Borboletas e intuição escrita por Miss Swan Mills


Capítulo 1
Sempre existe um início...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/803943/chapter/1

Emma estava exausta. Ela não fazia ideia da última vez que tinha bebido tanto. A pizza que devorou bêbada não foi uma boa ideia, porque agora ela estava super enjoada. Levantar da cama parecia impossível naquele dia, mas Emma sabia de todos os compromissos que a esperavam. Era sempre assim. Ela possuía uma dificuldade imensa de respeitar os seus limites e sempre aceitava mais trabalhos e se inscrevia em mais cursos.

Mas, mesmo de ressaca e exausta, Emma estava até feliz com a nova aula que tinha se inscrito. Durante toda a sua carreira de atriz, sempre ficou esperando a oportunidade de estudar direção também. Entre os acúmulos de função, Emma havia feito duas faculdades, de jornalismo e teatro e corria para trabalhar em tudo que fosse possível em ambas as áreas. No entanto, nada daquilo era relevante para ela naquele dia de ressaca e ansiedade para o início de uma jornada renovadora.

Durante o caminho, Emma respirava fundo e pensava em todas as possibilidades de primeiro dia de curso. Sempre tem um lance que Emma odeia, que é o de se apresentar para turma. Emma somente gostava quando ela era a professora. Ah, porque ela também dava aula, de diversas coisas, mas, em sua maioria, tópicos ligados á comunicação e à sua pesquisa de doutorado. Emma era multitask!

Nesta mistura de pensamento, a jovem ia mentalizando mantras que havia aprendido na internet, para tentar acalmar a ansiedade e a náusea. Mas, para sua sorte, o prédio não era tão longe de sua casa, o que facilitou sua vida intensamente. Seu corpo parecia que tinha sido esmagado por um trator e sua cabeça estava pesadíssima. Além disso, seu coração batia como uma bateria em um show de rock. “Maldito transtorno de ansiedade”, pensava Emma, enquanto entrava no corredor do prédio de seu curso.

A cada porta que ela passava na frente parecia que ela iria desmaiar. Nas paredes, os nomes das atividades estavam colados e Emma lia atentamente: “Interpretação pra TV, não; Iniciação ao Roteiro, não, Teatro contemporâneo, não”. Parecia que aquele corredor era infinito e que ela nunca encontraria sua sala. Novamente, Emma preferia ser a professora, estar no comando e este curso a deixava completamente vulnerário. Quando chegou ao final do hall, finalmente viu o nome que esperou tanto ver estampado na parede: “Direção para Teledramaturgia”.

Parecia que seu coração iria saltar pela boca. Da porta, ela conseguia ver a classe cheia, deveriam ter para mais de trinta alunos sentados e tinha uma fileira de pessoas em pé, em frente às cadeiras. Deveriam ser os professores. Emma queria muito entrar e sair correndo dali, ao mesmo tempo, porém, respirou fundo e entrou na sala de aula. Quando ela abriu a porta, a sala inteira olhou para sua cara. Vendo tudo girar e com o coração acelerado, Emma escutou de longe uma voz que falava com ela.

— Olá. Tudo bem? Como você se chama.

A voz era feminina. Emma virou em direção da voz para ver quem estava falando com ela. No momento que girou o corpo em direção da pessoa que a chamou, ela não pôde acreditar no que sentiu mais adiante. Os olhos de Emma encontraram os olhos de uma mulher, deveria ser a professora. Agora, seu coração parecia ter parado de vez, todo o tempo, as horas e os segundos pareciam ter parado junto com ele.

A suposta professora abriu um sorriso largo e Emma tinha certeza que estava prestes a desmaiar. A qualquer momento, ela iria cair dura no chão. Ou, pelo menos, era a impressão que guardava consigo. Nunca, em toda sua vida avistara um riso tão lindo quanto aquele. Era um daqueles sorrisos de deixar a alma fora do corpo. E também existia algo na energia daquela mulher que emanava uma luz singular.

O primeiro pensamento de Emma diante desta situação foi “Não não, não vou me apaixonar por ela. Não por uma professora, não de novo. Meu foco aqui é estudar e aprender”. Mas, Emma estava, na verdade, se enganando, porque estava vivenciando um amor à primeira visto. No entanto, ela só viria a descobrir isso meses depois.

— Emma. Me chamo Emma – respondeu a moça nervosa, mas disfarçando um tremor com uma desconfiança falsa. Emma tinha a capacidade de fingir que estava tudo bem, principalmente quando estava morrendo por dentro.

— Prazer, Emma. Meu nome é Regina. – respondeu a mulher do sorriso bonito – Eu vou ser professora de vocês e coordenadora do curso. Pode sentar, viu?

Regina continuava sorridente, olhando para Emma, que procurou alguma mesa livre na parte de frente da classe e sentou. Durante algumas horas, as atividades do semestre foram explicadas e Emma estava completamente empolgada. Até que um anúncio de partida foi feito e ela se sentiu mortificada.

— Bom – começou Regina –, agora que vocês já sabem um pouco do futuro de vocês, os deixo em excelentes mãos. O professor Leroy irá conduzir o restante da aula. Todas as segundas-feiras o encontro de vocês é com ele. Creio que serão momentos de bastante aprendizado. Então, é isso. Vou indo aqui, turma.

Regina, completamente animada com o início das aulas, se despediu da turma e o coração de Emma ficou devastado por alguns minutos. O que era aquele sentimento que estava tomando conta dela? Ela havia acabado de conhecer a professora. Será que iria conseguir domar o seu instinto de se apaixonar intensamente por quem não deveria? Ou iria acabar o curso na cama da professora, suspirando juras de amor eterno?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Borboletas e intuição" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.