Meu Amor é Teu escrita por Karry


Capítulo 7
2022


Notas iniciais do capítulo

Fico dividida pq esse capítulo tem uma cena que e CP adoramos muito. Bora leitura!



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2022

Rose se sentou ao lado de Scorpius na cabine e o abraçou com força. Alice e Albus já estavam lá, não tiraram os olhos dos dois enquanto terminavam de se ajeitar. Alice pigarreou.

— Então… — começou — É oficial? Scorp-Rose são oficialmente um casal?

Scorpius e Rose trocaram um olhar.

— Ainda não! — Scorpius sorriu, se recostando no assento. — Estamos nos conhecendo ainda.

— Vocês já se conhecem há sete anos! — retrucou Albus.

— Amor! — Alice deu uma cotovelada em Albus. 

— O quê? É verdade! 

— Sinceramente, vou fingir que não estou escutando nenhum de vocês, estou morrendo de sono. — Rose fechou os olhos e recostou a cabeça sobre o ombro de Scorpius. 

Scorpius passou um dos braços em volta de Rose e a puxou para mais perto. 

Rose estava mesmo muito cansada, passou a noite toda acordada procurando 'Um Conto de Natal' sem sucesso, estava torcendo para ter deixado o livro em seu dormitório em Hogwarts, não saberia o que fazer se o tivesse perdido.

Scorpius acabou caindo no sono também, não havia paz maior do que estar com Rose nos braços. 

Alice e Albus estavam conversando baixinho para não acordá-los. 

Estavam quase chegando em Hogwarts quando Jake passou pela cabine para conferir os alunos que chegavam. Albus e Alice pararam de falar ao perceber a figura chocada do lado de fora da cabine, Jake observou Rose e Scorpius abraçados e saiu sem dizer nenhuma palavra.

— A gente precisa falar para a Rose. — disse Albus. 

— Não! — Alice agarrou seu pulso. — Depois a gente fala, deixa os dois aproveitarem por enquanto.

×

Rose estava tremendo dos pés à cabeça. Quando finalmente aceitou que poderia aproveitar sua relação com Scorpius, Jake aparecia para provocá-la novamente.

Estava indo para a Sala dos Monitores com o coração na mão. O que diria a Jake? Aliás, por que é que deveria dizer algo para Jake? 

Sim, ela estava errada em ter chamado Jake pelo nome de Scorpius, mas foi ele quem escolheu terminar com Rose sem exigir uma explicação melhor.

Jake estava sentado sobre um dos sofás, lendo um livro de História da Magia quando Rose chegou. Uma monitora da Sonserina estava saindo da sala no exato momento. 

— Oi, Jake. — murmurou ela. 

Jake não ergueu os olhos do livro.

— Então você encontrou tempo para vir me dizer que eu estava certo a seu respeito esse tempo todo?

Rose retorceu as próprias mãos, nervosa. 

— Eu posso explicar. 

Jake fechou o livro com violência e jogou o livro sobre o sofá, se levantando para ficar a altura dela.

— Então explique, me explique como você me fez de idiota por um ano para agora estar com aquele mimadinho filhinho de papai! — esbravejou ele. — Explique pra mim, Rose, como você me fez amar você para logo em seguida me trair com um amigo seu. 

— É por isso que nós não daríamos certo nunca, você não confia em mim! — gritou Rose. 

— Como eu vou confiar em alguém que nem mesmo disfarça que está caidinha por outro? Só você não vê, Rose! 

— Eu era louca por você! — Rose sentiu os olhos encherem de água, era desesperador. — Dei tudo o que você queria, fiz de tudo para ser a namorada perfeita, mas você sempre estava insatisfeito.

— Ah, que ótimo! A culpa é minha então? 

Rose não conseguiu responder, pois alguém abriu a porta no mesmo instante. Ela não precisou olhar para trás para saber quem era. Scorpius Malfoy. 

Não tinha um momento pior para ele aparecer?

— Tem alguma coisa errada aqui? — perguntou ele, num tom de voz tão ameaçador que até mesmo Rose se encolheu. 

— Não. — respondeu ela, dando as costas para Jake e se aproximando de Scorpius, segurando sua mão instintivamente. — Vamos embora daqui. 

Jake riu, irônico. 

— Você nem mesmo esconde mais que está com ele! Não sei como fui tão idiota em confiar em você. 

Scorpius se afastou de Rose e avançou na direção de Jake. O agarrando pela gravata.

— Peça desculpas agora ou eu quebro todos os seus dentes! — urrou Scorpius. 

— Se você encostar mais um dedo em mim, vou tirar 100 pontos da Sonserina! — retrucou Jake, tentando se afastar dele.

— Eu estou pouco me fodendo para a Taça das Casas, peça desculpas agora. — gritou. 

— Scorpius, por favor! — Rose pediu, aterrorizada com a possibilidade de os dois começarem a brigar fisicamente. 

Jake murmurou alguma coisa que Rose não pôde ouvir, mas foi o suficiente para tirar o controle de Scorpius, que o arremessou no chão e se sentou sobre sua cintura para lhe bater como se ele fosse um balaço. 

Rose gritou, implorando para que parassem, mas os dois continuaram rolando pelo chão. 

Dois monitores da Corvinal chegaram, cada um se certificando de levar Scorpius e Jake para longe um do outro. 

— Volte aqui se você é homem! — berrou Scorpius, tentando se soltar dos braços do monitor Corvino.

— Você vai ver só o que vai acontecer com você, você vai ser expulso, seu selvagem! — gritou Jake, em resposta — Se divirta com Rose enquanto pode. 

— Quer saber de uma coisa? Eu vou! Porque eu sou capaz de fazer uma coisa que você nunca conseguiu: fazer Rose feliz, seu cuzão insuportável! 

— Chega! — gritou um dos Corvinos — Rose, vá chamar McGonagall. 

Rose correu para fora da sala, tremendo mais do que um Dementador. 

×

— Sinceramente, senhores. Toda essa situação é vergonhosa! — murmurou McGonagall, massageando as próprias têmporas. Fazia muito tempo que não havia um caso de briga física em Hogwarts, talvez já estivesse na hora de se aposentar. — Vou conversar com a senhorita Weasley mais tarde, mas gostaria de saber o que diabos aconteceu para que os senhores achassem necessário rolar pelo chão da Sala dos Monitores. 

— Se me permite... — começou Jake, fazendo Scorpius revirar os olhos — Esse selvagem partiu para cima de mim primeiro!

— Claro que eu fui arrebentar a sua cara, você fez Rose chorar. 

— Senhor Malfoy, por favor! — McGonagall ergueu uma das mãos em sua direção — Deixe o Sr. Carter terminar de falar. 

Scorpius cruzou os braços sobre o peito e bufou. Jake poderia ter a primeira palavra, mas Scorpius estava satisfeito o suficiente com o supercílio cortado e o lábio inchado que deixou naquele rostinho asqueroso. 

Jake falou e falou as piores asneiras para fazer com que Scorpius parecesse o vilão.

— Prossiga, Sr. Malfoy — pediu McGonagall.

— Ele deu a entender que Rose o traiu comigo porque está putinho só porque estamos mais próximos agora. 

— Você sempre ficou em cima dela! Deve ter vencido pelo cansaço! — retrucou Jake. 

Ah, Scorpius já estava cansado daquela idiotice toda. Ele acha que Scorpius venceu pelo cansaço? 

— Quer saber de uma coisa? É isso aí, eu beijei a Rose quando vocês ainda estavam juntos e ela só faltou me jogar da Torre de Astronomia porque você iria ficar todo tristinho, mas se eu pudesse voltar no tempo eu faria pior! 

— Chega! — gritou McGonagall. — Vou convocar uma reunião com os pais de vocês dois, esse comportamento é inadmissível. Menos 150 pontos de cada um. 

Jake reclamou, implorando para que McGonagall reconsiderasse os pontos tirados, mas Scorpius voltou a se recostar na cadeira. Já tinha colocado Jake em seu lugar, nada mais o abalaria, nem mesmo a vitória da Lufa-lufa da Taça das Casas pelo segundo ano consecutivo.

×

Rose estava sentada sobre a arquibancada vendo Scorpius treinar junto com o time da Sonserina. Não era comum que alunos da Grifinória assistissem ao treino, mas como Albus era o capitão do time, ninguém questionava a permanência de Rose. 

Scorpius lhe lançava alguns olhares preocupados enquanto rebatia os balaços com maestria. Rose sabia que ele estava aflito com toda a situação da briga com Jake.

Draco havia sido convocado em Hogwarts para conversar sobre seu comportamento e os pais de Jake estavam em uma reunião naquele exato momento, mas o que preocupava Scorpius de verdade era o que Rose pensava de toda a situação. Temia que ela achasse ruim sua posição na briga com Jake, mas Scorpius não pôde evitar, ele estava ofendendo Rose e a fazendo chorar na frente dele, ele precisava fazer alguma coisa. Ninguém tinha o direito de ofender a garota dele daquele jeito!

Sim, ele poderia não ter partido para a agressão, mas isso aí já é outra história. O dom do sangue frio compartilhado entre os Malfoy não foi herdado por Scorpius.

Quando o treino chegou ao fim, Scorpius não foi ao vestiário junto com os outros colegas de time, voou em direção a arquibancada e pousou ao lado de Rose, deixando sua vassoura jogada de lado. 

— Quão irritada você está comigo e como posso reverter a situação? 

O rosto de Rose estava um pouco apagado, mas ao ver Scorpius sorriu. 

— Não estou brava com você, mas acho que você é quem vai ficar bravo comigo.

— Jake fez alguma coisa com você? — Scorpius se sentou ao lado, agarrando a sua mão protetoramente.

— Não, inclusive, muito obrigada por me defender — Rose deu uma risadinha — É que… Sabe aquele livro que você me deu quando nos conhecemos? Um Conto de Natal?

Scorpius engoliu em seco, implorando para que Rose não percebesse a mudança em sua expressão ou ela suspeitaria de seu roubo com a ajuda de Hugo. 

— Lembro sim.

— Eu acho que o perdi! — murmurou ela, o rosto voltando a expressão triste — Já procurei lá em casa, no dormitório, na sala dos monitores, pedi para Alice e Albus procurarem, usei até um accio e nada. 

— Ah, Rose… Não tem problema, de verdade, posso até te dar outro se você quiser. 

Rose revirou os olhos

— Não é pelo livro, Scorpius! Não é só um livro, era um presente especial para mim, não é como se um novo livro pudesse substituir! — Rose fungou, tentando conter o choro, não queria parecer uma criança mimada para Scorpius. — Você não vai ficar chateado, vai? Não sei como consegui perdê-lo, eu sempre cuido tão bem das minhas coisas. 

Scorpius a abraçou e depositou um beijo no topo de sua cabeça, estava envergonhado e sentindo a pior das culpas, pois sabia que Rose não estaria tão triste se ele não tivesse roubado o bendito do livro tão cedo, por outro lado, o coração dele se aqueceu ao saber que Rose se importava tanto com algo que ele havia lhe presenteado há tanto tempo.

Scorpius segurou seu rosto com carinho e murmurou:

— Eu não ficaria bravo com você por nenhum motivo, você sabe disso!

— Nem mesmo por eu torcer pela Grifinória?

Scorpius gargalhou, jogando a cabeça para trás.

— Algum defeito você tinha que ter fora o péssimo gosto para namorados. 

— Eu achei que você estivesse disposto a ocupar o cargo de namorado... — Rose sorriu.

— E esse vai ser o ponto de virada, você vai sair de chato engomadinho para incrível engomadinho! 

Os dois gargalharam. Rose parecia mais tranquila agora sabendo que Scorpius não ficaria irritado com o livro desaparecido. Scorpius ainda se sentia culpado em deixá-la angustiada com toda a situação do livro, mas ao menos ela não estava brava com sua briga com Jake. 

×

O Natal estava chegando. Rose e Scorpius combinaram de passar o feriado juntos em Hogwarts, era a primeira vez que estariam na companhia um do outro em condições diferentes: um gostando do outro, aproveitando a companhia e os beijos que só eles sabiam trocar. 

Rose sabia que seria mágico, precisavam aproveitar o último ano em Hogwarts em grande estilo. 

O único contraponto era que Scorpius e Rose perderiam o evento do ano: Alice e Albus finalmente conheceriam as famílias um do outro como namorados. 

— Estou tão nervosa, acho que vou vomitar a qualquer segundo! — resmungou Alice, revirando a própria mochila pela terceira vez. 

Rose combinou de encontrá-la na sala dos monitores, que passava mais tempo vazia agora que o fim do ano se aproximava. Estavam terminando de arrumar as malas de Alice. 

— Por quê é que você está tão nervosa, afinal? — perguntou Rose, dobrando um par de meias. 

— Você ainda pergunta? Albus vai conhecer meu pai, eu sou a filhinha do papai, Rose! E se eles se odiarem?

Rose não conseguiu evitar a gargalhada. 

— Você é impossível! 

— Não tem graça. 

— Alice, não existe ninguém nesse mundo que é capaz de detestar Albus, você sabe bem disso, você namora ele faz uns dez anos. 

Alice jogou um sutiã em Rose. 

— Dez não! 

— Onze, tanto faz. 

Alice finalmente fechou a mala, derrotada. Estava tão nervosa que não aguentava mais arrumar suas coisas, queria se encher de algum doce bem gostoso e esquecer que Albus e Neville se conheceriam formalmente em algumas poucas horas. Era aterrorizante. 

— Será que Albus está preocupado também? — perguntou Alice. 

— Tenho certeza que sim.

×

— Cara, mais tranquilo que eu, impossível! Você já viu alguém não gostar de mim? — Albus enfiou um par de pantufas na mochila e sorriu para Scorpius que estava terminando de embrulhar um livro na cama ao lado. — O seu pai me adorou.

— Meu pai adora qualquer coisa que me deixe minimamente feliz. — retrucou Scorpius, sem levantar os olhos do embrulho que estava terminando de arrumar para Rose.

— Ah! Cala essa boca, o seu pai não parou de falar comigo, você só está com ciúmes porque eu seria um filho mais legal. 

Scorpius riu ainda sem levantar os olhos.

— Aposto que sim, você não teria socado o ex-namorado de Alice.

— Claro que não, eu fui rápido o bastante e a conquistei antes que Alice tivesse a chance de ter um ex! — Albus sorriu vitorioso. — O que é que você tanto faz aí?

— É o presente de Natal de Rose — murmurou Scorpius, tinha acabado de embrulhar o livro e agora admirava o pacote verde e prata com orgulho.

— O livro roubado? Meu Deus, como você é lerdo, pelo menos separou umas camisinhas? Esse sim é um presente que Rose ficaria feliz em receber.

— Isso é jeito de falar da sua prima? Minha futura esposa, mãe dos seus sobrinhos? — Scorpius sorriu, encarando o olhar feio de Albus para o embrulho.

— Separou ou não?

— Mesmo se eu não tivesse separado você teria feito isso para mim, Albus! — Scorpius revirou os olhos. — E se a mãe de Alice odiar você?

— Ah! Me deixe em paz! Você não vai entrar na minha cabeça, já basta a Alice surtando com essa visita.

Scorpius riu. Albus estava pronto para viajar. 

— Vamos encontrar Rose e Alice logo.

×

Alice e Albus já estavam esperando pelos barcos que os levariam para o trem. Enquanto Alice estava uma verdadeira pilha de nervos, Albus parecia prestes a dormir. 

— Vai dar tudo certo! — Rose abraçou Alice com ternura. — Me conte tudo depois, por favor!

— Alice, não tem nada com o que se preocupar! — resmungou Albus. — Eu é quem deveria estar com medo, mas estou tranquilo. 

— Você pediu para Lily filmar tudo, só no caso de dar errado, né Rose? 

Rose desferiu um tapa dolorido em Scorpius, fazendo-o calar a boca no mesmo segundo. 

Alice e Albus finalmente subiram no barco, acenando para os dois à medida que se afastavam de Hogwarts. Scorpius agarrou Rose pela cintura, lhe dando um abraço bem-vindo, visto que o frio já estava se aproximando.

— Vamos entrar? Estou morrendo de vontade de tomar algo bem quente para me aquecer! — Rose agarrou a mão de Scorpius, puxando-o de volta para o castelo.

— Não vai dar, tenho uma última ronda para fazer. 

Rose fitou Scorpius, desconfiada. McGonagall não tinha dito nada sobre rondas naquele dia, muito menos rondas da Sonserina.

— Ah, tudo bem, eu vou com você.

— Não!

— O que foi?

— Você não precisa ir comigo, de verdade, vai ser rapidinho, te encontro lá no Salão logo, logo. 

Rose estava desconfiada. Scorpius era um péssimo mentiroso, mas decidiu dar o benefício da dúvida.

— Tudo bem, nos encontramos depois.

Scorpius sorriu, depositando um beijo sobre seus lábios com urgência, para logo em seguida correr em direção ao castelo.

×

Rose percebeu que Scorpius estava muito nervoso naquela noite, mas continuou em silêncio, pois agora tinha certeza de que ele pretendia alguma coisa. Scorpius era péssimo com mentiras, não era culpa dela que eles se conheciam tão bem. Além disso, Rose deu uma olhada na escala de rondas dos Monitores e era a vez da Lufa-Lufa.

A pior parte era que Alice e Albus não estavam ali, então Rose não poderia extrair as respostas de ninguém. Mas ela era paciente e continuou agindo como se tudo estivesse normal. 

Quando o jantar estava prestes a começar, Scorpius estava a aguardando em frente ao quadro da Mulher-Gorda. Rose não sabia se era o ar natalino que deixou tudo diferente, mas achou que Scorpius estava mais bonito naquela noite do que costumava ser. 

Ele lhe deu um sorriso quando a viu e ergueu a mão em sua direção. 

— Me daria o prazer de sua companhia, senhorita Weasley? — murmurou galantemente, se curvando como se Rose fosse alguém da realeza. 

— É claro que sim, meu senhor! — Rose aceitou sua mão, rindo — Vamos jantar?

— Não exatamente! — Scorpius beijou sua mão e a puxou para perto de si, abraçando sua cintura com firmeza. — Tenho uma surpresa de Natal, prometo que vai ser melhor do que ver o Albus se envergonhando na frente dos pais de Alice. 

— Eu espero que sim, vamos perder o evento do ano, espero que Lily ou James me mandem o relatório completo.

Rindo, Scorpius a guiou pelos corredores, Rose já conhecia aquele caminho de cor, estavam indo para a Torre de Astronomia. Quando estavam próximos, Scorpius amarrou seu cachecol da Sonserina no rosto de Rose, cobrindo seus olhos da surpresa. 

— Pode olhar agora. 

Rose puxou o cachecol e arfou em surpresa. Scorpius tinha decorado o lugar em que sempre se sentavam para observar a paisagem diante da sacada. Um saco de dormir de casal estava no chão, ao lado de uma enorme árvore de Natal decorada, uma cesta de piquenique estava no chão ao lado da árvore junto com um embrulho nas cores da Sonserina. Além disso, estava nevando dentro da Torre de Astronomia! 

Rose deduziu que a neve era um feitiço ilusório, porque o lugar estava bastante aquecido, mesmo com a sacada tão aberta diante deles. 

— Você gostou? Passei o dia todo enfeitiçando a Torre para termos neve e calor ao mesmo tempo. 

— Scorpius… É maravilhoso! 

Rose agarrou um floco de neve entre as mãos e ele se derreteu sobre seus dedos, não estava gelado, mas era um feitiço muito realista. Ela se virou para beijar Scorpius com carinho, era o presente mais lindo que alguém já havia lhe dado no Natal. 

— Ainda não acabou! — Scorpius apontou para o embrulho aos pés da árvore. 

— Você não precisava comprar nada para mim! — Rose sorriu, mas avançou para embrulho mesmo assim. 

Os dois se sentaram sobre o saco de dormir, Rose rasgou o embrulho com urgência, mas parou assim que percebeu o que era. 

Um Conto de Natal. 

Mas não qualquer edição do livro, a sua edição perdida. Rose sabia que era sua porque tinha uma pequena manchinha de tinta no canto da capa, que ela fez no quinto ano quando trouxe o livro por engano a aula de História da Magia. 

— Como…?

— Abra o livro! — pediu Scorpius.

Rose abriu o livro, na primeira página, onde Scorpius escreveu um recado para ela muitos anos atrás, estava um novo recado. 

 

Rose Weasley

O meu amor é teu, mas te dou mais uma vez! 

Você aceita ser a minha namorada e construir um conto de natal mais bonito do que este nas suas mãos?

 

O coração de Rose estava aceleradíssimo, mas seus olhos estavam marejados. Passou os dedos pela nova anotação, o pedido de namoro, ainda conseguia sentir o relevo das letras nas pontas dos dedos. Estava tão aliviada — seu livro não tinha sumido, afinal — e Scorpius… 

— É claro que eu aceito! — riu ao perceber o olhar ansioso no rosto de Scorpius.

Ele agarrou suas mãos e a puxou para si, beijando seu rosto e afastando as lágrimas de felicidade para longe. Parecia o final feliz dos romances lindos com os quais Rose fantasiava quando ainda era apenas uma criança. Rose gemeu contra os lábios de Scorpius e o abraçou com força, puxando-o carinhosamente para se deitar no saco de dormir junto com ela. 

As mãos de Scorpius pareciam urgentes ao explorar o corpo de Rose, mas ele se afastou um pouco, olhando-a nos olhos. Rose percebeu que suas mãos tremiam enquanto ele revirava os bolsos da calça.

— Você é a minha primeira…

Rose teve de esconder a surpresa. Scorpius nunca…? Ela tocou o rosto dele com ternura e sorriu.

— Eu confio em nós dois. 

E Scorpius a beijou mais uma vez, deixando que a neve falsa continuasse caindo sobre eles, os embalando no mais lindo conto de natal que Hogwarts já criou.


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