Alix concordou com a cabeça fazendo o que a amiga dizia, mas seus olhos demonstravam medo e haviam algumas lagrimas nadando neles, ela tenta parecer forte, ver sua melhor amiga tão frágil deixou Kim de coração partido , e um pouco tenso, ele precisava trazer Luka e rápido, ele saiu pela porta e o chamou

"Luka!" - Kim falou num tom um pouco mais alto que o anterior o que chamou a atenção de Luka que finalmente o olhou, seus olhos se conectaram e virando a cabeça na direção do quarto ele entendeu imediatamente a mensagem, correndo rapidamente para lá deixando sua irmã e cunhada com cara de preocupadas.

Assim que Odine viu Luka se aproximar ela soltou a mão de Alix e Luka a substituiu e envolveu o outro braço em torno de Alix, tentando o seu melhor para confortá-la  quando ela continuou se contorcendo, apenas repetindo palavras de dor, antes de desistir de falar e agarrá-lo e abraçá-lo, tentando respirar através da sensação de dor. Ele se sentou ao lado dela enquanto ela enterrava o rosto em sua camisa, segurando-o até que a dor diminuísse.

Kim ficou por um momento parado na porta impotente apenas observando os dois e Odine o abraçou lhe dando um selinho dizendo:

“Tá tudo bem, vem vamos deixar os dois!” – ele disse inseguro

" Uhn certo!" - ela o abraçou o guiando para fora dizendo:

"Ela vai ficar bem, não se preocupe!" - ele concordou com a cabeça a seguindo.

Luka tentava confortá-la o melhor que podia, acariciando seus cabelos  enquanto ela inspirava e expirava trêmula.

"Você está bem agora? Tudo bem Pinkette?" - Ele sussurrou, beijando o topo de sua cabeça quando ela parecia estar relaxada.

"Sim." - ela olhou para ele e, embora ele visse o medo e a vulnerabilidade em seus olhos e a beijou suavemente, tentando fazê-la se sentir melhor. A julgar pelo suspiro que recebeu, parecia ter funcionado. Eles ficaram assim até que Adrien colocou a cabeça pela porta meio sem jeito:

"Oi? Tem uma garotinha querendo vir ao mundo aqui também?"

Luka fez sinal com a mão pra eles entrarem e saiu de perto de Alix, ela se virou e sorriu quando viu a amiga, Adrien a empurrava na cadeira de rodas, Mari disse sorrindo:

"Esse garoto aqui tá doido pra sair!” – Alix sorriu e Mari continuou- “E você como esta?"

“Uhn acho que bem. Dói, mas estamos indo bem!” - Adrien se desculpou:

 “Desculpem a demora, mas a bolsa da Mari estourou e foi uma loucura!" Luka trocou um olhar com Alix e disse rindo:

 "Acho que te entendo bem!"

 De repente as duas ofegaram e os dois correram tensos um pra cada uma.

Assim que passou a dor Adrien pediu desculpas mas achava melhor levar Marinette para o quarto deles para que ela pudesse “relaxar’ um pouco. E aos poucos os amigos que estavam na antessala se revezaram em visitas muito rápidas para deixá-la descansar.

Passava das onze da manhã a maior parte dos famíliares e amigos tinham ido embora  mas prometeram voltar mais tarde, eles já estavam no hospital há sete horas, e o trabalho de parto totalizava oito horas, e ainda assim Alix estava com apenas seis centímetros e meio de dilatação.

A médica disse que ela estava indo bem e enquanto a ela e o bebê estivessem saudáveis, nenhuma intervenção seria necessária.  O que deixou Luka apreensivo porque as contrações estavam ficando mais intensas e ele odiava ver Alix sentindo dor.

Alix de repente gemeu em seu sono, agarrando as barras com força, ainda meio adormecida. Luka suspirou e caminhou em sua direção, sentando-se na cama, segurando sua mão e acariciando seu cabelo. Ela gemeu e bateu nele mas desistiu de tentar fazê-lo sofrer do jeito que ela estava sofrendo e agarrou sua camisa suavemente, inspirando e expirando até que a contração finalmente parou, Luka a beijou na testa suavemente, antes de ir em direção a Jules e Rose que olham para Alix com um olhar de compaixão, Jules perguntou:

"Então, é assim que vai ser nas próximas horas?" – Luka suspira desanimado.

"Na verdade não, vão ficar muito piores. Mas vai valer a pena no final, mas eu não tenho ideia de como ela vai fazer isso." - Luka esfregou seu pescoço, ele estava tenso, ele olhou para Alix, seu semblante era cansado, misturado com medo e amor, eles sabiam que o que estava acontecendo era apenas leve e até o final da tarde, ela estaria gritando em agonia, e ele não tinha certeza se poderia suportar isso.

As horas foram se arrastando e não estava nem perto de tudo isso terminar, eram quase duas da tarde e ela mal tinha conseguido chegar a oito de diâmetro. Ela não estava mais chorando de medo agora estava chorando por causa da imensa dor misturado com medo. Ela sabia que tudo seria duplicado e não tinha certeza se conseguiria aguentar.

"Ahh!" - ela gritou, ficando tensa. Luka correu para o lado dela, segurando-a perto enquanto ela gritava de dor.

"Quanto? Quanto tempo mais?!" - ela choramingou em seu braço, a dor enchendo seu corpo parecendo que não iria parar nunca. Luka suspirou, abraçando-a e beijando sua têmpora suavemente.

"Eu não sei. Quer que eu vá buscar Lucia?"

"Por favor." - ela murmurou em sua camiseta depois que a contração passou.

"Tudo bem. Volto em um minuto." Ele disse e lentamente se levantou da cama e saiu da sala em silêncio em busca da enfermeira que estava cuidando de uma papelada na recepção.

"Oi Luka, está tudo bem?"

"Sim, mas Alix está com dor. Ela quer ser examinada novamente e pode querer um analgésico."

"Tudo bem, vamos examiná-la então." - ela largou a caneta e a papelada em cima do balcão, antes de pegar um par de luvas de látex e levar Luka de volta ao quarto de Alix.

"Ei, Alix. Como você está se sentindo?"

"Estou exausta e essa merda dói demais. Quanto tempo mais?"

"Eu sei, querida, vamos ver agora, ok?" - Alix assentiu e Luka segurou sua mão enquanto Lucia se posicionava e colocava algo nas pontas dos dedos, antes de verificar Alix. Ela gemeu alto e virou a cabeça para Luka, tentando esconder o rosto atrás de seu antebraço.

"Ok, ok. Pronto." Lucia retraiu os dedos. "Então, não há muita mudança aqui, temos cerca de meio centímetro, então oito, ainda falta um pouco, mas você já passou da metade do caminho, então acho que você terá este bebê em cerca de três horas no máximo, se as coisas permanecerem como estão agora você deseja algum analgésico agora?”

"Não, estou bem. Está tudo bem com ela?"

"Sim, querida está bem, a cabeça dela está baixa, no lugar certo, o pulso está bom. Tudo está indo bem. Eu irei checar você em cerca de uma hora e meia, se você precisar de mim, antes disso, não excite em pressionar o botão, ok?”

Alix assentiu e Luka pegou a mão dela, fazendo pequenos círculos com o polegar tentando acalmá-la e ela diz num meio rosnado quando outra contração a atinge:

“Te odeio!” – ele sorriu e disse num tom:

“Não ! Você não faz!”

Cerca de uma hora e meia depois como prometido Lucia entrou estava com uma aparência cansada e Luka rolou para fora da cama meio sonolento e ajudou a colocar Alix na posição.

"Tudo bem querida, vamos dar uma olhada em você! Preparada?"- ela acenou com a cabeça murmurando um "Sim!"

Mais uma vez, ela gemeu, mas Luka percebeu que Lucia a estava verificando novamente e por mais tempo do que antes, ele perguntou inseguro:

"Está tudo bem?" Alix tentou se sentar ao ouvir isso, mas ele a manteve no lugar.

"Perfeito, você é completamente dilatado!" - ela sorriu e se levantou. Ele perguntou, com os olhos arregalados:

"Dez?" - ela concorda

"Sim! Dez!" – Alix gemeu:

"Oh Graças a Deus."

"Você vai se sair bem." - ela sorriu, antes de falar ao telefone preso à parede.

"Sim, preciso de dois médicos de prontidão para Alix Kubdel, ela está prestes a começar a empurrar. Ok, sala oito. Perfeito."

"Papai, você quer contar para todo mundo?"

Luka acenou com a cabeça. "Já volto bunny."

"Está tudo bem, garoto?" Seu pai perguntou assim que Luka entrou na sala de espera, os olhos semicerrados. Os médicos entraram na sala antes de Luka sair, então todos estavam um pouco ansiosos.

"Perfeito. Ela estava prestes a começar a empurrar."

Todos sorriram se levantaram e as meninas começaram a gritar baixinho.

"Dana está a caminho?"

"Sim ela está." - Luka riu - "Eu tenho que ir” - Luka saiu e foi para o lado de Alix, pegando sua mão.

"Ok, amor, você está pronto?"

"S-sim." - ela acenou com a cabeça, respirando fundo. Ele se inclinou e a beijou suavemente.

"Você vai se sair bem. Estou com você." Beijando-a novamente, ele ficou em sua cabeça, acariciando seus cabelos até que os médicos vieram até eles.

"Tudo bem, querida, você está pronta?"

"Sim."

"Ok... coloque as pernas ao lado do corpo e puxe-as para cima"

Ela o fez e ficou em posição de parto. Luka apoiou a perna mais próxima a ele.

"Ok... empurre quando sentir uma contração, queixo contra o peito, feche os olhos, grite se precisar, respire gás e ar se precisar"

Luka recebeu o gás e o ar e ele o segurou perto dela quando ela começou a gemer.

"E-está vindo."

"Otimo. então empurre quando sentir a dor"

Em poucos segundos a dor veio e fechando os olhos e colocando o queixo no peito, Alix empurrou com todas as suas forças, um grito sufocado deixando sua garganta quando ela encontrou a dor  uma que ela não acha que poderia existir.

O aperto dela na mão de Luka era tão forte que ele jurou que ela quebraria seus dedos, mas ele sabia que não tinha o direito de reclamar, com certeza a dela era maior que a sua ele precisava ser forte para ela agora.

"Bom! Dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Pare." Alix parou e respirou fundo, antes de Luka lhe oferecer um pouco de gás e ar.

"Você está indo muito bem, bunny." Ele disse em seu ouvido, beijando-a novamente suavemente. A espera pela próxima contração não foi longa.

"Um dois três quatro cinco seis sete oito nove dez. Pare.”

 Durante as próximas contrações, Alix empurrou em todas elas, e seu aperto na mão de Luka ficou cada vez mais forte, seus gritos tornaram-se mais altos e mais cheios de dor, havia mais dor em seu rosto e e isto estava quebrando o coração de Luka ao vê-la gritar de agonia. Não havia uma maneira de ele ajudá-la e isso realmente o irritou.

"Empurre!"

"Ahh!"

"Dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Pare! Muito bem garota!Eu posso sentir a cabeça. Seu bebê está tão perto, querida mais alguns empurrões e vamos tirar esse bebê, ok?" - ele sussurrou em seu ouvido:

"Nossa filha está tão perto .Eu estou tão orgulhoso de você." - Luka a beijou suavemente nos labos recuando quando a próxima contração destruiu a agonia da mente e do ser de Alix.

"Empurre!"

"Ahh!"

"Dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Pare! Ok, eu posso ver a cabeça do seu bebê, papai, você quer ver?"

Luka se inclinou e  viu o topo da cabeça de sua filha cheia de sangue e sentiu certa vertigem e voltou rapidamente para o lado de Alix.

"Ela está tão perto. Você está indo tão bem. Eu te amo muito."

Quando a próxima contração veio, ela não conseguiu parar de gritar e dar um grande empurrão. A dor  era intensa e ela pensou que poderia morrer.

"Você está ótima, querida, só um pouco mais. A cabeça do bebê está para fora agora. Papai quer olhar novamente?"

Luka assentiu, se levantou e não conseguiu tirar os olhos da cena que se desenrolava ao seu redor e num repente tudo girou a sua volta e ele caiu desmaiado no chão. Alix gritou e ficou agitada:

“Luka? Luka? Oh Deus ele está bem?“ – a medica tentou acalmá-la.

“Sim! Está tudo bem! Não precisa se alarmar ele só desmaiou! Acontece! Já estão cuidando dele!” – Alix revirou os olhos:

“Quando mais preciso dele, ele foge!” – A médica riu e disse suavemente.

"Agora, Alix, preciso que na próxima você pressione por quinze segundos. Tudo bem?” – ela assentiu com a cabeça:

“Você está pronta?"

Choramingando e convulsionando em agonia, Alix só conseguiu responder calmamente com um "Sim" - antes que a contração acontecesse e ela gritasse, começando a empurrar com tudo que tinha.

"Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, pares, doze, treze, quatorze, quinze. Pare. Ótimo querida, já temos um ombro para fora agora. A contração passou?"

Alix acenou afirmativamente com a cabeça.

"Muito bem querida, você está indo bem, apenas respire o gás e o ar. Mantenha os olhos fechados."

Ela fez isso até que ela sentiu uma sensação estranha de giro, e mais uma contração a atingiu.

"Vamos! Mais um! Só mais um! Você consegue!"

Alix gritou e empurrou uma última vez, antes que todos ouvissem o grito estridente de um bebê, que foi rapidamente colocado no peito de Alix, com as lágrimas começando a escorrer por seu rosto, ela olhou para sua filha e chorou com ela, incapaz de acreditar que ela e Luka criaram este pequeno milagre.

A médica disse sorrindo: "Parabéns! É uma menina linda e saudável!"

Passando a mão trêmula pela bochecha da garotinha, seus gritos diminuíram virando um choramingando quando seus olhinhos encontram o de Alix que estava derramando algumas lágrimas passando os dedos pela pele de sua filha pela primeira vez ela disse suave:

"Bem-vinda ao mundo Dana Kubdel Couffaine."