Queridos Amigos escrita por Mithrandir127


Capítulo 25
Capitulo 25: Adultos II


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito obrigado à todos que estão acompanhando! Aqui está mais um capítulo.



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— Filha! – disse Norte abraçando Rubi, logo após a mesma abrir a porta de sua casa, separou-se dela e agarrando seu rosto começou a procurar feridas – Você está bem? Eles te machucaram?

— Eu estou bem, pai – falou afastando-se do mesmo, o tom de voz desanimado como sempre.

Pai e filha se olharam por um instante, de forma silenciosa e melancólica, o que não era tão comum.

— Entra – sugeriu a mais nova, soando como um pedido.

O mais velho arqueou uma sobrancelha ao ouvir aquilo. Agarrou as malas e adentrou o recinto. Tirou seu grande casaco vermelho com macias pelagens negras, deixando-o no porta-agasalhos próximo à porta. Ficou apenas com calças e botas negras com finos desenhos russos e uma camiseta vermelha com as longas mangas arregaçadas.

A platinada já estava na cozinha, usava um suéter azul claro que descia até o meio de suas coxas, os cabeços brancos caídos sobre seu dorso, com uma calça de pijama cinzenta e meias brancas em seus pés. Pegava uma garrafa de vodca e dois belos copos entalhados, específicos para tal.

— Tem certeza de que está bem? – perguntou enquanto sentava-se à mesa, desconfiado.

Ela respondeu que sim, fungando e balançando a cabeça, enquanto colocava a bebida sobre a mesa.

— Já faz um bom tempo que você não bebe comigo. Tem certeza de que não tem nada de errado? – falava enquanto era servido.

— Houve uma época em que eu brigaria com o senhor e o culparia pelo risco que passamos. Mas hoje eu não vou fazer isso – falou enquanto se sentava defronte para o mesmo.

— E essa época seria um mês atrás?

A russa o olhou com verniz de inocência.

— O Breu me falou da época que o senhor prendeu ele. Disse que matou muitos amigos do senhor.

Ele arregalou os olhos, e seu rosto esmoreceu abruptamente. Deu um pigarro, tentou responder, mas não pensou em nada.

— Por que o senhor nunca me contou isso?

— Com que frequência você fala para os outros sobre o acidente do seu marido?

A eslava piscou, assimilando a resposta.

— Entendo, o senhor estava fugindo disso.

— Você quer mesmo falar sobre isso?

— É que em toda a minha vida, eu sinto que finalmente entendo um pouquinho mais o senhor, e que talvez, eu o tenha julgado de uma forma equivocada.

— Você pensava que eu era apenas um pai ausente. Alguém com quem você mal poderia contar.

— Eu pensava que o senhor era alguém que se preocupava mais com seus assuntos particulares do que com a própria família. Que não tinha o menor senso de responsabilidade para conosco e por isso não nos priorizava. Mas hoje acho que o entendo um pouco mais, o senhor perdeu pessoas que amava, não apenas a minha mãe, e isso também incorreu do dever que o senhor tinha. Eu até hoje tenho lidado com a perda do meu marido, e isso se refletiu de várias formas na minha vida. Eu acho que no fundo, o senhor não seja tão egoísta.

O russo baixou o olhar, suspirando.

— Tudo bem, eu vou falar disso, mas só desta vez, entendeu?

Rubi assentiu com a cabeça.

— Sim, eu perdi muitos amigos em meus anos servindo, e sim, eu já tive muitos dias ruins na minha vida. Cometi os meus pecados, mas eu finalmente encontrei algo que dá sentido à minha vida.

— O senhor se refere às criancinhas de Moscou.

— Sim – suspirou de novo – Talvez eu tenha sido menos pai e mais soldado, mais filantropo, talvez eu tenha negligenciado você e os meus netos, mas...

— “Mas isso não foi de propósito”, tudo bem, hoje eu finalmente entendo. Talvez o senhor tenha suas próprias questões para tratar e eu não soubesse disso. Tá tudo bem, o senhor sempre me vestiu e colocou comida na minha mesa quando eu era pequena, sempre me deu liberdade e estava lá para me ajudar com o que fosse. Sempre pude contar com o senhor.

— E você sempre foi paciente comigo, e nunca deixou de me ligar nem de me convidar para passar o Natal aqui com vocês, não importa quantas vezes eu te decepcionasse.

Pai e filha sorriram.

— Me perdoe por não entendê-lo e mesmo assim julgar o senhor – disse a platinada.

— Me perdoe por não estar tão presente na sua vida – disse Norte.

Então, a russa lentamente desfez o sorriso, e baixou a cabeça franzindo o cenho.

— O que foi?

— Nada, é só que... Bem, todos aqueles garotos que o senhor mandou para aquela casa já voltaram a morar com os pais, menos o Jack.

— Hum, entendo. Aquela casa parece não dar tanta sorte, não é? – gracejou.

A eslava respondeu com um olhar de desdém para aquele gracejo.

— Ah, é desculpa filha, mas eu tenho que comentar, eu não acredito que você derrotou meu maior inimigo! Aquela casa também não dá sorte para os visitantes.

— Por falar nisso, tem algum outro inimigo mortal que pode acabar vindo atrás da gente pra eu saber? – falou com o tom sério e raivoso.

O russo riu ao ouvir aquilo.

— Agora sim! Essa é a minha filha! Não, esse foi o único inimigo que eu fiz e que ainda vivia.

— Ah, que bom!

O mais velho seguiu a rir, fazendo a mais nova fazer um breve sorriso.

— Mas mesmo assim pai, eu não quero mais o Jack naquela casa, e como foi o senhor quem deu a ideia, espero que me ajude a fazê-lo voltar pra esta casa – falou gesticulando.

— Tudo bem, filha, eu ajudo.

De repente, alguém bateu na porta.

Os dois olharam em direção à mesma.

— Eu mandei a Esmeralda pegar a Emma e sair um pouco enquanto estivéssemos aqui, mas não era para terem voltado tão cedo – disse se levantando da cadeira, caminhando até a porta com o pai em seu encalço.

— Eu não acho que sejam minhas netas – falou passando à frente da filha e agarrando a maçaneta primeiro.

Ao abrir a porta, estavam Stoico, Valka, Fergus, Elinor, Frederick e Arianna. Todos com o semblante sério olhando para os eslavos.

— Pessoal! – exclamou Norte estendendo os braços para os lados e para cima.

— Espera! Por que todos estão aqui? – perguntou a filha.

— Eu os convidei – respondeu o mais velho.

Rubi fechou os olhos suspirando e colocou a mão direita, com dedos delicados sobre o rosto, baixando o mesmo.

— Eu vou te matar, Norte! – falou o norueguês erguendo as mãos fortes para sufoca-lo.

— Ora, mas por que, meu velho amigo?

— Você não soube do que aconteceu? Nós e nossos filhos quase morreram naquela casa! – respondeu a norueguesa com as mãos na cintura.

— Pois é, eu estava comentando com a minha filha que aquela casa realmente não tem dado sorte para ninguém.

— Norte, isso não é brincadeira – falou a escocesa com os braços cruzados – Nossos filhos podiam ter morrido.

— Estávamos pensando em chamar a polícia! Como é que você sabe que não sabemos onde nossos filhos estão, você abriga eles e não nos avisa?! – disse o escocês.

— Ora, até onde eu sei você não costuma temer pela segurança da Merida, Fergus, ela sempre soube se cuidar muito bem! – falou sorrindo e com as mãos na cintura.

— Esperem um pouco – interveio a platinada, colocando-se entre o pai e os visitantes, erguendo as palmas brancas de suas mãos femininas para ambos – Nós podemos resolver isso conversando de forma sensata e civilizada.

— Concordo! – falou o russo, voltou-se para o alemão e perguntou – Trouxe as cervejas que eu pedi?

O castanho não respondeu nada, apenas ergueu uma bandeja com garrafas de vidro, cheia da bebida dourada e espumosa, batendo-se umas nas outras.

A discussão não chegou longe depois que começaram a ingerir cerveja gelada junto de alguns petiscos preparados pelo idoso. Então, homens e mulheres decidiram se separar em dois grupos para conversar.

As mães sentavam-se à mesa da cozinha. Os pais no sofá da sala.

— Sua casa é muito bonita, Rubi! – disse uma Elinor ébria com rubor nas bochechas.

— Obrigada! Eu diria o mesmo da sua casa, mas infelizmente eu não a conheço – falou erguendo a garrafa meio cheia, e embora forçasse o sorriso, estava se divertindo.

As mulheres riram.

— Você é uma graça, Rubi! Por que o Norte não nos falou mais vezes sobre você? – disse Arianna.

— Ah, vocês também são muito boas para bater um papo. E obrigada pela cerveja, ela é muito boa.

— É um prazer ser útil.

— Eu vi algumas bonecas na sua casa, você também tem filhas? – perguntou a morena.

— Tenho duas, a minha primogênita e a minha caçula, Jack é o meu filho do meio. Também é meu único filho homem.

— Ah, mas saiba que o seu filho é muito bonito! – disse a germânica.

— Ah, obrigada! Ele puxou ao pai.

— E à você também pelo que eu estou vendo – falou a celta apontando para os cabelos alvos de Rubi e seus lindos olhos azuis, que sorriu.

— E onde está o seu marido? – perguntou Arianna.

— No céu, eu espero.

— Ah, você é viúva, eu lamento – disse Elinor.

— E onde estão suas duas filhas? – perguntou a alemã.

— Elas estão fora. Mandei a mais velha levar a caçula pra passear.

— Quantos anos elas tem? – perguntou a escocesa.

— A Esmeralda tem vinte e a Emma tem oito. Ironicamente a mais velha me dá mais trabalho que a caçula. Mas e vocês? Que eu saiba aquela loirinha lindinha era sua filha, e aquela lindinha ruiva era a sua. As duas são muito bonitas – falou apontando para ambas.

— Ah, sim, a minha se chama Merida, ela também já me deu muito trabalho.

— Ela está namorando com o meu filho agora – disse Valka.

— É verdade! Ela me disse. Fiquei surpresa quando soube que ela estava namorando, tinha medo de morrer sem netos.

— Opa! Vamos com calma, meu filho só tem quinze anos.

— Ah, relaxa, Sra. Valka, se seu filho foi homem o bastante para conquistar uma garota que nem a minha filha, ele certamente vai ser homem o bastante para ser pai dos filhos dela um dia no futuro.

— Meu filho é o garoto mais másculo que você vai conhecer na vida!

— Ah, eu imagino, conheço rapazes que são verdadeiros atletas cheios de músculos e que mesmo assim não conseguiram conquistar o coração da Merida. Para seu filho ser o primeiro namorado dela, certamente é necessário ser mesmo muito macho!

— Um viking! – respondeu a norueguesa com orgulho.

— Espera! Sua filha nunca namorou? – perguntou a germânica.

— Não!

— Mas ela é tão linda, como ela pôde chegar aos dezoito sem namorado?!

— É o que eu estou tentando entender.

— Na idade dela eu já estava casando com o Frederick.

— E eu com o Fergus. Mas não importa, agora que ela finalmente abriu a janela de oportunidade para deixar outra coisa entrar na vida dela além de um arco e flecha, eu fico feliz. E o que é ótimo! Haddock é filho de Stoico, o Imenso e de Valka, donos da Berk Winter.

— Não está feliz pelo namoro da sua filha só por causa de quem são os pais do namorado dela. Está?! – perguntou a russa com olhar de suspeita.

— Aliás, podem me chamar de Val, e também pode chamar meu filho de Soluço.

— O quê?! É claro que não! Eu me preocupo com a felicidade dela, mas ter alguém como o filho dessa mulher é um saldo positivo, uma vez que é um garoto que vai estar preparado para liderar ao lado dela no futuro. E teremos certeza de que não se trata apenas de um interesseiro.

— Ah, meu filho pode ser muita coisa, mas interesseiro ele não é.

— Ele parece ser muito esperto – disse a alemã.

— É, dizem que ele se parece comigo.

— Eu vi ele lutando naquela noite, realmente parece ser o filho do Stoico, o Imenso, também lembra muito o pai dele – falou a morena.

— É, disso eu sei, ele tirou o melhor de nós dois. Pode ter certeza absoluta de que ele vai cuidar muito bem da sua filha.

— A Merida me falou que brigou com uma garota porque ela estava maltratando seu filho. Eu acho que é ela quem vai cuidar dele.

— Fazer o quê?! Quando se tem um filho tão irresistível! – falou passando a mão no cabelo, com ar de arrogância.

— Sem ofensas, Val, mas seu filho me parece muito baixo para a idade dele. Naquela idade até eu já tinha crescido mais – disse a germânica.

— Pois é, ele nasceu prematuro. É verdade, ele realmente é bem baixo para a idade dele, até meu filho mais velho tinha mais estatura do que ele nessa idade.

— Ah, você tem mais de um filho! – comentou Arianna.

— Tenho dois, o outro se chama Nolan. Ele sinceramente me dá mais dor de cabeça do que o Soluço, mas que diferença faz quando se ama, não é? Mas e quanto a você Arianna, e a sua menina? Ela te dá muito trabalho?

— Não, ela com certeza não me deu tanto trabalho quanto suas crianças.

— Aliás, o que aconteceu? Por que aquela garota, a Cassandra, queria tanto matá-la? – perguntou a eslava.

— Bem, é que... Ela culpa a Rapunzel por causa de algo que aconteceu na vida dela há muito tempo.

— E ela tem culpa?

— Não! Com certeza não! Definitivamente não!

— E o que foi? Pode nos dizer? – perguntou Elinor.

A alemã suspirou, passou alguns instantes em silêncio, e então falou: “Minha filha me disse que confiou aos seus filhos um segredo, então peço à vocês a mesma confiança.”.

As demais mulheres se olharam, estranhando aquilo.

A germânica suspirou e prosseguiu: “A mãe dela foi presa por... Ferir a minha filha.”.

— Ferir como? – perguntou Rubi com o rosto sério – Eu vi que ela não tem nenhuma cicatriz ou sequela.

— Ela toma algum remédio? – perguntou Elinor.

— Graças à Deus, não.

— Então... Como foi que a mãe dela feriu sua filha? – perguntou Valka – Sexualmente? – perguntou a norueguesa em tom de sugestão.

Arianna a olhou surpresa.

— Eu não esperava que descobrissem tão cedo.

— Você não faz ideia das coisas que eu já vi.

— Meu Deus! Que horror! Como pode alguém fazer isso com uma criança?! – disse a morena.

— Algumas pessoas são capazes de fazer males terríveis – disse a platinada.

— É por isso que a sua filha já conhecia aquele psicólogo? – perguntou Elinor.

— Sim.

— Ela me parece bastante alegre. Eu jamais saberia que ela já foi vítima de algo tão horrível se você não dissesse. Isso jamais me passaria pela cabeça. Você deve ser uma ótima mãe! – falou a escandinava.

A alemã sorriu com a cabeça baixa.

— Não! Não diga isso! Eu sou uma péssima mãe. Ninguém pode me dizer que eu sou uma boa mãe após deixar isso acontecer com a minha filha.

— Para com isso! Você certamente é uma mãe muito melhor do que a mãe da Cassandra – falou a russa – Espera! Como é que pode a mãe dela abusar da sua filha e ela odiar vocês?

— Ela pensa que armamos pra cima da mãe dela.

— E o que aconteceu com a mãe dela? – perguntou a escocesa.

— A Gothel foi pega em flagrante. Então nós a espancamos e depois a mandamos para a cadeia, onde ela também foi violada e depois foi morta pelas colegas de prisão após descobrirem o que ela fez para estar ali.

— Sinceramente, eu acho bem merecido! – falou Valka – Uma mulher como ela só iria fazer o mal.

— E a sua filha? – perguntou a eslava.

— Bem, mandamos ela direto para o Dr. Benjamin – Rubi reprimiu seu desdém – Lá ela melhorou, mas às vezes tem recaídas e na maior parte do tempo carrega um semblante assustado. Mas por incrível que pareça, desde que voltou pra casa ela tem estado muito mais tranquila e feliz. Eu acho que seus filhos fizeram bem à ela – falou manifestando um breve sorriso.

— Igualmente! – falou a celta com a mão sobre o peito.

— Meu filho disse que ela também pinta, e muito bem – falou a norueguesa.

— Ah, seus dois filhos tem ido lá em casa com bastante frequência!

 A platinada sorria, mas ao saber que o filho supostamente não saía daquela casa, desfez um pouco do mesmo, apenas o bastante para não ser notada.

Stoico bebia avidamente da cerveja alemã. Puxou o ar no instante em que separou a boca da mesma, e limpou os lábios grossos com as costas da mão peluda. Bateu a garrafa na mesa de madeira entre os sofás. Sentava-se ao lado de Norte, à sua esquerda, e estava defronte a Fergus, ao lado de Fredderick.

— Vocês viram o meu filho? Ele enfrentou Drago e Grimmel, além de derrotar sozinho um dos capangas dele! Podem acreditar, ninguém aqui está mais orgulhoso do que eu! Meu filho se tornou um viking! – dizia com euforia.

— É, até que eu concordo, é bem surpreendente para um garoto da idade dele que usa óculos, mas não me leve a mal Stoico, não significa que eu aprove o relacionamento dele com a minha filha.

— Por quê?! Acha que ele não é bom o bastante pra ela?

— Se você tivesse filha mulher saberia que para um pai ninguém nunca é digno. Não é, meu colega! – falou abraçando o alemão ao lado.

O castanho quase engasgou, encolhido em meio a aqueles brutamontes. Depois falou com voz falha: “É, é verdade, para nós, ninguém nunca é bom o bastante.”.

— Mas não podem negar que meu filho é um homem de verdade!

—Ah, isso com certeza ele é! – falou o cacheado, animado – Aquele golpe que ele deu no Drago foi fantástico! Nunca vi ninguém acertar uma cabeçada no queixo de outra pessoa daquele jeito. Vou guardar aquele golpe para mim. Onde foi que ele aprendeu aquilo?

— Dizendo ele que foi em um anime.

— Minha filha disse que seu filho também é um ótimo amigo, eles tem muitas coisas em comum, até desenharam juntos naquele período em que estiveram morando naquela casa.

— Aí, está vendo?! É amiguinho de outra mulher! – comentou o escocês apontando para o colega ao lado.

— Ora, Fergus, acabamos de nos conhecer, mas quem nunca saiu na porrada com quem mal conhecia? A sua filha fez isso com a filha de um dos meus funcionários. Podemos fazer o mesmo! – disse em tom de brincadeira.

— Se não se incomodam eu não me incomodaria de participar! – disse Norte.

— A Rapunzel me falou que seu filho é muito inteligente, que ele gosta de mitologia e até conhece bastante de filosofia e teologia. Está até aprendendo algumas coisas com ele.

— Ah, sim, meu filho é bastante inteligente! Inclusive, foram esses gostos dele que fizeram as vendas da nossa empresa subir, eu não esperava que as ideias dele poderiam ser tão boas!

— Mais do que tudo isso, Stoico, ele é um bom rapaz. Eu sempre soube disso – disse Norte.

— É, uma pena que eu demorei para perceber isso. Inteligente, forte, corajoso, honrado e galanteador?! Eu ganhei na loteria e não percebi! – Valka sorriu olhando para o marido ao ouvir aquilo.

— Ah, mas mesmo assim, não pense que a minha filha é uma princesinha apaixonada, não! Se o seu filho ferir o coração dela, eu nem vou precisar intervir! Ela mesma vai partir o coração dele!

— Sua filha vai ser minha futura nora, Fergus!

O escocês fez careta.

— A Rapunzel me disse que a sua filha foi atrás de ajudar ela a enfrentar a Cassandra. Sua menina tem um grande coração!

— E uma valentia maior ainda! – completou o celta.

— A Merida tem um profundo código de honra, e para mim, isso é louvável! – disse o russo.

— Eu concordo – disse o norueguês – No início eu achei ela meio selvagem, mas aí eu lembrei que essa selvageria toda estava sendo usada em função de um bem!

— Fico feliz que a minha filha tenha feito uma amiga como ela.

— Ah, parem com isso! Eu sei que eu criei uma grande menina. Eu ensinei ela a lutar desde cedo. Me preocupei bastante em ensinar a menina a crescer forte!

— Ah, eu conheço uma garota que pode confirmar isso – concluiu o escandinavo.

— É verdade! Minha filha me falou antes que eu viesse para cá. Ela me disse que brigou com uma de suas protegidas. Pediu para que eu me desculpasse por ela.

— Ah, tudo bem, eu soube que ela maltratava meu filho.

— Mas e quanto à você, Frederick? – perguntou Fergus batendo nas costas do mesmo, enquanto degustava sua cerveja.

— Eu estou bem.

— Estou falando da sua filha. Eu vi que ela derrotou aquele cara sozinha, usando apenas uma frigideira. Foi você quem ensinou isso à ela?

— Não! Na verdade, ela me disse que foram seus filhos que a ensinaram a lutar.

— Jura! Que bom saber disso! – falou o eslavo.

— Aliás, Fredderick, eu não fiquei sabendo, o que aquela garota queria com vocês? – perguntou Stoico.

— O quê?! – perguntou o alemão arregalando os olhos.

— É verdade – comentou o cacheado – Breu tinha assuntos com a família do Norte, Drago e Grimmel tinham assuntos com a família do Stoico, e M’ordu tinha assuntos com minha família. O resto eram só vagabundos. A única que parecia ter algo contra vocês era aquela garota.

Norte arregalou os olhos azuis, notando o desconforto do alemão, que se encolhia à medida que lhe dirigiam a palavra.

— Ah, e quanto ao Jack, pessoal? Eu não estava lá, mas sei que ele derrotou um cara usando apenas comida congelada. Tenho certeza de que foi muito viril do meu neto, não é? – o russo interrompeu.

Os demais homens o olharam assustados, aquele comportamento não era habitual do colega.

— Não, tá tudo bem, Norte, não precisa fazer isso – olhou para os companheiros de bebida com calma e seriedade – Se esses homens criaram crianças tão boas quanto aquelas, a quem minha filha confiou seu mais profundo e terrível segredo, acho que posso confiar neles. A mãe daquela garota violou a minha filha quando ela era criança.

O norueguês e o escocês arregalaram os olhos claros.

— O quê?!

— O quê?! Mas o que a mãe dela fez?! – questionou o celta, surpreso.

O germânico o encarou com uma carranca no rosto, fazendo o mesmo se recompor.

— É, quero dizer... – falou sem graça

— Ele quer dizer, que lamentamos muito – disse o escandinavo.

— Não se preocupem com isso. Ela teve o que mereceu há muito tempo. E a minha filha hoje está a salvo. Só espero mantê-la assim pelo máximo de tempo possível.

— Você vai mantê-la – falou o russo.

Fredderick sorriu e disse: “Obrigado. Aliás, o seu neto também se saiu muito bem naquela noite. Ele não só derrotou aquele cara como também enfrentou o Breu!”.

— É verdade! – comentou Stoico – Ele se saiu muito bem!

— É, mas me permita dizer que o seu neto agiu meio estranho da última vez que nós o vimos – comentou Fergus.

— Sim, eu sei. Ele tem alguns problemas, e eu planejo falar com ele a respeito, para ver se eu consigo enfiar um pouco de juízo na cabeça dele.

— Ah, que bom, pois minha filha está tão zangada com ele que não sabe se abandona ele ou vai atrás – falou o cacheado.

— A minha filha disse que sente muita falta dele.

— O meu também.

Enquanto seguiam a conversar, os russos se entreolharam em silêncio e com o rosto sério. Ambos ouviram sobre Jack.

— Escutem, pessoal! Eu tive uma ideia! Semana que vem é Natal! Que tal se nós festejarmos o Natal juntos? – sugeriu o eslavo.

— O quê?! – questionou Stoico.

— Ué, não acham que é uma boa ideia?

— Quer saber? Eu gostei! – falou o castanho – A Rapunzel vai ficar muito feliz.

— O problema foi que eu já organizei uma festa com nossos sócios e alguns de nossos funcionários e parentes mais próximos – respondeu o escocês.

— Eu também, mas no meu caso, foi com todos os meus funcionários e suas famílias – disse o escandinavo.

— Ora, tenho certeza de que conseguimos encontrar um lugar que consiga comportar todo mundo. É só uma questão de mudar o endereço – disse o eslavo.

Os demais homens se olharam, sorrindo e franzindo o cenho, simpatizando com a ideia. Olharam para as suas esposas que haviam escutado a proposta, e as damas ergueram as bebidas em confirmação.

— Então tá. Nós aceitamos! – falou Stoico erguendo a garrafa.

Todos vibraram.

Passaram a noite bebendo e conversando, chegaram a tocar música e dançar. Os filhos da Rússia fizeram questão que seus visitantes dormissem ali, porque estavam todos bêbados. E assim fizeram. Ligaram para os filhos, explicando o ocorrido e dormiram no lugar mais confortável que encontraram, e os donos da casa colheram lençóis e edredons para todos.

Esmeralda e Rubi chegaram um tanto tarde, não precisariam acordar cedo no dia seguinte. Ficaram assustadas com tantas pessoas desconhecidas ali, mas ao verem a mãe com um espírito bem mais leve as direcionar para o quarto enquanto explicava o ocorrido com um leve tom de embriaguez, ficaram tranquilas, e até mesmo alegres por sua progenitora estar naquele estado.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Cá está. Espero que tenham gostado!



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