Industry Baby escrita por Cloto


Capítulo 3
No Meio Do Lixo




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—Ei playboy, o que você está fazendo aqui? -perguntou uma mulher idosa ao ver Tony escondido chorando atrás da pilha de lixo.

—Eu... Me desculpe senhora, eu vou sair daqui.

—Não vai não! Mas o que é isso? Por que você está chorando desse jeito rapazinho? 

—Eu... Deixe pra lá, estou indo.

—Eu não gosto de ver crianças tristes. Quem fez você chorar?

Tony enxugou as lágrimas envergonhado.

—Eu... É uma longa história.

—Sou toda ouvidos. Está na hora da minha pausa mesmo.

Tony contou quem era, o choque de ter sua herança tirada dele e como Obadiah Stane, um homem que era seu padrinho, melhor amigo de seu pai e a quem ele chamou de tio quebrou sua confiança.

A mulher o ouviu atentamente.

—Oh, pobre menino. Agora eu entendo. Eu sinto muito você passar o que passou.

—Todo mundo me traiu. Até meus pais. Eu não tenho mais ninguém.

Ela levantou uma sobrancelha.

—E o tal Rhodey?

—Ele é meu amigo mas... Não sei se ele seria tão meu amigo se eu não fosse o filho de Howard Stark.

—Se ele for seu amigo, ele vai te procurar. Pelo o que você falou ele não parece ser do tipo interesseiro.

Tony deu de ombros.

—Mas bem. Venha comigo. Eu vou te apresentar o pessoal e vamos comer alguma coisa.

Tony andou pelo lixão se sentindo um pouco enjoado, não só pelo cheiro forte, mas pela absoluta miséria humana que nunca tinha testemunhado tão de perto.

Ele ficou realmente chocado ao ver a situação daquelas pessoas.

—Obrigada, minha senhora.

—Verônica. Esse é o meu nome.

A mesa de madeira velha estava cheia de comida.

Verônica apontou a cadeira ao lado dela.

—Aqui nós temos pouco menino. Mas o pouco que a gente tem, nós dividimos.

Tony engasgou um pouco e teve que fazer muita força para não deixar as lágrimas caírem novamente.

Ele estava encontrando nessas pessoas mais solidariedade nesses poucos minutos que em quase todas as pessoas com quem conviveu em anos juntas.

Depois da refeição, Tony arregaçou as mangas e ajudou Verônica e as pessoas do lixão com o trabalho.

Ele ficou cansado e fedido, mas satisfeito.

—Já sei onde você pode ficar. Ela aceitou.

A mulher bateu na porta de um trailer velho caindo aos pedaços.

—Macarena. Sou eu. Trouxe o rapaz.

Uma garota da idade de Tony abriu a porta. 

—Pode ficar ali, naquele canto.

Ela estendeu cobertores para ele.

—Desculpe mas não havia outro lugar. -disse Verônica, sentida -Os outros tem família e não tem espaço em casa. E também Macarena é da sua idade e é uma menina inteligente. Vocês vão se dar bem.

—Vocês já estão fazendo muito por mim.

Verônica se despediu deles e foi embora.

—Senta aí. Daqui a pouco vou consertar a televisão.

Tony observou a garota desmontar e remontar o objeto e percebeu que ela tinha certo talento para consertar tecnologia.

Os dias se passaram e ele se adaptou a rotina do lixão.

No tempo livre, passou a recolher os eletrônicos jogados fora e a construir coisas novas com eles.

Ele estava mais feliz e fez várias amizades por lá.

E um dia, Rhodey entrou correndo no lugar, procurando desesperado por ele.

—Tony! -ele gritou.

O soldado abraçou fortemente o amigo, chorando de alívio.

—Tony estou te procurando desesperado sem parar! Por que você não me procurou?

—Rhodey? Você... Você veio!

—Claro que eu vim, ora! Eu sou seu amigo!

Tony sorriu.

A única pessoa em sua antiga vida que que havia restado era Rhodey.

E saber que ele foi atrás e não desistiu de Tony curava um pouco da dor de traição que que o ex-herdeiro sentia.

—Eu estou aqui pra você cara. Até o fim da linha.

Tony sentia que tudo finalmente iria ficar bem.


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