Brotherhood escrita por Lorelai Gipsy Danger


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Postagem 21/12/2021

Vamos a mais uma tentativa para essa fic.
Toda vez que eu acho que tenho uma sequência maravilhosa montada para as minha histórias, vem a Marvel e esmaga minha criatividade, leva meus personagens embora, cria nova rumos para tudo e eu fico a deriva com tudo que planejei e tenho que ir lá e pensar tudo de novo.
Porém, como as linhas principais dessa fic, e das próximas, já tiveram seus desfechos (que não concordo totalmente), ACHO que consigo seguir com algo que já planejei. Nem tudo vou seguir como nos filmes, principalmente as histórias do Loki e do Clint, mas espero que dê tudo certo.
Peço perdão a todos que comentaram na outra fic, mas eu, realmente, precisa dar um restart nela. Durante a revisão percebi muita coisa solta, que precisava ser amarrada e muita parada sem pé nem cabeça.
Não sei se sabem, mas sou formada em Letras, trabalho principalmente como revisora de textos e livros e não dava pra continuar com o que estava. Claro que a Lorelai de 18 anos, não é a mesma de 31, nem as ideias, mas tudo precisa se transformar e passar por novos recomeços e revisões hahahahahaha.
É isso, espero que gostem, não tenho data certa para postar, pois a vida de adulta só tem hora marcada para trabalho, mas vou me esforçar.
Beijos.



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Sempre muito bem-vestido, com seus ternos italianos, ele circulava pelos corredores luxuosos de sua empresa ostentando toda sua pompa e prepotência. Tentava ser carismático e simpático, mas sem sucesso, seus empregados o conheciam bem e sabiam que tais atributos não eram genuínas e só existiam, de verdade, para as câmeras da TV.

Assim que cruzou as portas do elevador, uma bela mulher, vestida com um tailleur preto, com os cabelos ruivos penteados numa trança, o recebeu com um sorriso, que não chegava a seus olhos azuis.

— Senhor, bom dia, como vai? – Ainda sorrindo, ela o acompanhou em sua caminhada.

— O que quer? Fale de uma vez. – Olhando para a tela de seu celular, ele não se deu ao trabalho de olhar para a mulher ao seu lado.

— Há uma ligação importante para o senhor na linha dois. – disse a secretária mantendo o tom cordial, mesmo que não fosse recíproco.

— Não atenderei ninguém agora. – respondeu sem interesse. A mulher trabalhava há cinco anos naquele cargo e ele nem sabia como ela se parecia. Aquele homem nunca dispôs de um segundo para responder a educação que ela desperdiçava com ele. – Tenho uma reunião importante prestes a começar.

— Mas é da casa de seu pai, senhor, e disseram que é muito importante – falou receosa. Seus rompantes de raiva eram comuns, e bem conhecidos por todos, e ela não gostava de ser alvo dele.

— Nada que venha do meu pai é tão importante assim, Mary. – Debochou.

— Meu nome é Meredith – O corrigiu silenciosamente, tentando esconder o descontentamento. – O que eu digo?

— Diga que, quando eu tiver tempo, passo lá para vê-lo. – Entrou em sua sala e fechou a porta.

            Sentando-se em sua cadeira de presidente, bufou e jogou seu celular sobre a mesa. Somente lá dentro revelou o quanto estava nervoso com aquela reunião, pois precisava que ela fosse um sucesso, já que  o destino de sua empresa estava em jogo. Se os investidores não concordassem em investir mais, ele perderia tudo e a Stark Industries o tiraria do mercado de vez.

            Perdido em seus pensamentos, a angústia só aumentava. Precisava prosperar, não apenas para manter aquela vida de luxo, viagens e presentes caros, mas também, para provar para seu pai que ele poderia fazer aquilo, ser capaz de dirigir a empresa sem ele e fazê-la prosperar.

Olhando para seu relógio, o  viu que o momento se aproximava e não poderia se atrasar. Pretendia chegar antes e causar impacto, ou pelo menos tentar. Saiu de sua sala vestindo seu falso carisma e seguiu em direção a sala de reuniões, esperando pelo melhor.

— Bom dia, cavalheiros, que prazer recebê-los aqui hoje – Saudou a todos que entrevam, calorosamente, recebendo apenas indiferença em troca.

— O que tem de tão importante para nos dizer? – perguntou um dos homens enquanto se sentava. Ele era bem velho, Lucius Malfoy, tinha cabelos grisalhos platinados e usava um terno preto que aparentava sem bem caro. Era visível seu descontentamento de estar ali.

— Lucius, meu querido, como vai Narcisa? – Tentou ser cordial. – Com está Zurique nesse inverno?

— Corte a conversa fiada, garoto, e vá direto ao assunto – Um outro homem, trajando um terno azul marinho, se pronunciou. – Diga de uma vez por quê nos trouxe aqui.

— Claro! Sempre direto ao ponto, não é mesmo, Tywin?. – sedando-se por vencido, percebeu que não adiantaria tentar enrolar àqueles homens por mais tempo. – A empresa está falindo e preciso de mais investimento.

— O quê? – Tywin Lannister, o do terno azul, se colocou de pé. – Diga, o que fez com os doze milhões que investi?

— Eles foram usados para desenvolver novos produtos, mas tivemos uns contratempos, um pequeno problema com o teste dos protótipos e isso atrasou a produção e…

— Nós sabemos bem qual foi o contratempo e, também, temos conhecimento do quanto esse “pequeno problema” nos custou para indenizar a viúva do engenheiro que fez o teste. – Dessa vez, quem se pronunciou foi o homem sentado mais ao fundo, Chuck Bass. Ele era mais jovem, talvez o mais novo da sala, mas não tão garoto assim, havia assumido o comando da empresa de seu pai e comandava seu império com habilidade e inteligência, algo que falta no anfitrião daquela reunião. – Esse atraso deu a chance para o Stark ganhar a licitação e, agora, é ele quem produz o armamento que nós deveríamos ter a exclusividade.

— Sabia que seria um erro investir nessa empresa, mas só o fiz porque seu pai me garantiu que era um bom negócio. – declarou Lucius. – Enquanto Richard esteve junto a você, na direção dessa empresa, tudo correu bem, mas agora ele está doente e me questiono se você é realmente capaz.

— Essa empresa é minha – falou com raiva, perdendo a compostura. – Eu a fundei.

—Você até pode ser o dono, mas nós só estamos lhe ouvindo por consideração ao seu pai. No meu caso, porque meu pai devia favores ao seu. – Chuck rebateu. – É nítida sua inabilidade para ser o CEO de uma empresa desse porte.

— Você só se saiu bem enquanto seu pai esteve ao seu lado – Tywin reafirmou, dando o golpe final. – Aceite que só tem o quem tem hoje, porque seu pai assim o fez e é por ele que nós iremos lhes dar mais esse voto de confiança. – Deu a notícia.

— Mas se não conseguir recuperar o dinheiro que perdemos, você, com mais da metade das ações ou não, será deposto de seu cargo – Chuck ameaçou. – Será um prazer assumir o comando, só para depois vende-la em muitos pedacinhos. – O anfitrião engoliu em seco. Sabia que, se assim desejasse, Chuck teria o apoio incondicional dos demais acionistas e não sobraria nada do que havia construído.

            Todos saíram em silêncio da sala, deixando-o para trás, sentindo-se derrotado. Sua empresa estava salva, por enquanto, porém sob uma ameaça e ela sabia que aquela esperança não duraria muito, necessitava de um milagre. As Indústrias Stark estavam anos luz em desenvolvimento e tecnologia, ele precisaria de muitos anos, e muitos investimentos, para ser metade do que o Stark era, e não havia tempo para isso.

— Senhor, seu pai está na linha – A secretária disse, assim que ele abriu a porta para sair da sala de reuniões, e isso chamou sua atenção. Seu pai não era conhecido por executar tarefas “banais”, como usar o telefone, alguém sempre realizava esse tipo de ação para ele.

— Diga a ele que estou indo – declarou, por fim, e saiu da sala.

A casa ficava afastada do centro, localizada em um dos bairros mais caros de Nova Iorque. Era enorme e imponente, sua faixa em pedra demonstrava que aquela família era abastada, entretanto, apesar de toda grandiosidade, se percebia a decadência nos pequenos detalhes.

Ao passar pela porta principal, qualquer pessoa que visitasse a mansão era transportada para dentro do Grande Gatsby, lustres de cristal, espelhos, tons de cinza e perto estavam em todos os espaços. A escada de dois lados, era a primeira coisa que se via ao entrar na casa e foi por ela, e seus degraus gastos, que ele subiu, passando elas tapeçarias puídas e empoeiradas, até os aposentos de seu pai. O quarto era mal iluminado e cheirava a mofo, um cômodo grande, com uma decoração que combinava com o resto da casa. A pessoa que dormia naquele lugar estava muito doente.

— Mandou me chamar? – questionou ao entrar. Era visível seu desconforto, e descontentamento, por estar ali. Apesar da proximidade sanguínea, não havia nenhuma afinidade ou intimidade entre eles.

— Meu filho, precisamos conversar. – O homem, deitado na cama, tinha a voz rouca e fraca. Seus cabelos brancos estavam penteados para trás e, em sua mão, havia um lenço, com o qual ele protegia boca durante suas tosses secas.

— O que há de tão urgente que precisou  fazer os empregados a me ligarem o dia todo? – perguntou ríspido.

— Tenho algo que preciso lhe falar – confessou fracamente.

— Então, diga. – Sua paciência estava no limite.

— Talvez eu tenha a solução que você precisa para salvar a nossa empresa. – Com muito esforço, ficou sentado na cama.

— Pai, eu já conversei com os acionistas e eles concordaram em aumentar os investimentos – contou. – Esse problema já foi resolvido. Não preciso da sua ajuda.

— Não seja insolente, garoto, sabe muito bem que essa solução não nos ajudará por muito tempo. A Stark Industries te engolirá novamente. Você precisa de algo mais permanente e eu tenho a solução perfeita – declarou em um sussurro. – Ela nos salvou da falência anos atrás.

— Do que está falando? – O mais jovem estava impaciente e sem vontade de ouvir as fantasias de seu pai senil. – Que solução é essa? De que falência está falando? Pai, você está tomando seus remédios direito?

— Fique quieto e me ouça. – ralhou com o filho. – Anos atrás, Howard Stark já era aquele cretino convencido e estava dominando todo o mercado armamentista. Isso fez com que perdêssemos milhões de dólares e entrássemos na maior buraco que a empresa já teve, desde a Grande Crise em 1929. – O homem velho, devido a sua saúde debilitada, tinha dificuldade para falar e precisava tomar mais ar a cada fim de frase. – Ele estava nos destruindo, então, eu fiz o que tinha que fazer para conseguir dinheiro e, ainda, destruir Howard no processo. – declarou friamente e começou a contar o que havia feito.

            Seu filho ouviu atentamente cada detalhe dado sobre o que o foi feito para salvar a empresa. Uma história vil e cruel, mas que foi contada para alguém que não conhecia o significado da palavra empatia, ou amor.

— Mas, mesmo assim, você não conseguiu salvar a empresa, teve que vendê-la, e, muito menos, destruí-lo. – concluiu. – Do que adiantou tanto trabalho? Não é um bom plano.

— Eu não estava tentando salvar a empresa. – falou com calma. – Ela já estava perdida, apenas mantive os problemas financeiros escondidos. Não havia nada que pudesse fazer para reerguê-la, logo, fiz a única coisa cabível, falsifiquei as finanças e a vendi, assim ela quebraria nas mãos daqueles que a adquiriram, me isentando da culpa e mantendo meu nome intacto, minha reputação não sofreria.

— Então, por que o fez? – Quis saber. – Para que tanto trabalho se tinha o dinheiro da venda?

— Eu tinha uma esposa jovem, que só estava interessada no meu dinheiro, e filho em um internato na Suíça, precisava mantê-los e ainda sustentar a vida de luxo e riqueza que levava. – falava do que havia feito com banalidade. – O dinheiro da venda da empresa não foi grandes coisas, mesmo com todas as mentiras que forjei, ainda faltava dinheiro para poder me aposentar aos 44 anos e viver sem me preocupar com mais nada. – explicou. – Fiz o que tinha que ser feito, pedi uma boa quantia e, por causa desse meu plano, agora você tem a Hammer Industries.

— Então é isso que você sugere que eu faça o mesmo? – Estava confuso. – Dê outro golpe nos Starks e venda a minha empresa?

— Não seja tolo, Justin, não conseguiria nada pela sua empresa agora, todos sabem que está enfrentando problemas financeiros, não há nem como mentir. – Perdeu a paciência com seu filho, algo que acontecia com frequência. – Estou lhe dando apenas uma maneira de conseguir dinheiro, para aplicar um pouca na empresa, fazer com que acreditem que ela está bem e seja vendida por um bom preço, assim irá evitar que ela  vá à falência e manche o nome da família, que eu tive muito trabalho para manter. – explicou seu ponto. – Com o restante do dinheiro que irá receber com o meu plano e o dinheiro da venda, pode viver sua vida confortável em algum lugar do mundo e esconder essa sua existência patética, que só faz me envergonhar.

— Sabia que havia algo nessa repentina bondade. – Respirou fundo. – Você não me contaria isso apenas por estar preocupado comigo, típico. – Desabafou. – Tudo que falou é loucura – Debochou. – Não vou me sujar por tão pouco.

— Seja homem pelo menos uma vez na vida e honre o sobrenome que carrega. – falou o mais alto que pode. – Tenha colhões e faça o que tem que ser feito para que o nome Hammer não vá parar no lixo. – Exaltou-se. – Pelo menos, assim, morro em paz, sabendo que meu nome não virou piada e você ainda terá algum dinheiro para brincar de investir e fingir ser um respeitado e inteligente homem de negócios.

— Depois não entende porque nunca fomos próximos – rebateu, falando baixinho. – Como sugere que eu faça isso tudo, sem nem ao menos sabe onde procura-la?

— No cofre estão todos os documentos que precisará, contratei diversos detetives ao longo dos anos e cada um uniu uma parte das informações. – Sua fala foi interrompida por uma tosse.

            O mais novo no quarto foi até o cofre e pegou os documentos que o pai pedira.

— Por que tantos detetives para rastrear uma pessoa? – perguntou olhando para os papéis em suas mãos.

— Agora entendo porque não era o mais inteligente da turma – Atacou. – Contratei vários para executarem diferentes partes, assim nenhum deles descobriria quem de fato ela era e assim manteria o que fiz em segredo. Essa história foi um escândalo na época, todos estavam à procura dessa criança.

— E o que te faz acreditar que vai funcionar agora? – Ainda não estava convencido da ideia.

— Porque ele serviu há 28 anos e irá servir agora. – Não havia limite entre o bom senso e falta de caráter naquele homem. – Justin, apenas faça o que estou te dizendo.

— Como isso destruiu Howard Stark? – Quis saber. – A empresa continuou a crescer.

— Eu não queria a empresa, eu queria o homem. – Sorriu. – A família nunca mais foi a mesma e, por isso, quando foi a vez do filho assumir o legado, ele comentou erros e você pode prosperar. Enquanto o filho drogado estava por aí se divertido, enchendo a cara e tentando preencher o vazio da perda insuperável, a nossa empresa crescia. – contou. – Bem, pelo menos até aquela criança nascer e ele resolver cuidar dos negócios de verdade. – Ele nunca havia julgado o pai como um grande estrategista, mas aquela história lhe dava uma nova perspectiva.

Talvez o plano realmente desse certo.


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