Just The Way You Are escrita por Pinkie Bye, Buttercup


Capítulo 9
An Unusual Date


Notas iniciais do capítulo

Hello! Angie aqui! Espero que gostem do capítulo! Desculpem a demora >.



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Naquela noite, Bubbles parecia diferente. Havia um brilho a mais em seu rosto. E é claro que a irmã ruiva não deixaria passar barato. Chegando de mansinho, a ruiva observou o sorriso nada discreto no rosto da irmã mais nova, que olhava para o celular sem parar.

— Ih, maninha… Que sorrisinho é esse? — indagou, com um sorriso malicioso nos lábios.

— Não é nada — desconversou a loira. — A propósito, pode me ajudar numa coisa? Não consigo decidir qual roupa devo ir no aniversário da Jessica.

— Ah, tá — bradou Blossom, com as mãos na cintura. — Sério que quer falar sobre isso agora? Quero saber por quem está apaixonada, sua boba!

— Como assim, apaixonada? — a loira achou que fosse morrer de vergonha por dentro.

— Tá na sua cara, nem venha tentar me enganar — sorriu Blossom e continuou. — Eu sou mais velha e eu entendo as minhas maninhas.

— Mas você se enganou. Eu não estou apaixonada.

Blossom deu de ombros, saindo do quarto da mais nova, mas voltando em seguida.

— Eu não acredito em você. — e mostrou a língua.

Bubbles deu risada, mas queria que a irmã não insistisse nisso.

Será que ela tem razão?” — Pensou a jovem Utonium. — “Será que estou apaixonada pelo Boomer?

 

xxxxx

 

Os dias seguintes se iniciavam como outro qualquer. Blossom levantava cedo, ia pra escola, fazia anotações importantes, ia para o curso de Teatro depois do almoço, passava pela biblioteca, e por último, no finalzinho da tarde, fazia umas comprinhas no mercadinho, para saciar seu vício em salgadinhos. Seus afazeres de sempre, nada muito novo. Com exceção, é claro, do aplicativo de mensagem aberto, onde hora ou outra, trocava mensagens com o garoto ruivo que conheceu na fila do cinema.

Ela não tinha o costume de deixar desconhecidos entrarem com tanta facilidade em sua vida, mas com aquele garoto foi diferente, sentiu que precisava se aproximar por algum motivo que não saberia explicar — o que para um primeiro momento foi um desespero para Bubbles.

E agora olhem só para ela, caindo de sono, mas sorrindo feito boba para o smartphone e aguardando ansiosamente por uma resposta. Lá no fundo se sentia ridícula por estar sendo tão emocionada.

 

[Brick] Estava pensando

E se a gente saísse sábado agora?

 

[Bloss] Sair? Para onde?

 

[Brick] Ainda não pensei em um lugar específico

Mas estou seriamente cogitando o parque de diversão de Townsville

 

[Bloss] O parque? Por quê? Tem algum motivo específico?

 

Enviou e sugou o canudinho. Estava em seu quarto, debruçada na escrivaninha, estudando — ao menos, tentando — para a semana de provas que viria.

Exatas não era sua área e só de ler o enunciado do exercício pela quinta vez, teve a comprovação disso. Por que ela tinha que resolver um problema que Andrew provocou? E, principalmente, quem em sã consciência compra 4 carros, de cores diferentes, sem necessidade e sem saber se tem dinheiro suficiente para tal luxo? 

Esse burguês que se virasse!

Jogou o lápis ao longe, abafou um grito. Ela realmente não se dava bem com números!

O celular vibrou.

 

[Brick] Nada em específico, só me deu vontade de ir lá — emoji rindo — É proibido agora?

 

[Bloss] Não kkk Apenas queria saber se o lugar tinha um significado especial para você

 

[Brick] Hmm... 

 

Brick se lembrou que ia ao parque com sua mãe e seu irmão quando eram mais novos e bateu uma certa nostalgia. Agora o garoto queria experimentar ir com alguma companhia diferente. E inexplicavelmente, achava que devia ser com a garota que conheceu há pouco tempo, mas que já tinha certo carinho por ela.

 

[Brick] Digamos que sim, eu já fui muito ao parque. Se você não quiser ir lá, podemos ir para outro lugar. Não tem problema nenhum — emoji sorrindo com a bochecha vermelha.

 

[Bloss] Por mim tudo bem. Vai ser interessante! 

Podemos ir na montanha-russa primeiro?

 

[Brick] Claro, onde você quiser, Milady — emoji rindo.

 

X X X

 

Para a irritação de Blossom, Brick estava incrivelmente atrasado. Ela se encontrava — de vestido rosa claro, jaqueta vermelha, bota branca de cano longo e cabelo amarrado num rabo de cavalo alto — de frente a entrada do parque de diversão, o qual havia passado muitas férias de verão com suas irmãs quando mais nova.

Verificou as horas pela vigésima vez, bufou pesado e um bico vultoso surgiu nos lábios.

Levantou-se, prestes a voltar para casa e se entupir de sorvete pelo bolo que recebeu quando a figura ruiva de capacete vermelho e calçando tênis Adidas surgiu no horizonte, pilotando uma moto barulhenta de 200 cilindradas.

Cruzou os braços e encarou séria o garoto desde o momento que ele estacionou a moto nas vagas reservadas, tirou o capacete e se aproximou.

— Olha, sei que mal nos conhecemos, mas quero que saiba que se tem uma coisa que eu não tolero são atrasos. — observou ela, não o permitindo dizer um mísero “oi”. — É bom ter uma boa justificativa para isso.

Brick riu abafado com a rispidez da garota, mexeu na chave com o polegar, pensando antes de formular uma resposta.

— Então…? — inclinou a cabeça para ver a face dele.

— Perdão se me atrasei um pouco...

— Um pouco? 

— Tá, talvez eu tenha demorado…

— 40 minutos, não é algo que se possa passar batido.

— Eu tenho uma boa explicação. — deu uma breve pausa, a olhando ladino, como se estivesse se divertindo.

— Que seria? — arqueou uma sobrancelha.

— Eu estava dormindo e perdi hora.

Blossom ficou atônita. Umedeceu os lábios e bateu palmas, irônica.

— Parabéns, de verdade! Além de se atrasar, ainda tem a cara de pau de falar na minha cara que se atrasou porque estava dormindo?

— Não, não, mas isso aconteceu porque eu passei a noite ocupado.

— Estudando?

Jogando vídeo game... — murmurou.

— Como?

Jogando vídeo game... — coçou a garganta.

— Mais alto!

— Jogando vídeo game. — seu olhar endureceu sobre o ruivo. — Pô, foi mal…

— Foi péssimo! Por que eu aceitei sair com você mesmo, hein? 

— Hãã... Por que gostou de mim? — respondeu com um sorrisinho amarelo.

— Veremos — deu um meio sorriso e encaminhou-se em direção a entrada do parque. — Você não vem? — questionou ao encaixar-se na fila — Não perdi preciosos minutos para não poder nem ao menos dar uma passada na montanha-russa.

— Tô indo! — seguiu ela até a fila e ficou animado por perceber que ainda não estava descartado. — Então, como punição pelo meu atraso, eu te pago um algodão doce, beleza?

— Apenas um algodão doce?

— O que mais você quer? — “Não posso dizer a ela que estou quase falido” completou mentalmente ao lembrar-se que gastou toda a mesada do mês com porcarias.

— Bom, um cachorro quente e um sorvete cairiam bem. Mas depois de passarmos na montanha-russa para evitarmos... Imprevistos

— Mas que tipo de imprevistos? Do que você tá falando?

— Tipo, vomitar sem querer na cara de alguém! — respondeu como se fosse óbvio e deu risada. — Essa vergonha não quero correr o risco de passar. Comida só mais tarde.

— Hmm... 

Lembrou-se de uma vez que vomitou no cabelo de uma menina quando mais novo, pois comeu antes de ir no brinquedo. 

— Tem razão, vamos primeiro nos divertir e depois encher a pança. — comentou rindo e batendo na própria barriga.

Como mencionado, o primeiro brinquedo que eles embarcaram, após 10 minutos aguardando na fila, foi a montanha-russa. Bloss torceu o nariz ao notar que quase foi barrada no brinquedo por ser poucos centímetros mais alta que a altura permitida, Brick não deixou de reparar, abafando um riso com a manga da blusa.

— Vamos, emburradinha, vamos nos divertir!! — pegou na mão dela no calor do momento e os dois vão sentar no primeiro vagão da montanha russa.

O brinquedo começou lento na primeira subida. Bloss sentiu o frio subir à barriga, para depois a adrenalina acelerar seu coração e tomar conta de si quando as curvas rápidas e radicais começaram. Brick, ainda de mãos dadas consigo, pareceu tão animado quando ela. Gritavam alto e se encaravam dando risada.

Quando o brinquedo deu uma pausa, Brick sorriu para ela que retribuiu. O ruivo nem percebeu que ainda estava de mãos dadas com a Utonium, então só apertou firme sua mão e o brinquedo voltou a funcionar, mais rápido ainda, fazendo a adrenalina subir a mil por seus corpos jovens.

— Isso foi demais! — comentou Blossom tateando o assento, com as pernas trêmulas, assim que o brinquedo parou.

Brick estava com os cabelos arrepiados e com um sorriso congelado. Blossom gargalhou da expressão do garoto, que reprovou o ato da garota. 

— Isso foi assustador... VAMOS DE NOVO!!!

— VAMOS! Só espera... Eu me recuperar primeiro. — pediu recuperando o fôlego. 

— Quer tomar uma água, um suco, um refri? Você tá pálida, garota! — tocou a testa dela que se encontrava gelada.

— É, uma água cairia bem. — disse tirando sua mão de sua testa. 

Compraram duas garrafas de água em uma barraquinha próxima. Blossom ingeriu dois goles generosos.

— Então, quer repetir a dose ou ir explorar outro brinquedo?

— Que tal repetir a dose e depois explorar os outros brinquedos? — respondeu sugestivo.

— Boa! — a ruiva sorriu, bateram um high five casualmente. Ambos riram.

O sorriso da Utonium mais velha era lindo ao ponto de fazer o coração de Brick disparar no peito.

Tão linda!”

 

POV BUTTERCUP

 

Dez dias se passaram desde que minhas irmãs encontraram o bobão e o bobinho no cinema e eu não poderia estar menos nervosa. Pelo que elas me atualizavam, aparentava que a cada dia que se passava mais se tornavam próximas daqueles garotos e aquilo me angustiava.  

E se elas dessem uma bola fora, mesmo que sem querer, e colocassem minha identidade secreta em risco? Não, não, não, eu estou indo tão bem para acabar assim. 

Deveria encontrar alguma maneira para apaziguar essa situação. 

Aah! 

Suspira, Buttercup! Não tem motivo para se apavorar. 

 

 

 

[Bubbles] 

A propósito, Bloss saiu com o Brick hoje 

Foram para o parque de diversão 

Pra mim tá bem óbvio que a nossa marrenta favorita está apaixonada, ui ui! 

 

 

Ao ler a última mensagem recebida de minha irmã loira engoli em seco. 

Corrigindo: Tem motivo para se apavorar sim! Tô ferrada! 

Encarei o nada, aflita. 

— Está tudo bem, tampinha? — a voz de Butch chegou em meus ouvidos. Ele havia acabado de entrar no quarto, com um copo de refrigerante nas mãos.

— Tá sim. — coloquei minhas franjas para trás da orelha. — É só o calor que tá me deixando incomodado. — forcei um sorriso. — Mas e aí, vai passar o final de semana por aqui de novo? — perguntei mudando de assunto.

Era sábado e a escola costumava nos liberar nos finais de semana, para quem quisesse passar esse tempo com a família, amigos, porém os alunos tinham liberdade de permanecer na escola se preferirem. 

— Não tem nada de especial na minha casa, sabe como é — deu de ombros, sentando-se em sua cama, de frente para mim — Prefiro permanecer aqui e colocar minhas atividades em ordem. E você, não foi visitar suas irmãs hoje?

— É, eu até iria, mas é longe e não quero gastar muito com passagem de ônibus, sem contar que minhas irmãs devem estar ocupadas com as obrigações delas, vida de vestibulandas não é fácil. 

E com “ocupadas” interprete com: saindo com o bobinho e o bobão. Completei a frase mentalmente. Comprimi o Polvi contra meu peito.

— Mas e os seus amigos?

— Brick e o Boomer? — assenti. — O que têm eles?

— Não vão voltar mais para a escola, não? Não os vejo desde o dia da suspensão da quarta passada.

— Voltar eles voltam, mas devem estar procrastinando, entretidos em outros assuntos.

Tipo, paquerando as minhas irmãs…

— Mas segunda certeza que estão de volta. — completou ele terminando de beber o conteúdo da latinha.

— Entendi, esses são rebeldes mesmo. — disse e nós dois rimos. 

— Ele está bravo hoje — comentou Butch reparando na feição da pelúcia em minhas mãos. 

No começo dessa semana, Butch e eu, havíamos combinado uma nova forma de comunicação entre nós. Que consistia em aproveitar o fato de possuirmos o polvo do humor reversível em mãos para sabermos como estava o estado emocional do outro. Se a face estivesse sorrindo, sinal que o colega de quarto estava feliz ou animado, em contrapartida, se o polvo estivesse com a face triste ou zangada, era sinal que o parceiro não estava passando por seu melhor dia.

— Ah, eu não diria bravo e sim aflito.

— E isso tem haver com a aproximação de Brick e Boomer com suas irmãs.

Ele era bom.

— Talvez… mas como?

— Percebi que anda meio inquieto desde aquele dia do cinema, não sei porquê. E agora você me perguntou deles, logo após visualizar algo inquieto em seu celular, tampinha, pra mim ficou bem óbvio.

— É que elas são minhas irmãs, eu como o irmão, me sinto responsável pelo bem estar delas, por isso tenho receio de que algum babaca as machuque e, perdão a indelicadeza, mas seus amigos não aparentam ter as melhores intenções, cara — respondi, o que, em partes, era verdade.

Butch pareceu analisar, por fim sorriu compreensível.

— É, cara, se eu tivesse irmãs também não iria querer que alguém as machucasse. Mas, apesar de imaturos, meus manos não são totalmente desse estilo bad boys, eles não são de usar as garotas como brinquedos, pelo contrário… é que essa é uma história pessoal, não irei me aprofundar muito nisso, mas o Boomer, por exemplo, já foi magoado por umas garotas patricinhas que ele era a fim e tenho certeza que ele não vai querer proporcionar um cenário para que outra pessoa sofra da mesma dor que ele sofreu um dia. 

Suas palavras me confortaram. Acho que julguei errado os meninos num primeiro momento. Iria respondê-lo quando meu celular tocou. Era Mitch. Nossa, me esqueci por completo que tínhamos marcado de treinar agora de tarde!

— Putz! — deixei escapar batendo de leve a palma da mão em minha testa. — Tenho que ir agora. Depois a gente conversa mais, cara.

— Algum problema? — ele me perguntou.

— Nada demais, apenas esqueci que tinha marcado de treinar agora de tarde com o Mitch e deixei o coitado esperando lá nesse sol quente. — esclareci pegando rapidamente minhas chuteiras, minha camisa amarela de treino e meu celular. — Até depois. — disse ao fechar a porta.

Até — pelo pouco que vi pela fresta, Butch torceu a boca ao ouvir o nome de Mitch.

Eles não se gostam, eu percebi, não sou boba, porém fiquei curiosa para saber o motivo do desentendimento.  

Irei investigar a fundo, sendo discreta é claro, para tentar descobrir.

 

POV BUTCH

 

O que será que o idiota do Mitch quer com a tampinha? E porque eu me importo? Só sei que me senti esquisito quando ela disse que encontraria o Mitchelson. E tenho certeza do porquê da preocupação com as irmãs. Meus manos podem descobrir por acaso que o Drake é uma garota!

Fui para meu quarto tentando afastar todas as preocupações e o estranho aperto no peito que surgiu de repente quando fui agarrado por alguém pelo braço.

— Vem comigo, Butchzinho! — era a Patrícia, mas eu não estava para brincadeira.

— Tô ocupado. — falei, seco.

— Arranja um tempinho pra mim, honey... — eu não suporto essa cara de pidona dela!

— Que inferno! — bradei, perdendo a paciência. — Volta pra sua escola! Você não pode ficar entrando aqui!

Ela me agarrou pelo braço novamente, me deixando P. da vida!

— Não importam os meios, o que interessa é que eu estou aqui agora! — tocou meu peito, deslizando seus dedos sobre mim. Suas unhas postiças arranham minha camiseta.

— Agora que já me viu, pode se retirar — dei um sorriso cínico. — Eu disse que tô ocupado.

— Com o quê? Posso saber?

— Não é da sua conta! Se você não tem o que que fazer,eu tenho! Volta pra sua escola!

— Ai, Butchzinho, você não era assim... — resmungou, manhosa.

Nem esperei ela falar mais nada. Simplesmente me retirei. O corredor estava vazio e eu ouvia a tampinha jogando lá fora com o Mitch. Não sei porque, mas senti vontade de espiar os dois. Acho que ela corre perigo. Melhor que eu esteja por perto... Certo? 

Atrás de um muro, eu me pegava rangendo os dentes ao ver o sorriso que ela estava dando pra ele. Que raiva inexplicável! Por que me incomoda tanto? Eu admito que ele joga bem e tal, e a tampinha nem se fala... Mas ainda acho que ele não é confiável. Ainda mais pelo jeito que Mitch olha pra ela... Será que ele já descobriu a verdade? Esse pensamento me deixou ainda mais preocupado.

Como essa garota pode ser tão despreocupada? Como ela não tem medo das consequências? E por que ela tinha que ser tão linda e incrível? 

[...]

 

POV NARRADOR

 

No parque, por volta das 17h45, a última atração visitada pela dupla foi a extraordinária roda-gigante.

Nas mãos, levavam consigo alguns doces, pois haviam acabado de se retirar das barracas de comida, onde Brick quis pagar uma de cavaleiro, se oferecendo para pagar a conta, Blossom aceitou, depois de garantir que poderia pagar sua parte, mas o que o cavaleiro não contava era que tinha esquecido sua carteira em sua cama porque saiu escondido e às pressas de casa. Bloss riu e pagou pela porção dos dois.

Agora, eles se encontravam no ponto mais alto da roda-gigante, que deu uma breve pausa lá em cima. A vista era belíssima, o sol se pondo no horizonte, o céu avermelhado — que a propósito, era a cor predileta deles —, a praia que se encontrava ao redor do parque estava calma, com os banhistas se recolhendo e as crianças recolhendo seus brinquedos. A brisa que batia contra seus rostos era refrescante. Bloss achou o clima bem romântico.

— Eu adorei o nosso dia! — Bloss falou escorando os braços na grade de proteção do assento e olhando para Brick, sorrindo doce. 

— Eu também, foi divertido passar esse tempo com você.

— Mas então, me diga, o quão bad boy você costuma ser?

— Como? — perguntou surpreso.

— Vai me dizer que você não tomou punição por cabular aula aquele dia no cinema? Eu vi pela etiqueta da blusa de frio da sua foto de perfil do Instagram, você estuda na Maverick e eu sei que lá os estudos são em período integral e eles são rígidos quanto a permanência na escola durante a semana.

— Fui suspenso, feliz? Eu achei que não seria pego, mas me enganei. — encostou-se no encosto do assento e alongou os braços para trás da cabeça, como se o que estivesse acabado de confessar fosse nada demais.

— Bom, o que eu sei de você até agora é que foi suspenso por cabular aula para assistir um filme genérico no cinema, vira noites da semana jogando videogame e de sobra pontualidade não é contigo, pelo visto tem muito tempo hábil disponível e não parece ser um exemplo de responsabilidade, você seria o perfeito exemplo de “má-influência” segundo a concepção do meu pai, sabia? — declarou por fim, após terminar de enumerar os fatos com os dedos.

— É, pais nunca vão muito com a minha cara. — deu de ombros, risonho. — Inclusive, por curiosidade, como seu pai se chama?

— Enzo. 

— Que nome mais... peculiar. — Ambos riem.

— Eu sei.

Ficaram em silêncio por alguns instantes, Brick aproveitou para levar balinhas à boca e para observar melhor a ruiva do seu lado. Ele achava que ela estava simplesmente deslumbrante com aquele penteado moderno. A garota brincava com a embalagem da barra de chocolate ao leite quando seus fios avermelhados balançaram com uma nova brisa que veio, uma mecha, que havia escapado do nó do laço, caiu sobre seus lábios igualmente avermelhados.

Desajeitado levou seus dedos para afastar os fios soltos, assustando-a.

— Ei! — reclamou se esquivando.

— Desculpe, apenas quis... — ele desistiu de falar e desviou o olhar, envergonhado.

Bloss parou para analisar melhor a situação e ao perceber seu cabelo cair sobre os olhos e o vento gelado tocar sua pele, ligou os pontos e sorriu diante a boa intenção do garoto.

"Bobo!", pensou diante sua reação.

O tempo no brinquedo acabou, logo se encontraram novamente em terra firme. O anoitecer caía no céu e o brilho da lua se tornava presente. 

— Vamos embora, está tarde. — declarou e ele concordou.

Passaram uma última vez nas barracas para comprar uma coca e aproveitou para convencer Brick a ganhar um ursinho de pelúcia para ela, o qual conseguiu êxito após quatro tentativas. Havia virado questão de honra, ele só sairia dali com o urso em mãos, nem que pra isso precisasse furtá-lo e sair correndo caso fosse necessário, Bloss agradeceu que não foi.

Brick ofereceu uma carona, informou-lhe o endereço e seguiu viagem abraçando firmemente a cintura do rapaz, sem medo.

De frente à residência, não notando a presença do pai e de Bubbles camuflados na janela, desceu do veículo. Apenas trocaram sorrisos silenciosos. Tendo em mente o esforço dele durante o dia, inclinou-se e beijou-o na bochecha, ocasionando uma vermelhidão no rapaz.

— Obrigada por hoje. Foi incrível! — disse por fim e adentrou sua casa. 

Inspirou fundo sentindo as bochechas esquentarem. Naquele momento, enquanto abraçava o urso recém ganhado, uma súbita certeza subiu-lhe pelo corpo: Ele é o cara certo!


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