Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 14
Capítulo 14 - Num passe de Mágica




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17 de Maio, Ano 800 do Calendário Universal

BATALHA NO CORREDOR DE ISERLOHN

 

Reinhard acabou lançando a operação Ragnarok novamente e desta vez para acabar de vez com a Aliança, após uma última batalha em Marr Adetta com a morte do Almirante Bewcock, a Aliança caiu. Yang e suas forças se concentraram em Iserlohn que foi retomada. A última esperança de manter a bandeira da democracia ainda de pé era provocar uma negociação com o Império, mas para isso tiveram de atrair o Imperador para o campo de batalha. Sabiamente Yang usou o próprio orgulho de Reinhard para trazê-lo ao corredor de Iserlohn e a partir daí iniciou-se a batalha. As forças de Yang resistiram e a única coisa que Elizabeth e os outros fizeram foi monitorar o andamento da batalha para intervirem no momento certo.

Elizabeth tentou contato com Reinhard pelo aparelho dado a ele. Mas não havia resposta. Hilda que estava no quarto de Reinhard viu algo brilhando e curiosamente apertou. Qual não foi sua surpresa ao ver aquela moça, a mesma da coroação a sua frente projetada. Ela vestia um uniforme prateado diferente de qualquer outro visto.

— Srta Mariendorf - Elizabeth ficou meio desconcertada - O Imperador ???

— Ele está doente. Não sei sobre o que se trata, mas no momento ele não pode atender. Mas que aparelho é este?

— Srta Mariendorf preste atenção, podemos terminar esta batalha sem sentido. Eu sei que foi contra esta expedição.

— E como pretende Srta. von Braun?

— Com ele - Elizabeth puxou uma pessoa para o alcance da tela - Hilda ao ver arregalou os olhos sem acreditar no que via, o reconhecia de fotos mesmo sem nunca tê-lo visto pessoalmente.  Era Siegfried.

— Não é possível, ele está...

— Não, não está....Por favor precisamos da sua ajuda, temos que chegar ao Imperador. Explicaremos tudo, mas o tempo é curto demais, precisamos agir antes que seja tarde.

— Por favor Srta. Mariendorf - pediu Siegfreid.

— Está bem, mas quero entender tudo isso e quem são vocês realmente. O Imperador sabe que está vivo Almirante?

— Sim apenas ele e a Condessa Grunewald. Mas fiquei longe do império por motivos mais fortes, que será explicado. Estamos com a nave Barbarossa, diremos que o Imperador pediu a presença urgente do Vice Almirante Nathan Jaeger e a Srta apenas confirme para Mittermeyer ou Reuenthal.

— Sim farei isso.

— Estamos a caminho.

Hilda estava sem entender aquela loucura, mas precisava saber o que estava acontecendo de verdade. E o porque Kircheis ficou este tempo todo longe em situações tão críticas. Mittermeyer recebeu um comunicado de Hilda sobre a chegada da Barbarossa e imediatamente tomou as providências.

Barbarossa descamuflou e ficou ao lado da Brunhild, uma nave de transporte saiu e chegou até a nave capitânia. Hilda os aguardava, viu um oficial que reconheceu ser Nathan e com ele duas pessoas que ela imaginava uma ser Kircheis e a outra não reconhecera e então ela pediu para segui-la. Mittermeyer confiou que ela cuidaria de tudo. Os médicos já tinham saído do quarto de Reinhard e ela entrou com eles.

Siegfried ficou arrasado ao ver Reinhard acamado naquele estado, ele se aproximou da cama e tomou as mãos do jovem loiro.

—  Reinhard aguente firme.

Richard começa a tirar seu disfarce aos poucos. Siegfried se aproximou de Hilda e explicou.

— Muito prazer Srta Mariendorf, conheci seu pai durante a rebelião de Castrop. Gostaria muito de agradecê-la por ficar ao lado de Reinhard na minha ausência.

— Mas porque Almirante Kircheis?

— Tudo será explicado, mas precisamos levar Reinhard conosco agora.

— Mas isso é loucura, ele está doente.

— Nós poderemos cuidar bem dele e logo irá se recuperar e irei intermediar a paz entre ele e Yang Wen-Li. Vamos acabar com esta guerra de vez.

Reinhard abriu os olhos.

— Kircheis.

— Reinhard - ele falou se aproximando e tocando-lhe o ombro - precisamos tirá-lo daqui, Richard ficará em seu lugar. Chega desta guerra, por favor ouça o que tenho a dizer.

Reinhard olhou meio sonolento por causa das medicações.

— Srta Mariendorf faça o que Kircheis pedir - ele falou antes de apagar completamente.

Hilda olhou nos olhos do jovem ruivo, sabia que Siegfried sempre fora o equilíbrio de Reinhard, e ele confiava totalmente em Kircheis.

— Mas como levar ele?  Vão perceber e.....- Hilda então se deu conta do rapaz loiro com a mesma aparência de Reinhard, até mesmo os cabelos compridos.

— Ele cuidará de tudo na ausência de Reinhard.

— Quem..?- questionou ela surpresa.

— Ele é Richard von Lohengramm, neto de Reinhard no futuro - Hilda ficou em choque - não temos muito tempo, precisamos salvar o Almirante Yang, Richard vai lhe explicar tudo. Apenas peço que confie em nós.

Hilda começou a pensar mil possibilidades, mas confiava também em Kircheis.

— Vão.

Siegfried e Richard começaram a tirar a roupa de Reinhard e aparelhos, Hilda se virou de costas um tanto constrangida. Nathan estava na porta vigiando pelo lado de dentro, havia um guarda do lado de fora.  Richard se vestiu com as roupas de Reinhard. Siegfried começou a disfarçar os cabelos de Reinhard. Eles trouxeram um spray, jogaram e imediatamente as madeixas loiras ficaram negras. Pregaram um silicone e barba negra para alterar a forma do rosto e ficar com a mesma aparência de Richard quando chegara.

— Acho que está pronto. - disse Siegfried, Hilda se virou e não reconheceu Reinhard que estava desacordado. - Richard tudo certo?

— Sim pode deixar comigo - ele entrou debaixo das cobertas.

— Vamos Nathan - Siegfried pegou Reinhard nos braços - vamos voltar a Barbarossa. Venha conosco Srta Mariendorf por favor até alcançarmos a nave de transporte, queremos evitar problemas.

Como esperado alguns soldados questionaram o que havia acontecido ao soldado que estava nos braços de Siegfried. Nathan logo se interpôs e disse que foi um desmaio e preferiam voltar a nave para cuidar dele, pois receberam ordens expressas do imperador para partirem imediatamente. Hilda confirmou e ninguém mais questionou. Mas não estavam com muita sorte, a sua frente surgiu Mittermeyer.

Nathan e Hilda explicaram a situação.  Siegfried procurou não olhar para Mittermeyer.

— O que Sua Majestade pediu a vocês?

— Não posso revelar senhor, ordens expressas de Sua Majestade.

Mittermeyer concordou, mas ficou com a pulga atrás da orelha. Ele se dirigiu imediatamente aos aposentos de Reinhard.

— Com licença Vossa Majestade - com surpresa encontrou Richard deitado.

— Sim Mittermeyer aconteceu algo?

— Não Majestade, mas sobre a missão da Barbarossa...

— Não falarei disso agora Mittermeyer, não me sinto muito bem - ele falou firme para cortar qualquer conversa - amanhã conversaremos - e para amenizar completou - eu prometo.

— Desculpe Majestade, descanse. - Mittermeyer saiu do quarto sem entender nada.

Finalmente Siegfried, Reinhard e Nathan chegaram a Barbarossa que camuflou e partiu a rumo ao desconhecido.

Mittermeyer observou pela janela a partida da nave.

“O que realmente está acontecendo? Será que a nave vai entrar invisível no corredor e destruir Yang? Não..isso não é o feitio do Imperador”.

Hilda retornou ao quarto de Reinhard e se sentou. Richard estava encostado na cabeceira da cama junto ao travesseiro.

— Srta. Mariendorf - como era difícil para Richard chamá-la assim - vamos as explicações.

Hilda se surpreendeu o quão parecidos eles eram, até mesmo os gestos. A voz era bastante similar, mas percebia que ele mudava a entonação para parecer idêntica a de Reinhard na presença de outras pessoas. Todavia, ela ficou mais espantada ao saber a história toda. E tudo parecia se encaixar, principalmente o comportamento de Elizabeth para com Reinhard. Richard obviamente escondeu que ela seria a futura Kaiserina.

“Se ele e Kircheis aceitaram isso, deve ser tudo verdade, além disso, tem Richard.” - ela se perdeu em pensamentos. Eles conversaram longamente e num dos pontos da conversa, Hilda não pode deixar de observar o papel vital que a futura esposa de Reinhard teria e  não se cabendo de curiosidade ela perguntou:

— Quem será a futura Kaiserina, pelo que me contou ela será muito importante.

Richard sentiu um frio na barriga, mas teria que enrolar ela.

— Não posso dizer, mas ela é a mulher mais bela, mais inteligente e mais carinhosa de toda a galáxia.

— Você gosta muito dela pelo jeito.

— Eu a amo demais. Tanto eu como minha irmã - ele sorriu e ficou imaginando qual seria a cara dela se dissesse que era ela a Kaiserina, mas não podia - Breve vai descobrir.

Ela apenas sorriu de volta e continuaram as várias explicações.

No dia seguinte as frotas imperais receberam uma ordem de cessar fogo e o pedido foi enviado a frota de Yang. Richard disse a Hilda para avisar Mittermeyer que a missão dada a Barbarossa estava relacionada com as futuras negociações.

 

 

Reinhard acordou em um local desconhecido pra ele, mas um rosto lhe era bem familiar

— Kircheis, pensei ser um sonho.

— Está tudo bem, estamos a bordo da Barbarossa do futuro. Estão cuidando de você.

— A batalha....

— Está tudo bem. Descanse por hora, iremos conversar sobre isso mais tarde.

 

ISERLOHN

Todos estavam exaustos com a batalha e os soldados não faziam cerimonia em dormirem em qualquer lugar. Lena e Dieter estavam bem cansados, mas tinham tomado cápsulas especiais para aguentar bem, eles revezavam para descansarem. Precisavam monitorar não apenas a batalha como manter Yang vivo. Beowolf, Brunhild e Barbarossa  do futuro estavam em meio ao campo de batalha observando, mas devido ao estreitamento do corredor nas batalhas, desta vez tiveram de ficar como espectadores do lado de fora, movimentando apenas quando ambas as forças paravam ou quando necessário.

Lena contatou Elizabeth confirmando que tudo estava em ordem e que os preparativos para a próxima etapa estavam prontos. Breve enfrentariam uma situação tão delicada quanto foi na fortaleza Geirsburg anos atrás.

Passado uns dois dias Lena foi até onde estava Frederica visitá-la. Ela caíra doente na última batalha.

— Está melhor Tenente?

— Sim. Foi uma batalha muito intensa.  Mas acredito que tenha vindo aqui para me dizer outra coisa não? Chegou a hora né?

— Sim, durante a ida do Almirante Yang para a mesa de negociações haverá um ataque e ele perderá sua vida. Iremos salvá-lo. Mas...

— Mas..?

— O Almirante não retornará para Iserlohn, ele ficará conosco. O contato com vocês será apenas via canal privado.

— Vocês têm certeza de que o salvarão?

— Sim, conseguimos salvar o Almirante Kircheis, conseguiremos salvar Yang, precisamos deles dois.

— Quando ele retornará?

— Se tudo der certo, em cerca de um ano. Aguente firme até lá. Iremos precisar de vocês para auxiliar Yang. Julian deverá assumir o lugar de Yang e a tenente cuidará da parte política.

— Mas como ? Eu não tenho a menor condição...

— Tem sim. E acredite dará tudo certo.

— Você irá também Lena?

— Sim. Vou indo Tenente, há muitos preparativos para fazer e não pode haver erros. Iremos atrasar a ida da Ulysses, mas será por um bom motivo. Vai dar tudo certo.

Elas se despediram e Lena saiu dos aposentos. Queria poder se aproximar mais de seu avô, mas simplesmente não conseguia.  Sentia uma certa inveja de Elizabeth conseguir se aproximar de Reinhard.  Mas Lena simplesmente estava bloqueada, tudo remetia a dor da perda de seu avô naquele hospital.

“Preciso me concentrar para a fase final.”

 

BRUNHILD

 

Hilda se aproximou de Richard e disse:

— Oberstein mandou mais um dos seus planos.

Richard leu e riu ironicamente, da mesma forma como Reinhard, era até meio assustador. Mesmo assim era apenas aparência, Hilda percebeu que o rapaz tinha uma leveza maior dentro de si.

— Apenas ignore, Reinhard nunca seguiria isso - Hilda percebia que ele o conhecia bem - diga que o Kaiser rejeitou, concorda comigo?

— Sim, com certeza.

 

BARBAROSSA DO FUTURO

Elizabeth veio a bordo da Barbarossa para ver Reinhard, mas tinha outra questão que a atormentava desde que partiu da Iserlohn no futuro. Por incrível que pareça ela gostaria de poder falar com Yang, ele tinha uma visão da história, mas mesmo ele, ela acredita que não tomaria uma decisão imparcial.

Ela chegou até Siegfried e perguntou de Reinhard:

— Como ele está?

— Melhor, já conversamos e ele concordou em conversar com Yang. Quando contei o que acontecerá a Yang ele ficou muito irritado - Siegfried sorriu - ele não aceita que nenhum outro no universo mate Yang além dele.

— Como esperado. Acho que até Yang pensa assim - ela riu de volta.- Preciso vê-lo antes de retornar a Brunhild.

Ela entrou no quarto preparado para Reinhard, ele parecia muito pálido. Ela fez questão de levar uma bandeja com comida para ele.

— Bom dia meu Kaiser, como está se sentido? - ela sorriu pra ele.

— Estou melhor Elizabeth, quanto tempo.

— Temos trabalhado bastante contra estes terroristas malditos.

— Uma pena que não os detiveram em Phezzan.

— Você sabe o porquê. Se pudesse teria salvo Silverberche e teria deixado Oberstein ir para Valhala.

— Até você odeia Oberstein?

— Muita coisa poderia ter sido evitada se não fosse a interferência dele. E me irrita o quanto ele tenta manipulá-lo

Reinhard refletiu sobre aquilo, havia uma certa verdade.

— E você está fazendo isso Elizabeth?

— Muito diferente, eu sei o que vai acontecer e evito que a cena saia fora do roteiro. Além disso, fui criada numa base sólida de valores.

Reinhard por um momento se lembrou de Hilda e Conde Mariendorf. Os dois sempre foram muito convictos em seus valores e julgamentos. Cada vez mais ele se convencia que Hilda seria sua Kaiserina, era a única com peito para enfrentá-lo. Ele deu um leve sorriso. Mas a unificação mal o fazia pensar nisso. Elizabeth lembrava muito Hilda quando o enfrentava.

— Eu penso muito além, e falo isso não por mim, mas em nome de mais de 60 bilhões de pessoas, sou responsável pelas vidas delas no futuro.

Reinhard pensou com uma pontada de orgulho que ela seria melhor do que ele próprio neste aspecto.

— Vocês vão salvar Yang? Kircheis me contou a situação.

— Sim. Estamos nos últimos preparativos.

Ela novamente parou e encarou ele.

— O que foi Elizabeth? O que lhe incomoda?

— Quero lhe fazer uma pergunta. Quais seus planos se tivermos paz completa?

— Ainda há muitas coisas a serem construídas para melhoria da humanidade. Quero que as pessoas possam ter condições para conquistarem o que quiserem, assim como eu pude conquistar, mas pelo próprio esforço delas.

— Você está realmente aberto para escutar Yang?

— Acho que não estaria aqui se não tivesse, Elizabeth?

— Eu queria dizer as motivações reais de Yang. Ele não luta por poder, como deve ter percebido, ele luta por um ideal, visando o bem de várias pessoas. Não quero dizer que não esteja fazendo isso também, mas o caminho para a real prosperidade se encontra na coesão. Tomar o melhor de ambas as partes para construir o futuro. No fundo de tudo Yang lutou para sobreviver e de alguma forma sempre buscou ficar em igualdade com você para ter oportunidade de provar seu valor para que o escutasse. Infelizmente em Vermillion o que estragou tudo foi a própria Aliança. Se fosse na situação em que está agora, certamente o encontro de vocês teria sido diferente. Yang nunca foi valorizado pela Aliança e nem ele mesmo se valoriza como deveria - ela fez uma pausa e continuou. - Mal sabe ele, que vocês dois são os maiores estrategistas de todas as eras. Para as gerações futuras vocês serão lendas.

Reinhard escutou aquelas palavras e dentro de si entendeu a importância do seu rival.

— Eu tenho certeza que Yang quer achar um caminho para a paz, mas você está disposto a isso? Seria capaz de parar esta sede por batalhas? Não posso salvar Yang se o quiser apenas para satisfazer seu ego por batalhas.  

Reinhard era inteligente demais para compreender que se ela perguntava aquilo é porque ela não tinha resposta. Ou seja, ele compreendeu porque não estava no álbum de família, de alguma forma ele morreria também.

— Quando vou morrer?

— Não posso dizer.

— Será em batalha?

— Não. - ele entendeu então que seria algo haver com a doença que sentia.

Como Siegfried conversou com ele antes, talvez fosse hora de realmente parar e canalizar este desejo por batalhas em prol da construção de um futuro melhor. Ficar com Annerose, Siegfried e construir a sua própria família enquanto ainda estava vivo. Provavelmente teria pouco tempo.

— Não vou mentir a você em dizer que este desejo dentro de mim cesse, só posso prometer tentar de verdade. Fui criado com o único objetivo de batalhar e obter poder para conseguir o que eu queria. Sinto um vazio em vários momentos.

— Você não está só, Siegfried vai retornar, Annerose também e breve poderá ter uma família. Há um novo mundo para ser construído para o bem de todos.

Elizabeth respirou fundo se aproximou dele, passou mão pelos cabelos loiros compridos dele e pelo seu rosto.

— Eu aprendi a amá-lo ainda mais durante todo este tempo que estou aqui. Quero acreditar de verdade que você pode controlar esta sede de poder. Não nos decepcione - ela se ajoelhou ao lado da cama e segurou as mãos dele - me prometa- ela olhou para ele.

Reinhard estava certo que agora tinha outra promessa para cumprir.

— Eu prometo.

— Vou buscar o remédio que o médico pediu para lhe administrar - ela retornou com uma pistola que ela retirou de dentro do uniforme e então pegou o braço dele e aplicou. - Vai se sentir melhor e estará pronto para pegar minha avó - ela riu.

Reinhard ficou vermelho.

— É ela não? Srta Mariendorf.

— Você viu a foto na minha cabine, foi um erro, mas felizmente parece não ter interferido. Sim é ela, nenhuma mulher em toda a galáxia seria mais perfeita pra você. Mas deixe as coisas seguirem o seu rumo naturalmente. Haverá um momento em que você precisará muito dela e neste momento deixe apenas as coisas acontecerem. Não ponha amarras, apenas viva. A partir de hoje viva. Preciso ir tenho que trazer Yang.

Ela o beijou na fronte e saiu do quarto.

“Espero ter tomado a melhor decisão. Por mais que eu o ame se ele se mostrar indo para um caminho sem volta eu mesma terei de reverter o curso da história com minhas próprias mãos.”

 

ISERLOHN

Após uma reunião interna na Fortaleza foi decido que três pessoas iriam acompanhar Yang, Patorichev, o major Blumhardt dos Rosen Ritters e o tenente comandante Soul que era da frota de Bewcock.

Lena conseguiu com muito custo se infiltrar e colocar Dieter como auxiliar na pequena tripulação que estava a bordo da Leda II.

 

 

25 de maio

Leda II finalmente partiu de Iserlohn rumo ao verdadeiro Reinhard.

 

28 de maio

Schönkopf, Julian e todos em Iserlohn receberam com alarme a notícia que Folk fugira do manicômio e rumava para matar Yang. Imediatamente Julian, Schönkopf e Mashungo a bordo da Ulysses e mais 5 encouraçados tentavam ir ao encontro de Leda II o mais rápido possível. Lena conseguiu criar diversas panes nos sistemas e a saída das naves demorou mais do que eles esperavam.  

 

31 de maio

BARBAROSSA DO FUTURO

Reinhard já se sentia bem melhor, ele colocara seu uniforme do Império que trouxeram. Não era o de Imperador, mas de Almirante, mas serviria. Ele foi até a ponte de comando da nave, onde Kircheis também com uniforme do Império já estava dando instruções. O painel da nave conectou com Brunhild e Beowolf do futuro, na tela Elizabeth e Zimermann.

— Senhores, hoje é um dia crítico, iremos realizar uma mudança brusca e para que tudo ocorra como devido, iremos dar nosso melhor. Caso algo saia fora do previsto retornem a linha do tempo original - ela foi bem enérgica. - Lena e Dieter estão prontos lá. Boa sorte senhores.

Siegfried pediu aos oficiais da Barbarossa do futuro para chegarem perto da Leda II.

— Irei entrar em luta Reinhard.

— Eu me pergunto porquê Kircheis?

— Quero ajudar a construir um mundo melhor, é nisso que eu acredito - Reinhard o encarou. - Voltaremos em breve.

Reinhard assentiu com a cabeça.

— Vamos Nathan - disse Siegfried.

Os dois colocam os uniformes de Rosen Ritters que conseguiram de Lena e se dirigiram para a nave de transporte. A nave decolou e eles se aproximaram discretamente de Leda II em modo camuflado.  O mesmo aconteceu com Elizabeth que veio em outra nave da Brunhild do futuro, esta acoplou na frente da nave de transporte de Siegfried junto a Leda II. Eles forçaram o acesso e invadiram. A nave imperial dos cultistas já tinha acoplado era questão de tempo começar a invasão.  Dieter já havia instruído o local mais próximo de onde estavam Yang e os outros no refeitório. Além disso, Lena trocou discretamente os comprimidos de Yang que era sonífero por placebo.

Começaram os tiros dentro de Leda II.

— Rápido - gritou Siegfried que chegou ao refeitório com Nathan.

Blumhardt pensando serem companheiros da Rosen Ritter indicou o caminho para eles atacarem os inimigos. Lena se aproximou dos três Yang, Patorichev, Soul e Blumhardt, os outros que estavam ali já haviam sido alvejados, e disse:

— Almirante. Não são do império são cultistas - ela pegou as faixas e mostrou a Yang que compreendeu. - ela tomou o dispositivo anti-tiros e colocou no peito de Yang apertando. Este ficou meio surpreso - Calma isso protege dos tiros, é um escudo protetor. Usem - ela entregou aos outros três e indicou para eles apertarem. Todavia um tiro acertou  Patorichev que acabou caído e morto, antes de dar tempo de acionar aquele dispositivo. Lena revidou de volta o cultista que atirou.

— O que....? - perguntou Yang.

Neste momento Elizabeth apareceu e todos se voltaram contra ela que se protegeu. Lena gritou:

— Parem... ela está conosco.

— Quem são vocês? - questionou Blumhardt.

— Vamos explicar tudo, mas precisamos tirar vocês daqui para um lugar seguro. Aqueles dois - Elizabeth apontou para Siegfried e Nathan - eles não vão aguentar muito tempo. Por favor venham, precisamos salvar todos desta nave.

Eles ficaram parados atrás das mesas viradas para se protegerem.

— Almirante Yang por favor venha, o futuro e a vida de 40 bilhões de pessoas depende da sua e...e ...nos prometemos a Frederica que íamos salvá-lo  - gritou Lena.

Yang parou e pensou um pouco, ela já tinha se arriscado antes para salvá-lo, isso tinha que ser levado em conta. Ele fez sinal aos outros dois para aceitar. Lena olhou o corredor, Dieter e ela atiraram e derrubaram vários cultistas - Vamos agora - gritou Elizabeth chamando-os para a seguir atrás dela com Dieter e Lena dando cobertura.  

— Corram, corram - Elizabeth conseguiu chegar a nave de transporte de Siegfried e colocou os três lá dentro. - Almirante nós vamos agora pegar o resto da tripulação e acabar com os cultistas, fique aqui se algo acontecer aperte este botão, a uma nave seguirá em modo automático em segurança.

Yang olhou abismado, assim como os outros dois toda aquela tecnologia diferente e então ele lembrou da nave camuflada.

“Seria um resgate do império? Mas e aqueles dois Rosen Ritters?” - pensou Yang - “e este escudo em nós?”

Elizabeth e Dieter começaram a vasculhar toda a nave e conseguiram pegar umas 30 pessoas e as colocaram na nave de transporte deles. Lena ficou para dar suporte a Siegfried e Nathan e acabar com todos os cultistas.

— Pegamos todo mundo, vamos embora - Lena ordenou a Nathan e Siegfried que já haviam derrubado vários cultistas com várias machadadas.  Eles começaram a voltar. Elizabeth decolou primeiro com Dieter - Saindo, nos vemos lá em cima.

Siegfried, Nathan e Lena finalmente chegaram na nave de transporte, todos ensanguentados.

— Ainda bem que vocês vieram...- disse Blumhardt se aproximando deles. Nathan começou a tirar o capacete e acionou a partida da nave- mas você não é um Rosen Ritter!

— Não somos, mas achamos melhor virmos assim para ajudá-los. Se tivéssemos escolhido a armadura do império você iam atirar em nós.

— Afinal quem são vocês? -perguntou Soul.

Neste momento Siegfried tirou o capacete e então Yang arregalou os olhos como vendo um fantasma.

— Almirante Kircheis.

— Almirante Yang, gostaria de recebê-lo em melhores condições, mas diante das circunstâncias infelizmente não foi possível. Tudo será explicado, mas precisamos levá-lo a salvo.

— Vocês são do Império? - questionou Soul.

— Apenas eu e ...mais uma pessoa. Os outros não pertencem ao mundo que vocês conhecem.

Yang sabia que se o quisessem mortos já o teriam feito e não se preocupariam em resgatar os outros tripulantes. Além disso, Kircheis, pelo que ele conhecia era uma pessoa de caráter, não iam armar algo. Eles os salvaram era fato, mas para que? Yang ficou muito confuso. Eles finalmente partiram e após um tempo sentiram se conectarem a uma outra nave.

Enquanto isso, Elizabeth recebeu o aviso que Ulysses estava já visível.

— Zimmermann disparar contra Leda II, agora - ele o fez e a nave explodiu, a outra nave imperial com os cultistas ficou sem entender o que estava acontecendo, não viram nenhuma outra nave nos arredores e decidiram fugir.  Todavia Elizabeth sabia que ela seria interceptada pelo Império.

 

Schönkopf, Julian e Mashungo olham com horror a explosão de Leda II.

— Nãooooooooooooooo - gritou Julian batendo nos painéis com força. Mashungo tentou segurá-lo. Schönkopf chegou a tremer as mãos.

 

Reinhard a bordo da Barbarossa observou da ponte de comando. a destruição de Leda II.

— Eles conseguiram - ele deu um leve sorriso no canto da boca.- Ninguém pode matá-lo além de mim Yang Wen-Li.

 


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