Heal My Scars escrita por Julie Kress


Capítulo 30
Luto


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo.

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Sam

Era uma tarde de quinta-feira, mamãe e eu decidimos que Melanie fosse enterrada em Lake View, o cemitério onde já tinha alguns parentes nossos enterrados. Freddie e a família dele estavam no outro cemitério, Holyrood, enterrando seu irmão. Mamãe chorava sendo amparada pelo meu tio Carmine, meus primos também marcaram presença, Carly estava ao meu lado o tempo todo, deixei minha filha aos cuidados de uma babá, até mesmo o Gibby apareceu ao lado da mãe dele.

Olhei para o céu completamente nublado.

O dia já tinha amanhecido cinza, frio e melancólico

Estava fazendo muito frio, por sorte coloquei um vestido preto longo e com mangas compridas.

Meus olhos não paravam de arder e lacrimejar.

Eu só queria ir pra casa, tomar um banho e ficar ao lado da minha filha.

Foi uma cerimônia fúnebre extremamente emocionante, o velório de Mel lotou de parentes nossos vindo de longe, muitos deles não quiseram vir para o enterro, eu os entendia, a dor da despedida era avassaladora demais.

Vi os dois coveiros começando a jogar pas de terra sobre o caixão bonito e reluzente, assim como flores sendo arremessadas, rosas brancas, as preferidas de minha irmã. O choro de mamãe aumentou, o que fez meu tio segurá-la com medo dela cair dentro da cova.

A notícia da morte de Mel chocou e abalou a família inteira.

Mamãe passou mal e desmaiou várias vezes durante o velório.

Seu caixão foi coberto de terra escura até sumir de vista, restando apenas a terra plana e mexida por cima.

Melanie tinha apenas 19 anos.

Ninguém merecia morrer tão jovem.

Ainda tinha o meu sobrinho, um bebê de quase 8 meses.

Ele também ficou aos cuidados da babá de Alice, o cemitério não era lugar para crianças.

Em sua lápide estavam gravadas:

Filha amada.

Irmã querida.

Jovem mãe.

O que ainda era pouco para descrever a minha irmã em vida.

Melanie tinha sido tantas coisas.

Seu pior erro foi se apaixonar por um monstro que acabou ceifando a sua vida.

Ela tinha sonhos como qualquer um.

E não merecia morrer daquela forma.

[...]

P.O.V Do Freddie

Deixamos o cemitério por baixo da garoa, papai segurou o guarda-chuva por cima da mamãe e a conduziu até o carro. Eu só queria chegar logo em casa, correr para abraçar minha noiva e ficar ao lado da minha filha. Victoria não apareceu no velório de Edward, muito menos no enterro, eu não poderia julgá-la, minha ex-cunhada tinha seus motivos.

Ele também a fez sofrer. Ela também perdeu um filho.

Fui até o meu carro, destravei o mesmo e entrei, desabei no banco de carona, chorando tudo aquilo que segurei.

Apesar de tudo, Ed era meu irmão, meu irmão gêmeo.

Sangue do meu sangue. Eu não conseguia odiá-lo.

Nunca imaginei que ele pudesse ser capaz de cometer tamanha barbaridade.

Após me acalmar, dirigi para casa, Alice estava na cozinha, sentada na cadeirinha de alimentação, comendo frango desfiado e arroz, usava as mãozinhas para se alimentar sozinha.

Sam estava sentada à mesa, olhando para Julian enquanto o amamentava.

Eu queria poder abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem...

Mas infelizmente eu não podia.

— Vou tomar banho, me livrar desse cheiro... - Perfume de flores impregnava em minhas roupas escuras.

Ela apenas me olhou.

Aquele olhar melancólico, sem vida.

Tinha os olhos avermelhados e inchados, já formando olheiras e seu rosto estava tão pálido.

Se eu pudesse, eu tiraria toda a dor dela, no entanto, eu também tinha que lidar com a minha...

Fui para o nosso quarto, me livrei das minhas roupas e fui tomar banho.

[...]

— Sua mãe vai ficar com ele? - Olhei para Julian.

Mesmo não sendo filho biológico de Edward, ele não deixaria de ser meu sobrinho.

— Sim. Ela não vai permitir que Gibby consiga a guarda dele, ontem Victoria ligou dizendo que gostaria de adotar Julian, por mais boa que seja sua intenção, meu sobrinho não está sozinho no mundo. Ele têm família. Mamãe quer ficar com ele, que seja feita a vontade dela, minha irmã com certeza estaria de acordo... - Sua voz embargou.

— Verdade, o Julian nunca estará sozinho. Também somos a família dele. - Concordei.

Pa-pa, papa... — Alice balbuciou se segurando em minhas pernas, ela ficou de pé.

Já estava arriscando passos trôpegos, caía de bunda no chão e depois engatinhava por toda a casa, tão ligeirinha.

— O que foi, princesinha? - A peguei no colo.

Ela riu para mim e soltou resmungos incompreensiveis.

— É mesmo, bebê? - Fingi compreendê-la.

Seus brilhantes e enormes olhos azuis me encaravam.

— Eu também te amo, anjinho. - Beijei sua testa.

Ela babou no meu pescoço e segurou a gola da minha camisa.

Sam encarava o nada, tão quieta e pensativa.

— O que foi, amor? - Perguntei.

— Acho que estou grávida. - Ela levantou num pulo, agoniada, e começou a andar de um lado para o outro em nossa sala de estar.

— Quê? - Demorei para processar o que eu havia acabado de ouvir.

— Amanhã irei fazer um teste de farmácia. - Parou de andar e me olhou séria.

— Eu... Bom, se você estiver mesmo... - Eu não ia comemorar antes do tempo.

A ideia me agradava. Lógico que eu ficaria muito feliz.

— Vai ser uma luz depois de toda essa escuridão que enfrentamos... - Abriu um pequeno sorriso, já emotiva.

— Sim, Sammy, será uma benção. - Senti vontade de chorar.

Eu queria que desse positivo mais do que tudo.

[...]

P.O.V Da Sam

No dia seguinte...

Minhas mãos tremiam.

E meu coração batia forte há cada minuto que se passava.

Freddie havia cronometrado os 5 minutos.

Eram apenas 09h da manhã e já estávamos bastante nervosos.

— Já podemos ver o resultado. - Ele pegou o copinho.

Tirou um teste e me entregou. Ele pegou o outro, mais um só por precaução.

— Positivo. - Falamos juntos.

Ele riu jogando a cabeça para trás, era uma risada gostosa de felicidade.

Automaticamente coloquei a mão sobre a minha barriga.

Eu estava carregando uma misturinha nossa.

Nossa filha ainda não tinha nem completado 1 aninho.

E já estávamos esperando outro bebê.

— Tô tão feliz, meu amor. - Me abraçou.

Ele me tirou do chão e depois me desceu, se abaixou sorrindo e começou a beijar minha barriga por cima da camisola.

Tinha ido comprar os testes na farmácia mais próxima.

— Também estou feliz. - Fiz carinho em sua cabeça.

Ele levantou e me beijou.

— Você vai ficar linda grávida num vestido de noiva. - Acariciou meu rosto.

— Opa! Não quero casar com um barrigão. - Avisei.

— Por quê não? - Fez bico.

— Melhor a gente adiantar as coisas. Algo simples e íntimo, só a família e amigos bem próximos, quero uma cerimônia ao ar livre. - Falei meu desejo.

— Praia ou campo? - Gostou da ideia.

— Praia. - Decidi.

Campo sempre me lembraria a comemoração de seus pais.

E a tragédia que aconteceu na casa de campo dos Benson.

— Como quiser, meu amor. Casaremos dentro de 3 meses. - Concordou.

— Perfeito! - Sorri satisteita.

Tivemos nossas perdas.

Ainda estávamos em luto.

No entanto, fomos abençoados com mais um bebê à caminho.

Não foi planejado, mas seria muito amado.


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Notas finais do capítulo

Triste, né???

Sim. Sam está mesmo gravidinha.

Pelo menos uma boa notícia, certo?

Até o próximo. Bjs



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