—Como assim eu não tenho direito a minha própria herança?

Obadiah apenas deu de ombros.

O advogado tentou segurar um sorriso de deboche, mas só de olhar Tony percebeu que o homem estava em algum conluio.

—Bem Tony... Infelizmente seu pai não te via como alguém responsável em quem confiar a empresa. Você sabe, suas farras, seus problemas com drogas e alcoolismo e tal.

Tony estreitou os olhos.

Claro.

Farras.

Que tio Obadiah o levava.

Drogas. Que tio Obie lhe deu.

Bebida. Que tio Obie o incentivo a beber.

Como ele pode ter sido tão idiota?

Foi manipulado como um patinho!

—E as joias de sua mãe... Eu sinto muito, mas sua mãe as deixou para a Fundação Maria Stark. Você entende, não entende?

Oh sim. Tony entendia.

Seu pai estava sempre muito ocupado com a empresa e a eterna busca por Steve Rogers.

Sua mãe estava sempre ocupada cuidando dos filhos dos outros.

Eles o deixaram sem nada.

Tony olhou para o homem ao lado de Obadiah.

—Quem é você?

—Nicholas Fury.

Ele se voltou ao advogado.

—E você? Qual seu nome mesmo, doutor?

—Nathan Petrelli.

—Bom saber.

Tony saiu de cabeça erguida.

Mas por mais que não quisesse admitir, as lágrimas começaram a rolar por sua face.

Seus pais... Eles realmente não se preocupavam com ele. O despojaram de tudo.

Ele não tinha nada, nem casa, nem dinheiro, nem lugar para ir. Até o seu telefone foi tomado.

Tony andou sem rumo pelas ruas.

E então, entrou no lixão.

Ele viu as pessoas catando lixo e passava por elas sem saber para onde ir.

Tony se sentou ao lado de uma pilha de lixo, e escondido, se permitiu chorar de desespero.

Mal sabia ele, mas no futuro ele agradeceria pelo golpe que levou nesse instante.