa.

- Estou querendo dar uma de presente a minha amiga. Ouvi comentários de que tem uma loja famosa no país do Trovão onde vendem estas plantas. Toruna... Terone...

- Toronei? – arriscou ela.

- Acho que sim. Conhece ela?

- Não é uma loja. É uma grande propriedade particular pertencente a família Toronei. As bonsais são cultivadas ali, mas são vendidas na aldeia de Fubalo.

- Eles tem uma loja na aldeia?

- Não sei se a loja seria deles – ela ficou pensativa – Toronei ficou famosa porque dizem que seu dono, um antigo fazendeiro chamado Toronei Soka se apaixonou por uma princesa vinda de algum lugar e a conquistou com sua coleção particular de bonsais. Depois disto, parece que com a habilidade comercial dela eles transformaram a fazenda dele em uma grande propriedade nobre onde as bonsais são cultivadas e vendidas para todo o país. O nosso senhor feudal normalmente encomenda algumas todos os anos.

Fubalo... finalmente ele tinha uma referencia.

- Toronei fica longe desta aldeia?

- Acho que um dia de viagem para oeste de lá. Mas se você não é nobre ou alguém rico, nem adianta tentar encomendar nada especial. As bonsais comuns como esta daqui – ela moveu a cabeça em direção a planta no balcão – são vendidas em Fubalo. Comerciantes de bonsai de outras regiões vão até lá comprar grandes quantidades disto. De certa forma eu acho que eles são o principal sustento da aldeia, abandonando de vez a mina de prata que sempre foi perigosa.

- Obrigado – disse ele pegando a travessa com os sucos.

- Mas não precisa ir tão longe para comprar uma – continuou ela – as bonsais daquela aldeia que eu falei também são originarias de lá. Pode ser que já encontre algo que agrade sua amiga.

Ele sorriu agradecendo e levou a travessa com os três sucos até a mesa onde elas estavam.

- Porque demorou tanto? Estava se engraçando com aquela moça ali? – já foi ralhando Ayame o olhando feio.

- Nem estão namorando oficialmente e já quer controlar para onde ele pode olhar? – Haruka olhou sorrindo para ela – meu namorado não vai ter essa tortura não.

Ela apenas lhe mostrou a língua sem se interessar em responder.

- Eu estava pedindo informações – disse Minato pegando seu suco e bebendo um pouco – já sei onde fica Toronei. Perto de uma aldeia chamada Fubalo.

Haruka pegou o mapa de sua mochila e procurou pela aldeia. Não demorou muito para encontrá-la, e viu que estava distante ainda.

- Achei – disse ela pondo o mapa sobre a mesa e apontando o local com o dedo.

- Nesse caso – Minato se aproximou e olhou os marcos no mapa – Toronei fica aqui – ele indicou com o seu dedo.

- Isso é propriedade de nobres – disse ela vendo a marca de uma pequena coroa sem nome.

- Exatamente – respondeu ele retornando ao seu assento – por isso não achamos no mapa. Terras de nobres não são nomeadas. Mas Toronei é mesmo famosa por aqui.

- Então agora sabemos onde estão todos os nossos tesouros – disse Ayame em voz baixa.

- Sim, mas acho melhor depois de pegarmos a “Estrela do Coração” irmos direto para este. Sendo tão conhecido eu não duvido que o time de Suna já saiba onde ir.

- Mas eles não sabem o que é - Haruka pegou seu suco e moveu o copo para derramar um pouco do liquido na boca de Shiromaru, que estava chorando um pouco demonstrando vontade – ainda estamos em vantagem sobre isso.

- Não quero me arriscar – disse Minato.

Terminaram de tomar os sucos e depois continuaram com sua vigem pela estrada, mas desta vez andando de forma mais calma. Atravessar a ravina por cima foi muito desgastante, e apesar de estarem com pressa, não seria útil ficarem cansados agora. Era melhor mesmo irem mais devagar e recuperar as forças.

-x-

Já fazia três horas que tinha anoitecido, e os lobos ainda estavam lá, a maioria parados, alguns ainda se movendo aleatoriamente. Não ia ser fácil passar por eles, mas tinham que fazê-lo, e a melhor opção era não ficar a favor do vento e serem os mais discretos possíveis. Assim foram para o lado leste do templo  e em um salto pousaram no seu telhado, o escalando utilizando a arte ninja de andar sobre superfícies até o topo. Sabiam que havia uma abertura ali para a luz da Lua passar, bastaria ir por esta abertura e estariam no interior.

Ao chegarem ao topo, Hameri ficou satisfeita ao ver que a abertura era o bastante para passarem sem se espremerem, e também tinha acertado referente aos espelhos. Haviam seis espelhos ali, bem como um andaime que devia ser usado pelo responsável por ajustar estes para obter a luz do luar. Uma rápida inspeção revelou que nada estava ocorrendo ali dentro. A cerimônia devia ocorrer provavelmente quando Lua estava alta no céu. E isso iria demorar um pouco ainda.

Com cuidado e sem fazer barulho, passaram pela abertura e foram direto para o andaime. Perceberam imediatamente que não poderiam continuar sua descida por ali, pois o andaime era feito de bambu e madeira um pouco fina, o que causava estalos quando andavam – talvez uma forma de avisar sobre ladrões entrando pelo teto – por isso pularam para um dos pilares de madeira e foram se movendo furtivamente por este, até chegarem perto do piso.

Algumas tochas ali iluminavam o local fracamente, fazendo sombras dançarem de forma fantasmagórica na estatua. Daquele ângulo puderam notar que a estatua tinha uma perola em apenas um dos seus olhos, justamente o que ficava voltado para a entrada. O outro era meramente um olho esculpido. Não viram ninguém ali dentro – o que era estranho, pois não viram ninguém saindo do templo – mas mesmo assim Hameri ainda não estava disposta a s arriscar. Ela parou a dez metros de altura do piso e ficou ali olhando ao redor, aguardando que Toru se manifestasse.

Não precisou esperar muito. Um movimento acima dela mostrou ele descendo o mesmo pilar em que ela estava, de forma furtiva e lenta. Quando chegou perto dela, ela pegou uma pílula de soldado de sua bolsa e deu a ele. ele devia ter ficado faminto por ficar ali o dia inteiro parado em algum canto.

- Onde eles estão? – murmurou ela olhando para baixo novamente.

- No fim do templo há uma escadaria. Eles foram para lá depois que o dia raiou. Durante o dia notei que alguns lobos entraram aqui dentro para beber água deste lago ao redor da estatua e depois saíram. Alguns chegaram a cochilar aqui dentro, mas pelo que percebi, não costumam ficar muito tempo.

- E a sacerdotisa?

- Ela tem belas pernas...

- Toru... – ela olhou feio para ele.

- Estou falando sério – ele sorriu – ela tem belas pernas. E não fez nada de excepcional depois que vocês fugiram. Nem mesmo conversou com aquelas pessoas para se prepararem caso voltemos. E também impediu que saíssem do templo.

Não gostou daquilo. Olhou para Itheri que estava no outro pilar um pouco distante e depois novamente para a estátua. Se iam pegar aquela perola a hora tinha que ser esta. Ela tocou em um dos sacos de seu cinto e a poeira saiu deste, indo mansamente em direção a estatua. Assim que chegou nesta, moveu-se como que soprada por uma brisa inexistente até o olho que lhe interessava e o rodeou, penetrando na fresta entre a perola e a pedra e se aglutinando formando pequenas alavancas que moviam esta para fora. Um minuto depois a perola quase caiu no chão, mas foi amparada por uma rede feia de pó que começou a erguer a jóia lentamente para cima, em direção a Toru. Este esticou a mão e pegou-a, o que permitiu a Hameri relaxar sua concentração. Missão cumprida e nenhuma luta por causa disto. Sua sensei ficaria orgulhosa deles.

- Vamos indo – murmurou ela andando para cima pelo pilar, sendo acompanhada de Toru e por Itheri que seguia pelo outro pilar.

No alto do templo, passaram pela abertura e olharam ao redor. Hameri identificou a direção do vendo e apontou para onde deveriam seguir para evitar os lobos. Desceram pelo teto da construção e pularam para o muro de madeira que rodeava esta. Toru deu uma ultima olhada para trás e franziu o cenho. Mas não teve tempo de falar nada antes que Hameri saltasse do muro para o declive da montanha.

Assim que esta pousou, ouviu rosnados. E com os olhos arregalados viu vários pares de brilhos na escuridão. Ela deu alguns passos para trás e saltou de volta no muro, onde pode ver melhor o que eram aqueles brilhos. Eram as luzes do luar refletidas nos olhos dos lobos. Eles ficaram ali os esperando?

- Muitos anos atrás um time ninja da aldeia da Nuvem foi enviado atendendo a solicitação de acabar com os lobos que atacavam os rebanhos dos fazendeiros – disse a voz da sacerdotisa, mas apesar de olharem ao redor, não conseguiam saber de onde estava vindo – minha avó foi a única pessoa contra isso, dizendo que não eram os lobos que estavam fazendo isso, mas um coiote muito perigoso.

Os lobos avançaram contra o muro, ameaçando pular sobre ele. Mas este era muito alto, de forma que ainda estavam seguros.

- Eu não conheço a historia inteira – continuou a voz dela – mas sei que no final eles mataram o coiote e minha avó deu àquele gennin o olho da estatua de lobo que tínhamos no templo, que foi erguido muito tempo atrás para agradecer a parceira que os antigos moradores desta região tinham com os lobos. Acho mesmo que de alguma forma, aquele gennin convenceu os moradores de então a retomar esta parceria, mas como eu disse, não conheço os detalhes.

Um lobo subiu nas costas de outro e chegou no muro, subindo neste escorregando um pouco. Pulou para trás quando Itheri arremessou shurikens em direção as suas patas, perdendo o equilíbrio com isto e caindo do muro.

- Alguns anos atrás um mensageiro da aldeia da Nuvem trouxe a perola de volta, dizendo que era minha para recolocar na estatua se eu quisesse, coisa que fiz imediatamente.

Hameri soltou dois sacos de poeira, formando círculos com estes que pairavam diante de sua mão. Um outro lobo conseguiu alcançar o muro e avançou nela. Ela moveu o circulo para atingir o lobo bem no focinho lhe causando dor e o derrubando para o chão.

- Ele também disse que talvez anos depois gennins fazendo o exame chuunin poderiam receber a missão de pegá-la de volta. E caberia a mim decidir se eu ia deixar levá-la ou oferecer resistência. Mas que eu devia também estar preparada para ter perdas caso fosse fazer isso.

- Já que é assim – disse Hameri por entre os dentes – então se prepare para enterrar alguns lobos – Itheri, me abra espaço.

Ela pulou no solo, bem no meio dos lobos, e Itheri arremessou uma kunai com tarja no local em que ela ia pousar. Os lobos se juntaram antecipando a presa fácil que se aproximava, mas esta apenas tocou seus pés no lado do muro e parou de cair se fixando ali. Logo em seguida a kunai atingiu o solo no meio deles que não deram nenhuma importância àquilo, preferindo ir atrás da presa que estava ali bem perto deles.

A explosão jogou cinco lobos a distancia. Pelo menos dois ficaram com cortes terríveis no abdômen, os outros três se elevantaram e dois deles correram desesperados com o rabo entre as pernas.

- Toru! – disse ela empurrando os braços para a frente e com isso fazendo os dois círculos de poeira que estavam diante destes formarem varias bolas e partirem como se fossem projeteis. Os lobos alvejados ganiram de dor, se afastando por não conseguirem compreender o que estava ocorrendo.

Toru pousou na abertura que a kunai e os “tiros” de Hameri abriram entre a matilha e fez alguns selos com a mão.

- Fuuton – Reppushou(palma vendaval).

Uma onda de vento jogou os outros lobos a distancia, e enquanto isso ocorria, Hameri liberou mais poeira a agora essa poeira assumia a forma de agulhas e eram arremessadas nos lobos,  perfurando seu couro e causando ferimentos. Pelo menos mais dois lobos fugiram.

Toru pegou alguns shurikens e arremessou nos que ainda restavam, mas estes mais recuperados começaram a se desviar das laminas e foram se aproximando dos dois. Itheri do alto do muro fez um jutsu e lançou um vácuo de vento que por pouco não atingiu um dos lobos, explodindo ao lado deste e fazendo um grande corte no seu rosto, chegando a deixá-lo cego de um olho.

Logo depois disto Hameri percebeu que Itheri saiu do muro e alguma coisa passou onde ele estava. Eram flechas. Lobos não faziam isso, deviam ser aqueles fazendeiros que viu antes.

Já tinham a perola, era só uma questão de fugir deles. Mas ela sentiu que desta vez iriam persegui-los, e não queria isso. Ainda tinham dois tesouros para pegar, e além de terem que competir com os outros times precisar enfrentar um monte de seguidores de lobos era demais.

- Chega de ser gentil – disse ela pegando duas kunais e jogando nos lobos próximos. Estes se desviaram, como o esperado, mas foram atingidos por agulhas feitas de poeira. Hameri juntou a poeira das agulhas e fez estas invadirem os olhos de um dos lobos, o que o fez se contorcer de agonia. Em seguida olhou a direita e viu eles chegando, os fazendeiros com facas e porretes. Lançou duas kunais e como esperava elas se cravaram na proteção que tinham debaixo das roupas – deviam ser feitas de bambu provavelmente – sem lhes causar danos e nem ao menos diminuírem a marcha – matem estes lobos!

Ela correu na direção deles com os olhos determinados, e enquanto isso ouvia alguns lobos começaram a ganir de desespero. Já não tinham o elemento surpresa frente a eles, mas agora que pelo menos metade dos lobos já tinha se ido, aqueles dois deviam conseguir se livrar dos que faltavam. Ela saltou na direção do primeiro deles e chutou o seu rosto com força suficiente para lhe quebrar alguns dentes. No segundo enviou uma joelhada no peito, que foi prontamente bloqueada pela proteção que carregava, mas ela contava com isso. Apenas queria estar em posição para atingir sua nuca com suas mãos com os dedos entrelaçados. Pegou sua kunai e ia arremessar esta para o rosto do terceiro que se aproximava sem nenhum remorso desta vez, quando ouviu novamente a voz da sacerdotisa.

- Já basta!

Os fazendeiros pararam de se mover, mas ela manteve a kunai em sua mão, pronta para arremessá-la.

- Me convenceram que estão determinados a levar a perola – disse ela finalmente se revelando a distancia, os olhando friamente – mas estou sentida de que preferiram lutar a simplesmente fugir.

- Essa é a vida de um ninja... nem sempre fazemos coisas gentis – disse Hameri a encarando de volta.

- Isso é evidente. A perola não é sagrada, é apenas um enfeite da estátua. Podem ficar com ela.

Ela moveu-se em direção a entrada do templo e os outros fizeram o mesmo. A distancia podia-se ouvir alguns lobos chorando devido aos ferimentos. Uma rápida avaliação indicava que mataram cinco deles.

- Acho que ela não ficou muito contente – disse Toru ao parar do lado dela.

- Como ela disse – o olhar de Hameri era duro – ela devia estar preparada para sofrer perdas se quisesse resistir. Pelo jeito não estava. Vamos embora.

Desceram o monte apressados, pois queriam ficar o mais distante possível dali. Decidiram ir para um bosque que tinham visto quando estavam aguardando o anoitecer. Ali poderiam conseguir lenha e talvez algo para comer, bem como descansar e contemplar seu primeiro tesouro.

Horas depois, os três estavam reunidos em volta da fogueira enquanto mastigavam a carne de um texugo que Toru tinha caçado. E como este foi o que ficou o dia inteiro sem comer, era quem estava pegando grandes pedaços. Hameri por sua vez observava a perola em suas mãos fascinada. Era pelo menos quatro vezes maior que uma perola comum, quase do tamanho de um olho verdadeiro. Ainda se sentia um pouco chateada pela ação que tomou no templo, mas ela era uma kunoichi. Não era uma heroína, muito menos uma aventureira. Iria ter missões onde teria que roubar, enganar, trair a confiança de outros, ser fria e talvez até precisar matar alguém. Podia ter simplesmente fugido do templo como tinham feito de manhã, mas preferiu não fazê-lo desta vez. Talvez tenha errado, mas agora era tarde para voltar atrás.

Abriu sua mochila e colocou a perola dentro de um dos compartimentos internos. Tinham seu primeiro tesouro e depois de tudo o que houve, acreditava que era um dos primeiros times a conseguir um.

- Acha que pode ficar de guarda no primeiro turno, Itheri?

- Acho que sim – disse ele se levantando – quem eu acordo daqui há duas horas?

- Pode me acordar – disse Toru – vamos deixar nossa amiga aqui descansando para não ficar muito traumatizada com seu mal estar e enjôos.

Ele levantou a mão para bloquear uma onde de poeira que por pouco não entrou em sua boca.

- Já estou bem melhor – disse ela cruzando os braços – só o primeiro dia que me deixa louca.

Itheri se afastou para ficar de guarda. Toru e Hameri se espreguiçaram um pouco para estalar os ossos e esticar um pouco os músculos, para caso precisaram acordar depressa não terem problemas de estiramento. No entanto, meia hora depois de se deitaram ouviram um som distante.

Os dois se puseram de pé e olharam ao redor. Conheciam aquele maldito som. O som de metal raspando em pedra.

- Kotar – murmurou ela por entre os dentes.

Eles pegaram suas mochilas e também a mochila de Itheri e foram atrás dele. Hameri usou sua poeira para apagar o fogo. No entanto, depois de cinco minutos andando na direção em que ele tinha seguido, não o tinham encontrado ainda.

Novamente ouviram aquele som irritante, os pagando de surpresa e lhes dando nos nervos. Hameri soltou mais um pouco de poeira para tentar sentir os arredores, quando Toru tacou o seu ombro e apontou para a direita.

Estava escuro e um pouco difícil de ver, mas parecia ser Itheri sentado encostado em uma árvore com a cabeça sobre os braços, como se estivesse cochilando. Um pouco irritada por ver aquilo, Hameri pulou para ficar diante dele e com raiva murmurou.

- Acorde seu idiota!

Ele não respondeu, nem mesmo se moveu. Toru estava de prontidão olhando ao redor enquanto Hameri nervosa tentava se controlar para não chutar o companheiro. Tinham que sair dali depressa.

- Itheri – murmurou ela novamente tocando o seu ombro, e assim que fez isso seu coração ficou gelado. Seu ombro estava duro como pedra. A cabeça da figura ergueu-se e fitou-a com um sorriso zombeteiro. Imediatamente ela viu o que seus dedos já tinham confirmado. Quando ele sorriu seus olhos e o resto do rosto não tinham se alterado.

- TOMOKO! – gritou ela dando um pulo para trás e com isso alertando Toru que se virou na direção do clone Elemental ali que se erguia. Logo em seguida ambos sentiram algo se cravar entre eles e viram que era uma kunai com alguma coisa presa no cabo. Pularam um de cada lado pouco antes de uma bomba de fumaça explodir no local.

Não esperava por aquilo. Mal pegaram um tesouro e o time doze já os estava atacando? Mas o que queriam? Já tinham pego o livro. Ela pulou para o alto de uma arvore e sentiu algo fisgar seu calcanhar. Escorregou de repente e usou sua poeira para cortar o fio de chakra que Tomoko devia ter usado no seu tornozelo, conseguindo pousar em pé no solo e ficou atenta ao redor. Tomoko podia criar marionetes de pedra e manipulá-las com a sua habilidade, mas tinha que ficar a uma distancia próxima o suficiente para ver o que a marionete fazia.

Espalhou uma grande quantidade de poeira e deixou esta ser levada pelo vento. Não podia manipular uma quantidade tão alta, mas era fácil ao menos sentir esta e com isso detectar qualquer pessoa ou objeto nos arredores. Mas logo perdeu a concentração quando viu que uma neblina estava se instalando no bosque.

- Toru! – gritou ela tentando alertá-lo – venha onde estou.

Se continuassem divididos estariam fazendo o jogo deles. Mas como Toru não respondeu ela ficou preocupada. Teria ele já sido derrotado? Improvável. Era mais provável que estivesse ocupado. Percebeu um vulto atrás de si e girou a perna com força contra ele, e ao sentir a dureza do que tinha atingido percebeu que era outra marionete de pedra de Tomoko. Ouviu aquele som de metal raspando a sua direita e arremessou varias shurikens nesta direção, mas elas nada atingiram.

Decidiu saltar para o alto das arvores, mas precisou desviar de kunais indo em sua direção. Ainda bem que estava com poeira rodeando o seu corpo.

Só podiam estar atrás do tesouro que recuperaram. Era a única explicação. Não era o estilo deles atacar sem um motivo ou uma boa razão. Devem te-los visto saindo do templo com a perola e os seguiram, aguardando a melhor ocasião para atacá-los. E o pior... devem ter pego Itheri de surpresa.

Mas ela não ia entregar a perola sem luta. Soltou mais um pouco de pó e começou a andar pela neblina, usando isto como sensor. Quando percebeu algo atrás de si lançou uma kunai imediatamente, que se cravou em outro corpo de pedra. Tomoko ainda estava ali brincando com ela, mas onde estava que sua poeira não a localizava? E ainda para piorar, a umidade da neblina estava se misturando com o seu pó, o tornando rapidamente inútil.

Decidiu andar em direção a onde viu Toru pulando da ultima vez, e neste trajeto não chegou a ter nenhuma surpresa. Chegou mesmo a acreditar que estava fora da visão de Tomoko. E ao ouvir sons de metal tilintando acreditou estar na direção certa.

Agora ela corria em direção ao som de luta que ouvia. E não demorou muito para ver por entre a neblina a figura de Toru segurando duas kunais se digladiando com outra pessoa. Ela concentrou seu pó em bolas e as arremessou nesta figura, fazendo-a soltar gemidos de dor e escapar em uma bomba de fumaça. Mas nem conseguiu comemorar pois quando foi se aproximar de Toru sua poeira lhe alertou do perigo. Saltou para o lado para escapar da foice assassina de Kotar e precisou continuar saltando para se manter distante. Pouco antes de perder Toru na neblina reparou que ele começou a lutar contra varias formas que lembravam pessoas. Devia ser Tomoko que iria deixá-lo ocupado enquanto Kotar a enfrentava.

Ele não parava de brandir aquela lamina, cortando arvores, ramos, capim, as vezes até abrindo um pequeno rasgo no solo. Sabia usar aquilo bem e evitava de se pegar nas desvantagens de uma arma tão grande. Mas ela conhecia alguns pontos fracos daquilo. Ele não podia mover aquela foice com velocidade suficiente para bloquear muitos ataques. Levou as mãos até sua bolsa e pegou todas as suas kunais ao mesmo tempo, e as arremessou na direção dele.

Como esperava, ele fez um giro em hélice para desviar as que iam na sua direção, mas ela as jogou em um grande arco, de forma que algumas iam passar do seu lado. E essas algumas não era somente kunais. Tinham tarjas presas nelas.

Logo surgiu a primeira explosão o pegando de surpresa, e quando a segunda ocorreu, Kotar recebeu varias balas de poeira no peito. Aproveitando-se disto, Hameri saltou na sua direção e chutou o cabo de sua foice, a desviando enquanto movia sua outra perna para o seu queixo. Mas não conseguiu atingi-lo. Ele moveu a cabeça para trás e puxou o seu cabelo para fazê-la perder o equilíbrio. Quando ela se pos de pé, ele tinha sumido na neblina.

Ficou ali em guarda aguardando ele voltar. Podia ver a lamina de sua foice perto dela, portanto no momento ele estaria desarmado. Continuou soltando mais sacos de pó no seu cinto para repor a quantidade que perdia devido a umidade de neblina, e por meia hora aguardou ele fazer algum movimento.

Foi então que percebeu. Ele não estava atrás dela. Devia ter ido ajudar Tomoko contra Toru! Que idiota fora. Correu naquela direção e não ouviu mais sons de luta. E quando chegou mais perto viu Toru no chão. Se aproximou devagar para tocá-lo e verificar seu estado quando precisou pular para trás para escapar de um soco que a figura caída fez. Devia ser Tomoko novamente. Desta vez fez shurikens com a poeira que estava flutuando e destruiu o clone de pedra.

Toru devia ter sido subjugado. Provavelmente os três atacaram Itheri ao mesmo tempo e depois os atraíram com o som da foice raspando em pedra. Depois a mantiveram ocupada enquanto se concentravam em Toru. Agora ela estava sozinha contra os três. E tinha apenas mais dois sacos de pó em seu cinto.

Seus companheiros não estavam com a pérola e eles já deviam saber disto. O melhor a fazer seria fugir e esperar que algum deles despertasse enquanto a perseguiam. Tentou novamente pular para ficar na copa das árvores e desta vez duas figuras feitas de pedra a interceptaram. Quando ela pousou no chão novamente, afastou-se para não ser atingida pela foice. Juntou a poeira que ainda comandava em forma de agulhas e lançou todas para cima. Só havia um lugar onde Tomoko devia estar para poder vê-la com facilidade. Um grito de mulher lhe deixou satisfeita. Sentindo a poeira que a tinha atingido, a fez se expandir esperando que isso agravasse o seu ferimento. Um novo grito confirmou o que esperava, mas precisou parar porque agora não apenas a foice de Kotar a procurava, mas as pernas e os braços de Tanzo também.

Ela bloqueou os golpes dele em seqüencia, andando para trás e tentando conduzi-lo para onde queria. Mas precisou se desviar porque Kotar tinha outros planos. Ela liberou seus últimos dois sacos de pó e o espalhou ao redor, irritando os olhos deles e pulando para ao alto.

Finalmente chegou onde queria, nas arvores. E viu que a neblina ficava apenas no solo. Dali podia ver claramente as figuras de Kotar e Tanzo esfregando os olhos. Mais adiante viu um corpo no chão. Aquele devia ser o verdadeiro Toru. Saltou para lá e verificou seu estado. Ele estava desacordado e com um longo corte no peito – provavelmente feito pela foice – mas este não era profundo, apenas superficial.

Colocou seu braço ao redor de seu pescoço e o arrastou até o tronco de uma arvore, o deixando ali e batendo levemente no seu rosto tentando acordá-lo. Mas não tinha mais tempo. Podia ouvir os passos deles se aproximando. Correu dali em direção onde tinham feito seu acampamento com os dois no seu encalço. A fogueira estava apagada, mas podia usar o pó de carvão como arma.

Sentiu algo atingir suas costas e ao levar a mão ali viu que era uma kunai. A arrancou e girando o corpo a arremessou de volta, se pondo a correr novamente. Passou pelas cinzas da fogueira dando um salto e tocando esta com as mãos, imediatamente fazendo todo o pó de carvão explodir formando uma grande e espessa nuvem negra, que ela esperava lhe desse alguns momentos de vantagem e continuou correndo pelo bosque.

Estava agora sem pó e sem kunais. Com muito esforço removeu sua mochila alternando sua visão constantemente entre esta e o caminho a sua frente. Retirou a perola lá de dentro e a colocou dentro de sua camisa, a fixando bem no seu sutiã entre os seios. Pegou um conjunto de kunais com tarja e as arremessou para cima. Depois jogou a mochila para trás, em direção deles. Considerando que a neblina estava se tornando menos densa, talvez estivesse ganhando terreno.

Ouviu as explosões das kunais que tinha arremessado pouco antes de sair do bosque, e agora via o caminho limpo a sua frente, sem nenhuma neblina. Correu como nunca por este descampado sem olhar para trás. Sabia que ela era o alvo deles e que deixariam seus colegas em paz enquanto a perseguissem. Mesmo porque eles não eram ameaça agora e também porque seria muito trabalhoso carregar um deles agora para usar como refém.

Continuou naquela correria até ver um campo de plantação a frente. Pulou a cerca deste e se esquivou por entre as arvores frutíferas. O solo estava úmido ali de forma que não iria conseguir pegar mais pó. Continuou na sua fuga até ver um celeiro a frente. Saltou atravessando a janela deste e finalmente se permitiu descansar um pouco. Colocou as mãos no chão e conseguiu juntar mais poeira para manipular, deixando esta flutuando ao seu redor.

Sentia agora o suor escorrer por todo o seu corpo, em especial pelas suas pernas e entre os seios. Quando se curvou para ver pela janela, sentiu sua camisa agarrando suas costas, bem como as dores lombares de sua corrida alucinada junto com as dores mais fortes da ferida que a kunai tinha lhe feito. Planejava descansar um pouco ali e depois continuar correndo, acreditando que eles não saberiam onde ela estava.

Mas o som de metal raspando lhe mostrou que estava errada. Eles estavam próximos e faziam questão de demonstrar isso, mas também deviam estar cansados como ela. Ficou encolhida numa das paredes do celeiro observando os poucos raios de luz que entravam neste através das frestas da porta e da janela que ela quebrou para entrar.

Tentava controlar sua respiração, mas era muito dificil. Nunca tinha se esforçado tanto antes em uma corrida, e agora que ficou com os músculos quietos, sentia estes ficarem mais e mais doloridos. Tinha que se mover  um pouco para evitar tal coisa ou teria câimbras quando fosse correr.

Aquele som novamente foi ouvido, desta vez mais próximo. Maldita foice e o som que ele gostava de fazer com ela. Ele adorava brincar com os nervos de suas vitimas. Pos a mão no chão para juntar mais poeira e congelou no lugar quando viu uma sombra cobrir um dos raios de luz que entravam no celeiro escuro. Em seguida a luz voltou, mas isso significava que um deles estava ali, perto dela. Provavelmente examinando a janela quebrada.

Um estrondo a sua direita e uma lamina que atravessou a parede de madeira lhe mostrou que o tempo de descansar tinha acabado. Ela pulou para trás e usou sua poeira novamente como projeteis, atravessando a parede a atingindo quem estava atrás desta. Segundos depois pelo menos dois metros da parede desabou mostrando o que estava do outro lado.

Era a figura de Kotar se desmanchando em pedra.

- Tomoko – murmurou ela compreendendo que foi ela quem tinha feito aquilo, provavelmente para que se revelasse.

Dois estrondos ao mesmo tempo vindos dos dois lados do celeiro indicavam que estavam a cercando. Ela saltou para acima, para o teto do celeiro e precisou sair de lá em seguida, pois Kotar tinha rompido a viga com sua foice.

O celeiro ruiu atrás dela enquanto tentava escapar através da plantação. Mas uma figura de Toru a atacou. Ela bloqueou e atacou de volta, machucando a mão quando atingiu a rocha. Logo mais duas figuras surgiram, e mais uma terceira. Ela ficou lutando contra elas tentando destruí-las o mais rápido possível, mas estava cansada e lenta, e Tomoko pelo jeito não estava tão ferida como queria.

Não demorou muito até Kotar e Tanzo se juntarem as marionetes de pedra. Ela continuou lutando contra eles, e parecia que ia dar muito mais trabalho, mas quando foi tentar atingir Tanzo com uma cotovelada, percebeu que seu corpo não obedecia direito. Provavelmente era Tomoko com seus fios de chakra novamente. Se conseguisse escapar dali, sua primeira providencia seria botar essa menina a nocaute. 

Infelizmente, alguns golpes de Kotar e de Tanzo, e mais dezenas de outros vindos das marionetes a subjugaram finalmente.

- Aqui está – disse Tomoko retirando a perola dentre seus seios quase expostos depois que ela cortou a frente de sua camisa até o umbigo – nosso primeiro tesouro.

Sentia seus pulsos muito pressionados pela corda de nylon, bem como seus cotovelos e tornozelos. Alem disso estava sem nenhum equipamento. Mas o pior era ficar de cabeça para baixo pendurada em uma das arvores da plantação para não poder tocar o solo e conseguir manipular a poeira deste. Se bem que talvez nem conseguisse pois este estava úmido.

- Eu disse que eles dariam trabalho – disse Kotar parando a poucos passos dela a encarando com um sorriso. Agora ela notou que parecia haver uma mancha de sangue em seu ombro. Esperava que Toru ou Itheri tivessem feito isso – mas eu não imaginei que seria tanto assim.

Ele sorria divertido para ela, mas Hameri não estava disposta a lhe dar nenhuma satisfação. Na verdade ela é quem estava um pouco satisfeita, pois percebia como estavam ofegantes e suados. Só queria que fossem embora logo para tentar se libertar, e isso antes que sua camisa se abrisse mais e deixasse seus seios a mostra.

- Se fosse fácil não teria graça – disse Tanzo mais atrás a olhando também se divertindo com a sua situação.

- Obrigado pelo exercício, Hameri – ele se curvou e deu um beijo em seu umbigo, coisa que ela se esforçou para não rosnar alguma resposta – nos vemos na aldeia da Nuvem.

Ele começou a andar se afastando dela, mas antes que pudesse respirar aliviada Tomoko comentou algo que a fez ficar preocupada novamente.

- Como eles conseguiram saber onde estava o tesouro se o livro estava conosco? Não teriam tempo de pega-lo e chegar na nossa frente.

- Verdade – disse ele a olhando novamente – vamos examinar suas coisas e ver se descobrimos alguma pista.

Viu Tanzo lhe soprar um beijo e os três foram andando embora. Quando sentiu-se segura, ela moveu seu corpo como um pendulo até conseguir tocar no tronco da arvore onde estava pendurada. E ao fazer isso confirmou sua suspeita. Havia uma generosa quantidade de poeira nas rachaduras desta. Com um pouco de sorte, iria se libertar em pouco tempo. Mas duvidava ser capaz de ir a forra tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Paa quem queria uma luta, ai está ela. E no proximo cap, é a vez do time de Konoha lutar.



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