Kiss While Your Lips Are Still Red escrita por Be Chan


Capítulo 3
Se Jogando De Cabeça


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos leitores!

Eu sinto muito mesmo por demorar tanto tempo para postar, me sinto constantemente com um bloqueio criativo e falta de concentração para continuar. Mas saibam que sempre irei postar.

Muitas coisas estão para acontecer com a nossa contadora. Então espero que gostem desse novo capítulo.



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Após Nami ler a mensagem de sua irmã, exibiu um sorriso sem graça. Embora estivesse mesmo seguindo com a sua vida, ela não conseguia se esquecer do passado e acabava por se sentir muito mal com tudo aquilo. Culpada era a palavra certa. Então ela só pensou em uma coisa ao acordar: Precisava dar o fora dali o quanto antes.

 

Ao se remexer na cama com delicadeza, notou que Sanji a agarrou fortemente pela cintura, apertando-a contra o seu corpo ainda nu e com aquela ereção matinal. Murmurou algo incompreensível, provavelmente lamentando-se por ter sido pega em flagra.

 

— Não me diga que já quer fugir de mim, Nami... — sussurrou ao pé do ouvido dela, com a sua voz rouca, apertando-a e apalpando todas as partes do seu corpo.

 

— Não, eu apenas não queria que me visse nesse estado deplorável. Acontece que você fez uma tremenda bagunça em mim... — desviou do assunto furtivamente, assim como a gatuna sempre fez.

 

— Digo com propriedade que algo assim seria impossível, mas se está se sentindo tão incomodada eu posso dar um jeito nisso. Me dê um minuto. — disse aquilo calmamente.

 

O loiro ergueu o seu corpo da cama, ele estava tão belo quanto na noite anterior; e da mesma forma quando chegaram em seu apartamento, com o membro ereto. Era impossível para Nami acreditar que estaria na casa de um homem, ainda mais para fazer aquelas coisas. Ela continuava a pensar que aquilo era um erro, mas achou que seria injusto não se divertir com aquele sujeito que mal conhecia. Apesar de ser um mulherengo de marca maior, estava se sentindo bem ao seu lado e ele estava tratando-a como uma verdadeira rainha. Ao fundo pôde ouvir o som de um chuveiro a gás, identificou uma banheira por conta do som que a água fazia contra a sua estrutura.

 

— Preparei um banho com sais. Espero que goste, Nami. —Sanji esboçou um sorriso conforme aproximou-se da ruiva, então pegou-a no colo e seguiu em direção do banheiro.

 

Os olhos amendoados se impressionaram com o luxo, jamais imaginaria que um banheiro em um apartamento pudesse ser daquele tamanho. As cores claras ressaltando a limpeza impecável também era um show à parte. O perfume cítrico acertou em cheio o nariz da contadora, era impressionante como um aroma podia remeter tranquilidade e nostalgia.

 

Sanji adentrou a banheira com a garota em seus braços. Lentamente se sentou e deixou-a em seu colo, com o rosto dela virado para frente, envolvendo-a carinhosamente em um abraço. Os dedos deslizaram por entre as madeixas cor de laranja, acariciando-a.

 

— Senhorita Nami... Eu gostaria de fazer uma pergunta. — sussurrou ele com os lábios rentes ao ouvido dela, de uma maneira suave, porém a sua voz matinal permanecia grave.

 

— Oh... Claro, pode perguntar. — Nami estava um pouco distraída, pensando em todas aquelas coisas ao mesmo tempo, como se a sua mente tivesse se transformado em uma bola de neve. O que era injusto com o rapaz que estava ali lhe paparicando, então ela suspirou de uma maneira que fosse inaudível para ele e virou levemente o seu rosto para observá-lo.

 

— Eu não queria ser tão invasivo, mas... Quando termina o seu estágio?

 

— Bom... Daqui duas semanas. Por que está tão curioso quanto à isso? — ela indagou-o de uma maneira sapeca, exibindo o seu bom humor.

 

— Peço que me desculpe se eu parecer emocionado ou um romântico inveterado, mas eu sentirei saudades com a sua partida. — lamentou.

 

Não conseguia nem se tentasse muito entender como a cabeça daquele homem funcionava. Já sabia que ele era um completo mulherengo, então por essa razão tudo aquilo era confuso demais para Nami. Também se colocou a pensar que não deveria se martirizar tanto por conta de um acontecimento trágico do passado. A vida continuava e ela deveria fazer exatamente como a sua irmã disse, seguir com a sua vida.

 

— E se nós brincássemos mais durante a minha estadia aqui em New York? Isso te deixaria feliz, Sanji? — as palavras deixaram os lábios da ruiva de uma maneira ladina.

 

— Seria uma honra poder estar ao lado de uma deusa por todo esse tempo. — entrou no clima da ruiva e começou a dizer tais palavras de uma forma lasciva.

 

As mãos do cozinheiro dedilhavam todo o corpo de Nami, de cima à baixo, dos pescoço aos seios, dos seios até sua intimidade, barriga e coxas. Toda aquela brincadeira resultou em uma nova dança libertina. Eles brincaram e se amaram intensamente mais uma vez dentro daquela banheira. Qualquer toque ou palavra parecia reacender o fogo da química que eles tinham um para com o outro. E foi assim até ela se cansar e ficar deitada ali dentro.

 

— Aproveite o quanto quiser, minha deusa. Irei preparar o café da manhã. — disse Sanji, enquanto secava o próprio corpo em uma toalha branca e felpuda.

 

Nami apenas sorriu e fechou os olhos; ela ainda arfava por conta de seus atos lascivos. Ele observou como ela parecia bela por estar cansada e com aquele rubor nas bochechas, mas logo deixou o ambiente e direcionou-se a cozinha. Por cerca de vinte minutos a ruiva adormeceu dentro da banheira; só se levantou porque notou que a água estava começando a esfriar. Então ela agarrou outra toalha que estava ali e secou o seu corpo, para posteriormente enrolar-se na mesma. Ao retornar para o quarto, Nami abriu o closet de Sanji e pode contemplar a quantidade absurda de roupas que ele possuía; fato que se assemelhava muito com ela.

 

— Espero que ele não se importe... — sussurrou para si mesma enquanto procurava algo confortável para vestir.

 

A ruiva secou as longas madeixas e já estava pronta para se alimentar, tinha encontrado algo perfeito para vestir. Mas no momento em que ela desembaraçava os cabelos, o aroma da cozinha invadiu o seu olfato. Eram tantos aromas familiares que ela nem acreditava no que ele estava fazendo. De supetão, Nami foi até a cozinha, onde ela viu Sanji apenas de calça de moletom terminando os preparativos do café da manhã. Conforme colocava os pratos sobre a mesa, pôde notar ela com metade do seu corpo escondido na divisão do cômodo. Não demorou para ele sentir que escorria sangue de seu nariz.

 

Rapidamente ele colocou a mão sobre o nariz para tentar esconder isso dela. Aquele sangue se devia ao fato de Nami estar usando uma camisa social dele. As suas curvas perfeitamente desenhadas sobre aquela camisa, o fato dela estar sem sutiã e com alguns botões abertos, além de que ela estava com o dedo indicador sobre os lábios, observando-o curiosamente de uma maneira encantadora. O cozinheiro virou seu corpo de forma brusca, abriu a torneira e se limpou o mais rápido que podia.

 

— Lembrei do que me disse na noite passada e quis fazer algo que te lembrasse do seu lar... — esboçou um sorriso doce enquanto terminava de colocar os pratos sobre a mesa.

 

O par de olhos âmbar não puderam deixar de notar todo aquele banquete. Ali haviam comidas típicas do café da manhã japonês, tudo aquilo trouxe a tona um brilho em seu olhar. Sentia muito a falta de todas aquelas comidas, e o seu aroma a seduzia de uma forma inigualável. Naquele curto período de tempo Sanji preparou tamagoyaki*, gohan*, torradas, chá verde, suco de laranja, sopa de missô* com tofu*; também preencheu a mesa com geleias de frutas cítricas e conserva de nabo.

 

— S-Sanji... Nossa, eu nem sei o que dizer. Isso significa muito para mim. — ela começou a se aproximar da mesa.

 

— Bom apètit, mon chérie. — disse tais palavras de forma galanteadora, apenas esquivando-se da beleza absurda daquela mulher, que estava punindo seu corpo com uma hemorragia nasal.

 

Nami não fez mais cerimônia e sentou-se na cadeira; posteriormente pegou um bowl para colocar seu arroz e começou a se deliciar com a comida dele. Realmente o que disse na noite anterior era verdade, ele era um cozinheiro que preparava todo o tipo de refeição. Aqueles sabores únicos da culinária asiática, o umami* estava presente naquela comida como se ela tivesse sido feita por um chef japonês. O sabor lhe trazia uma enorme nostalgia e saudades de casa. Foi uma experiência e tanto para um café da manhã. Mas algo que fisgou a contadora foi o fato da geleia ser feita de tangerinas e ser caseira; fatídico.

 

Sanji a acompanhou durante o café da manhã, vez ou outra observando a mulher que estava a sua frente. Não conseguia entender como uma deusa daquela estava ali, ela era tão diferente das outras mulheres que todas pareciam sem graça diante de sua presença. Quando terminaram de comer, Nami insistiu para ajudar o cozinheiro com a louça suja; e embora ele tenha dito que ela não precisava estragar suas unhas, a ruiva ajudou-o da mesma forma, ignorando e contrariando tudo o que ele disse.

 

E que luta foi para ela conseguir ir embora sem que machucasse os sentimentos do cozinheiro, pois ele queria que Nami passasse todo aquele final de semana com ele. Mas a ruiva conseguiu se esquivar sem magoá-lo, deixando o seu número de telefone para que ele pudesse contactá-la. Sanji queria ao menos levá-la ao seu prédio, afinal, ele tinha motorista. Mas ela recusou de forma educada e se aprontou para ir embora, colocando o seu vestido da noite anterior. Seus olhos azuis fitaram aquela bela figura indo embora, como se nunca mais fosse vê-la. Aquilo deixou-o um pouco deprimido, mas ainda tinha esperanças de que a ruiva quisesse se divertir mesmo como havia proposto.

 

 

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[Archer Hotel New York. 10:02 hrs] 

 

— Nojiko, eu não consigo acreditar nisso! — exclamou a ruiva, que estava deitada em sua cama com as pernas para o ar, apoiando os pés na cabeceira da cama.

 

— Me conta isso direito. Você foi se divertir com um grã-fino e está aí com essa cara de tonta? — a irmã arqueou uma das sobrancelhas enquanto observava Nami pela chamada de vídeo.

 

— E-ei! Mas isso não importa muito, ele é um galinha. — Nami falou aquilo de uma maneira ácida.

 

— Quer coisa melhor do que um homem te tratando que nem uma rainha e não ter cobrança nenhuma por trás disso? Ganhar muitos presentes, jantares e passeios sem o cara ficar te ligando o dia todo. Isso é um sonho, sua idiota! — Nojiko se exaltou enquanto disse aquilo, tendo milhões de fantasias em sua cabeça.

 

— Nenhuma cobrança... Bom, eu achei bem estranho ele falar que sentiria a minha falta quando acabar meu estágio. — retrucou a irmã.

 

— Hmmm...! Ele é daqueles galinhas que são românticos incuráveis? — começou a rir, caçoando da irmã.

 

— Sim, ele usou um termo tão parecido com esse. — a ruiva revirou os olhos em protesto.

 

— Talvez você tenha feito ele se apaixonar. Já pensou em se casar com um cara renomado desses? Rico, alto, bonito e loiro de olhos azuis... Que sonho. — divagou sobre aquilo.

 

— Não, eu nunca namoraria com um cara galinha assim... Quem dirá me casar. E você sabe muito bem que eu só me casaria com uma pessoa nessa vida. — lastimou.

 

— Nami, eu sei que você não gosta de ouvir isso, mas... Você deveria parar de se martirizar com o que aconteceu com o Zoro. Conhecendo como ele era, eu duvido que gostaria de ver você assim se estivesse vivo. — respondeu-a duramente, mas no fundo tinha boas intenções.

 

— Você tem razão. E ele também odiaria me ver saindo com um cara engomadinho que nem o Sanji. — Nami riu.

 

Elas terminaram a sua conversa assim, rindo e se lembrando do passado. Nami decidiu que iria voltar a ter aquele sorriso resplandecente que possuía há anos. Não teria mais lugar para tristeza e ia se colocar acima de qualquer coisa que aconteceu no passado. Pronto, havia colocado uma pedra em cima de tudo o que aconteceu.

 

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Mais tarde naquele mesmo dia, Nami recebeu uma mensagem e ficou surpresa que ela viesse de Sanji. No momento em que abriu-a esboçou um sorriso.

 

"Mademoiselle, estou extremamente feliz por ter desfrutado da companhia de uma deusa. Espero mesmo poder reencontrá-la e fazer com que o nosso momento juntos seja ainda melhor. Caso ainda queira ver esse pobre mortal, basta me chamar que eu estarei esperando. Com amor, Sanji."

 

A ruiva ficou por vários momentos refletindo sobre aquilo e outras coisas, não se esquecendo de como ele foi atencioso e carinhoso de todas as formas. Pensou que ainda não tinha agradecido de maneira adequada todo aquele café da manhã, que para ela foi extremamente afetivo. Sabia que Sanji não valia nada, mas estava todo aquele tempo pensando no porquê dele agir daquela maneira. Não fazia ideia de onde iria chegar, mas decidiu que iria se aventurar, afinal, não ficaria muito tempo na cidade e ela não conhecia muitas pessoas. Se o pior acontecesse, ao menos teria uma boa história para contar.

 

Ignorou a fama que aquele cozinheiro possuía e decidiu que daria uma chance para aquele homem lhe conhecer melhor. Então ela não demorou mais para mandar uma mensagem, respondendo-o de maneira ansiosa.

 

"Sanji, eu adorei ter conhecido você. Sinto que não te agradeci o suficiente por tocar meu coração com a sua culinária e com o seu jeito de ser, por isso gostaria de convidá-lo para almoçar comigo na segunda feira; caso não esteja ocupado demais com o restaurante. Beijos, Nami."

 

Feito isso voltou a se concentrar no notebook que estava a sua frente, pois ela tinha que adiantar o seu trabalho. Tudo já deveria estar pronto, mas como a ruiva teve uma noite de aventura aquilo fora adiado. Passou horas digitando à base de café e muita força de vontade. Para finalizar aquele domingo à noite, Nami jantou e tomou um banho demorado de espuma. Quando relaxou o seu corpo na enorme cama de casal, a ruiva deu uma última olhada em seu celular, foi onde abriu mais uma mensagem de Sanji. Então eles combinaram onde deveria ser o almoço baseando-se na localização de trabalho dela.

 

Nami se despediu de Sanji e foi tentar descansar depois de um longo dia. Ela estava tão empolgada com seu encontro, seria no Brasserie Cognac. Que era um dos restaurantes franceses mais conceituados da região. Sabia que uma refeição lá custava um rim, e aquilo significava que ela teria uma ótima experiência gastronômica. Aquele homem sabia mesmo como fisgar uma mulher.


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Notas finais do capítulo

Referências do capítulo:

— Tamagoyaki* é um tipo de omelete japonesa, composta por ovos fritos em diferentes camadas e depois enrolados.

— Gohan* é o arroz japonês.

—Missô* é uma pasta feita a partir da fermentação da soja e é tipicamente utilizada na culinária asiática.

— Tofu* é um alimento produzido a partir da soja. Tem uma textura firme parecida com a do queijo.



Espero que tenham gostado da leitura, pois nos próximos capítulos estarei revelando toda a história do passado entre Nami e Zoro.

Até breve! Beijinhos.



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