Era estranho admitir aquilo, mesmo agora.

Eu amo alguém.

Não qualquer pessoa – ela amava alguém absolutamente comum e estúpida como aquela garota, que dividia a comida que não tinha e cuidava de estranhas retiradas da água.

Amor. A palavra ainda rolava amarga em sua língua – era como estar sob o signo de um labéu indelével, uma fraqueza indizível. Mas, a despeito de ainda odiar a sensação de estar submersa em água morna que era morar naquele lugar, Morana continuava ali.

Porque no fundo, sabia. E talvez, sempre soube – por isso adiava sua partida.

Livia era como ela.

Uma pessoa sozinha.