Titanium Man escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 10
Capítulo 10 - último capítulo


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse é o último capítulo, mas espero que gostem!



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Preocupado com a falta de comunicação de Karen, Márcio decidiu deixar de lado a busca pelo robô e ir atrás dela e resgatá-la, poderia estar correndo perigo. Mas, a mulher era esperta e, assim que levou o golpe de Adamastor, caída no chão, o seu comunicador não foi acertado, então ela o ligou discretamente para que Márcio ouvisse perfeitamente quando Adamastor disse que ele havia destruído sua vida.

Intrigado, pois não se lembrava de ter feito algo tão terrível assim para Adamastor, por sempre o considerar seu irmão, ele voou com sua armadura até o local onde eles estavam.

Diferente de Karen, que chegou com cautela, Márcio entrou com tudo, principalmente ao avistar um buraco no telhado, onde ela estava.

— Cadê ele? - perguntou.

— Fugiu por esse buraco no teto. - resmungou ela.

— Desgraçado... Tudo bem, vai custar pouco pra arrumar isso, eu vou chamar a ambulância.

— Eles já estão vindo. Vá atrás dele, eu vou ficar bem! - ponderou ela.

— Mas você está sangrando muito!

— Eu já estanquei o sangue! Vai logo!

Desesperado, Márcio Sterling começou a voar novamente para fora da empresa, até que sentiu um golpe nas costas e perdeu equilíbrio no ar, caindo no chão da Avenida Paulista. Olhando para cima, finalmente, viu a armadura de Adamastor. E foi aí que ele percebeu que, embora fosse da mesma cor, alguns detalhes as diferenciavam, como o capacete, que era mais escuro e detalhes em verde que imitavam uma expressão demoníaca, juntamente com "orelhas" pontiagudas. Além de que ela era mais alta e robusta que a sua, e ele passou a se perguntar como ele conseguia voar.

— Aonde pensa que vai Márcio? - disse Adamastor.

— O que pensa que está fazendo Adamastor? - perguntou ele, incrédulo.

Mas Adamastor não teve tempo e responder, os policiais já haviam sido convocados por Nélio a perseguirem Márcio, assim, quando ele foi acertado, eles rapidamente puderam localizar a armadura de Adamastor e chegaram abrindo fogo.

— Afastem-se! Todos vocês!! - disse um policial para os pedestres que passavam por ali.

Logo, os policiais atiraram na armadura de Adamastor, que riu, pois eles eram muito tolos por acharem que as balas deles fariam um arranhão na armadura. Assim, ele pegou uma van que estava estacionada na sarjeta e a ergueu.

— Esses caras são tão tolos de achar que isso pode me parar! - debochou ele.

— Larga isso agora! - rebateu Márcio, se levantando.

— Você não manda mais em mim Márcio! Lembre-se disso! - disse ele, arremessando a van na direção das viaturas.

Márcio usou o propulsor da mão direita para lançar uma rajada na direção da van, fazendo a mesma desviar das viaturas e dos policiais que saíram correndo, para não serem acertados, por ela, que logo caiu do outro lado da avenida, ficando de cabeça para baixo, para sorte de todos, a van estava vazia.

Uma multidão que estava refugiada na calçada, começou a aplaudir o ato heróico de Márcio.

Irritado, Adamastor jogou uma rajada ainda mais poderosa na armadura de Márcio, o fazendo acertar um carro estacionado atrás. Antes que Márcio pudesse se levantar, Adamastor voou até ele, o pegou pelos pés e o arremessou metros longe, o fazendo atravessar um prédio comercial cujas paredes eram feitas de vidro. Parando em outra rua, um caminhão freou tentando desviar dele, mas não deu, Márcio foi acertado e caiu metros para trás.

O caminhão logo ficou tombado de lado, o caminhoneiro, arrasado, saiu chorando do mesmo, pois ele estava atrasado para a entrega e agora havia ficado sem chances de chegar a tempo. Márcio viu aquilo e ficou comovido, mas Adamastor, cego pela fúria, o agarrou antes que ele pudesse chegar no solo.

— Dá pra parar com isso? Vai matar muita gente! - disse Márcio, dando vários tiros na armadura de Adamastor, mas elas não perfuravam a mesma.

— Eu não perguntei nada pra você otário! - rebateu Adamastor, lançando um cabo de metal e amarrando na perna de Márcio, o puxando para ele e então usou o propulsor da mão para jogá-lo longe.

Márcio acabou atingindo a parede de uma fábrica de envelopes, rachando-a, para sorte dele, ela já havia fechado. Ao tentar voltar para cima de Adamastor, ele o arremessou com um golpe para longe de lá.

Então, Márcio usou os propulsores dos pés para estabilizar o vôo e foi pra cima do rival, acertando-lhe um soco, ele não esperava por aquilo e não se defendeu. Depois, Márcio desferiu um golpe de esquerda, de direita, mas ao tentar chutá-lo pra longe, levou uma rajada no peito, danificando seriamente a armadura.

Adamastor então, aproveitou para pegá-lo pelo braço direito e o entortou, fazendo a armadura danificar o sistema de propulsor dele. Depois, segurou Márcio pela garganta e o ergueu com as duas mãos, já que sua armadura era duas vezes maior e mais forte que a dele.

— Eu sempre quis ter a minha própria empresa! - gritou ele, jogando Márcio no chão - Te propus uma parceria para que você me ajudasse a subir, ficar reconhecido. Combinamos de cada um ganhar cinquenta por cento dos lucros que ganharíamos por mês! Mas você me enganou, tomou por meses todo o dinheiro para você, só para conseguir essa porcaria de placas de titânio no corpo... E me deixou na merda!

Furioso, começou a esmurrar o capacete de Márcio, que se rachava mais e mais conforme ele batia e machucava o rosto de Márcio por dentro do capacete.

— Agora, você vai ter o que merece! - ele gritou, se preparando para dar o golpe final, mas Márcio transferiu a energia para o repulsor do peito e o acertou em cheio, o fazendo cair metros atrás.

Nesse momento, Márcio pôde escutar o barulho das viaturas ao longe. Ele precisava agir e deter o rival logo, era a chance perfeita.

Ele começou a andar na direção dele, na intenção de devolver a surra que ele havia lhe dado, mas logo Adamastor percebeu e lançou rajadas de energia com as duas mãos em sua direção. para sua surpresa, Márcio transformou sua mão esquerda, que ainda funcionava, em um escudo que sugou a energia do raio dentro dele. Então Márcio jogou-a de volta e atingiu Adamastor, causando pane nos circuitos da armadura.

— Isso não vai me segurar por muito tempo. - disse Adamastor, lutando para recuperar o sistema de ataque que havia sido afetado.

— O suficiente. Acionar os repulsores do peito e da mão esquerda. Força total! - disse Márcio, lançando rajadas de energia vindo dos citados lugares da armadura na direção de Adamastor, que urrou enquanto era atingido, a armadura começava a queimar por fora.

— Que merda você está fazendo? - disse Adamastor, sentindo a armadura esquentar por dentro.

— Bem, tudo na vida tem seu lado bom e seu lado ruim. E o lado ruim do titânio é que quando começa a queimar fica impossível de apagar. Ele queima até derreter. E foi isso o que eu fiz. Você está sem saída, Adamastor Nolasco! - advertiu Márcio, vendo a armadura ficar coberto por labaredas de fogo.

Nesse momento, uma nova tropa de policiais chegou no local e apontaram as armas para os dois. E mesmo sabendo que viraria churrasco ali dentro da armadura se não saísse de lá logo, Adamastor não estava disposto a desistir.

— NÃÃOO!! EU NUNCA ME ENTREGAREI!!! - berrou ele, enquanto levantava vôo para longe dali.

Mas Márcio logo usou a armadura para rastrear a armadura do vilão, enquanto ele sobrevoava a cidade desesperadamente.

Logo, ele notou que alguns policiais continuavam atirando, então logo tratou de pará-los.

— Ei, podem ficar tranquilos, ele não vai conseguir ir longe, aquela armadura vai esquentar logo. - disse ele.

— Obrigado senhor robô. Eliminou ele. - sorriu um policial.

— Me chame de Homem Titânio. - sorriu ele.

— Ok, Homem Titânio, desculpe ter duvidado do senhor. - falou outro policial.

— Relaxa, a armadura dele é muito parecida com a minha, lógico que vocês iriam confundir. - explicou ele.

Enquanto isso, Adamastor Nolasco voltava para a sua sala, repousando a armadura em chamas no chão e rapidamente desceu dela. Mas, ao se levantar, viu que Nélio e outros policiais apontavam armas para ele.

— Não tão rápido Adamastor Nolasco - riu Nélio - Achou que éramos burros a ponto de não saber que você voltaria para cá vencendo ou perdendo para Márcio Sterling? Mãos pro alto, você está preso!

Sem saída, Adamastor viu que sua arma estava confiscada, não havia nada que ele pudesse usar para escapar dali, então, levantou as mãos em sinal de redenção, logo sendo levado dentro da viatura, enquanto outros policiais usavam extintores de incêndio da empresa para apagar o fogo da armadura.

***

No dia seguinte, às dez e meia da manhã, Márcio e Marina entraram no quarto de Karen, que ainda se recuperava do ferimento causado por Adamastor. Ao chegarem perto, viu que ela estava com os olhos fechados.

— Karen? - chamou ele.

A moça, ao ouvir a voz dele, abriu os olhos e sorriu.

— Oi Márcio. Oi Marina. - disse ela.

— Oi tia Karen, é pra você! - sorriu Marina, entregando um ursinho de pelúcia com um lírio, a entregando.

— Obrigada, eu adorei.

Karen abraçou Marina como agradecimento, em seguida, a pequena foi para o sofá que tinha no canto do quarto, usada para acompanhantes, então Márcio a olhou.

— Como se sente? - perguntou ele.

— Muito melhor do que ontem. Capturaram o Adamastor? - quis saber ela.

— Sim, conseguimos.

— Mas o que ele havia falado sobre você estragar a vida dele?

Márcio suspirou. Mas, ele e Karen haviam ficado muito próximos com o tempo. E mesmo que aquilo fosse particular, de um jeito ou de outro era importante ela saber.

— Bem. O Adamastor, assim como eu, sempre quis ser dono de uma empresa. Ele mesmo abriria e seria o dono. Mas ele não tinha a minha genialidade e por isso, não conseguia ser tão rico e reconhecido. Então, fizemos uma parceria. Ele iria montar o negócio dele e vender tudo junto com a minha empresa. Para ajudar nas vendas, eu iria ajudar na divulgação, no marketing, para fazê-lo crescer - suspirou ele - Cada mês, o dinheiro dos lucros seria dividido entre nós, metade para cada um. Porém, uma série de contratempos começou a me fazer ter que gastar mais do que o necessário. Primeiro, a Marina pegou bronquite, depois, meu funcionário se acidentou em um acidente de carro. A família dele, claro, ficou desesperada porque não tinha dinheiro pra pagar, então eu tive que ajudar.

Ele fez uma pausa, antes de continuar.

— Só que antes disso, o Adamastor estava ficando cada vez mais ambicioso, estava lucrando muito, mesmo que recebendo metade do dinheiro, só que ele queria mais. No entanto, todos esses contratempos, principalmente os meus acidentes domésticos que me custavam dias no hospital com ossos quebrados, fizeram com que eu tivesse que pegar a parte dele várias vezes para usá-los nos tratamentos. Ele não entendia que era para um bem maior, só pensava nele. E isso foi o deixando cada vez mais irritado.

— E por isso, quando ele viu seu projeto da armadura de titânio, ele decidiu usar aquilo para te destruir. - concluiu Karen.

— Exatamente. - assentiu ele.

— Puxa, ainda bem que o prendemos a tempo.

À essa altura, Márcio estava triste, pois seu amigo estava na cadeia depois de se mostrar uma pessoa ruim, que ele já havia percebido, mas não quisera aceitar. E se tivesse reconhecido isso antes, provavelmente nada disso teria acontecido. Por outro lado, estava feliz que tudo tenha acabado. Agora, Karen, Marina e ele poderiam ter um tempo de paz em suas vidas.


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Notas finais do capítulo

Ainda tem um epílogo pela frente hein?



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