All of me² escrita por beanunees


Capítulo 3
Tre




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Nicolas Turquetti 

 

Depois de passarmos por toda aquela galera, nós ficamos no meio da pista de dança e começou a tocar Ariana Grande novamente e eu tinha quase certeza que era Jordana que estava colocando as músicas para tocar, pois estava para nascer alguém tão fã como ela. 

Rebeca estava dançando e cantando ao mesmo tempo e eu tentava ao máximo mandar uns passos para acompanhar, mas ela me deixava jogado pra escanteio e me mostrou o quão horrível eu sou dançando. Quando cansamos, decidimos que era hora de procurar nossos amigos e beber urgentemente algo pois estávamos desidratados de tanto pular e dançar. 

Caminhamos em direção a mesa de bebidas e para nossa surpresa, a galera estava estacionada no mesmo lugar desde o início da festa e aquilo me surpreendeu em 0%. Eu reparei na encarada que o Ian deu quando chegamos de mão dada, mas quem se importa mesmo? 

 

                                 Rebeca Matter 

 

A cena do beijo que ganhei do Nicolas estava em looping na minha mente, não conseguia parar de pensar. Por mais idiota que fosse, seria possível ele estar afim de mim ou ele só queria ser o primeiro a ficar com a novata para ganhar pontos com os meninos do futebol. Eu estava completamente perdida em devaneios quando o Ian parou na minha frente sacodindo a mão sinalizando. 

 

      — Perdão, eu não entendi o que tinha dito, poderia repetir? Estava com a cabeça em marte. 

       — Eu percebi que você estava bem longe, mas posso repetir. Eu havia perguntado se está gostando das festas ou ela não superou suas expectativas? 

      —  Ah sim, era sobre isso. Convenhamos de que eu nunca fui muito frequentadora de festas, mas essa está muito legal. Mesmo ela tendo um monte de pessoas desconhecidas, o que me desagrada um pouco. 

         — O que você acha de ir pra um lugar mais reservado para conversar sobre o seu primeiro dia? — ele me perguntou e segurou minha mão. 

          — Você acha necessário? 

          — Você que sabe, my sweet lady. — disse e fez uma reverência como se eu fosse da corte real.  

          — Então vamos, não gosto de esperar. 

 

Caminhamos até a área externa da casa onde se localizava a piscina e o balanço e eu estava me amaldiçoando por estar ali novamente. Ele me deu passagem e deixou eu me sentar primeiro e em seguida me deu a honra de sua presença ao meu lado. 

 

            — Conhecia essa parte da casa? Ela é realmente enorme, eu amo passar um tempo aqui no verão, eu e o Nick passamos o dia na piscina. 

          — Sim, conheci. Na realidade acho que estou tendo um deja vu, estava aqui não faz muito tempo com o Nicolas. — Respondi meio sem graça. 

              — Aconteceu alguma coisa aqui? Pode me contar se quiser, se não quiser não tem problema, mas espero que queira. — disse e explodiu numa gargalhada. 

               — Nós conversamos por alguns minutos e ele me beijou. 

               — E você não curtiu muito, eu suponho. 

               — Não é que eu não tenha gostado, é que ficou confuso, foi tudo muito rápido e eu não soube reagir muito bem. Mas eu gostei de verdade. — disse e abaixei a cabeça por estar morrendo de vergonha. 

                 — Ei Becks, olha pra mim. — Ele inclinou minha cabeça para cima. — Não fica assim, tá bom? O Nicolas é completamente afobado, mas ele é um cara legal e se você soubesse o quanto ele falou de você o dia inteiro, não ficaria tristinha assim. 

                  — Como assim falando de mim? 

                  — Digamos que no seu primeiro dia de aula, você conquistou o coração do artilheiro do time. Quem poderia superar esse feito, hein? — disse sorrindo. 

                   — Nem fale uma coisa dessa na frente da minha mãe, ela iria dizer que eu estou “causando horrores” como minha amiga Bruna do Brasil sempre dizia. — falei e sorri. 

                   — Bom, sei que é apenas o seu primeiro dia e que tudo é muito novo pra você. Mas sempre que quiser conversar, desabafar, fazer fofocas ou até mesmo ficar jogando conversa fora, pode me procurar ou recorrer as meninas também. Elas gostaram muito de você e tenho certeza que vocês irão se tornar muito amigas. 

 

Não disse mais nada, apenas o puxei para um abraço e ele nem pestanejou e retribuiu apertando minhas costelas. Naquele momento eu senti que estava bem e que tudo poderia ficar bem futuramente, foi a primeira conversa desde que cheguei a New York, que realmente me acalmou. 

 

            — Depois de quase quebrar suas costelas, eu preciso que você me diga como é o Brasil. Me faça me sentir mais curioso em visitar esse belo país. 

             — O Brasil é um lugar bastante exótico para quem vê de fora, mas ele é um lugar muito legal e tem uma cultura muito diversificada. Cada região do país tem os seus costumes e crenças, eu sempre digo para quem pergunta sobre fazer o tour completo. Muitos acham que o Brasil é só Rio de Janeiro e São Paulo, mas perde a maioria da verdadeira beleza do país. 

 

A nossa conversa foi tomando rumos inusitados e tão legais que eu sequer percebi que a hora passou, entre nossas risadas e questionamentos, pessoas indo e vindo, eu acabei nem percebendo que estava ficando cada vez mais tarde. Quando me dei conta e peguei o meu celular, tomei um baita de um susto, eram quase meia noite eu prometi que não chegaria tão tarde. Nunca na vida pensei que a hora pudesse passar tão rápido ao ponto. 

Com todo o cinismo que pude reunir no momento, fiz a cara do gato de botas com os olhos arregalados e pedi para que ele me levasse em casa, ponderando que não era justo eu ficar de castigo depois da minha primeira festa da escola, além de acrescentar que meu pai era bem rígido em questão de horários. 

Ian como sempre gentil nem chegou a pensar duas vezes e concordou em me levar até em casa, então entramos na casa novamente e nos despedimos de todos que estavam próximos de nós, menos Nicolas que havia sumido para resolver algo, segundo Hana e Geysa. 

Mesmo não vendo o anfitrião da festa, eu realmente precisava ir embora, então segui o mesmo caminho que o Ian fazia, para ser guiada até o carro dele. 

A minha casa não ficava muito distante de onde eu estava, mas mesmo com o trajeto curto, nós conversamos do início ao fim, a maioria era piada sobre quem estava lá. Quando chegamos em frente à minha casa, Ian saiu desesperado do carro só para poder abrir a porta do carona para mim. Saí do carro me sentindo uma princesa da Disney, por estar sendo tratada tão bem. Agradeci a carona e dei um abraço bem apertado nele e quando eu pensei que íamos poder falar mais, meu pai apareceu fingindo uma tosse nada convincente e eu já sabia sobre o que se tratava aquilo. 

 

        — Já para dentro, dona Rebeca. Não acha que está meio tarde e frio aqui fora? 

          — Tudo bem, pai. Eu já estou indo, ok? — disse olhando para o Ian. — Boa noite, Ewerling. 

            — Boa noite, Matter. Pro senhor também, senhor Matter. 

            — Boa noite, ser humano que não faço ideia de quem seja ainda. — Enfatizou o ainda como se fosse investigar a vida do menino. E logo depois bateu à porta de casa com um total de zero educação. 

Fiquei observando pela janela da sala ele entrando em seu carro e logo depois o mesmo sumir no asfalto e respirei fundo 

              

             — Você poderia ao menos tentar mais educado com as pessoas que dão carona para a sua filha. 

             — Eu disse que você tinha responsabilidade com seus horários e você passou dele. 

                — Eu sei disso, pai. Mas nem está tão tarde assim. 

              — São meia noite e quinze, Rebeca. Você já deveria estar na cama sonhando com os anjos. 

 

Minha mãe desceu as escadas, com uma cara de quem acordou com o barulho da conversa que eu pensava estar baixo. 

 

                      —´Pelo amor de Deus, Leonard. Isso é hora de ficar brigando com a menina? Foi a primeira festa dela e ela passou um pouquinho do horário. 

                  — Não me importa, Adriana. Ela sabe das obrigações dela, agora faça o favor de ir pro seu quarto Rebeca. 

                      — Tudo bem pessoal, eu já entendi. Boa noite para quem fica, eu amo vocês. 

                     — Boa noite, querida. — Os dois disseram ao mesmo tempo e eu ri, mesmo estando com raiva daquele show desnecessário que meu pai deu. 

 

Entrei no meu quarto e logo me livrei da bolsa e do salto e sentei na cama, pensando seriamente se deveria encarar aquele chuveiro àquela hora da noite, mas se eu não tomasse agora, teria que ser de manhã cedo e eu sinceramente não sei qual era a pior opção. Pensei bem e decidi tomar agora pra poder conseguir dormir mais rápido e poder ficar mais tempo na cama amanhã, fui me arrastando até o banheiro, mas depois de ficar uns 15 minutos em baixo d’água repassando tudo que aconteceu, eu já não queria mais sair, mas já estava ficando enrugada de tanto ficar na água. 

Me enrolei no meu roupão e entrei no meu quarto sentindo o vento gelado vindo da janela que eu esqueci aberta e me xinguei por isso e assim que fechei a mesma, eu vi meu celular começar a vibrar avisando que alguém estava me ligando, mas quem seria o desalmado a ligar tão tarde. Mas ironicamente dei um sorriso assim que vi quem era. 

 

             — Boa noite, Turquetti. Ainda não expulsou as pessoas da sua casa? 

                  — Boa noite, becks. Já sim, mas falta uma bagunça enorme para arrumar. Tá tudo bem? Você saiu sem se despedir. 

                 — Eu não consegui te achar e eu realmente tive que ir embora por conta do horário e quase fico de castigo por conta da sua festa. 

               — Não permitiria tal coisa acontecer, iria na sua casa agora mesmo falar com seus pais e pedir desculpa de joelhos se fosse preciso. 

                    — Não é para tanto, você parece tão dramático, quase certeza que faz aulas de teatro pra ter a lábia que tem. — Dou uma risada e ele ri junto  

                 — Se eu te contasse, você não acreditaria. Eu acho que bebi demais hoje, mas minha noite foi incrível. E você, gostou da sua noite? 

 

Aquela pergunta me pegou de surpresa, eu tinha pensado tanto que acabei nem pensando se eu realmente havia gostado de tudo que aconteceu, mas ao mesmo tempo passei meus dedos nos meus lábios pensando no beijo que ganhei dele. 

 

                  — Claro que eu gostei, tirando a parte que você assassinou os passos de dança existentes na face da terra enquanto eu mostrava quem era a rainha dos passinhos. — Ele caiu na gargalhada e eu ri junto só de ouvir a risada dele. 

                 — Isso não é justo, não posso ser perfeito em tudo que eu faço, mesmo tentando. 

               — Pelo menos você beijando é perfeito. — Coloquei a mão na boca assim que percebi a merda que eu falei. — Quer dizer, todas devem dizer isso pra você, eu devo ter sido só mais uma. — Tentei consertar a merda, mas quem disse que minha cara deixou de ficar vermelha igual um pimentão. 

            — Bom, eu fico feliz que tenha gostado, estarei sempre à disposição. E posso te confessar algo? 

                    — Claro que pode, meu Deus, eu devo beijar muito mal.     

            — Longe disso, acho que você é perfeita em tudo, inclusive beijando. — Aquilo fez surgir um sorrido idiota na minha cara e eu não sabia o que falar, então fiquei calada vendo meu corpo se acender tomado pela vergonha. — Becks, ainda está aí? Posso desligar se quiser. 

                    — Sim, estou aqui, quase dormindo, mas aqui. 

                 — Queria tanto que você estivesse aqui, para eu poder fazer carinho no seu cabelo até você pegar no sono. 

                     — Aprendeu a ser romântico nas aulas de teatro também? 

                     — E essas aulas de como cortar o clima, aonde aprendeu? 

                     — Touché, meus caros. 

                     — Você não existe menina, veio de outro multiverso. 

                 — Deixa de bobeira, Nicolas. Sou como todas as outras, logo você cansa de mim. — Disse e logo depois bocejei. 

                     — Jamais me cansaria de você, quase certeza que você é uma em um milhão. Por mais que eu quisesse falar a noite inteira com você, nós precisamos descansar. Good night, my angel. 

                       — Good night, my baby. 

 

 

Desligamos a ligação e eu segurei meu celular firme perto do coração extasiada com toda a conversa que tivemos, era possível o Nicolas realmente estar afim de mim????? Céus, era o meu primeiro dia de aula e eu estava muito emocionada, devia parar com isso. 

Fiquei encarando o teto até que começou a chover o que facilitou horrores para que eu pegasse no sono mais rápido e eu não demorei muito para me entregar ao meu subconsciente. 


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