I Would Die 4 U escrita por Mayara Silva


Capítulo 4
Eu morreria por você




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Pequenos flocos de neve caíam discretamente sob a cabeça dos californianos naquela manhã. O inverno estava próximo, mas ainda era possível ver o asfalto das ruas, a grama alaranjada e as árvores pouco carregadas com as folhagens. Parecia o cenário perfeito para um passeio tranquilo, afinal de contas faltavam poucas semanas para o natal, o clima aconchegante de feriado já estava no ar, porém, os funcionários do hospital Saint Symoné não estavam conseguindo desfrutar daquele ambiente sereno.

Ainda pela madrugada, eles receberam um paciente inusitado e sua modelo, ambos com sequelas leves do acidente com o elevador. Embora os ferimentos detectados não fossem letais, ambos foram completamente examinados, sobretudo Prince. Toda a equipe do cantor se empenhou para garantir que ele estivesse plenamente bem. O mesmo cuidado não foi repensado para a sua modelo, que também estava no acidente, mas o rapaz estava consciente e, assim que teve uma oportunidade, exigiu que ela também tivesse o mesmo tratamento.

 

Assim foi feito. Prince foi o primeiro a ser liberado. Uma multidão de fãs, paparazzi e curiosos se aglomeraram em frente ao prédio. O cantor precisou fazer uma estratégia pouco conhecida na época, mas muito utilizada pelos artistas, para que pudesse sair. Ele mandaria um carro pelo portão principal e sairia pela porta dos fundos, um plano básico que sempre funcionava. Todavia, ele sentia que precisava fazer uma coisa antes de ir.

 

Luna estava em um andar separado do cantor. Os funcionários tentaram preservar sua imagem, já que Prince corria o risco de ter algum paparazzi em sua cola. A garota estava apenas passando por alguns exames para se certificar de que estava tudo bem, embora já se sentisse bem melhor. Após coletar o sangue, a enfermeira saiu e a deixou descansando um pouco. Não demorou muito para que ele aparecesse logo em seguida.

 

— Prince? Ah, eu… Eu pensei que... 

 

A garota repousou a xícara que havia recebido com o seu café da manhã. O rapaz estava segurando um violão, logo se aproximou.

 

— Está tudo bem?

 

— Sim, sim. Bom… Eu tenho certeza que eles estavam mais preocupados com você, mas eu fiquei bem.

 

O cantor arqueou a sobrancelha. Ele havia feito uma exigência, e se aquela exigência não foi devidamente cumprida, Prince ia dar um jeito como sempre fez.

 

— Eles não cuidaram de você?

 

— N-não, não! Não é isso… Eles cuidaram. O que importa é que deu tudo certo.

 

Ele não sabia se queria aceitar aquela resposta, mas aquiesceu. Pigarreou um pouco e então voltou a falar.

 

— Okay. Pergunta meu nome.

 

— O quê?

 

— Vai, pergunta… Vamos, Luna.

 

Ela arqueou a sobrancelha, ainda confusa.

 

— Tá certo... Qual o seu nome?

 

— Prince. Eu... eu quero te mostrar uma música. Eu compus pra você. Posso?

 

— Hum...?

 

Luna não entendeu aquele diálogo, mas algo na expressão do cantor a fez perceber que aquilo era mais do que um simples pedido. Ela buscou algo em sua memória e não foi muito difícil relembrar daquele fatídico dia, onde ela deixou o jovem e inexperiente aspirante a músico plantado na frente de sua casa, com um violão nas mãos, após recusar ouvir sua canção. A garota suspirou, Prince era muito cruel às vezes.

 

— Me desculpa, Prince…

 

— Essa não é a resposta.

 

A garota ficou em silêncio, Prince era insistente e ela resolveu não questioná-lo.

 

— Claro. Eu quero sim.

 

O rapaz sorriu e posicionou os dedos em seu violão, em seguida começou a tocar uma acústica de uma canção nova. Luna logo reconheceu as primeiras estrofes.

 

“I'm not a woman”

“I'm not a man”

“I am something”

“That you'll never understand”

 

“I'll never beat you”

“I'll never lie”

“And if you're evil”

“I'll forgive you by and by”

 

“'Cause you, I would die for you, yeah”

“Darling if you want me to”

“You, I would die for you”

 

“I'm not your lover”

“I'm not your friend”

“I am something”

“That you'll never comprehend”

 

“You're just a sinner I am told”

“Be your fire when you're cold”

“Make you happy when you're sad”

“Make you good when you are bad”

 

“I'm not a human, I am a dove”

“I'm your conscious, I am love”

“All I really need is to know that”

“You believe”

 

“Yeah, I would die for you, yeah”

“Darling if you want me to”

“You, I would die for you”

 

Prince fez uma saída sutil com o violão e finalizou a canção. Assim que terminou, deu uma boa olhada nos belos olhos azuis da garota, esperando alguma reação. Luna nunca havia ouvido aquela canção completa, mas presenciou quando ele estava a compondo no elevador. Ela estava surpresa pela sua velocidade no processo criativo, porém também estava pensativa sobre suas intenções. Era uma bela música e a letra havia lhe tocado em diversos pontos. Era tão óbvio que havia sido feita para ela.

 

— Você é cruel, Prince…

 

— Você acha?

 

O cantor se aproximou, deixando o violão de lado, e se acomodou próximo à cama onde Luna estava. Ele manteve os olhos nos dela.

 

— Essa música é mesmo pra mim…

 

— Tem certeza?

 

A garota franziu o cenho.

 

— Eu não sou idiota.

 

— Eu sei disso. Senão, jamais teria me apaixonado por você…

 

Luna ficou sem palavras. Ela já não sabia mais o que responder ou o que falar, ela sequer sabia o que Prince queria ganhar com aquilo. Sentido-se vencida, apenas levou uma das mãos ao rosto do cantor.

 

E o beijou.

 

Pela primeira vez ele provou dos lábios de sua antiga paixão. Lembrava-se de quando aquele momento era apenas um sonho, de quando sua atração louca e desenfreada o fazia devanear pelo carinho de sua musa. Houve uma época em que ele desejava os seus lábios, sua pele, seus olhos, seu corpo, sua voz, sua essência. Ele sabia que esse desejo ainda existia, dentro do seu coração.

Entrementes, sabia o que devia fazer, e estava fora dos seus planos entregar-se a essa paixão trivial.

Luna arfou, precisava de fôlego. Prince estava prolongando o beijo, ele estava viciado no gosto doce de sua boca e na maciez de seus lábios. Àquela altura o cantor já havia beijado muitas bocas, mas nenhuma delas saciava seus desejos como a da garota.

Prince resvalou os lábios por sobre o canto de sua boca e mordiscou sua pele corada, enfim, finalizando aquele ato apaixonante.

Ela suspirou.

 

— O que a gente faz agora...?

 

O cantor sorriu e discretamente balançou a cabeça em negação. Tomou o violão em mãos e lentamente se levantou, já pronto para partir.

 

— Eu farei Ted te recontratar assim que você se recuperar. Depois disso… seguiremos nossas vidas.

 

Luna o encarou por um tempo, tentando assimilar aquela frase, sobretudo a última parte.

 

— Estou amando a música, Luna… Eu pertenço a ela.

 

Disse. Por fim, foi em direção à porta e se retirou.

 

x ----- x

 

Paisley Park - 14:00 hrs

 

Seis meses após os eventos na sede da Ebony, a vida do cantor parecia ter voltado aos eixos. O lançamento do seu filme foi a mais pura concepção de sucesso, que lhe rendeu prêmios e reconhecimento mundial. Prince nunca fora tão prestigiado quanto naquele momento. Se ele já tinha certeza de seu talento, aquela reação do mundo à sua obra só reacendeu essa sua convicção.

Naquele dia, o cantor estava em sua casa. Ele precisava descansar para os shows que faria daqui a algumas semanas, mas, como de costume, estava pondo a mente para funcionar e criando algumas canções, adorava fazer essa atividade.

 

Prince estava em seu estúdio particular, quando parou para ver algumas mensagens em seu celular. Ele ainda não era fã daquela tecnologia, mas, quando descobriu que aquilo foi o responsável pelo início das suas buscas no dia do acidente, se tornou adepto.

Haviam apenas algumas mensagens de Luna, enviadas ainda na manhã daquele dia.

 

Vc, hein? Deve tá todo metidinho agora que tá na gringa.

 

O cantor sorriu, mas não respondeu, deixou o celular de lado e voltou a compor. Embora Prince tivesse dispensado sua ex-colega de classe, ele não quis perder o contato com ela e o desejo foi recíproco.

Pouco tempo depois, seu celular tocou. O cantor suspirou e atendeu.

 

— Luna? O que foi?

 

— Prince, liga a TV agora. Tipo… AGORA!

 

— Sério? Você vai me fazer sair do estúdio pra assistir televisão?

 

— É sério! Tem uma coisa…

 

— Deixa eu adivinhar… Tem uma coisa estarrecedora passando na TV, daquelas que, assim que eu ver, vai ser uma bomba, e depois disso o capítulo vai acabar, que nem nas séries.

 

— Tá me tirando?? Isso não é filme, Prince! Liga logo!

 

Ele revirou os olhos. Sequer deu tempo de responder, o interfone do estúdio começou a chamar.

 

— Um momento, Moon.

 

Deixou a ligação dela em espera e logo foi atender à chamada, Prince sabia que não o importunavam por bobagem.

 

— Sr. Nelson, o sr. Jones está no salão principal.

 

— Já estou indo.

 

Prince desligou e foi responder à sua amiga.

 

— Luna, querida, eu tenho uma reunião agora. Depois eu vejo isso, okay? Qualquer coisa, grava o programa pra mim.

 

— Prince!

 

Desligou. Ele sabia que precisaria se desculpar com ela depois, Luna era bem temperamental e não tem conversão que mude isso, mas ele daria seu jeito. Após isso, se retirou e seguiu em direção ao salão, precisava mesmo falar com o sr. Jones Jr., sentia que não havia sido claro ao telefone, da última vez.

 

Procurou adiantar a conversa e ligou para o homem durante o percurso.

 

— Alô!

 

O rapaz suspirou.

 

— Sou eu, Jr. Se me permite supor, veio insistir naquela ideia, não é?

 

— Prince, pelo menos considere. Seria uma ótima parceria, uma excelente parceria! Você sabe que eu não te arrumaria problemas, estou no ramo há muito tempo…

 

— É, mas você ainda não teve tempo suficiente para trabalhar comigo, para saber que eu não faço feat. Talvez em um futuro distante, Jr., mas eu estou há… hum… menos de cinco anos no mercado… Eu vou construir meus degraus em cima do meu trabalho, não em cima dos outros.

 

— Prince… Eu vou te esperar chegar, vamos conversar pessoalmente.

 

— Okay, mas eu não vou mudar de ideia, você que lute.

 

O cantor desligou e apressou o passo. A conversa havia lhe dado disposição suficiente para entrar em uma discussão em prol de seus ideais.

 

Assim que abriu os portões do salão, seus olhos prontamente miraram a presença do empresário, porém, ele havia percebido uma segunda pessoa ali.

Um rapaz mediano, muito branco, magro, cabelos negros como o ébano. O seu rosto era perfeito como uma bela porcelana, mas os óculos escuros obstruíam essa plena visão. Uma pena, pois seus olhos poderiam lhe dar uma resposta rápida sobre quem era aquele estranho rapaz, Prince tinha uma maior facilidade para reconhecer as pessoas pelo olhar, a janela de suas almas.

 

— Jones Jr.

 

— Prince… Me deixe te apresentar uma pessoa...

 


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Notas finais do capítulo

Mais um fim de história!

Sim, eu sei que parece que terão outros capítulos, mas o arco Prince x Luna acabou aqui. Eu tô planejando uma saga e a próxima parte será o ato final!
Infelizmente não tem previsão de quando vai sair, porque eu comecei a faculdade e não terei muito tempo pra escrever, mas já comecei a fazer algumas coisas. Talvez eu lance perto do fim do ano, mas não é certeza :x

De qualquer forma, obrigada pra quem acompanhou! Eu já tô ligada que infelizmente histórias com o Prince não tem muito engajamento TuT mas eu gosto dele e é isso que importa uahsaushauahs Ainda planejo outras histórias de crossover com ele e MJ, então é isso ♡



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