A Incógnita Malfoy escrita por Quarto em Arles


Capítulo 1
Prólogo




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Setembro, 2023

Era preciso de tempo. Tempo para as manchetes das notícias se atenuarem. Tempo para o mundo bruxo entender aquele caso. Mas os Malfoys sabiam muito bem que não poderiam contar com a compreensão de ninguém. Muito menos o perdão. Talvez tudo aquilo fosse esquecido, o Ministério era capaz de varrer muitas coisas para de baixo de seu próprio tapete. O grande problema é que nunca era só sob o Ministério que as coisas ficavam. Cedo ou tarde as coisas ressurgiam em outros lugares.

Puxou o fone dos ouvidos, enfiando-o no bolso do blazer. Música alguma trazia calma à sua mente.

Eram gotas de uma chuva fina do final do verão que escorriam sobre o vidro do longo veículo preto. Era mais seguro chegar ao Ministério assim, de uma forma não convencional. A sua tentativa de abrir a janela do veículo foi interrompida pela voz familiar de seu pai:

— Não faça isso, não é seguro! — Draco, que estava sentado diante da garota, aconselhou.

— Eu vou abrir só um pouco! — insistiu, abrindo uma pequena fresta — O quê? Vão me reconhecer pela falta de frizz no meu cabelo?

O homem fez uma careta.

 — Esquece — disse, fazendo um movimento com mão ao perceber pela fisionomia que o seu pai fez que ele não havia reconhecido a palavra.

— Estão te chamando de A incógnita Malfoy — um segundo homem, que também estava no carro, falou, atraindo a atenção. Era corpulento, tinha a pele pálida, cabelos grisalhos e vestia um traje social, assim como os outros dois ocupantes, e segurava um smartphone nas mãos — Saiu no profeta diário.

— Você tem certeza? Isso... isso é bom? — Draco perguntou, ansioso.

— Pai! — repreendeu.

— Você não quer saber, mas eu quero! Se eu fui inocentado, você...

— Não é a mesma coisa! — observou.

 — Podem chegar na conclusão que eu acabei deixando você se envolver devido as minhas ações, filha...

— Que ações? — a jovem o interrompeu — Comparecer em reuniões secretas, saber dos planos que executariam? Eu matei pessoas. Matei! — Concluiu, irritada — Eu não estava sob a maldição imperius. Além de ter roubado artefatos mágicos, ser uma animaga não legalizada...

— Marcus — Draco interrompeu, chamando o advobruxo —  o que estão dizendo sobre esse negócio de incógnita, é bom?

— Senhor Malfoy, eu não consigo afirmar com precisão...

Dezoito anos antes

‘’ (...)

Por isso eu sei, mais do que ninguém, como destruir uma potencial história de amor. Devo carregar em algum dos meus genes um caráter de maldição, embora eu tenha gastado todas as minhas forças para ir contra isto. Talvez esteja em meu destino ser uma das váriaveis que levam os outros às maldições. Carta de confissão nenhuma repara os meus erros. São só explicações àqueles cujo o amor eu violei.

Draco Lúcio Malfoy’’

Devolveu a pena de corvo à tinteira. Dobrou a folha ao meio. Abriu a segunda gaveta da escrivaninha e retirou um envelope pardo. Colocou a carta de duas folhas dentro do envelope.

Foi interrompido por um trovão enquanto endereçava a carta, escrevendo apenas a primeira letra do nome do destinatário: L. Mas não se surpreendeu com o som do trovão, a chuva estava caindo a quarenta minutos. Sobressaltou-se ao ouvir um choro conhecido. Levantou da cadeira, saiu de seu escritório a passos apressados, cada vez ficando mais próximo do som do choro, entrando no quarto que ficava no final do corredor.

Era um quarto amarelo com dezenas de brinquedos espalhados pelo chão. Draco tropeçou em um deles, quebrando-o: um teclado musical.

 — Droga, de novo! — Draco já havia perdido as contas de quantas vezes aquele brinquedo tinha quebrado e se perguntava quantas vezes ainda teria de consertá-lo. Se aproximou do berço que ficava do lado esquerdo, Scorpius chorava desesperadamente, aquilo sempre acontecia nas tempestades. Draco pegou-o no colo, balançando devagar o bebê — Shh, shh, shh, shh, shh, shh — O choro foi diminuindo aos poucos, enquanto isso Draco foi para lado direito, checar o outro berço, e observou que Atlas espreguiçava-se preguiçosamente no berço.   


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