Moonlight escrita por lisa gautier


Capítulo 11
Entreato


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Trago mais um capítulo! O título é repetido, mas o conteúdo é novo! Não se preocupem! Falando em novidades... Postei um conto Beward (parte 1 de 2) no Nyah! É 18+ e um tanto diferente de Moonlight. Interessado em ler? Você pode encontrar no meu perfil: é "Madame Hyde". Caso não queira procurar, aqui está o link:
https://fanfiction.com.br/historia/806044/Madame_Hyde/
Enfim! Vamos indo!
Boa leitura!



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CAPÍTULO DEZ: Entreato (2)

 

Charlie Swan adormeceu no sofá.

Perto das 21 horas, ele devorou uma quantidade obscena de macarrão e rapidamente cedeu ao coma dos carboidratos. A televisão continuou ligada, refletindo feixes de luzes enquanto tocava um programa qualquer sobre vida animal. Edward, sentado no degrau da porta dos fundos, mordeu o canto da boca antes de apoiar os cotovelos nas coxas. 

O vampiro estava ali há algumas horas. 

Muito parado, tal como uma estátua.

Ele encarou o gnomo de gesso, uma criatura gorducha e de chapéu vermelho, e sentiu compaixão: de certa maneira, ambos estavam já incorporados ao jardim. 

Será que Bella teria entendido o que ele quis dizer com “depois”? Será que ela compreendera o imediatismo das palavras dele? Não era novidade alguma que Edward fosse uma pessoa cronicamente ansiosa e questionadora; ele esperava, contudo, que tal traço não assustasse a garota. Ela era volátil, ele aprendera em poucos dias. 

Até que ponto se estendiam os poderes (e paciência) dela? O quão cansada ela estaria depois do tal ritual em busca do Sagrado Feminino? Ela voltaria esgotada? Saltitante? Em uma vassoura? Edward riu com o último pensamento. 

“... Não, Peyote! Gato bobo, vamos, cuspa isso!” a voz furiosa de Bella alcançou os ouvidos de Edward. Com clareza, ele identificou que ela estava a 750 metros de casa. Ele ficou de pé no instante, com grande expectativa. “Não, não, não! Nem pensar, senhor! Eu não vou carregar você!” miados de revolta ecoaram. “Eu também estou muito cansada, Peyote! Você veio porque quis!”. 

Levando em conta todo o cenário sobrenatural, seria muito assustador alcançar Bella na mata? De alguma maneira, desrespeitoso? Edward não estava espionando, é claro, mas não podia desabilitar suas habilidades vampíricas. 

Nenhuma garota deveria caminhar sozinha àquela hora, mesmo que fosse uma feiticeira habilidosa… E ela estava cansada, ele confirmara. Talvez aceitasse um atalho? Não. Edward sacudiu a cabeça. Estava sendo absurdo demais: Isabella Swan, com certeza, não aceitaria ser carregada por um vampiro. Mas era um ato cavalheiresco, não? Sim… E eles se conheciam há três dias! Não, não! Seria pular muitas etapas e ignorar toda a cortesia… Talvez acompanhá-la? 

Um formigamento desagradável subiu pelas pernas de Edward.

Ele era o norte e ela o sul; magneticamente, correu em sua direção. 

Em segundos, estava ao lado dela. 

E foi um caos: Bella rodopiou assustada, o casaco voando ao redor dos tornozelos, e puxou o punhal. Peyote, ao lado, ficou na ponta das quatro patas e arrepiou-se por inteiro, chiando alto. Edward cambaleou para trás, erguendo as mãos em rendição.

— Droga, Edward! Você quer morrer? — bufando, Bella guardou a arma. 

Ele sorriu torto.

— Seria uma grande ironia, não? 

Bella afastou uma madeixa de cabelos da frente dos olhos. 

— O que você está fazendo aqui? 

— Bem… Eu ouvi você se aproximando — ele deu de ombros. 

Ela franziu o cenho. 

— Você estava na minha casa?

— Sim. 

Os olhos de Bella dobraram de tamanho e ela pulou na direção de Edward: com mãos ansiosas, tomou a liberdade de inspecioná-lo como se fosse uma boneca de porcelana. Contou os dedos, olhou embaixo do queixo, analisou a firmeza dos braços e depois se esticou, procurando algo entre os cabelos dele. Edward se dobrava, sem nada questionar e internamente divertido. 

Bella o soltou depois de alguns minutos, cruzando os braços sob o peito: 

— Você não quer dizer dentro de casa, certo?

— Ah, não. 

— E você não tentou entrar?

— Não.

Ela soltou uma lufada de ar, cheia de alívio.

— Ainda bem. — e sorriu.

Edward franziu o cenho.

— Eu jamais feriria o seu pai ou qualquer outra pessoa, Bella.

Ela concordou. 

— Qual o problema, então?

Nada.

Então, ele entendeu. E acusou: 

— Você enfeitiçou a casa! 

Ela revirou os olhos.

— Olhe, Edward, eu confirmei essa noite que vocês, os Cullen, são vampiros decentes — ela disse. — Mas eu não tinha certeza de nada quando, há 2 dias atrás, realizei um ritual de proteção. Eu não seria doida de permitir que meu lar estivesse desprotegido! 

— O que aconteceria se eu entrasse na casa? — ele inquiriu.

Indiferente à pergunta, Bella se agachou e acariciou Peyote atrás das orelhas. 

Em silêncio, Edward refletiu se nunca seria capaz de pisar na residência Swan. Surpreso, notou que estava chateado com a perspectiva. Que sentimento estranho… 

— Estou esperando você anunciar os seus motivos — disse Bella ao voltar a caminhar, sendo seguida pelo felino laranja. O vampiro, ainda tomado de uma agonia adolescente, juntou-se à dupla. 

— Você disse que poderíamos conversar mais sobre almas. — respondeu simplesmente.

Ah! — ela arqueou as sobrancelhas em reconhecimento. — Agora?

— Talvez. 

— Quem sabe marcamos uma data? É meu terceiro dia em Forks e, caramba, não tive um minuto de tranquilidade.

— Desculpe o inconveniente, Madame Bruxa.

— Não é como se eu pudesse culpar vocês por existirem. — ela deu de ombros. 

— Não pode?

— Você sabia que existe uma lenda que sugere que as bruxas criaram os vampiros? Um experimento mal sucedido que virou maldição e logo nos prejudica. 

— Maldição? — ele riu baixo. — Obrigado pelo elogio.

— Ah, cale a boca, Edward! — ela deu um tapinha no ar. — Horas atrás você não acreditava ter uma alma. 

— De qualquer maneira, é encantador o quanto você ama vampiros. Você é assim também com os Quileutes?

Ela parou.

— Os Quileutes? Por que…? Pelo Sagrado, você está me chamando de racista? Edward Cullen, você tem muita coragem e nenhuma neurônio funcional! Que ridículo, que ofensa! — ela tornou a se mover, agora trotando furiosamente. — Para o seu conhecimento, eu sou judia! 

— Oh oh, relaxe! — ele deu uma corridinha leve. — Ninguém estava falando de etnia ou religião! Por que diabos eu sugeriria algo tão… vil? Jesus, Bella, você realmente espera o pior de mim!

Ela bufou.

Por que diabos — ela imitou a voz dele. — Por que diabos você citaria os Quileutes? Eles são apenas humanos… —  as palavras rolaram pela língua de Bella, desaparecendo conforme ela entendia o que ele estava falando. — Eles não são humanos?

Edward crispou a boca sugestivamente.

— Eu não senti nada quando estive em La Push — ela parecia confusa, piscando sem parar e mordendo o lábio inferior. — O que eles são? 

— Então, eu finalmente superei os seus conhecimentos? — ele sorria com satisfação.

— Pare de brincadeira!

— Não estou brincando.

— Vovó não tem registros a respeito dos Quileutes… — murmurou Bella para si mesma. — Vamos, Edward! Fale a verdade!

— Não, não — ele disse. — Vamos marcar aquela data, hum? Eu tenho uma informação, você tem uma informação: uma troca justa!

— Você está sendo maldoso! — ela acusou. — Eu estou exausta, você sabia? Além do mais, não estou pedindo uma aula e sim apenas uma definição! 

Ele negou.

— Eu vou descobrir sozinha, então!

— Boa sorte, bruxinha. 

— Não me chame assim!

— Mas você pode me chamar de Eddy? 

— Você está me dando nos nervos!

— Que bom.

— ARGH! — em um movimento de bailarina, Bella pegou Peyote no colo e se virou para encarar Edward. — Eu ainda não superei aquela historinha ridícula do projetor! Você é um vampiro… — ela pensou na palavra. — Argh

— Tsk, tsk… Lá vem você com essa história do projetor…

— Seu trapaceiro!

— Eu não roubei aquilo!

— Certo! — ela estava lívida de raiva. — Eu não acredito que o destino seja tão…

— Desagradável? — resmungou ele. 

— O que você disse? 

— Sua companhia já foi melhor, Swan. Suas modulações de humor…

— Quem me procura sem parar é você!

— Mentira!

— Carente, você é um vampiro carente! — ela completou aquela sentença inacabada. — Suas irmãs são muito mais divertidas, sabia? 

— Certo.

Nos braços de Bella, Peyote soltou um miado.

Até a casinha branca de dois andares, o silêncio reinou. 

Na entrada dos fundos, perto daquele gnomo rechonchudo, Bella tornou a falar:

— Sinto muito, ok? Eu estou cansada. 

Edward controlou os músculos faciais, evitando grandes expressões.

Ah! Talvez ela se importasse com ele

Não.

Controle, Edward.

Prematuro demais.

Adolescente demais.

Cresça, homem! Você não tem 17 (você tem quase 110)!

Comporte-se como o ancião que você é (mas era tarde demais).

— Tudo bem. Não fui muito delicado também, desculpe. 

Ela anuiu e soltou Peyote: a porta da casa abriu-se sozinha e com admiração Edward assistiu enquanto o gato marchava para dentro, rebolando e ronronando. Na sala, um coração e respiração trepidaram, anunciando que Charlie estava despertando. 

— Lobos, os Quileutes são lobos — disse Edward. — Não como lobisomens, mas lobos.

— Todos eles? Não. É impossível.

— Não entendo bem como funciona a dinâmica — disse ele. — Mas fizemos um tratado com o chefe, Ephraim Black, quando viemos para Forks nos anos 30. 

— Black? — ela refletiu. 

— Você conhece algum dos descendentes? 

— Sim. 

— Seja cuidadosa, então. 

Ela revirou os olhos.

— Minha bateria está quase no zero — ela disse. — Amanhã combinamos tudo, okay? Tudo escalonou muito rápido e meu cérebro ainda é humano. 

— Claro.

— E jamais tente entrar na minha casa sem ser convidado, entendido?

Ele riu. 

— Sim, senhora.

— Boa noite, Edward. 









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Notas finais do capítulo

Parte 1/2 do conto Beward:
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Lisa X



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