All of me² escrita por beanunees


Capítulo 1
Uno


Notas iniciais do capítulo

Boa noite a todos, como eu disse na sinopse, essa é a versão 2.0 de All of me, versão essa que foi escrita por mim em 2015 e atualmente sendo reescrita ou tentando ser.

Mudei algumas coisas nela, pois não faziam sentido na versão original, eu espero que vocês realmente curtam.

Obrigada a todos que deram uma atenção a original.



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Quando se trata do tão sagrado “primeiro dia” de aula numa nova escola, sempre teremos uma pulguinha na orelha, mas depois de tanto passar por isso, eu estava preparada — ao menos eu tentei me convencer me olhando no espelho. — Mesmo que dessa vez fosse diferente de todas as outras vezes, até porque eu estava em outro país, uma cultura totalmente diferente da que sempre presenciei. Mas o que esperar desse novo dia? Eu acho que sinceramente nada, gostaria apenas de chegar viva em casa no final do dia, isso seria um ótimo recomeço. 

Desculpa por ser tão mal educada ao ponto de não me apresentar. Bom, me chamo Rebeca, sobrenome Matter. Sou uma brasileira de 16 anos com dupla cidadania, meu pai é americano e minha mãe é brasileira, morei no Brasil por boa parte da minha vida, meu pai por sua vez morou a maior parte de sua vida em New York. Ele tem origens brasileiras assim como eu, então todas as suas férias que pode, ele ia correndo para o país tropical e em uma dessas férias ele conheceu minha mãe, e bom, o resto é história. 

Por anos moramos lá e ele aqui sozinho administrando a empresa que herdou de seu pai, mas por medo de perder minha mãe de vez, ele bateu o martelo e decidiu que o melhor para nossa família fosse a nossa mudança para os States e sem pensar duas vezes, minha mãe arrumou as malas e aqui estamos, recomeçando novamente e eu oro a Deus para que seja a última vez. 

A escola nova tinha uma estrutura de dar inveja a qualquer escola que eu tenha estudado no passado, tudo era muito exagerado e extremamente grande. Adentrei pela porta principal e fiquei completamente embasbacada com o tamanho daquele lugar, tão embasbacada que acabei esbarrando com um menino incrivelmente padrão, mas lindo. Ele tinha olhos azuis e cabelos dourados e eu não conseguia parar de olhar a beleza daquele menino — ele sorriu todo sem graça — e começou a me encarar de volta e resolveu falar. 

 

   — Olá, bom dia. Pelo jeito que está olhando para a estrutura devo presumir que você se chama Rebeca Matter, a aluna transferida do Brasil. Estou certo? 

 

Eu o encarei séria, como ele podia saber tudo isso sem nem me conhecer? 

 

   — Sim, sou eu mesma. Mas como sabe quem eu sou e de onde eu fui transferida? 

     — Prazer, me chamo Ian Ewerling. — Ele estendeu sua mão e apetou a minha e abriu um sorriso e logo soltou a mesma — Sou do comitê de boas-vindas e do jornal da escola, então basicamente tenho que saber quem são os novos alunos e basicamente todas as fofocas para poder colocar no jornal. 

     — Então Ian, eu me chamo Rebeca. Mas você já sabe disso, sou nova e no momento estou precisando muito de ajuda para poder me localizar nessa coisa enorme que vocês chamam de escola. Poderia me ajudar? 

 

Minhas mãos suavam frio e eu ainda não consegui definir o motivo para a pequena crise de ansiedade. Ele me perguntou sobre minha grade de horários e eu lhe dei o papel que estava na minha mão, quase amassado de tanto que apertei o pobre coitado no caminho do estacionamento até a porta principal. 

 

— Bom, analisando a sua grade de horários, a sua primeira aula do dia é de história e por ironia do destino, estamos na mesma sala, posso te acompanhar até lá e no intervalo eu te mostro o resto da escola. 

 

Apenas concordei e fui guiada por ele até chegar a bendita sala, chegando nela ele saiu entrando e esqueceu totalmente que eu sou a novata e eu morro de vergonha sobre qualquer coisa, então eu fiquei do jeito que ele me deixou, plantada na porta da sala. Mas para a minha tristeza, o professor me enxergou e fez sinal para que eu pudesse entrar na sala cheia de gente estranha. 

 

Não tinha para onde correr e foi o que eu fiz, entrei e entreguei o papel que o Ian me entregou no meio do trajeto com meus dados escolares e afins, o professor leu o que estava escrito e sorriu para mim gentilmente. 

 

        — Good morning, class. Temos uma aluna nova, seu nome é Rebeca Matter, quero que vocês sejam gentis e a façam se sentir à vontade. 

 

Se eu morri de vergonha? Com toda a certeza do mundo, mas não podia deixar transparecer e segui até o fundo da sala onde tinha uma carteira vaga e por um acaso era do lado da de Ian. Enquanto eu observava a sala e todas as pessoas que ali estavam extremamente assustada, eu percebi que tinha alguém me observando e meu Jesus amado, esse lugar não cansa de ter meninos lindos? — Ele tinha olhos verdes como esmeraldas, mas sua pele era branca igual leite. Esse menino precisava urgentemente de uma praia e com toda certeza pegaria uma insolação se passasse um dia numa praia brasileira. — E num piscar de olhos ele se levantou e veio vindo todo confiante em minha direção, fingindo estar tímido e sorrindo que nem um idiota. 

 

               — Oi, prazer. Me chamo Nicolas Turquetti. — Ele pegou minha mão e depositou um beijo delicado nela. 

               — Oi, Nicolas. Me chamo Rebeca, mas provavelmente você já sabe disso. 

           — E o nosso artilheiro não perde tempo nunca — gritou algum garoto aleatório, mas sequer prestei atenção, aqueles olhos eram incrivelmente verdes. 

                  — Nicolas é o nosso melhor jogador do time de futebol, mas ele tá querendo levar mais uma suspensão caso o senhor Muller ver ele em pé paquerando a aluna nova — disse Ian dando risada. 

                   — Cala essa sua boca, Ian. Sabe como estragar um clima como ninguém, a tua sorte é que somos melhores amigos. Enfim, hoje à noite terá uma festa de volta as aulas na minha casa. Pode me dá seu número para poder te mandar uma mensagem com o endereço e o horário? 

 

Não sei se aquilo foi uma tentativa extremamente normal para conseguir meu número para poder dar em cima de mim ou era só para me passar o bendito endereço. Nem sei se ao menos eu irei, mas eu passei o meu número. 

 

A hora parecia ter se arrastado e quando finalmente o sinal soou anunciando o fim dos dois períodos de história e enfim o intervalo, preciso nem dizer que o Ian saiu me arrastando para conhecer o resto da escola, mas para o meu azar, eu sou extremamente estabanada que assim que sai pela porta eu trombei com tudo em cima de alguém e por mais sem querer que fosse, a pessoa não entendeu legal. 

 

               — Olha por onde anda, seu projeto de gente. — Disse a menina com o uniforme de líder de torcida e o cabelo preso num rabo de cavalo. 

 

No momento que ela disse aquilo, eu senti todo o veneno que ela tinha acumulado jorrando bem na minha cara e o que eu poderia fazer se eu fiz aquilo sem querer. Ela me encarava como se quisesse me fuzilar e se seus olhos fossem um fuzil, eu estaria morta no mesmo momento. Apesar de ser linda, com seus cabelos loiros e seus olhos azuis e um corpo perfeito, ela esbanjava futilidade. 

 

— Desculpa, foi sem querer. — Ou não, disse para mim mesma. 

 

Quando me dei conta, Ian já tinha me puxado novamente multidão a dentro até chegar ao refeitório e como era de esperar, ele era enorme. Fui conduzida até uma mesa aonde o menino dos olhos verdes estava sentado com outras pessoas. 

  

          — Pessoal, essa é a Rebeca, a nova aluna da escola. Mostrem a educação que o pai aqui deu a vocês e sejam legais com ela. Vou pegar meu lanche e o seu e iremos tentar continuar o tour antes do final do intervalo. 

 

Ian saiu marchando refeitório a dentro e me deixou plantada novamente em pé com cara de taxo em frente daquelas pessoas estranhas e o que eu poderia fazer? Isso mesmo, sorri até alguém abrir a boca e se apresentar. 

 

          — Ian fala de educação e deixou a menina sozinha com a gente aqui, ele é um ótimo pai. — disse uma moça morena, que era muito linda por sinal. — Perdoe a falta de educação, me chamo Horrana Seyboth. Mas você pode me chamar de Hana. 

 

Horrana era uma morena com uma beleza indescritível, seus cabelos eram lisos e longos, mas com cachos nas pontas que formavam uma cascata. Ela parecia ser a mais falante entre todos que estavam ali e provavelmente a mais inteligente. 

 

   — Esse moreno alto, lindo e sensual é meu namorado, Thiago Wiezbicki. 

 

Ao dizer aquilo todos da mesa começaram a rir, mas era nítido que ela apaixonada por ele. E bom, o Thiago era extremamente alto, moreno, com um porte atlético, cabelos lisos e os olhos castanhos. Ele estava usando a mesma jaqueta que o Nicolas e deduzi que ele jogava no time também. 

 

 — Com a sua licença, Seyboth. — Ele fingiu uma tosse — Me chamo Maiquel Eich, ao seu dispor madame 

 

Maiquel era a cara de todo garanhão de todas as escolas, era um pouco mais alto do que eu, seus olhos eram verde escuro e seus cabelos castanhos e por último quem se apresentou foi a Geysa. 

 

— Me chamo Geysa Koening, muito prazer. 

 

Não precisava nem dizer o quão linda aquela menina era, por mais baixinha que fosse, ela exalava atitude. Com seus cabelos loiros e seus olhos azuis como o mar do caribe, ela estava com o uniforme das líderes, mas pelo que entendi, ela não anda junto com as outras, ela era mais fechada que os outros, mesmo assim, não deixou de ser gentil. 

Pela graça de Deus o resto do dia passou voando e eu estava sendo grata por não ter sido massacrada no primeiro dia e por ter conhecido pessoas incríveis logo de cara. O último sinal do dia soou avisando que havia acabado o sofrimento e eu tratei de juntar logo todos os meus materiais e segui para meu armário para guardar o que era preciso e dei de cara com o Nicolas encostado nele com um sorriso cafajeste no rosto esperando por mim. 

 

        — Posso te mandar mensagem ainda hoje? 

        — Claro, como chegarei num local sem o endereço? — disse sorrindo. 

 

Nicolas me deu um beijo na bochecha e saiu andando todo bobo e aquilo estranhamente me fez me sentir igual uma idiota — Rebeca, pelo amor de Deus, pode parando aí mesmo. — Assim que saí pelos portões avistei o carro do meu pai parado me aguardando e aquilo era estranho, pois o contato que tínhamos era quase nulo, devido distancia que sempre existiu entre nós. Eu entrei no carro em silêncio, e aquele silêncio era tão absurdo que parecia que nem existia duas pessoas no mesmo ambiente. 

Meu pai nunca foi de ser presente na minha vida ou participou de momentos que eu julguei ser importante na minha vida, talvez ele esteja querendo correr atrás do tempo perdido, mas eu não estou errada em não querer recuperar esse tempo e para piorar minha situação, ele quis puxar assunto. 

 

      — Então, como foi seu primeiro dia de aula filha? Gostou da escola? Conheceu pessoas novas? 

        — Você não está falando sério, né? Nunca se importou com isso. 

        — Estou tentando ser mais presente e participar da sua vida. 

        — Depois de 16 anos, não acha que está meio tarde para isso? — percebi que fui grossa demais e resolvi me redimir. — Me desculpa, não quis ser grossa. Mas sim, meu primeiro dia foi incrível e eu conheci muitas pessoas legais.       

       — Nunca pensei que nossa relação seria tão complicada assim, eu sinto muito por estar ausente por tanto tempo. 

 — Não podemos mudar isso do dia para noite, teremos que construir isso aos poucos e isso levará tempo. — Sorri fraco e coloquei meus fones de ouvido e não falei mais nada. 

 

Ele sorriu e volta e começou a dirigir e nada mais foi falado até chegarmos em casa. 


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Notas finais do capítulo

Espero que realmente gostem dessa nova versão ♥



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