No show de Gazelle para celebrar a união e paz em Zootopia, que foram restauradas depois do caso dos Uivantes, Judy e Nick se divertiram muito juntos. Dançaram e conversaram durante a noite toda. Mas sabiam que a partir de agora teriam que lidar com algo complicado. Eles sabiam que depois de tudo que passaram juntos para resolver aquele caso, desenvolveram algo muito forte um pelo outro.

Judy sabia que tinha em Nick um verdadeiro amigo que a defendeu quando ninguém mais o fez, e que ficou ao seu lado quando parecia estar sozinha. Ela não esperava que uma raposa fosse se preocupar tanto com ela. Para Nick, era algo novo e surpreendente, porque, pela primeira vez, alguém confiava em uma raposa e o via sem preconceito. Ele não esperava que essa confiança viria de uma coelha, mas tinha certeza disso desde que ela voltou para se desculpar com ele quando poderia ter procurado qualquer outro animal. Os dois ainda passarão muito tempo juntos para se conheceram e se entenderem melhor.

Assim que Gazelle estava terminando a última música, os animais começaram a sair aos poucos para evitar tumulto caso todos saíssem no mesmo horário. Nick percebeu que os animais já estavam saindo e perguntou a Judy se ela já queria ir também, entretanto ela quis ficar até a música final terminar e também que se despedir dos pais, já que os mesmos voltariam para as Tocas. Então Nick diz a ela que vai esperá-la no carro, no estacionamento.

Enquanto ia até o carro, descendo as escadas que levavam até o estacionamento com outros animais que também estavam indo para lá, alguns animais o reconheciam por ser a raposa que ajudou a Oficial Hopps com o emblemático caso dos Uivantes. Alguns até o agradeciam pelo serviço prestado a cidade, para a surpresa de Nick. "Quando que agradeceriam uma raposa por alguma coisa?" Nick pensou. Isso o fez refletir sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Muitas coisas mudaram desde que conheceu Judy. Assim que chegou no carro, ficou apoiado na porta, olhando os animais saindo e céu, enquanto refletia.

"Tudo mudou tão rápido. Até pouco tempo atrás, vivia sem rumo, andando pela cidade vendendo meus patolés com o Finnick. De repente uma coelha entra em minha vida, e olha onde estou agora. Tenho um distintivo de verdade e estou saindo de um grande show da Gazelle. Tudo por que Judy confiou em mim." Ele sorriu só de pensar nela e seu coração ficava mais quente. Em alguns minutos ele ouviu o alarme do carro. Judy estava voltando do show também.

— Cheguei, esperou muito? – Ela abriu o carro e foi entrando.

— Alguns minutos, nada demais. – Ele entrou no banco do passageiro. – Não sabia que você gostava tanto da Gazelle.

— Já faz um tempo que gosto das músicas dela." – Elá da partida no carro. – Mas é a primeira vez que vou em um show dela. – Ela dá ré no carro e começa a dirigir para fora do estacionamento.

— Confesso que é a primeira vez que vou em um também. – Ele abre um pouco a janela do carro. Nessa noite tinha uma brisa agradável.

— É bom, ajudar a distrair a mente. – Ela passa pelo portão do estacionamento e já estava na estrada em direção a Zootopia.

Após alguns minutos de silêncio aproveitando a companhia um do outro. Judy volta a conversar.

— Tem algum lugar para ficar, Nick? – Ela precisava saber se o deixava em algum lugar por isso perguntou.

— Na verdade tenho sim. – Ele sorriu. – Agora que consegui um emprego de verdade, voltei a morar com a minha mãe, até conseguir um lugar para mim.

— Isso é incrível, Nick. Fico muito feliz com isso. – Ela sorri para ele, mas rapidamente volta sua atenção para estrada. – Mas porque você não morava com ela antes?

— Eu não queria dar dor de cabeça para ela, com as minhas atrapalhadas. – Ele olha para ela. – Mas agora sou motivo de orgulho. – Ele mostra o distintivo.

— Imagino. A primeira raposa policial da cidade. Tem que ter orgulho mesmo. – Ela colocou sua pata na pata de Nick.

— Graças a você, Cenourinha." Ele segura a pata dela. Ela fica um pouco acanhada, mas sorri para ele.

— Então, qual o caminho para chegar lá? – Ela olha para a estrada, como uma escapatória para olhá-lo diretamente.

— Pode continuar por esse caminho, vou falando quando entrar na cidade. – Ele apontou para a estrada em que estavam.

O estádio onde ocorreu o show, era um pouco longe do centro da cidade, então até voltar, poderia demorar alguns minutos, mas isso não seria importante. Os dois estavam aproveitando a companhia um do outro. Assim que entraram na cidade, foram passando, pelos diversos distritos, lembrando dos lugares onde passaram e das aventuras que tiveram juntos, tinham boas lembranças em vários lugares.

Quando entraram na Savana Central, Nick foi guiando Judy, por onde deveria ir para chegar na casa de sua mãe. Ela ainda morava onde cresceu, na periferia de Savana central. Conforme foram adentrando na periferia, Nick apontou para uma escola onde frequentava quando era filhote.

— Vê aquela escola, ali. – Ele apontou para ela.

— Vejo sim, porque? – Ela olhou rapidamente.

— O grupo de escoteiros que te falei era de lá. – Ele deu um suspiro, já que era um sonho de infância. – Era perto de onde eu morava.

— Então você teve que continuar indo lá mesmo depois do que aconteceu? – Ela o olhou, com certa tristeza.

— Tive, mas isso é história para outro momento. – Ele sorriu, dando a entender que era um passado que não o incomodava mais. – Chegamos. Aquela casa ali. – Disse ele, apontando. Judy estacionou na frente da casa.

— As luzes estão apagadas, tem certeza que é ai? – Ela perguntou com um pouco de receito.

— Ela deve estar dormindo agora, deve ser por isso. – Ele a tranquilizou.

— Verdade, já passou de meia-noite. – Ela suspirou, com certo alívio.

— Então, amanha a gente se vê. – Ele a abraçou, carinhosamente.-- Obrigado pela carona. – Judy já sentia bem perto dele, com um abraço, seu coração ficava quentinho.

— Até amanhã, Nick. – Ela sorriu para ele.

— Manda mensagem, quando chegar. – Ele disse antes de sair do carro.

— Mando sim. – Ela respondeu, ligando o carro novamente.

Nick saiu do carro e foi em direção a sua casa. Judy esperou ele entrar antes de sair de lá e ir para seu apartamento. Nick entrou silenciosamente em casa para não acordar sua mãe e como tinha boa visão noturna, não precisava acender as luzes. Passou pelo quarto de sua mãe, e viu que ela estava dormindo de fato. Por enquanto, Nick ficava no quarto que foi seu quando era filhote. A casa não era muito grande, mas era confortável para os dois. Nick entrou no quarto, se trocou e se deitou na cama com o celular em mãos, esperando a mensagem de Judy. E olhando para o teto, começou a pensar sobre a Judy e o que sentia por ela. "Como que uma coelha mudou minha vida desse jeito? Como que ela conseguiu me tocar meu coração? Na verdade, acho que eu que deixei, quando me abri pela primeira vez lá no teleférico. Nunca tinha contado para ninguém o que passei, além da minha mãe. Se ela soubesse a diferença que fez na minha vida, o quanto eu me importo com ela." Nick pegou um dos travesseiros que usa para dormir e o abraçou como se fosse a Judy. "Se ela soubesse o que sinto por ela. Talvez ela sinta o mesmo, afinal, ela me procurou quando precisou." Ele sorriu só de lembrar quando Judy voltou das Tocas para se desculpar e mostrou como estava arrependida. "Seria possível uma raposa se apaixonar por uma coelha?" Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu o incio de chuva pela janela, as primeiras gotas de chuva molhando a janela. "Espero que esteja em casa." Ele abraçou o travesseiro, com preocupado com ela.

Enquanto isso, Judy dirigiu até seu apartamento, não era tão longe da casa de Nick. Quando desceu do carro, sentiu algumas gotas de chuva e assim entrou rapidamente no prédio antes de se molhar muito. Ela andou pelo corredor e entrou no seu apartamento. Na cama que estava arrumada, entre os coelhos de pelúcia, tinha uma raposa de pelúcia; Judy tinha comprado mas não falou para Nick. Era um jeito de se lembrar dele, quando não estavam juntos por algum motivo, nesse caso por estarem morando em lugares diferentes. Judy se trocou e foi se deitar já que estava cansada. Ela se deitou com celular para mandar uma mensagem antes de dormir. Ela avisou Nick que já estava em casa e estava bem. Do outro lado da linha, Nick respirou aliviado, a chuva estava mais forte e ele estava preocupado com ela dirigir a noite e na chuva, mas tudo estava bem. Os dois se despediram pela troca de mensagens, e Judy se aconchegou na cama e abraçou sua raposa de pelúcia, era o jeito dela de, ao menos, ter uma raposa do lado.

Olhando para a raposa de pelúcia pensou sobre Nick e como se sentia em relação a ele. "Ele é tão gentil e carinhoso. Não esperava encontrar alguém assim, muito menos uma raposa, com um coração tão bom. Tive sorte em encontrar ele. Ele acreditou em mim quando ninguém mais acreditava e eu confiei nele. Eu não teria conquistado o que conquistei se não fosse por ele. Só queria que ele estivesse aqui, comigo. Não sei por quanto tempo vou conseguir manter isso em segredo, o que sinto por ele. Talvez ele sinta o mesmo, ele nunca me deixou mesmo quando eu pedi. Talvez seja estranho, uma coelha se apaixonar por um predador, mas aconteceu." Ela abraçou a raposa de pelúcia e caiu no sono, com o barulho da chuva na janela.

Os dois dormiram com o barulho da chuva na janela, sem saber que estavam um pensando no outro, sem saber que sentiam a mesma coisa.