Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 8
Capítulo 8 - Nos passos do Mago




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Fevereiro, Ano 798 do Calendário Universal

 

HEINESSEN

Lena,  Dieter e Nathan foram com a Beowolf para Heinessen, lá eles desceram camuflados. Yang Wen-Li fora convocado para um interrogatório imposto pelo governo de Heinessen e breve chegaria ali. A missão de Lena e Dieter era se infiltrarem na Aliança e mais especificamente na frota de Yang.  Para isso teriam que conseguir identidades confiáveis. Conseguiram algo provisório utilizando a base de dados do Império, mas para a operação que iriam desempenhar teriam que ter acesso a central de dados da Aliança.

Lena usando o uniforme da Aliança conseguiu entrar na área militar, ela memorizou mapas e entradas. Discretamente quando precisava de acesso a um local proibido ela tirava um pequeno aparelho que capturava os códigos e senhas. Finalmente após muito cuidado ela conseguiu chegar área de processamento. Sem chamar a atenção ela tirou um crachá de acesso do uniforme, pendurou na jaqueta e se aproximou de dois homens que estavam ali, em seguida prestou continência:

— Tenente Aleksandra Samusenko, me chamaram para reconfigurar a rede e aplicar os códigos de segurança no sistema.

— Outra vez? Estas porcarias vivem dando problema - reclamou um dos homens de cabelo grisalhos e olhos escuros.- Sente-se ali - ele apontou para um terminal vazio.- Faça o seu trabalho.

Lena não poderia ficar mais feliz, ao sentar-se ela começou a mexer e acessou o banco de dados da Beowolf para transmitir e conectar tudo. A partir dai ela realmente reconfigurou a rede.

— Esta segurança é péssima, até uma criança pode invadir fácil. - Lena falou pra si mesma, enquanto isso ela começou a digitar rapidamente - o homem que falara com ela a olhou espantado e sorriu para o outro comentando: 

— Acho que desta vez resolve de vez.

Lena concentrada passou fazer todo o seu trabalho, após umas duas horas, finalmente ela se levantou e disse:

— Feito. - os homens a olharam espantados, ela sorriu. - Até logo senhores, qualquer problema contatem, mas acredito que não terão mais preocupações. Foi um prazer  - ela ajeitou o óculos que usava como disfarce e saiu dali. Ao passar pela porta ela avisou a Dieter e Nathan pelos fones.

— Completei a missão estou retornando.

Ela vai imediatamente ao Hotel combinado. Chegando lá encontrou os rapazes a aguardando.

— Vou fazer nossas identidades e ficaremos em meio aos esquadrões independentes que serão enviados a  Iserlohn. - ela pegou o notebook e começou a trabalhar, estalando os dedos de vez em quando. Ela sentiu falta de usar os cabelos coloridos e as unhas negras,  seus piercings e colares. Todavia era necessário deixar tudo para trás.

— Hélene Viannay esta será a minha nova identidade e esta será a sua Dieter, Dieter Dengler. Agora aguardar a chegada de Yang para solicitarmos a transferência.

Dieter acabou saindo do local, deixando Nathan e Lena a sós. Neste momento Nathan a questionou:

— Lena você sabe a importância desta missão, você apesar de não ter treinamento militar a preparamos para isso. Você vai encarar seu passado, está preparada para isso?

Ela respirou fundo, sabia o que devia fazer e quem iria encontrar, mas ao lembrar o desespero que foi  sair de Odin e olhar para trás e ver o planeta se desintegrando a sua frente. As vozes, ela tinha pesadelos com as vozes de desespero gritando por ajuda e ela apenas estender a mão pelo vidro da nave que fugia rapidamente de Odin.

— Estou pronta Nathan.

 

Abril, Ano 798 do Calendário Universal

Lena e Dieter se infiltraram com sucesso nos alojamentos militares e aguardaram lá o desenrolar do interrogatório de Yang, enquanto isso seguiram a rotina do local. Finalmente o dia chegara, Yang fora mandado de volta a Iserlohn em caráter de urgência para reprimir as forças do Império. Lena deu um jeito de ficarem especificamente na tripulação da nave que levaria Yang a Fortaleza, seria o único lugar seguro. Ela pôde ver Yang pela primeira vez e não acreditava que estava diante de uma lenda, era apenas uma pessoa bem comum. Seu avô falava com tanto orgulho dele e seus feitos e o quanto ele era uma pessoa integra. No fundo Yang era um pessoa que queria o fim da guerra, mas lutava para manter a bandeira da democracia. Isso causava um paradoxo, pois ele era forçado a lutar para manter seus ideais.

Numa oportunidade quando estavam sozinhos ela comentou com Dieter

— Estes políticos são podres, e aquele nojento do Rubinsky querendo plantar a semente da discórdia contra Yang  - ela pegou a boina, tirou da cabeça e apertou com a mãos. - Yang só queria sobreviver, não tinha ambição nenhuma como Reinhard.

— O azar de Yang é ele ser o único capaz de rivalizar Reinhard - disse Dieter- muitos do alto escalão militar da Aliança são incompetentes e invejosos.  Os políticos tem medo do herói Yang e ironicamente o querem destruir, mas não podem pois precisam dele. São como você disse, podres Lena.

— Hélene - ela corrigiu - estamos em operação cuidado Dieter.

Ele acenou com a cabeça.

— Vamos presenciar a guerra das Fortalezas, fico triste por Geiesburg e as pessoas. Se tudo acontecer como previsto, Merkatz vai dar um show a parte com a Hyperion e Muller quase vencerá. Bom vai ser agitado, mas vamos conseguir. Nós não, Yang.

Por fim finalmente chegaram próximos a Iserlohn que resistia bem aos ataques do Império e o que viram na sequencia foi digno de aplausos, Yang mandou disparar nos motores da Fortaleza Geiersburg parando seu movimento, as naves imperiais tentaram fugir, mas explodiram. Por fim veio o tiro fatal da Fortaleza Iserlohn contra a outra fortaleza. E então eles escutaram os gritos dos soldados na nave que estavam.

— É a  mágica do Almirante Yang!!!

Lena e Dieter sabiam o que viria a seguir e apenas tiraram suas boinas em respeito aos soldados que morreriam,  a fortaleza de Geiesburg explodiu na frente deles. Lena fechou os olhos para não ver mais aquela cena, mas logo se recompôs teria que ficar atenta ao que viria. Merkatz chegou a nave deles e Yang iria para a Hyperion.

Era o fim da batalha e finalmente retornaram a Iserlohn. Ao passar a camada de metal líquido já era possível ver o quanto diferente era aquele local da época do futuro, havia vida na Fortaleza. Ao desembarcar e adentrar viu tudo funcionando com várias pessoas, aquele burburinho em todos os locais. A visão fazia bem a Lena, por um momento ela abriu um sorriso. Eles ficaram ali dias se adaptando e tornando parte de tudo aquilo. 

Lena e Dieter foram numa manhã tomar café e ali Lena reconheceu aqueles que ela sempre escutara os nomes desde criança, Poplan e Konev conversando alegremente.  E então ela o viu chegando junto aos dois pilotos, tinha se preparado, tinha escutado a si mesma várias vezes,  mas mesmo assim ver ao vivo seu avô ali jovem e cheio de vida lhe dava um sensação estranha.  Agora ela sabia como Elizabeth, Richard e Nathan se sentiam.  As imagens dela criança com ele a pegando no colo e brincando a fez ter uma turbulência de emoções.

“Não posso ficar aqui” - Lena pensou, ela pegou a bandeja e subitamente se levantou para sair dali, mas uma pessoa vinha logo atrás e ela derrubou todo o conteúdo nele.

— Ah como sou desastrada - ao colocar os olhos naquela pessoa reconheceu Schönkopf, ela arregalou mais os olhos. Imediatamente pegou um guardanapo para ajudar a limpá-lo. - Mil desculpas senhor.

Todos voltaram sua atenção a eles dois, tudo que ela não queria, Schönkopf sorriu e apenas disse:

— Não se preocupe, vou trocar de uniforme - ele a olhou e falou em seguida - pode me recompensar mais tarde com uma bebida.

Lena lembrou das histórias sobre a fama de Schönkopf em relação as mulheres.

— Quem sabe? - Lena sorriu e viu Schönkopf saindo do recinto, mas não percebera alguém atrás dela. Quando escutou a voz, sabia que não tinha mais para onde fugir. Era seu querido e amado avô.

— Cuidado com ele. - ela se virou e o encarou,  os olhos ficaram marejados de lágrimas e segurava para não derramar. Ele percebeu. - O que foi ? Ele fez algo?

— Não, não senhor, está tudo bem, muito obrigada.

— Qual seu nome?

— Tenente Hélene Viannay.

— Contra Almirante Dusty Attenborough.

Poplan ao longe riu da situação. Dieter apenas permaneceu sentado e não interferiu, se manifestaria apenas se a machucassem.

— Agradeço novamente - ela estava com as pernas bambas. Dentro da naturalidade ela saiu o mais rápido dali. Em sua cabine ela desabou a chorar.  A saudade era grande demais, ela amava demais seu avô, sua mãe e ela o acompanharam durante toda a época no hospital até sua morte. Ela devia ter uns 8 anos, todo o tempo que ficaram juntos ficou marcado.  Ela tirou do uniforme a chave da sorte herdada por ela pelo avô.

Dusty Attenborough no refeitório teve que aguentar as piadas  de Poplan, mas ficou intrigando com aquela garota, não sabia explicar.

“Porque ela ficou naquele estado? Schönkopf será que cortou o coração de mais uma?”

 

Lena e Dieter começaram ao acesso a rede da Fortaleza, por ali ela poderia controlar tudo, inclusive as armas.  Mas o que queria mesmo era poder ter acesso as mensagens vinda de Heinessen e transmissões de Yang para lá.

Passado uns dias, Lena em certo momento encontrou Frederica, ela estava tentando fazer o chá para o Almirante Yang, mas parecia que tinha acabado o estoque na copa.

— Precisa de mais chá Tenente? - Lena perguntou.

— Sim, parece que acabou.

— Não se preocupe eu vou buscar rápido - Lena foi bem ligeiro conseguir o que precisava, retornando pouco tempo depois. - Aqui Tenente - ela entregou os pacotes.

— Muito obrigada.

— Não foi nada, é para o Almirante Yang não?

— Sim.

— Tenho uma grande admiração por ele. E não apenas pelos famosos milagres, mas por salvar várias pessoas, entre elas eu em El Facil.

Frederica arregalou os olhos.

— Você estava lá também?

— Sim

— Que coincidência, eu estava lá - ela sorriu - eu era uma garotinha.

— Eu também, só sentia muito medo na época com toda aquela confusão e gritaria das pessoas. O Almirante soube nos conduzir bem para nossa segurança. Eu sou eternamente grata a ele. Por isso faço questão de servi-lo, é o mínimo para retribuir por tudo. Vou retornar aos meus afazeres Tenente.

— Novamente obrigada - Frederica a viu partir.

“São tantas pessoas que ele salvou, incluindo a mim mesma.” - pensou Frederica.

Lena não conseguia deixar de sentir admiração por Frederica, ela foi uma mulher de fibra na história, que seguiu fortemente os ideais de Yang.


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