Moonlight escrita por lisa gautier


Capítulo 9
Helen


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Trago a continuação com algumas explicações, mais algumas pistas e, como sempre, várias coincidências... Boa leitura!



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CAPÍTULO OITO: Helen



Cinco vampiros ocuparam o Volvo cinza em absoluto silêncio.

Edward dirigiu devagar, algo muito raro, deslizando cuidadosamente pelas estradas úmidas como se temesse um acidente. Inquieto, desconfortável, Emmett esticou o braço e alcançou o rádio: na estação 40.6, tocava Witchy Woman dos Eagles. Apertando forte os dedos contra a direção, Edward freou o carro em um solavanco:

Estava ficando louco? Que espécie de sonho ridículo era aquele?

Bella Swan estava na cidade há quatro dias e em tão poucas horas conseguira virar o clã inteiro de cabeça para baixo. Agora, a vida preenchida por caçadas e partidas amigáveis de xadrez, parecia repleta de coincidências, arranjos do destino. Edward jamais desejara tanto sangue quanto o da jovem feiticeira e, de repente, sentia vê-la em todos os lugares. Não enlouqueça, Edward! ele se repreendeu. Recém é quarta-feira, acalme-se. Apenas uma semana de cão, uma semana atípica. Rosalie é uma vampira comum, Alice… Bem, era inegável Alice, não? Suas habilidades sempre foram grandes demais até mesmo para os de sua espécie. 

O que aquela garotinha estava fazendo?

Edward encarou os números no visor do rádio. 

Estação 40.6.

Haveria algum significado naqueles números? Tudo seria esotérico? 

A mente do vampiro ruivo trabalhou ruidosamente, acessando conteúdos distantes e poucos considerados. Entre tantas formações, tantas leituras, acabara em algumas aulas bobas sobre signos, incensos e yoga. Talvez não fosse bobagem. Talvez tudo fosse verdade. Talvez o caráter humano fosse ditado por algum ângulo das estrelas e planetas. Talvez houvesse uma sereia nas profundezas da cachoeira de Forks. Estação 40.6, tocando Witchy Woman. Mulher Bruxa. 40.6. 

40 anos os judeus peregrinaram no deserto.

40 dias durou o Dilúvio. 

40 gerações entre Abraão e Jesus Cristo.

“A vida começa aos 40!”, brincara Carlisle em um aniversário de Edward. 

Um estalar agudo, de machucar os tímpanos, despertou Edward de seu surto particular: a parte superior da direção estava diminuída a pó, sujando as mãos e calças. Uma onda de calma forçou-se pelo corpo de Edward, obrigando-o a manter o foco mesmo quando sentia-se prestes a gritar.

― Vamos, irmão ― incentivou Jasper, desligando o rádio. 

O carro retornou ao movimento.

Edward estava tão absorto em seus próprios delírios que mal notou quando estacionou na frente da casa branca. Todos desceram e Alice puxou Edward para fora, sussurrando tão rápido que nem ele entendera. Alguns segundos depois, Edward afundou na poltrona da sala do primeiro andar. 

― O que está acontecendo?

Mais uma coincidência? Era a tarde de folga de Carlisle.

Preocupado, o patriarca sentou-se perto da esposa. 

― Ninguém vai falar? ― Rosalie batia o pé.

― Sendo honesto, Rosalie, alguns de nós ainda nem sabem o que aconteceu naquele estacionamento ― comentou Jasper.

― Tudo bem ― concordou a loira. ― Eu explico, então: Edward, aparentemente, está envolvido com uma bruxa. Vocês sabiam que existem bruxas? Exatamente. Eu fico surpresa em como nossa educação está em falta.

Edward ergueu os olhos.

Eu estou me envolvendo com uma bruxa? ― ecoou ele. Edward admitia ter flertado, tê-la encontrado acidentalmente na floresta uma noite, e dividir a carteira na aula de Biologia (e Sociologia naquele dia)... Mas aquilo era o suficiente para que ele fosse o pivô da situação? ― Que tal você contar como arrastou Bella Swan até o nosso carro? Ou, quem sabe, a parte em que você desmaiou porque, aparentemente, você é uma bruxa também?

― O que? ― Esme piscou, incrédula. 

Carlisle, com um vinco entre as sobrancelhas claras, respirou profundamente.

― Eu não esperava que houvesse outra bruxa em Forks. Elas são tão poucas, tão discretas sobre a própria existência… ― Carlisle parecia falar sozinho, encarando o chão e mexendo a cabeça. ― A chance de Forks receber outra bruxa parecia tão minúscula… Contudo, admito meu erro, Rosalie: deveria ter sido mais honesto na educação de vocês. Nunca achei verdadeiramente útil compartilhar meu conhecimento a respeito das bruxas… É muito raro sequer reconhecermos uma. Quem é a garota?

― Isabella Swan. ― respondeu Rosalie.

Os olhos de Carlisle brilharam em reconhecimento.

Edward, é óbvio, soube no instante tudo, mas permaneceu em silêncio para a compreensão dos irmãos. 

― Enquanto estava nos Volturi, li que apenas as mulheres poderiam ser bruxas. Nunca imaginei que os poderes funcionassem da mesma maneira que a genética tradicional… Sempre acreditei que a razão destas mulheres serem tão poucas era porque a magia não pulasse gerações ― Carlisle encarou os filhos adotivos. ― Vocês se lembram quando viemos para Forks pela primeira vez? 

― Claro ― concordou Emmett. ― 1936. 

― Havia uma garota, Helen Brown ― começou Carlisle. ― Eu tive que atendê-la em casa depois que ela se machucou correndo pela floresta. O que uma garotinha faria nas florestas, certo? Ela tinha 15 anos e foi resgatada por Geoffrey Swan. Ainda lembro do olhar de pavor quando eu cruzei a porta. Ela quase escalou as paredes de tamanho pavor… Geoffrey não entendeu o que estava acontecendo, ninguém na casa entendeu. Quando eu a toquei, as janelas do quarto principal estouraram. 

― Ela era a avó de Bella ― murmurou Edward.

― Por que não ficamos sabendo disso antes? ― inquiriu Rosalie.

― Eu fiz um acordo com Helen ― Carlisle parecia constrangido enquanto abaixava o olhar. Na mente dele, Edward assistiu a cena: uma garota de cabelos crespos, olhos castanhos, segurando o pulso de Carlisle enquanto deslizava uma adaga cigana pela pele. A mesma adaga que Bella ameaçara usar em Edward. ― Ela me disse que meus pensamentos a respeito dela estariam protegidos até que fosse necessário. Depois de alguns anos, perdi a compulsão pelo segredo e se tornou desinteressante. 

― Desinteressante? ― riu Rosalie com escárnio.

― Estou com dificuldade com a lógica dessa história ― disse Emmett. ― Por que um acordo? É algum crime sabermos da existência de… Bruxas? Bruxas! Caramba! É estranho falar isso!

― Essas mulheres, como eu disse, tentam viver em descrição, mas acredito que a principal razão seja o medo ― explicou Carlisle. ― Veja bem… Elas podem ter poderes além das nossas dimensões, mas ainda carregam corpos frágeis. É muito difícil que em uma luta contra vampiros, ou lobos, uma bruxa saía com vida. Talvez ela deixe algumas maldições, algum castigo, porém paga com a alma. 

― Não atrair atenção e remediar as exposições é a solução, então ― Jasper aquiesceu. 

― Mas e o que Bella disse? ― era Rosalie outra vez. ― Sobre eu ser uma delas? Isso é verdade?

― Eu não sei, Rosalie ― disse o pai. ― Quando eu encontrei você, não havia nada além de sangue e neve. Você estava congelando, desmaiada. Não vi nada de diferente em você, minha cara. Se Helen não tivesse tido um ataque de pânico, se não tivesse estourado aquelas janelas com a própria mente, se não tivesse ficado nervosa a ponto de flutuar a cama, eu jamais a reconheceria como algo além de humana.

― Rosalie desmaiou quando tocou em Bella ― Alice pronunciava-se pela primeira vez desde que entrara na casa. ― Quando ela me tocou, senti uma descarga elétrica também… Ela também acha que eu seja uma bruxa.

Carlisle umedeceu a ponta dos lábios.

― Eu não consigo esclarecer sobre a natureza de vocês, se há algo a mais, mas eu acredito que bruxas, por possuírem a mesma estrutura biológica de mulheres humanas, possam se tornar vampiras. Acredito que apenas Bella seja capaz de fornecer respostas concretas.

― Bem, temos um encontro com ela às 19 horas ― Rosalie deu de ombros.

― Vocês têm? ― Esme repetiu, surpresa.

― Sim. Talvez você queira vir também, Esme, quem sabe você é alguma feiticeira perdida também? ― a voz de Rosalie estava dividida entre sarcasmo, mágoa e frustração. 

― Você sabe que não precisa ir, Jazz. Dúvido muito que vá acontecer algo comigo ― Alice, prevendo as próximas palavras do vampiro loiro, interferiu. ― Não seja tolo.

Jasper não respondeu. Em seu silêncio, olhou-a com uma profundidade imensa; suas ações falavam muito mais que palavras.  

 

[...]

 

Um pouquinho ofegante, Bella ajeitou a última tora de madeira em uma pilha elegante antes de sentar-se em um tronco próximo. Esticou as mãos, como se preparasse para um esporte, e estalou os dedos nas palmas das mãos: uniu o indicador e dedo médio antes de movê-los em um zigue-zague rápido. Um crepitar alto ecoou e chamas alaranjadas subiram espiralando. Ela sorriu de canto, satisfeita com a fogueira. 

Era como roubar em um jogo, ela sabia bem. Podia, perfeitamente, usar um fósforo ou isqueiro; tentar inúmeras vezes até que o calor encontrasse um bom ponto para se espalhar, tendo uma paciência imensa com a madeira úmida. Invocar uma chama era muito mais prático. Ela poderia ter flutuado os galhos de árvores também, é verdade, mas sentia que seria roubar demais em uma única ocasião. 

Miu! ― uma patinha exigente alcançou o joelho de Bella.

Ela se virou, vendo Peyote sentado e com os olhos brilhantes: ele miou de novo, colocando as unhas para fora. Ela suspirou, catando da bolsa um petisco de carne. O bifinho voou no ar e o gato deu um pulo magistral, abocanhando tudo.  Ele se inclinou no chão, mastigando enquanto tremelicava de tanto ronronar. Inteligente demais até mesmo para um gato enfeitiçado. 

Naquele final de tarde, Peyote a seguira pelas matas.

Bella tentara o distrair incontáveis vezes, retornando para casa e trancando-o dentro, mas ele retornava rapidamente. Como um passe de mágica, surgia na grama e balançava o rabo enquanto trotava confiantemente. No pescoço, carregava uma coleira incrustada de turmalina negra. 

― Talvez você vire petisco de vampiro ― comentou Bella.

Peyote, lambendo a pata esquerda, olhou-a brevemente.

Vira-latinha sortudo, pensou Bella. Era mais fácil que ela virasse churrasco que ele fosse consumido! Depois de tantos rituais, tantas bênçãos, ela tinha quase certeza que seu pet seria imortal. Agora ele era extremamente seguro e saudável, sendo dono de um guia próprio: era mais sensível que qualquer outro animal na face da Terra. Mimado, é claro, mas ainda sim o gato de uma bruxa. 

Bella adoraria que Peyote fosse como Salém, de "Sabrina, A Aprendiz de Feiticeira”. Amaria vê-lo tagarelar sem parar, usando roupinhas, saindo para encontros e fazendo fosse lá a loucura que o felino da série fizesse. A magia real ainda tinha muito o que aprender com a da ficção, ela sabia. Por enquanto, Peyote era bom para detectar espíritos e um bom caçador de ratos. 

― É hoje que está passando O Guarda-Costas na televisão ― Bella tirou um fiapo do sobretudo azul. Um beicinho dominou os lábios da garota. ― Essas vampiras ainda vão me pagar por me fazerem perder o filme. Nunca é demais ver a Whitney Houston outra vez, certo? ― Peyote soltou um miado duvidoso. ― Eu sei que eu disse que resolveríamos essa noite, mas como eu ia lembrar do meu filme favorito quando estava desmaiada? Não me olhe assim, Peyote! É, eu estou vendo julgamento nesses seus olhinhos… Talvez você vire petisco de bruxa. 

Peyote virou a cabecinha e decidiu assistir ao fogo. 

― Se a vovó estivesse aqui ― refletiu Bella. ― As coisas seriam muito mais fáceis. E eu não precisaria conversar com um gato. Eu amo você, é verdade, mas vovó seria muito mais responsiva. Talvez eu deva invocá-la… Eu nunca tentei além dos Espíritos da Natureza, mas não deve ser difícil. ― Bella abriu o grimório de capa de couro, deslizando os dedos pelas páginas sensíveis. Vovó Swan, para a alegria de Bella, possuíra uma letra robusta e legível, permitindo a leitura sem óculos. ― Bem, se vovó tivesse escrito sobre invocar entes queridos… ― ela bufou. ― Pelo menos, ela escreveu sobre como transformar palha em ouro. Rumpelstiltskin uma ova! Aqueles irmãos Grimm deveriam ter sido perseguidos pela Delta por contarem todos os segredos da mãe… 

Era um tagarelar ansioso, Bella sabia.

Sentia-se estranhamente leve e pesada, como se existisse em uma posição única e nada natural. Suava as palmas das mãos, sentindo ondas de medo no fundo do estômago. Era a primeira vez que ela encontraria assim, quase formalmente, outras bruxas… Bruxas, no caso, que não sabiam da própria natureza. Bella sentia-se uma criança encarregada de todas as tarefas. Que vertigem! Não parecia ter braços o suficiente para tanto peso…

― Grrrr. 

Ficando nas quatro patas, Peyote ergueu-se e empinou a cola. 

Bella acompanhou o olhar do gato e assistiu enquanto aos vampiros surgiam nas sombras. 

 

[...]

 

A partir da rebeldia de Jasper, formou-se uma inquietude geral.

Alice e Rosalie, convidadas à reunião, acreditavam ser uma questão de segurança, uma espécie de checagem necessária, que Esme comparecesse também. Jasper jamais permitiria que Alice se arriscasse no desconhecido, não sem sua presença. Emmett, curioso, decidiu unir-se à esposa. Carlisle estava secretamente sedento por mais informações sobre as bruxas e animado com a ideia de conhecer outra. Edward seguiu atrás, angustiado pelo espetáculo; podia imaginar Bella Swan irritada, resmungando sobre vampiros. 

Ela estava diferente, observou Edward.

Sem maquiagem, os cabelos presos em um rabo de cavalo baixo por uma fita preta. Ela estava abraçada por um casaco longo e azulado. Edward notou, com certa admiração, como a cor ficava bem nela. 

Bella aproximou-se com um olhar desconfiado. 

― Se preparem. ― advertiu Edward.

O que…?

― Desculpe, senhores, mas a performance é exclusiva para as duas damas. ― Bella cruzou os braços sobre a barriga. ― Ingressos esgotados. ― ela fitou Esme por um segundo, identificando uma terceira mulher. ― Sra. Cullen? 

― Ah, querida, pode me chamar de Esme ― respondeu com um sorriso.

― A senhora pode ficar também, não há problemas ― assegurou Bella. ― Três damas, então. Desculpe por antes.

Emmett cruzou os braços igual a Bella, espelhando a posição teimosa da bruxa.

― Você tem um problema com homens é? ― ele provocou.

― O Sagrado Feminino não é feito para vocês ― Bella retrucou.

Alice… ― Jasper estava perdido em ansiedade.

Bella virou-se para o loiro:

― Eu nunca machucaria elas. 

Castanho e dourado se cruzaram em um olhar ardiloso. 

Jasper arrepiou-se conforme absorvia a honestidade e força das palavras de Bella.

Não de propósito. ― argumentou.

― Eu não vou transmutar espécies ou invocar os mortos, o que vou fazer não é, em nenhuma circunstância, perigoso. É um ritual simples, mas divino que deve ser compartilhado apenas entre mulheres. O feminino não é definido pelo corpo e sim pela alma e vocês têm almas masculinas, eu posso sentir. Eu não posso admitir a presença de vocês.

Edward, que mantinha-se em resguardado, crispou o rosto em uma careta.

― Almas masculinas? ― ele repetiu. 

― Sim. 

Almas?

― Sinceramente, eu não queria entrar na discussão de gêneros. Acredito que o movimento LGBTQ esteja fazendo um ótimo trabalho, mas se você não…

― Nós temos almas? ― ele a cortou.

Bella soltou uma risada engasgada.

― Claro que sim! Que tipo de pergunta é essa?

― Vampiros têm almas?

― Por que não teriam?

― Pela nossa natureza? 

― Hum ― Bella botou um dedo no queixo. ― Por causa da posição estranha em que vocês se encontram na Terra? Nem vivos e nem mortos? O coração de vocês pode não bater, mas vocês ainda estão encarnados, então, vocês carregam almas. É a essência de toda criatura. Sem alma, um corpo não resiste. 

― Eu… E-eu sempre acreditei que fôssemos condenados, que tivéssemos perdido nossas almas…

― Ah! Você está falando de diabo e danação eterna! 

Edward a encarou, petrificado.

Carlisle, espectador daquele momento, acabou sorrindo grande. 

― Você é igual à sua avó! ― Carlisle falava com admiração.

― Você conheceu minha avó? ― Bella mudou o foco para o líder do clã.

― Eu a conheci em 1936. Atendi-a depois de se ferir na floresta. 

Por um segundo, Bella não disse nada. Então retribuiu o sorriso:

― Ela enfeitiçou você, eu aposto― Bella aproximou-se sem constrangimento do médico. ― Posso conferir? ― ela estendeu a mão. 

― Claro. ― ele assentiu.

Como naquela noite na campina, onde tentara fazer um pacto com Edward, Bella tocou o pulso de Carlisle, segurando-a. As pontas dos dedos da bruxa encostavam na palma da mão gelada quando ela disse: 

― Ah, vovó! Como eu sinto a sua falta… ― ela parecia consigo mesma em um sussurro lamentoso. ― É uma amarração simples, parece que ela sabia que havia um telepata entre vocês… ― Bella espiou Edward por baixo dos cílios grossos. ― Uma vulnerabilidade a mais, Eddy

Edward quase afundou na terra e uma risada de tremer as árvores escapou dos lábios de Emmett.

― Suas mudanças de humor serão minha morte, Bella. ― anunciou ele.

Ela largou Carlisle e calmamente se distanciou.

Com um ronronar alto, Peyote alcançou o grupo: enrolou-se nas pernas de Bella antes de se sentar com um olhar sério. Rosalie encarou o gorducho laranja como se fosse uma ameaça letal.

― Por favor, me diga que ele não fala. ― Rosalie gemeu baixo. 

― Infelizmente, não ― lamentou Bella. ― Ainda.  

― Maneiro. ― Emmett estalou a língua.

― Acredito que o assunto tenha desviado demais. Podemos prosseguir? 

Com certa dificuldade, Jasper largou a mão de Alice. Emmett, ao contrário do irmão, deu um empurrãozinho encorajador na companheira. Esme despediu-se de Carlisle com um olhar carinhoso e Edward, perdido em um turbilhão de pensamentos, encarou o chão. Ele não notara, mas os outros homens tinham sumido.

― Edward ― a voz doce de Bella o despertou. ― Posso pedir um favor?

― Sim.

― A que distância você consegue ler mentes?

― Alguns quilômetros, depende da minha conexão com a pessoa.

― Por favor, se distancie até não ouvi-las ― ela indicou as vampiras. ― Você não deve presenciar o ritual, nem mentalmente.

― O que acontece caso eu veja? ― ele não resistiu a curiosidade.

Esme e Alice caminhavam até a fogueira. 

Ousadamente, Peyote esfregava-se em Rosalie enquanto ela tentava caminhar e ignorá-lo ao mesmo tempo.

― Talvez eu te transforme em um sapo. 

― Rá-rá. Não caio mais nessa.

― Ah, que pena ― ela fez um beicinho. ― Bem, vamos? Nos vemos amanhã na Escola. 

Ele lambeu o lábio superior.

― Podemos conversar depois? ― pediu ele. ― Eu realmente gostaria de saber mais sobre essa questão de almas. 

Ela suspirou.

― Está se sentindo torturado, Edward?

― Talvez.

― Conversaremos depois, então. ― confirmou ela.

Com um último olhar, Edward disparou pela floresta.


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Notas finais do capítulo

Agora estou no Twitter também, sabiam? @socialisa_
Me contem: o que esperam para o ritual? Para as respostas? Estou doida para compartilhar mais com vocês!
Lisa x



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