Meu Amor é Teu escrita por Karry


Capítulo 1
2016


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todas as fanfiqueiras do Ocean's 9 que tornaram esse projeto real. É meu primeiro amigo secreto fanfiqueiro e arrisco dizer que é o meu tipo favorito. Deixo meu agradecimento também para a maravilhosa, incrível, talentosa e conselheira desse projeto: Carla Patrícia. Nós nunca tínhamos trocado uma palavra antes desse projeto existir, mas parecia que nos conhecíamos a anos (o poder de união que Scorose tem, socorro!). Obrigada por aguentar meus surtos e ideias, Paty! Adorei surtar com você à medida que essa fanfic nascia.
Por fim, querida amiga secreta, saiba que foi uma honra ter tirado você. Soube desde o início que seria um difícil de cumprir esse desafio, não só porque eu não estava acostumada a escrever Scorose, mas porque você é um monstro da escrita, tem um talento único que ninguém mais tem, foi difícil chegar a sua altura mas arrisco dizer que fiz um bom trabalho.
Essa é a minha estreia com esse casal tão explorado no fandom, sai completamente da minha zona de conforto. Procurei fazer tudo nos mínimos detalhes para que você gostasse (e acho que por isso a ajuda da Paty foi essencial).
Minha intenção com essa história era fazer um casal de amigos para amantes, cheio de reviravoltas e dramas adolescentes, mas ao mesmo tempo uma história fofa, engraçada, com livros legais, amadurecimento, bastante familiar e que se passa em Natais ao longo de sete longos anos. Até a capa eu procurei fazer de um modo que se assemelhasse aos seus gostos hahaha.
Enfim, Winnie, espero que você goste dessa fic maluca que eu e Paty desenvolvemos, com muitos surtos, dramas e desentendimentos. Boa leitura ♥️



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2016

Rose estava correndo por sua vida. Suas pernas doíam pelo esforço repentino e seus pulmões estavam queimando. Alguma coisa havia acontecido a Albus, algo ruim.

Que Albus não esteja morrendo, que Albus não esteja morrendo. 

Rose sussurrava para si mesma entre uma respiração e outra. Não conseguia imaginar o quê de ruim poderia ter acontecido a Albus. Nem sequer perguntou à garota esquisita do segundo ano o que havia acontecido, simplesmente deixou sua mala por fazer e foi socorrer o primo.

Quando chegou a Torre de Astronomia, conseguiu avistar de longe o cabelo escuro e bagunçado de Albus, os ombros cobertos com o uniforme da Sonserina. 

— Al? — gritou. 

Para sua felicidade, ele estava bem o suficiente para ouvi-la. Se aproximou dele com rapidez e a figura ao lado do primo quase passou batido. Scorpius Malfoy. 

Rico, esnobe e com aquela carinha de quem estava pronto para limpar seus sapatos em suas roupas novinhas. Rose não sabia como Albus conseguia ser amigo dele, havia feito questão de não lhe dar atenção desde o primeiro dia em que pisou em Hogwarts. 

Eles não se odiavam, mas também não tinham nada em comum que pudesse torná-los amigos. Rose sentia um pouco de raiva por ele ser um Malfoy — era uma reação natural de uma Weasley — e ela não ligava o suficiente para se importar com o que ele achava dela. Estavam bem dessa maneira até agora.

— Que bom que você está aqui! — sorriu Albus, abraçando-a com força. 

Scorpius lhe deu uma olhada nada educada, rude até, e um aceno de cabeça que ela não retribui. 

— Você demorou — rosnou Malfoy.

— O que aconteceu? Eu achei que você tinha se machucado — murmurou Rose, decidindo ignorar Malfoy e se lembrando do motivo pelo qual ela correu tantos lances de escada correndo. 

Albus e Scorpius trocaram um olhar cúmplice que fez Rose se irritar. Ninguém ali estava morrendo, poderiam ter resolvido qualquer problema que fosse sem a ajuda de Rose.

— Então… estou em uma crise. — murmurou Albus, já corando.

Rose teve de se controlar muito para não voar em cima do pescoço de seu primo. Já podia sentir o tic nervoso de estresse que ele causava, o olho esquerdo tremendo e as mãos suando.

— Você… Você… Albus eu vou matar você! 

— É uma coisa séria, nunca falei tão sério em toda a minha vida! 

Rose esperou, então Albus assentiu e lhe indicou um lugar para sentar ao lado de Scorpius. Rose se sentou mesmo que não quisesse estar próxima de Malfoy, estava fazendo isso por Albus, era um mero esforço que faria em nome da família.

— Alice Longbottom me deu um beijo e eu não paro de pensar nisso. 

Após um longo silêncio constrangedor, Rose se levantou. 

— Eu vou embora. 

— Não, por favor! — implorou Albus — Eu não paro de pensar nisso desde que ela me beijou, isso nunca aconteceu com você? Você nunca amou alguém tão desesperadamente?

— Ah, pelo amor de Deus — Rose revirou os olhos — Quando isso aconteceu? 

— Uns dias atrás, eu a ajudei com um trabalho de poções e ela me deu um beijo em agradecimento, agora não paro de pensar nela.

— Um beijo na bochecha — comentou Scorpius casualmente, sem tirar os olhos das unhas que observava com tanta curiosidade.

— Vocês só podem estar brincando comigo — resmungou Rose — Você não tem nem idade para estar apaixonado. 

— E você parece a tia Mione falando, nunca falei tão sério em toda a minha vida, Rose Weasley, por favor me ajude!

Rose cruzou os braços e começou a bater o pé, era uma mania que tinha sempre que parava para pensar em algo. Nunca tinha visto Albus falar tão sério, mas achava toda a história uma palhaçada sem tamanho.

— E o que você quer que eu faça? 

Albus sorriu. 

— Bom, eu quero dar um presente de Natal para ela. 

— Ótimo então vamos comprar uma amortentia? 

— Não, eu quero dar um presente legal para ela. 

Rose inspirou fundo. Albus não havia dito, mas essa saga de presentes para Alice só podia significar uma coisa: ele queria ficar em Hogwarts durante o Natal e Rose provavelmente seria obrigada a ficar também se concordasse. Nunca havia passado um Natal longe da família, mas James estava acostumado a fazer isso desde que entrou em Hogwarts então não seria de todo ruim. 

A lealdade pela família ainda a mataria.

— Tudo bem — assentiu — Mas Lily e Hugo vão ficar muito bravos com a gente.

×

Escrever uma carta para Lily e Hugo foi fácil. Rose fez questão de deixar essa tarefa para Albus, já que ele a obrigou a passar uma semana inteira com Scorpius escolhendo um presente para Alice Longbottom. 

Para o desespero de Rose, Scorpius Malfoy era o pior dos mimadinhos ricos que existiam. Rose tentou (e tentou de verdade) ser simpática com ele, pelo bem de Albus e sua paixão absurda, mas era uma missão impossível. 

Scorpius não gostava de nenhum dos presentes que ela sugeria, Rose precisou ceder para que entrassem em um consenso. Nunca imaginou que pudesse passar por tanto estresse em um período tão curto de tempo, mas ali estava ela, estando na companhia de um Malfoy para a felicidade de Albus. 

Quando o jantar de Natal finalmente chegou, Rose estava exausta, não aguentava mais olhar para a cara pálida de Malfoy ou ouvir Albus tecendo elogios sobre Alice. Estava uma pilha de nervos, mas estava feliz em saber que finalmente toda aquela perturbação sem tamanho havia chegado ao fim. 

O Salão Comunal estava decorado com uma gigantesca árvore de Natal e os cabelos ruivos de Rose cheiravam a morango, era libertador estar em uma festa onde não precisava ficar o tempo todo sobre os olhos de seus pais e na companhia de muitos amigos. Na verdade, Rose agora acreditava que a ideia de passar o Natal em Hogwarts não era nada ruim, mas estava se divertindo. 

Estava se divertindo até Scorpius Malfoy dar as caras de novo. 

Rose já estava sentada com os alunos da Grifinória, era um jantar mais intimista visto que muitos dos alunos voltaram para casa, mas ainda havia fartura de comida em todas as mesas e o barulho das conversas entre os alunos era mais um burburinho do que cacofonia em si. Rose estava acompanhada de um livro enquanto comia torta de carne, mas…

— O que você está lendo? — perguntou ele ajeitando o cachecol verde e prata da Sonserina no pescoço. Rose teve de fitá-lo por alguns minutos para perceber que Scorpius estava mesmo ali e que ele estava falando com ela, pior, ele estava sendo simpático? 

— Estava lendo — retrucou. 

— Ah, sim, o que você estava lendo? — murmurou ele, voltando os olhos para a comida agora, estava cutucando um nabo cozido com uma cara nada agradável. 

— Peter Pan — respondeu Rose, o livro já estava fechado a essa altura e ela não conseguia mais tirar os olhos de Scorpius agindo tão estranhamente, tão parecido com um ser humano de verdade — Mas você não deve conhecer porque é um livro trouxa e…

— Você tem mais cara de quem leria O Pequeno Príncipe — respondeu ele, levando um pedaço de batata à boca. 

— O que você disse?

— Eu disse — respondeu Malfoy, terminando de mastigar a batata — Que O Pequeno Príncipe é mais o seu estilo, porquê? Você não gosta? 

— Olha, eu não estou entendendo qual é a brincadeirinha, então desembucha logo. 

Scorpius soltou uma risadinha, largando o garfo sobre o prato e se virando para encará-la com um olhar divertido. 

— Caramba, você me odeia mesmo, achei que Albus só estivesse brincando comigo quando disse isso. 

— Ok, eu vou embora.

Rose levantou puxando consigo o livro. 

— Não, desculpa! — Scorpius agarrou seu pulso gentilmente — Desculpa, só achei que poderíamos jantar juntos, é que Albus está com Alice agora e eu não tenho companhia. 

Rose voltou a se sentar, desvencilhando seu pulso da mão de Scorpius com cautela. Então o mimadinho Malfoy era solitário? Bom para ele, na verdade! Só Albus mesmo para aguentar um chato desses. Era engraçada toda a situação, um absurdo de tão hilária. Se alguém dissesse que Rose estaria pensando em passar o Natal com Malfoy há dois dias atrás ela daria risada.

Scorpius Malfoy andava por Hogwarts como se fosse melhor que todo mundo, como se não precisasse da amizade de mais ninguém além de Albus e agora estava ali, dizendo que não tinha nenhuma outra companhia, querendo outra companhia. Pior, querendo a companhia dela!

— Ok, eu fico! — Rose se endireitou — Mas só porque hoje é Natal e eu me sentiria péssima em deixar alguém solitário justo nessa data. 

Scorpius sorriu.

— Legal.

Mas Rose não respondeu porque não existia nada que os dois compartilhassem, não existia um terreno em que ambos pudessem estar em harmonia para conversar. A conversa mais longa que tiveram foi sobre uma pulseira para Alice.

— Então… você já leu Peter Pan? — começou Rose. 

— Já sim, minha mãe é muito fã de literatura trouxa.

Rose gostaria de fazer algum comentário indecente sobre o passado dos Malfoy, mas isso seria maldoso até mesmo para ela, além disso, se Albus era melhor amigo de Scorpius, só podia significar que tinha alguma coisa de boa ali naquela cabeça loira.

Podia ser o espírito natalino tomando conta dela, mas…

— E qual é o seu favorito?

— Difícil — Scorpius bebericou seu suco de abóbora, pensativo — Acho que Um Conto de Natal.

— Como você é brega — riu Rose — Você é a pessoa mais negativa em toda essa escola, como é que você gosta de Natal?

Scorpius não respondeu e nem responderia a pergunta, Rose teve de se contentar com o silêncio constrangedor entre ambos quando Albus entrou correndo pelo salão.

— Ah, se eu pudesse eu beijaria os pés de vocês dois agora mesmo — Albus tinha uma mancha de batom vermelho na bochecha e um sorriso gigantesco cobrindo o rosto — Espera… vocês estavam jantando juntos?

Rose revirou os olhos. 

— Tchau, feliz Natal para vocês.

— Obrigado pela companhia, Weasley. 

E Rose voltou a ignorá-lo sem culpa, mesmo sob os protestos de Albus a respeito de seu encontro com Alice.


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Notas finais do capítulo

Hihihi!!!!!



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