Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 22
Capítulo 22 - Uma nova História




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15 de junho

PHEZZAN

 

Reinhard e Yang se encontraram nos jardins da residência imperial. Os dois estavam andando lado a lado.

— O que pretende fazer agora?

— Desta vez me aposentar de verdade. Mas nossas vidas vieram com um preço. Para o Almirante Kircheis não haverá muita diferença. Mas para nós dois infelizmente não será bem assim. - Reinhard compreendia totalmente ele e antevia as consequências - na história não existe descentes de Yang Wen- Li.

— E nem outro Lohengramm.

— Como disse, quando ela salvou nossas vidas deixou uma responsabilidade de mantermos ...

— a linha do tempo inalterada - Reinhard completou, parecia ver Elizabeth a sua frente falando.

— Decidi continuar morto, pelos livros de história será dito que fui morto pelos cultistas. Deve permanecer assim. Também não terei filhos. 

— Eu deveria ter morrido doente, bom terei que sair de cena, pelo menos aparentemente. E não poderei ter outro filho também. A Kaiserina e Sra Yang não vão gostar muito de nossas decisões.

Eles sorriram e se compreendiam. Ambos sabiam que suas esposas os preferiam vivos ao lado delas, fosse qual fosse o sacrifício.

— Nos veremos novamente? - perguntou Reinhard.

— Espero que sim.  Minha nave está pronta para Heinessen. Receio ter de ir.

— Adeus almirante Yang  - ele estendeu a mão para Yang.

— Adeus Majestade.-Yang retribuiu o aperto de mão.

— E cuide-se a única pessoa que pode matá-lo neste universo sou eu. - Reinhard abriu um sorriso.

Yang balançou a cabeça sorrindo.

Os dois nunca mais se viram, toda a parte política continuou com Julian e Frederica.  Yang cuidou de fazer todo o relato histórico o mais próximo possível do que deveria ser e deixou uma segunda história em paralelo sobre a linha do tempo anterior. Elizabeth havia deixado estas informações para que Yang organizasse, além disso tinham as informações sobre as explosões planetárias no futuro. Tudo isso seria divulgado por Julian e os fatos secretos seriam entregues para ao Imperador. Caberia a Reinhard definir com Hilda e Alec o que deveriam repassar de informações para Richard e Elizabeth no futuro, já que teriam de voltar de qualquer forma. Yang fez este trabalho durante toda sua vida e escreveu sobre a democracia, além de criar propostas para o processo de coesão entre ambos os sistemas políticos. Julian foi fundamental, pois foi a ponte para tudo isso. Julian e Katerose se casaram alguns anos depois. Schönkopf e Yang acabaram virando avôs, para desespero de Walter que não gostou nenhum pouco da ideia. Mas no final acabou louco pelo seu neto, sua relação com Katerose melhorou graças a última conversa com Lena. Em meio a uma vida tranquila que sempre desejara, Yang morreu de velhice no ano 48 do  Neo Calendário Imperial .

26 de julho

PHEZZAN

Reinhard decidiu que fingiria ter uma doença degenerativa que o deixaria preso a uma cama, para o universo ele estaria morto a partir de então. A regência seria então passada para Hilda até Alec crescer. Poucos saberiam a verdade, apenas os almirantes de mais alta patente e pelo lado da ex-aliança apenas Yang, Julian e Frederica. Ele aprendeu muito com Elizabeth e usou sempre disfarces para andar livremente e frequentar todos os locais que queria.

— Tem certeza que quer fazer isso Majestade? - perguntou Hilda.

— Sim, eu fiz uma promessa que pretendo cumprir.

— Mas você irá governar, não?

— Nós dois iremos. Não farei isso sozinho e nem você sozinha. Temos que fazer juntos.- ela sorriu e o abraçou.

— Majestade...

— Não poderá me chamar de Majestade na frente das pessoas - ele riu.

— Não comandará mais nenhuma batalha?

— Não minha Kaiserina, quando eu sentir falta ficarei ao lado dos meus Almirantes e meu filho no futuro, mas certas batalhas não poderei intervir para não mudar o que deve ser. Temos muito trabalho para realizar no novo Império.

— E Iserlohn o que faremos?

— Prepararemos para eles. E Alec terminará o serviço.

 

Ano 53 Neo Calendário Imperial

O portal se abriu e Brunhild do futuro atravessou, mas a nave tinha sérios danos estruturais.

— Estrutura afetada em 70%, suporte de vida em 30% - relatou Nathan.

 - Richard ??? - ela perguntou.

— Estamos no ano correto e data também.

— Frota inimiga detectada. - reportou Lena.

— Droga - falou Elizabeth- identifiquem.

— É a frota de Erwin Josef II.

— Droga, droga, temos alguma arma funcionando?

— Todas as forças das armas foram redirecionadas para o salto temporal e para manter a estrutura da nave. Estão desativadas - avisou Nathan.

— Vamos ter que abandonar...- Elizabeth começou a falar, mas foi interrompida por Lena.

— Frota aliada nos sensores.

 

— Acabe com ele Alec. - disse uma figura de um homem velho sentado em uma poltrona de comando.

— Não precisa dizer duas vezes pai, desta vez eu pego este miserável. Levantar canhões - ele levantou a mão e abaixou- Fogo. Protejam Brunhild a qualquer custo.

Foi um intenso envio de tiros na frota inimiga, mal dando tempo para eles contra atacarem.

— Não deixem os inimigos raciocinarem atirem e acabem com todos - ordenou Alec.

 

A bordo da Brunhild eles olharam a destruição da frota inimiga e de certa forma respiraram aliviados. Neste momento, algo já estava acontecendo com todos, memórias pareciam preencher a mente deles, alguns sofreram em maior ou menor grau. Elizabeth e Richard foram os que mais sofreram, eram imagens rápidas passando desde que nasceram até adultos. Os narizes deles sangrou e por fim perderam a consciência. Elizabeth teve como última imagem da fotografia em família que agora parecia estar completo.

Nathan também sentia, eram memórias entrando em sua cabeça. Ao final eles compreenderam que tudo foi por causa das mudanças que fizeram.

O canal de comunicação foi aberto por Lena. E a figura do imperador Alexander surgiu na frente deles. Richard e Elizabeth estavam caídos no chão, Nathan perdera um pouco o equilíbrio e estava sentado, apenas Lena se mantinha mais inteira.

— Majestade, estamos sofrendo problemas temporais em nossos corpos, nossa nave está com graves danos, precisamos de resgate.

— Será feito imediatamente.

 

Elizabeth acordou numa cama sem reconhecer a princípio onde estava. Foi então que viu um rosto familiar.

— Pai.

— Minha princesa - ele beijou as mãos dela - você passou por muita coisa.  

— Phezzan? Odin? - ela tentou levantar a cabeça, mas sentiu uma dor. Com dificuldade ela levantou metade do tronco.

— Todos salvos. Estou orgulhoso demais de vocês.

Ela abraçou o pai sentindo o calor tão conhecido. E começou a chorar.

— Senti sua falta.

— Eu também - ele beijou o rosto dela.

Ela enxugou as lágrimas e Alec se levantou dizendo:

— Uma pessoa fez questão de vir comigo ao espaço atrás de vocês. - a porta se abriu e Elizabeth arregalou os olhos, uma figura que ela conhecia bem demais, mas agora bem mais velha, mas com sua luz ainda emanando, ele segurava uma bengala luxuosa do lado direito. Sua imponência era única.

— Vô - ela não aguentou e usou todas as suas forças, meio cambaleante se levantou e correu para os braços dele o abraçando forte

— Cuidado Liz, não sou mais aquele jovem - ele riu - Você conseguiu.

Ela desabou em chorar. Ele passou a mão pelos cabelos dela e beijou sua fronte.

— Você cumpriu a promessa.

— Sim por vocês.

Neste momento Richard apareceu e abraçou sua irmã e Reinhard. Alec observava feliz.

— Vamos voltar para casa, sua avó está aflita querendo vê-los. Eu disse que viria pegar meus garotos - disse Reinhard - e eu não podia perder de ver o fim de um Goldenbaum - ele riu ironicamente.

Elizabeth teve novas lembranças que surgiram, ela pequena subindo no trono onde Reinhard estava sentado de olhos fechados e ele a pegando e colocando no seu colo.

“- Um dia você e seu irmão farão coisas incríveis - ela sorriu pra ele como resposta.”

“- Me conta vovô uma história.”

“- Vou contar a batalha que comandei e derrotei a Aliança na zona estelar de Amritsar.”

Em outra ocasião ela tinha 10 anos, e Reinhard estava sentado em um sofá lendo um livro, quando viu Elizabeth correndo e se escondendo atrás do sofá, ela fez o sinal para ele não falar nada. A empregada apareceu chamando:

“- Princesa?”

“Elizabeth permaneceu escondida e tão logo a empregada saiu ela se posicionou ao lado do avô.”

“- Liz o que está aprontando desta vez?”

“- Eu não quero ir para aquela festa, cheio de nobres chatos. Ainda vou ter que usar estes vestidos que eu detesto.”

“Reinhard gargalhou e disse:”

“- Sua avó também nunca gostou de usar estes vestidos.”

“- Eu prefiro os uniformes do império, igual do papai, não vejo a hora de crescer vovô e andar na minha espaçonave e conquistar o universo.”

“- Mas eu já conquistei o universo.”

“Ela ficou pensativa e respondeu:”

“- Eu conquisto outro vovô. Tem outro sobrando não tem?”

“Reinhard não parava de rir.”

Eram tantas lembranças maravilhosas que Elizabeth sabia que tinha valido a pena tudo que fizera.

 

PHEZZAN

Demoraram alguns dias para se recuperarem completamente.  Os cultistas e aliados dos Goldenbaums foram todos dizimados pelas frotas imperiais e toda a base deles onde estavam os projetos de viagem temporal foram destruídos.

Elizabeth foi conduzida ao cargo de Almirante da Frota Imperial, foi concedida a ela metade da frota imperial, acima dela apenas seu pai. Na cerimônia de entrega do cargo pelo imperador, estavam todos lá, mas uma figura estava em um local próximo e discreto observando. Ela entrou no salão em traje formal militar e chegando junto a Alec ela se ajoelhou. Elizabeth pegou o bastão entregue pelo seu pai e jurou fidelidade. Mas ao final ela quebrando o protocolo disse.

— Ao meu amado avô Reinhard von Lohengramm - ela olhou com orgulho na direção que sabia onde ele estaria.

Nathan, Richard, Lena, Kastner e todos os presentes bateram palmas.

 

Richard retornou a vida no laboratório, quando entrou viu sua mesa cheia de papéis e artigos científicos.

“A violação da segunda lei da termodinâmica.”

“O problema da entropia na reversão temporal.”

Ele pegou os papéis nas mãos e destruiu tudo sem deixar qualquer vestígio sobre viagem temporal, ele cuidara de tirar dados e tudo da Brunhild também. A nave foi restaurada e ficaria no museu de navegação da frota imperial.

Richard lembrou quando tinha seus 16 anos e o fizeram colocar um uniforme antigo do império. Pediram tanto para que ele interpretasse o avô numa peça de teatro da universidade que acabou aceitando, Lena acabou o convencendo na época. Quando ele se vestiu e se encontrou com Reinhard, este abriu a boca surpreso.

“- Você realmente é muito parecido comigo, eu era exatamente assim na sua idade.”

“- Por isso me pediram para fazer o papel seu na peça.”

“Reinhard riu.”

“- Como você comandaria minhas frotas?”

“Richard mudou para um rosto mais sério e levantou o braço ordenando:”

“- Vamos acabar com estes rebeldes. Bittenfeld avance com os lanceiros negros”.

“Reinhard gargalhou e se levantou aproximando-se de Richard, ele já tinha quase a mesma altura do avô. O velho imperador sabia que o neto ficaria mais alto que ele.”

“- Eu sempre disse que você poderia comandar minhas frotas em meu lugar.”

“- Não entendo vô. Elizabeth que gosta disso.”

“- Entenderá- Reinhard passou a mão pelos cabelos de Richard - um dia irá compreender tudo. Mas o mais importante seja o quiser ser, mas o faça bem.”

Richard não se arrependeu quando Elizabeth veio conversar com ele sobre a cura de Reinhard e ele opinou para salvá-lo. Foi um risco, não sabiam se o avô aceitaria viver oculto, mas acertaram. E isso trouxe coisas indescritíveis para toda família Lohengramm. Richard deu um sorriso e se sentou para trabalhar em suas equações.

 

Lena foi trabalhar como agente especial do império, cuidava de toda rede. E mais uma vez ela reclamou que não poderia usar seu estilo de roupa. Em seu quarto ela pegou a faca que Walter lhe dera e o amuleto do avô. Iria em breve a Heinessen visitar os túmulos dos ex-combatentes da Aliança, apenas Frederica, Julian e Katerose estavam ainda vivos.

Nathan foi conduzido como chefe da guarda imperial, com a missão de proteger os Lohengramms. A linha do tempo como tinha sido alterada, fez com que seu avô Mittermeyer conseguisse superar a morte de Felix, por causa de Nathan. Sendo assim ele viveu ainda mais alguns anos.

“- Você será um grande homem Nathan” - era o que ele dizia.

Dieter foi promovido a Almirante e todos os sobreviventes tiveram suas promoções. Todavia a missão de viagem temporal ficou restrita apenas ao alto escalão.

 

No palácio Rubenbrung,  Elizabeth estava com a avó Hilda e lhe questionou o paradeiro dos Almirantes daquela época. Ela disse que todos tinham morrido, exceto Muller. Quando ela citou o nome de Siegfried, Elizabeth sentiu uma dor. Hilda percebeu e foi até uma gaveta e pegou uma carta e entregou a ela.

— O Almirante Kircheis deixou esta carta pra você pouco antes de morrer - ela olhou para Elizabeth - Era ele não Liz? 

Ela derramou uma lágrima e consentiu com a cabeça. Elizabeth colocou a cabeça no colo de Hilda, apenas chorando. Então recordou uma vez quando criança que ela corria pelas pilastras do palácio e deu um esbarrão em um senhor de olhos azuis, era Siegfried. Quando ele a viu abriu um sorriso enorme.

“- Você é Elizabeth não?”

“- Sim e quem é você?”

“- Siegfried, sou amigo do seu avô.”

“- Então é meu amigo também.”

“- Com certeza sim. - ele passou mão pelos cabelos dela e sorriu.”

“- Será uma grande Kaiserina Elizabeth. Vou ver seu avô.” 

Desde então Siegfried tinha cada vez mais evitado de ir ao palácio. Ninguém entendia muito o porquê, apenas Hilda suspeitava e agora Elizabeth compreendia. Algum tempo depois Siegfried e Annerose se mudaram para Odin para ficar com a família dele.

 

ODIN

Elizabeth estava com um vestido bem simples florido e um chapéu para se proteger do sol. Ela andava pelo enorme jardim com um destino certo e então chegou finalmente a um local onde se encontrava duas lápides.  Uma escrita Annerose Kircheis e a outra Siegfried Kircheis. Ela se agachou e colocou flores nos túmulos. Neste momento se lembrou da carta deixada pelo jovem ruivo.

 

Elizabeth

Se está lendo esta carta deve ter acabado de retornar do passado onde tudo aconteceu. Eu só tenho a lhe agradecer por ter me dado uma nova vida e a possibilidade de poder ser feliz. Cumpri meu juramento que fiz aquele dia e passei os anos mais felizes que eu poderia sonhar. Eu quero dizer que você é uma mulher tão extraordinária, mas isso parece fazer parte da família. Me perdoe se a fiz sofrer, eu não desejaria isso nunca. Gostaria de ter dito a você naquele dia que nos despedimos que se não houvesse Annerose e o abismo do tempo entre nós eu lutaria para ter ficado ao seu lado. Mas a história como você mesma disse deve seguir seu curso e nós dois devemos prosseguir em nossas próprias linhas do tempo. Eu chego ao final da vida feliz e quero passar a você este legado para que não viva no passado Elizabeth, viva o futuro, seja realmente feliz como eu fui. Você foi muito importante na minha vida. Estarei do Valhala olhando por você.

Com amor

Siegfried Kircheis

 

As lágrimas marejaram seus olhos. Quando se levantou o chapéu dela voou, ela se virou e viu um rapaz de cabelos ruivos o segurando em suas mãos.

— Aqui Srta. - ele entregou, Elizabeth tinha impressão de já ter visto ele em algum lugar.

— Obrigada.

— A Srta os conhecia?

— Sim.  Annerose era irmã do meu avô e o Almirante Kircheis o melhor amigo dele.

— Oh você é uma Lohengramm?

— Sim Elizabeth von Lohengramm, neta de Reinhard von Lohengramm.

— Que coincidência, como meu avô saiu de Phezzan para Odin, acabei não a conhecendo. Meu nome é Andreas Kircheis, neto de Siegfried Kircheis.

Elizabeth arregalou os olhos.

Era o início de uma nova história para esta geração de heróis.


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