O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 7
Sexto capitulo: Desventuras em série part.2


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal, que hoje traz a segunda parte do capitulo de ontem.
Espero que tenham se divertido, com a confusão que a Amanda colocou o Daniel e hoje teremos o desfecho dela.

Beijos e boa leitura.



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Só consegui respirar aliviada depois que a viatura estacionou na calçada e dois policiais saíram dela, pois as pessoas ali presentes demonstravam estarem tão indignadas com uma violência inexistente, fruto de um completo engano, que temia que linchassem Daniel e se isso acontecesse...Deus, não quero nem pensar em algo assim porque me sentiria horrível se ele se machucasse por minha culpa.

—Recebemos um telefonema relatando um caso de violência contra mulher desse restaurante, isso procede? - o policial questionou sério, assim que se aproximou acompanhado de uma policial feminina.

—Sim, foi daqui sim policiais, aquele cara ali agrediu a noiva em plena luz do dia, os senhores precisam fazer alguma coisa para banir esse mal elemento das ruas. - Henrique disse sério e Daniel revirou os olhos, como se estivesse desesperado para resolver aquele mal-entendido e sair dali o mais rápido possível, algo que nós dois desejávamos.

—Já disse que não houve agressão alguma, foi apenas um mal-entendido. Será que posso por favor, sair daqui e ir pra minha casa. - disse com dor segurando minha mão direita evitando mexe-la, como Daniel havia me pedido para fazer minutos atrás enquanto esperávamos a viatura.

—Ainda não, senhora, precisamos averiguar a denúncia feita. Podemos conversar com o senhor? - a policial feminina pediu a Daniel que concordou se aproximando deles, deixando um pequeno espaço entre os três.

—O que o senhor tem a dizer sobre a acusação? - a policial questionou séria sem desviar os olhos de Daniel.

—Que ela não possui nenhum fundamento, policiais, foi um completo mal-entendido. Escutem, sou o delegado da polícia civil Daniel Souza, especificamente da delegacia de defraudações, posso comprovar o que estou dizendo mostrando meu distintivo a vocês, mas preciso que fiquem calmos e não atirem em mim enquanto faço isso, porque ando armado. Tudo bem? -Daniel pediu extremamente calmo com as palmas da mão para cima e os dois policiais se entreolharam, antes de concordarem.- Tudo bem, vou entregar meu distintivo primeiro e depois a minha arma, assim vocês podem conferir no sistema que estou dizendo a verdade como averiguar todos os meus antecedes criminais.

—Tudo bem, senhor. - a policial disse e devagar Daniel tirou uma carteira de couro do bolso da calça jeans que usava, entregando-a para um dos policias que a abriu revelando um brasão dourado da instituição contendo as armas da nação, ostentando os dizeres delegado de policia civil  e defraudações, em seguida com mais cuidado ainda ele tirou a arma da cintura e entregou a mesma policial, antes de entregar o distintivo para o colega que pegou o celular do bolso ligando para alguém.

Enquanto acompanhava tudo com o coração na mão, apavorada de que Daniel pudesse ser preso acusado de um crime que não cometeu tudo porque fui impulsiva, não pensando nas consequências dos meus atos e em como eles poderiam afetar as pessoas ao meu redor.

—E então, parceiro, a história confere? - a polícia questionou para o colega assim que ele afastou o celular do ouvido.

—Sim, parceira. Existe realmente um delegado Daniel Souza, na delegacia de defraudações e inclusive a delegada o conhece. A delegada quer falar com o senhor. - o policial disse entregando o telefone para Daniel que agradeceu, antes de atendê-lo.

—Sim, Suzana é o Daniel. Não está tudo bem, foi apenas um mal-entendido que está sendo resolvido. Entendo, posso passar aí depois para prestar os devidos esclarecimentos. Ótimo, obrigado, vou passar o telefone para os seus homens. - Daniel agradeceu entregando em seguida o telefone para o policial, que falou mais alguns instantes com a tal mulher chamada Suzana, antes de desligar e entregar a carteira de Daniel e sua arma.

—Desculpe pelo mal-entendido, delegado, mas como sabe é o nosso trabalho averiguar qualquer denúncia. - o policial explicou se desculpando e Daniel concordou.

—Não acredito que só porque esse cara diz ser delegado, vai se safar de uma acusação de violência? É por isso que esse país está essa bagunça. - Henrique disse indignando para os policiais que o olharam ofendidos, todos eles incluindo Daniel.

—O senhor na sua frente não se diz ser um delegado, ele é o delegado Souza, chefe da delegacia de defraudações, como qualquer cidadão sendo ou não da corporação ele não está acima da lei, por isso a acusação feita será encaminhada para a delegacia da mulher para a averiguação, seu estabelecimento tem câmeras, porque iremos precisar delas para a investigação.- o policial disse sério e olhei para Daniel mortificada, só de ouvir que ele iria ser investigado por uma falsa acusação.

—Daniel não pode responder por um crime que não cometeu, ele seria incapaz de me machucar. - assegurei para os policiais e todas as pessoas que estavam ali presente presenciando a confusão que havia arrumado.

—Entendemos senhora, só compreenda que é o nosso trabalho. Nos desculpe novamente, delegado Souza por todo constrangimento.

—Não se preocupem, entendo perfeitamente. Agora posso por favor, me aproximar da minha noiva?  Ela está com dor e assustada com tudo que viu, tudo que quero agora é me assegurar de que esteja bem. -Daniel pediu e os policiais concordaram, pedindo que Henrique se afastasse de mim o que ele fez a contra gosto, mas não esperei que o delegado se aproximasse de mim assim que me vi livre da proteção indesejada corri para seus braços, sem me importar com minha própria dor.

—Me perdoa, Daniel...Juro que jamais quis fazê-lo passar por isso tudo...Muito menos colocar a sua vida em perigo...Fui tão inconsequente. - solucei arrependida em seu peito, sentindo-o acariciar meus cabelos, enquanto chorava me sentindo culpada por tudo que o havia feito passar.

—Está tudo bem, pequena, isso já passou o que importa é que tudo deu certo no fim. Agora, vamos para o hospital, porque só vou conseguir ficar tranquilo depois que for examinada. - ele disse suave e beijou meus cabelos, antes de se despedir dos policiais e me conduzir para longe daquela confusão que havia armado, mas Daniel parou assim que passamos perto de Henrique.

—Tem certeza que se senti segura em ir embora com esse cara? - ele questionou me olhando com preocupação e o olhei séria, esquecendo a dor que estava sentindo.

—Claro que tenho certeza, Henrique, me sinto muito segura ao lado dele. Na verdade, me sinto mais segura com ele do que com qualquer outra pessoa e para sua informação, esse cara é o meu noivo, o homem com quem vou casar. Agora, por favor, me tira daqui, Daniel. - pedi cansada a ele que concordou.

—Vou tirar pequena, mas antes preciso agradecer ao Henrique, por ter feito o que se espera quando ocorre uma agressão a mulher, mesmo que no nosso caso tenha sido apenas um grande mal-entendido, parabéns por ter feito o seu papel como cidadão. Só tente ter certeza da acusação, para não cometer outro engano que poderia provocar uma tragédia se os policiais não estivessem devidamente treinados para atenderem uma ocorrência. - Daniel disse sério e Henrique concordou, antes de nos afastarmos do restaurante caminhando em direção a um carro que logo o delegado destravou e abriu a porta do passageiro para mim, ajudando-me a entrar e fechando a porta em seguida, correndo para o lado do passageiro e ocupando seu lugar dando partida para sairmos o mais rápido possível dali.

Assim que chegamos ao hospital, passamos pelas portas de vidros escuras e eletrônicas do mesmo, percebi que não se tratava de um pronto-socorro qualquer diante do refinamento do local que mais parecia um hotel do que um ambulatório.

—Não precisa de tudo isso, Daniel, já disse que estou bem e além do mais a dor já passou. - assegurei tentando escapar daquele local que deveria custar uma fortuna, uma que uma professora da educação infantil não tinha, ainda mais depois que caiu no golpe da falsa agência de viagem, mas Daniel simplesmente me ignorou enquanto se aproximava da recepcionista e pedia para ela ligar para o setor de ortopedia.

E não reclamei da sua atitude, afinal, depois do que o havia feito passar até eu estava querendo me ignorar por algumas horas.

—Com quem o senhor gostaria de falar nesse setor? - a recepcionista questionou com o telefone no ouvido, enquanto apertava uma tecla qualquer do teclado.

—Com a doutora Lima, por favor.

—Claro, só um minuto, senhor. - ela disse gentil e logo começou a falar com alguém do outro lado da linha, perguntando em seguida o nome de Daniel e informando para a pessoa com quem ela conversava, antes de desligar o telefone e entregar dois crachás a ele.

—A doutora Lima está esperando o senhor no quarto andar, sala catorze. - a recepcionista nos informou e agradecemos, antes de pegarmos o elevador e Daniel apertar o andar informado.

Sem dizer uma palavra Daniel me conduziu pelos corredores do quarto andar, em direção a sala informada pela recepcionista como se conhecesse o lugar, um fato que me deixou incomodada em saber qual seria a natureza da sua relação com essa tal de doutora Lima, mas como já tinha causado confusões demais para uma única tarde decide me manter calada.

Apesar da curiosidade e da dor que estava sentindo, me mantive calada durante todo o percurso até a tal sala na qual paramos na porta, em seguida Daniel bateu nele anunciando a nossa chegada e logo ela foi aberta por uma mulher alta usando um jaleco branco e dona de incríveis olhos azuis cristalinos, da mesma tonalidade dos de Sarah, ostentando um coque desalinhado e uma franja da mesma forma que ficavam perfeitos nela.

Sem dizer uma palavra, ela respirou aliviada e abraçou Daniel sem cerimônia, enquanto ele não parecia nem um pouco incomodado com a atitude da mulher desconhecida que o abraçava forte demais, demostrando que os dois tinham um certo grau de intimidade que ia além de uma amizade. E segurei a respiração, ao perceber quem deveria ser ela.

Era só o que me faltava, Daniel ter me levado para ser examinada pela sua amante?! Era muita cara de pau a dele.

Agora sim, ele estava merecendo um soco de verdade ou até ir preso.

—Não me dá mais um susto desses Dani. Quase morri do coração, quando a Verônica me disse por telefone que você estava na recepção querendo falar comigo com urgência. -ela disse suave se soltando de Daniel que revirou os olhos.

—Exagerada como sempre, Mari. - ele comentou implicando com ela que deu de ombros.

—Tenho razão pra isso. Afinal, você escolheu uma das profissões mais perigosas do mundo, sempre acho que vou receber uma ligação de alguém da delegacia dizendo que meu irmão caçula levou um tiro durante uma diligência. - ela disse preocupada e respirei aliviada ao ouvir sobre o parentesco do dois, me fazendo ficar imediatamente confusa diante do meu incomodo inicial.

Se bem que quando se tratava de Daniel, tudo parecia ser uma tremendamente confusa.

—Não precisa perder o sono por minha causa, Mari, sei dos riscos do meu trabalho por isso sou extremamente cuidadoso nele.

—É o que sinceramente espero, irmão...Mas quem é a sua amiga?  Se você não me apresenta eu mesma faço isso. - ela questionou curiosa me olhando de cima a baixo, antes de sorrir de forma maliciosa oferecendo sua mão direita a mim. -Olá, sou Mariana Lima, irmã do sua paquera.

—Mariana, não. - Daniel pediu envergonhado para a irmã que revirou os olhos, me fazendo sorrir.

—Prazer em conhecê-la, Mariana, sou Amanda Nunes, e não tenho nada com o seu irmão. - assegurei séria, apertando sua mão com minha mão boa.

—O prazer é meu Amanda, e vou fingir que acredito nisso. - ela segredou pra mim e piscou, me fazendo ficar sem reação diante das suas suposições.

—Não fantasia, Mariana, volta pra realidade. Amanda é amiga da nossa prima Sarah, ela se machucou na rua e a trouxe até aqui, para que desse uma olhada nela porque não sei se ela quebrou algum osso da mão. Tudo que sei é que ela está sentindo muita dor, pode por favor, lhe dar algo para aliviar seu sofrimento. - ele pediu a irmã que cruzou os braços olhando séria para ele.

—E eu sou mulher de dá uma olhada, Daniel?! Eu consulto as pessoas, agora entrem que vou atende-la, Amanda. - Mariana pediu suave se afastando da entrada, nos permitindo entrar no consultório em que estava.

Em seguida Mariana solicitou que me sentasse em uma maca que havia na sala, antes de se aproximar de mim para que pudesse examinar minha mão com cuidado, pedindo que flexionasse um dedo de cada vez informando a ela sempre que sentisse dor, ao realizar tal movimento.

—E então? -Daniel questionou preocupado, assim que sua irmã terminou de realizar os exames e foi a até a sua mesa, pegando um receituário e escrevendo algo em seguida.

—A olho nu me parece que Amanda não quebrou nada, mas vou pedir um raio x para termos certeza e assim poderei lhe receitar algo para a dor. Só que para isso preciso fazer algumas perguntas, tudo bem? - Mariana questionou e concordei séria, desesperada para que tudo aquilo terminasse e pudesse finalmente tomar um medicamento que aliviasse a minha dor. - Você tem alguma alergia a algum medicamento?

—Não. - disse segura e ela balançou a cabeça concordando.

—Ok. Você está grávida Amanda? - ela questionou séria desviando os olhos de mim, pra ver seu irmão mais novo em pé ao meu lado.

—Que tipo de pergunta é essa, Mariana? - Daniel questionou chocado para a irmã que deu de ombros.

—É a minha função como médica, Daniel. Não posso solicitar um raio x ou passar um medicamento sem ter certeza que a Amanda não está grávida. Já pensou nas consequências, se eu simplesmente ignorar os protocolos?! Posso colocar a vida dela e do seu filho em risco...E não me perdoaria se isso acontecesse por minha causa.

—Certo, mas algo me diz que está usando essa pequena desculpa para saber alguma coisa. Se quer saber é só perguntar, irmã ao em vez de ficar dando voltas.

—Tá legal. Vocês dois estão ou não juntos?

—Não, Mariana. E se a Amanda estiver grávida o filho não é meu. Satisfeita, agora, irmã?

—Não sabia que você gostava de ter relacionamentos modernos desse jeito, Adalberto, estou chocada. - Mariana disse abismada e Daniel levou as mãos a cabeça, como se pedisse paciência a Deus, antes de voltar sua atenção para a irmã.

—Você acabou de ouvir o que lhe disse, Mariana?! Não estamos juntos e ela não está esperando um filho meu, agora pode, por favor, terminar essa consulta porque se não percebeu a sua paciente está com dor.

—Tudo bem, senhor nervosinho. Além do mais, nem estava falando com você mesmo. -Mariana disse dando de ombros voltando sua atenção a mim, enquanto sorria discretamente da implicância dos irmãos Souza. - E então, minha querida, o que tem a me dizer?

—Que não precisa se preocupar, Mariana, tenho certeza que não estou grávida, porque não fico com alguém a um bom tempo.

—Tipo quanto tempo? - ela sussurrou curiosa para mim e sorri do seu jeito, que me fazia lembrar muito a louca da minha amiga.

—Três anos. - sussurrei suave para ela que assobiou alto me fazendo rir, virando para ver o irmão.

— Se liga Daniel Adalberto, será que vou ter que pedi-la em namoro pra você?! Você é tão esperto pra umas coisas e tão burro pra outras, pelo amor de Deus. - Mariana repreendeu o irmão séria, antes de pegar o telefone apertando algumas teclas e solicitando que alguém preparasse o setor do raio x, enquanto Daniel revirava os olhos diante do comentário da irmã.

Assim que desligou o telefone, Mariana solicitou que a seguíssemos em direção ao setor de raio x que estava à minha espera e concordei, quando chegamos ao local ela cumprimentou o responsável e informou o que desejava. Muito solicito o radiologista local, me explicou pacientemente quais seriam os procedimentos que realizaria, pedindo em seguida que a doutora e Daniel fosse para a cabine, enquanto ele indicava onde deveria ficar para realizar o exame.

Do local onde estava, percebi que Mariana estava em pé atrás do radiologista tendo Daniel ao seu lado, enquanto os três olhavam atentamente para algo, antes dos três começassem a falar sem que pudesse saber do que se tratava, pois o vidro que nos separava era a prova de som.

Assim que o exame terminou, subimos para a sala da irmã de Daniel e Mariana assegurou depois de analisar o raio x que havia feito, que não havia quebrado nada, mas que deveria fazer uso de anti-inflamatórios e uma munhequeira durante duas semanas, evitando assim agravar a pequena fissura que havia se formado depois do impacto.

—Agora que estão mais tranquilos por saber que não se machucou seriamente, Amanda. Gostaria muito de saber como foi que se machucou? - Mariana questionou curiosa colocando a munhequeira, longa com tala e tiras bilaterais, com extremo cuidado na minha mão, evitando provocar mais dor que já estava sentindo.

—Soquei seu irmão, porque ele me chamou de pequena. - disse dando de ombros e ela sorriu surpresa, antes de voltar seus olhos para Daniel que estava ao meu lado destacando um anti-inflamatórios e entregando-o a mim que o coloquei na boca, aceitando em seguida o copo de água que me oferecia.

—Para ser sincero, Amanda, o que chama de soco nem deve ser considerado isso, tudo que fez foi se machucar quando disse a verdade. - ele disse implicante e rosnei furiosa, sabendo que não podia bater nele com minha outra mão ou acabaria me machucando de novo.

—Você é um idiota, sabia?! Não sei como alguém consegue te suportar.

—Eu tenho carisma, pequena. - ele disse implicante e Marina soltou a minha mão com cuidado, sorrindo em nossa direção, nos fazendo esquecer da nossa implicância interna.

—E vocês dois agindo desse jeito, não estão juntos mesmo? Conta outra. Vocês podem não perceber, mas pra mim que estou de fora, consigo ver que estão caidinhos pelo outro só são orgulhos demais para admitir. Estão agindo igualzinho meus pais e os dois já estão juntos a anos. - Mariana disse empolgada enquanto olhava para Daniel e ele para mim.

—Não estamos juntos. - dissemos juntos e Mariana sorriu sem acreditar no que havíamos acabado de falar.

— Tá bom, vou fingir que acredito nisso. Só pra senhora saber dona Amanda, meu irmão caçula pode não ter herdado os olhos azuis característicos da família Souza, mas ele ainda é muito bonito e um tremendo bom partido. Sei de pessoas aqui nesse hospital que matariam por uma chance de sair com o Dani e você desperdiçando essa oportunidade.

—Mariana?! O que você está fazendo? Ficou doida? - Daniel questionou vermelho diante da fala da irmã, enquanto ainda tentava entender o que estava havendo ali.

—Não, Daniel Souza, só estou cuidado de você. Porque pelo jeito, está tão cego e focado no seu trabalho que não consegui ver nada diante do seu nariz. Além do mais, você já está com trinta dois anos devia pensar em começar a construir sua própria família, se não sabe quero muito ser tia e você me deve isso, afinal, já te dei dois sobrinhos.

—Já chega, Mariana. Sei todo o seu discurso de cor, depois fica se perguntando por que não te visito mais e é por causa desse tipo de coisa, por querer controlar cada passo da minha vida como se ainda fosse criança, mas se não percebeu já sou um homem feito. Vamos Amanda, tenho certeza que depois do dia de cão que tivemos hoje, tudo que deve estar desejando agora é ir para casa. - Daniel disse sério me ajudando a levantar da cadeira em que estava sentada e concordei, antes de agradecer a Mariana por ter me atendido.

—Esperem, vocês esqueceram as receitas. - Mariana disse abalada pelas palavras do irmão, caminhando em nossa direção com dois receituários, entregando um para mim e outro para Daniel que a olhou confuso. -Amanda, não esqueça de tomar os anti-inflamatórios direitinho, evite bebidas alcoólicas porque elas cortam o efeito do remédio e se algumas coisa mudar no seus status de solteira, lembre-se use proteção porque os remédios que passei cortam o efeito de qualquer anticoncepcional que tomar, a data do seu retorno está no receituário assim como meu número pessoal e profissional, qualquer coisa que sentir, por favor, não hesite em me ligar.

—Tudo bem, Mariana, e obrigada por cuidar de mim. - disse agradecida e abracei a irmã de Daniel sem cerimônia, deixando-a surpresa por alguns instantes retribuindo meu gesto em seguida, antes de nos separarmos e ela parar na frente do irmão olhando sem seus olhos escuros.

—Você me receitou duas taças de vinho? É sério isso, Mariana?!- Daniel questionou desviando os olhos do receituário para ver a irmã que deu de ombros.

—Você parece estar precisando delas. Olha Daniel, sei que sou chata e sufocadora, mas tudo que desejo é vê-lo feliz. Meu sonho sempre foi ter um irmão, mas nossos pais não queriam mais filhos então, no alto dos meus dez anos, troquei os anticoncepcionais da mamãe por balinhas para que meu irmãozinho nascesse...E nove meses depois eu ganhei você...Um irmão maravilhoso que é muito mais do que sonhei quando pequena...Só me desculpe se fui invasiva de novo, estou tentando melhorar e ser um boa irmã para você, porque te amo.- Mariana disse sincera com os olhos claros vermelhos, denunciando que ela estava prestes a chorar a qualquer momento.

Com cuidado, Daniel se aproximou da irmã e a abraçou com força, dizendo o quanto a amava e que a perdoava por ser invasiva em sua vida. Os dois ficaram abraçados por alguns instantes, antes de se separem e nos despedirmos de Mariana saindo em seguida.

—Me desculpe pelas coisas que minha irmã falou, Mariana tem tendências a ver coisas onde não tem e se meter na minha vida como ninguém. - ele pediu sério assim que entramos no elevador.

—Tudo bem, irmãos mais velhos tendem a ser sufocantes com seu excesso de zelo. Pelo menos você só tem uma irmã mais velha, imagine se tivesse dois. - sugeri pensando nos meus próprios irmãos que eram uma versão mais leve da irmã dele.

—Por Deus, não. Tenho certeza que não aguentaria duas Marinas na minha vida.

—Eu sei, mas tenho certeza que não saberia viver sem a Mariana na sua vida, não é mesmo? - questionei suave e ele suspirou concordando.

—Não, eu amo aquela doida mais do que tudo no mundo. Também sou louco pelos sobrinhos maravilhosos que ela me deu, mesmo que fique furioso com Mariana por se meter na minha vida, sei que tudo que faz é pensando no meu bem.

—Meu avô sempre diz que irmãos não podem ficar brigados, pois um é a força vital do outro, o complemento que nasceu depois para que houvesse harmonia na família. - disse suave e sorri ao me lembrando do meu avô, por quem havia cometido a loucura de inventar um noivado falso.

—Seu avô tem razão. Ele parece ser uma pessoa incrível e muito sábia, não vejo a hora de poder conhecê-lo.- Daniel disse suave antes do silêncio tomar conta do elevador, me fazendo imaginar como seria quando fosse apresenta-lo a toda a minha família.


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Notas finais do capítulo

Quem ai concorda com a Mariana, sobre o Daniel e Amanda?
Deixem suas respostas nos comentários.
Beijos e até amanhã.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



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