Like a Vampire Extra: Untold Tales escrita por NicNight


Capítulo 13
Bodas de sangue




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804211/chapter/13

2019

Se tem uma coisa que as histórias que nunca foram contadas nos provam, é que a tragédia pode resistir em qualquer lugar. Às vezes está na memória, num acidente, numa mentira, numa pequena mudança. E um simples bater de asas de uma borboleta muda tudo.

Não estava muito escuro. Era finalzinho da tarde, no máximo. No meio de uma floresta, tinha uma cabana de tamanho moderado. Com um rio por perto, parecia uma visão quase angelical.

Lá dentro, uma mulher de cabelos escuros longos e olhos vermelhos estava amamentando seu bebê, deitada na cama.

Usava um vestido azul claro tão largo e longo que parecia mais uma camisola, e estava descalça. Parecia relaxada.

O neném em seu colo tinha a sua pele pálida e seus olhos vermelhos, mas uma certa quantia de cabelo castanho nascia do topo da sua cabeça. 

Ele tirou a boca do peito por alguns segundos, estendendo as pequenas mãozinhas até encostar no nariz da mulher:

—Ma-mãe!

Ela sorriu, sua boca vermelha exibindo pequenas presas nas laterais.

—Isso, mamãe.- Ela riu- É bom saber que você não me esqueceu nos últimos dois segundos.

O bebê já pareceu distraído demais pra se alimentar, então a mulher cobriu seu peito com o vestido e pegou uma toalha de lado, limpando a boca do seu filho.

Ainda no seu colo, o bebê tentou mastigar o cabelo dela, que o afastou e repreendeu:

—Oliver. Não pode!

O bebê tentou a ignorar, mas a mulher jogou seus cabelos pra trás o suficiente para serem inalcancáveis pelos pequenos bracinhos.

Ele pareceu meio frustrado, mas não armou um chororô, fazendo a mãe dar um beijo na testa do filho.

A morena relaxou totalmente, com seu filho em braços. Fechou os olhos pra focar seus ouvidos no barulho do riacho ao lado, e soltou um sorriso.

Isso, ela pensou, devia ser a definição de paz.

Passou alguns segundos deitada, seu filho se apoiando lentamente na sua barriga em sonolência.

De repente, ouviu um barulho estranho do lado de fora da casa.

Um barulho de algo se abrindo.

Abriu os olhos imediatamente, seu corpo se arrepiando. O bebê deve ter sentido algo estranho também, pois se sentou na cama, olhando ao redor.

—Igor?- Ela chamou, preocupada.

Igor não respondeu, e ela passou alguns segundos num silêncio tenso.

Esse suspense foi rompido pelo alto barulho da porta se abrindo num chute. Vários passos brutos pareciam marchar dentro do seu próprio teto.

—LILITH!- Igor gritou na cozinha- LILITH, VÁ!

Lilith apertou o filho no colo, ouvindo a voz esganiçada e desesperada do marido.

—PEGUE O OLIVER E VÁ!- Igor gritou de novo.

Lilith levantou rapidamente, pegando o filho no colo, que enrolou seus bracinhos no pescoço da mãe.

Lilith estava com os olhos fechados, se focando pra teletransportar os dois, quando a porta do seu quarto se abriu.

Dois homens de armadura dos pés a cabeça chegaram, e foram na direção dela.

Lilith abriu uma das janelas com toda a velocidade e força que conseguiu. Os dois se teletransportaram para perto dela, a puxando de volta.

Lilith mordeu um dos braços deles, sentindo seus dentes doerem com a armadura de couro. Mas ele ganiu de dor, então era uma vitória.

Mais homens chegaram, e ela teve que fazer toda a força possível para sair de lá. Infelizmente, não foi o suficiente.

Três homens a puxaram pela perna, fazendo com que ela caísse com o bebê no colo.

Dois outros puxaram Oliver dela, tendo que usar o máximo de força para arrancá-la da mãe. O bebê chorou alto.

Quando a pele do filho parou de entrar em contato com a sua, ela nem conseguiu reagir aos homens rasgando sua roupa com força.

Demorou segundos pra se despertar, e finalmente foi percebendo os homens saindo aos poucos com o bebê no colo.

Ela chutou o rosto de um dos homens, conseguindo se teletransportar até a janela.

Depois, quase chorou ao ver uma espécie de carroça já longe demais pra ela.

O homem com nariz sangrando tentou a puxar pra trás de novo, mas ela deu um salto e alçou voo.

Enquanto isso, dentro da carroça, dois homens jogaram o bebê para os pés dos seus pais da forma mais violenta possível.

O cabelo do homem era castanho e longo, meio desgrenhado. Seus olhos eram da mesma cor. Tão alto que sua cabeça batia no teto da carroça, e com músculos bem definidos.

Ele pegou o filho no colo, beirando ao desespero.

O apertou, tentando acalmar o choro de Oliver.

—Sh….Sh… Tá tudo bem.- Igor sussurrava- Papai tá aqui.

Igor estava com lágrimas nos olhos, preenchido por um sentimento estranho. Queria vingança, queria se libertar e voltar pra Lilith. Queria tantas coisas ao mesmo tempo que não entendia direito.

Semicerrou os olhos, vendo o símbolo da rebelião desenhado de dentro da carroça.

Ele beijou a testa do seu filho, que finalmente se acalmou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like a Vampire Extra: Untold Tales" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.