O portal estava finalmente construído e pronto, estavam todos preparados para atravessar e rumar ao passado. A nave Brunhild assim como Barbarossa e Beowolf, iriam sem camuflagem, pois a energia requerida poderia afetar o processo e ai não teriam como usar a invisibilidade no passado.

As três naves partiram de Iserlohn passando pela camada metálica gerando um reflexo. Elizabeth estava comandando Brunhild, Nathan estava no comando da Beowolf e Zimmermann era responsável pela Barbarossa, onde Richard estava também.

— Abrir o portal - Richard ordenou aos subordinados, ele mesmo de um computador acompanhou os gráficos com diversas informações físicas sobre o portal, como potência, entre outros

— Ajustar campos magnéticos, acionar lasers - o portal começou aos poucos se formar, Richard mexeu rapidamente nos controles e ordenou- controlar a frequência.

— Força gravitacional aumentando, padrões atômicos ainda dentro da normalidade- falou um dos cientistas - espaço deformando, leitura de distorção do tempo.

O espaço dentro do portal começou a modificar, a imagem das estrelas ficou cada vez mais borradas e concentradas num ponto, o processo ocorreu até a distorção total, restando apenas um buraco escuro.

— Portal criado com sucesso e estável.

Richard olhou sem acreditar, ele conseguira, um dos maiores feitos na ciência.

— Elizabeth e Nathan atravessem, iremos atrás para fechar o portal - falou Richard.

Brunhild foi a primeira a atravessar seguida de Beowolf.  Richard olhou para Zimmermann e acenou com a cabeça para prosseguirem

— Em frente - ordenou Zimmermann aos oficiais.

Era um túnel escuro, esta era a sensação de atravessar aquele portal. Finalmente ao fim havia novamente as estrelas. Levou cerca de alguns minutos para os corpos se ajustarem, Richard olhou o computador em busca da data pelas constelações. O computador logo forneceu o resultado

02 de outubro, Ano 795 do Calendário Universal

— Chegamos certo, conseguimos! - Richard vibrou demais, era como viver um sonho.

— Nenhuma nave a curta distância senhor - falou o subordinado de Zimmermann - mas precisaremos ficar invisíveis logo, há uma frota imperial a caminho do ponto onde estamos.

Na tela Elizabeth e Nathan apareceram:

— Temos que ser rápidos - disse Elizabeth - confiram rapidamente se o principal está funcionando e camuflem.

Imediatamente as naves ficaram no estado camuflado após a checagem das funcionalidades vitais das naves. Elizabeth a bordo da Brunhild ordenou:

— Rumo a Odin.

Eles estavam no corredor de Iserlohn, mas distantes da Fortaleza. O salto temporal também os deslocara para o local que acreditavam estar com menos movimentação de naves. Apesar da camuflagem tinham que tomar cuidado de não interferirem nas naves do império que encontrassem no caminho.

Elizabeth, Zimmermann, Richard e Nathan encontravam-se de pé na ponte de comando da Brunhild.

— Nunca imaginei usar o mesmo local que meu avô usou, foi aqui a bordo desta nave que grandes batalhas decidiram o destino da galáxia.

— Estamos numa posição privilegiada de vermos grandes fatos históricos - respondeu Nathan.

— Sim, e por isso temos que ter cuidado com cada detalhe ou será o fim de tudo - expôs Zimmermann, ele abriu o painel na frente de onde estavam. - Você tem certeza de que quer fazer isso Elizabeth?

— Um Lohengramm sempre deve estar no campo de batalha, já dizia meu avô. Além do mais, acredito que uma abordagem feminina deva ser mais receptiva pelos dois. Nosso plano como já discutimos será irmos ao planeta Soest com destino o satélite de Kreuznach III, utilizaremos o transporte em Odin e já poderei fazer o primeiro contato com Siegfried Kircheis, pelos registros ele deve chegar por volta do dia 3 de novembro. Se tudo ocorrer como espero, irei para ao Hotel Wasserhorst, onde ele estará. Mas tomarei cuidado para deixar tudo ocorrer como deve ser com Keyserling. Nathan vai um dia antes.  Minha nave irá nos acompanhar e permanecer por perto em caso de emergência.

—Liz acho que de agora em diante, você precisa se acostumar a chamá-lo pelo nome, Reinhard - disse Nathan - vai ser difícil pra mim também se encontrar meu avô ou avôs, mas temos que ser cuidadosos.

— Sim - ela assentiu com a cabeça - você tem razão, espero não confundir Musel com Lohengramm. Teremos de ficar no resort em Kreuznach III até Siegfried e meu ...Reinhard partirem.

— Vocês estão certos de expor o futuro assim a Siegfried? Como ter certeza que ele não lerá a carta antes do tempo e depois dirá tudo a Reinhard? - questionou Zimmermann.

— Siegfried é honrado e leal, não dirá nada até ter certeza. Ele vai nos investigar, por isso temos que estar dois passos na frente dele - respondeu Richard.

—Além do mais está no sangue de Siegfried confiar em um Lohengramm - disse Elizabeth sorrindo- eu tenho a sensação que dará certo. Mas agora precisamos ir para Odin resolver nossos problemas de dinheiro e identidades. Lena terá que hackear os sistemas do império para resolver isso.  Precisaremos comprar roupas e nos prepararmos para a viagem até Kreuznach III.  A prioridade é Lena, sem ela não teremos nada.

Lena até o momento estava quieta, apenas ouvindo todos eles. Mas era o momento dela se manifestar.

— Eu preciso chegar a um dos terminais do império. Este será o problema.

Todos pensaram numa saída e aí então Elizabeth olhou para Richard e sorriu, a resposta era óbvia e estava diante dela.

— Tive uma ideia - ela começou a falar - Richard pode fazer isso facilmente.

— Como assim? - abordou Richard sobressaltado.

— Reinhard alcançou neste momento a condição de Alto Almirante e está em preparativos para a batalha de Astarte.  Se você vestir um uniforme e ajeitarmos um pouco aqui e ali você ficará idêntico a ele e terá acesso a qualquer local que precisarmos - explicou Elizabeth. - A simples aparência já fará as pessoas reconhecerem e não questionarem. Nós estudaremos tudo, mapas do ministério, horários, parte histórica, temos acesso a todos os dados. Basta termos uma oportunidade e adentraremos lá. Assim que Reinhard sair nós entramos.

— Você é louca Liz se acha que posso fazer isso.

— Temos que aproveitar sua semelhança Richard. Você se recorda que vovó foi enfática nisso e disse que era importante você vir. Certamente ela sabia que o usaríamos para se passar por Reinhard. Vai dar certo.

— Então vamos, não temos tanto tempo, precisamos agir rápido - disse Nathan, Richard a contragosto acabou aceitando.

No futuro aprimoraram a velocidade das naves, mas as viagens Odin - Iserlohn ou Phezzan - Heinessen ainda eram longas. No passado gastavam em média trinta dias para chegar de um ponto a outro. No futuro isso se reduziu para a metade, mas mesmo assim ainda era uma longa jornada. Conseguiram chegar a Odin cerca de duas semanas após a volta no tempo. Ver Odin parecia uma renovação de esperança em toda tripulação.  Elizabeth e os outros decidiram mandar apenas duas pessoas da tripulação para coleta de dados. Felizmente tinham algumas roupas antigas que fora estocada em Iserlohn e alguns uniformes do antigo império.

Após uma semana de análise conseguiram mapear toda a rotina de Reinhard e Siegfried, a grande dificuldade foi adentrar dentro do espaço militar, era uma área enorme como uma cidade, tinha residências para os oficiais de alta patente, cafés, lojas e numa área bem mais restrita ficava o prédio do ministério da guerra em formato de um octógono. Analisaram pessoas que entravam e saiam e clonaram passes de acesso.  Estudaram todos os mapas conhecidos e acharam os locais mais fáceis e prováveis de efetuar a missão.  Richard neste tempo estudou vídeos antigos de seu avô para pegar todos os trejeitos. Trabalhou entonação de voz e até mesmo forma de se movimentar. Seus cabelos foram ajeitados para ficar exatamente iguais a de Reinhard. Finalmente chegara o grande dia. Eles iriam esperar Reinhard sair do ministério da guerra por volta das 18 hs, todos os dias era mais ou menos a mesma rotina. Ele e Siegfried pegavam um carro e se dirigiam para o local próximo dali e no dia seguinte eles retornavam pontualmente 8 hs da manhã.

Richard colocou o uniforme do império e ajeitou os cabelos, se olhou no espelho e nem ele acreditava no reflexo de si mesmo, ele tinha quase a mesma idade de Reinhard naquele ponto do tempo. Estava uma cópia fiel do avô. Ao sair encontrou todos na ponte da Barbarossa, até Zimmermann ficou surpreso com a semelhança. Ele abriu o canal para as outras naves, logo Elizabeth e Nathan surgiram.

— Você está perfeito Richard - falou Nathan.

— Richard está perfeito, está pronto? - perguntou Elizabeth.

Richard começou a gesticular e falar como Reinhard, ela sorriu, queria ver sua avó ver o neto assim.  Lena entregou um dispositivo a Richard.

— Assim que conseguir achar um terminal grude isto nele que o resto eu farei - o dispositivo era menor do que um botão e bem fino, bastante discreto. Boa sorte Richard.

Eles conseguiram trocar as placas de ouro que carregaram por dinheiro e assim alugar um carro. Optaram por uma van e a disfarçaram de serviço de entrega de tortas e doces. Nathan estava como motorista e usava óculos escuros e Elizabeth estava ao lado no banco de passageiros. Ela tinha prendido os cabelos totalmente num coque.  Richard estava na van na parte de trás, os vidros eram cobertos por adesivos de propaganda e assim ele estava fora da vista de qualquer um. Eram 17:54 hs, breve Reinhard e Siegfried deixariam o Ministério. Eles decidiram parar duas quadras da entrada do ministério e fingiram estar ajeitando a van. 

Já eram 18:10 e nada de Reinhard aparecer, finalmente deu 18:30 hs e o carro com os dois saiu do ministério.  Passado 15 minutos eles abriram a porta da van e avisaram a Richard para ir.

— Estaremos aqui acompanhando tudo- disse Nathan.

— Se cuide e lembre-se, se ver que qualquer coisa pode dar errada, dê meia volta e volte, é uma ordem - falou Elizabeth.

Ele assentiu e seguiu em direção aos portões do Ministério e então parou e com uma voz autoritária ele disse ao guarda.

— Esqueci um papel importante lá dentro preciso buscar - os dois guardas fizeram continência e nem olharam muito para ele.

— Sim Almirante. Está sem carro?

— Decidi vir a pé. Preferi andar um pouco.

— Sim senhor.

Richard andou calmamente até a entrada era uma longa distância, finalmente ele chegou e começou a subir as escadarias quando deu de cara com uma figura que ele só viu por imagens no computador, sentiu um calafrio percorrer o corpo. Era o almirante da frota imperial Gregor von Mückenberger.  Richard imediatamente bateu continência.

— Ainda por aqui Almirante von Musel?

— Sim senhor, esqueci um documento e breve estarei indo embora.

— Entendo, então boa noite - o homem desceu as escadas, mas parou e se virou perguntando. - Como estão os preparativos para Astaste?

— Tudo dentro do cronograma senhor.

— Ótimo, nos vemos depois - finalmente ele partiu. Richard teve a sensação de alívio.

Ao adentrar no ministério da Guerra começou a percorrer os locais, os guardas pareciam nem se importar. Richard foi até um local tranquilo e utilizou o dispositivo de comunicação e murmurou bem baixo.

— Para que lado devo ir?

Lena dentro da Van com seu notebook digitou rapidamente várias coisas até achar o que procurava.

— Vá até o final deste corredor e vire a esquerda, haverá outro corredor com três portas, entre pela maior.

Richard escutou as instruções de Lena e prosseguiu pelo caminho, finalmente ele chegou a porta que procurava, mas estava com um aparelho de proteção para entrada.

— Pegue o decoder e coloque em cima dele - ordenou Lena.

Richard olhou para os lados e pegou o decoder e fez como ela pediu. Imediatamente no aparelho começou a aparecer diversos códigos aleatórios, mas travou em um número. Richard entendeu que aqueles números eram o código de acesso. Ele digitou e conseguiu finalmente entrar pela porta, ele guardou o decoder fino dentro do uniforme. Lá dentro havia algumas pessoas circulando, mas novamente pareciam não se importar com a presença de Richard, prestavam continência e seguiam em seus afazeres. Este se aproximou de um dos vários computadores e pressionou o dispositivo que trouxera consigo com os dedos bem discretamente atrás da CPU.

— Perfeito Richard deu certo. Pode sair daí - falou Lena.

Aliviado ele saiu e percorreu calmamente o mesmo percurso que fizera.

Ele desceu as escadas da entrada do Ministério rapidamente e se encaminhou ao portão de saída, quando escutou alguém:

— Excelência, excelência - a pessoa com passos rápidos o alcançou. Richard amaldiçoou, ele então se virou e deu de cara com aqueles olhos heterocromáticos.

"Oskar von Reuenthal, mantenha a calma" - pensou ele, que deu um leve sorriso para Reuenthal. Os olhos de rapina como que prontos para atacar sua presa indagou:

— Está sem o Comandante Kircheis hoje?

— Na verdade esqueci uns papéis e vim pegá-los.

— Estou indo ao bar dos oficiais, gostaria de me acompanhar numa bebida? Mittermeyer precisou ir mais cedo para casa por causa da Sra Mittermeyer.

Foi então que Richard escutou algo preocupante em seus fones imperceptíveis.

— Droga Kircheis apareceu!!!!! Mas porque...vou distrair ele Richard saia o mais rápido possível daí - falou Elizabeth.

Richard olhou para Reuenthal  e respondeu:

— Por que não?

Reuenthal ficou realmente surpreso, Reinhard nunca fora de sair para beber, algo o intrigava e queria pagar para ver. Reuenthal deu um sorriso e ele levou Richard até um carro. Ambos entraram e então o motorista iniciou a partida.

Enquanto isso Elizabeth saiu rapidamente da van e caminhou em direção ao carro em que Siegfried estava e quando o carro estava bem próximo a entrada do ministério da guerra, ela fingiu um desmaio e caiu. Siegfried mandou parar o carro e saiu correndo para acudi-la. 

— Senhorita - ele mexeu levemente seu rosto.

 Ela abriu os olhos levemente e balbuciou: 

— Estou muito tonta por favor me ajude a ir até ali - ela apontou para uma pequena cafeteria ali na esquina. - Preciso beber um pouco de água.

Sem pensar duas vezes Kircheis a ajudou a levantar-se e segurando seus braços a auxiliou a ir até a cafeteria. Quando estavam quase entrando ela viu o carro preto passando, e a imagem do seu irmão no banco de trás. Ela fingiu estar tonta e se segurou no braço de Siegfried que a apoiou.

Richard ao sair procurou manter a conversa com Reuenthal de forma que este se focasse nele e não na rua, senão veria Kircheis. Ele esperava que a irmã conseguisse ter feito algo. Richard olhou de relance do outro lado da rua, felizmente Reuenthal estava de costas para a imagem que ele via: Siegfried segurando pelo braço Elizabeth. Os dois continuavam a conversa. Richard nunca ficara tão feliz em ter estudado bem os costumes da época, bem como Reinhard e suas relações.

Elizabeth vendo que tinha dado tudo certo entrou na cafeteria e com ajuda de Siegfried se sentou numa mesa e ele se sentou na frente dela.

— A senhorita está melhor?

— Sim, eu agradeço muito a ajuda. Eu acho que fiquei assim por não comer nada.

— Mas não pode- ele imediatamente chamou o garçon e pediu o menu- aqui senhorita escolha algo pra se alimentar.

Elizabeth diante da situação não tinha parado para perceber o quanto Siegfried era bonito e elegante, além de ser extremamente gentil. Ela sentiu uma pontada de inveja de Annerose. Foi então que num choque percebera que podia colocar todo o plano em risco, ela ainda não tinha uma identidade. Teria de fazer algo, por sorte todos os envolvidos estavam com fones, todos eles podiam se escutar.  Ela olhou para o pescoço e numa desculpa se dirigiu a Siegfried e disse com olhos suplicantes:

— Ah deixei cair meu medalhão, é uma relíquia do meu avô, devo ter derrubado, preciso procurar.

— Não de forma nenhuma neste estado, faça o seguinte, peça algo que eu vou dar uma olhada ok?

Ela assentiu com a cabeça e descreveu o medalhão e ele saiu da cafeteria para o local em que ela caiu. Imediatamente murmurando ela disse:

— Lena preciso de uma identidade e agora...entre logo neste sistema

— Estou correndo com isso desde que saiu daqui que nem louca - respondeu Lena.

Ela olhou o cardápio e pediu dois cafés e dois bolos ao garçon. Após uns dez minutos ela escutou Lena

— Vou manter seu primeiro nome, Elizabeth von Braun.

 Logo em seguida Siegfried retornou triste e disse:

— Infelizmente não achei.

— Tudo bem, já fez muito por mim, acabei sendo indelicada e nem me apresentei, meu nome é Elizabeth von Braun.

— Siegfried Kircheis.

— Vejo que é oficial militar.

— Sim sou Comandante da frota imperial.

— Parece tão jovem - ela sorriu e neste momento chegaram os dois cafés e os bolos, ele olhou surpreso - era o mínimo que podia fazer por ter me ajudado e desviado do seu caminho. Espero que goste de bolo.

— Sim, eu gosto - ele sorriu - A senhorita não me atrapalhou, vim pegar uns relatórios para meu superior.

"Reinhard" - pensou ela.

Eles conversam diversos assuntos. Elizabeth agradecia por todos seus companheiros terem estudado meses para esta missão, sabiam o perfil de cada um.  Após acabarem, ela demonstrou um pouco de cansaço, Siegfried pediu a conta, não a deixou pagar, mesmo Elizabeth insistindo muito.

— A senhorita precisa descansar.

— Acredito que sim, muito obrigada novamente pela ajuda e agradável companhia Sr Kircheis.

— Vou pedir um carro para a senhorita.

— Agradeço muito. Como disse eu vim visitar a esposa de um dos oficiais e estava para pedir um carro quando passei mal.

Algum tempo depois ela estava se despedindo dele e entrando no carro, rumo a qualquer destino que Nathan ou Lena indicassem. Logo ela escutou um local e indicou ao motorista. Ela acenou para o rapaz de cabelos ruivos e partiu.

Siegfried a olhou por um instante e a sensação de já a ter visto em algum lugar era forte, mas não sabia dizer de onde. Ela causara uma impressão estranha nele, e isso o deixou muito intrigado.

Richard também conseguiu se desenvencilhar de Reuenthal e se saiu bem na encenação, pelo menos aparentemente.