Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do escrita por Cupido Diabólico


Capítulo 3
Inferi




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Leo

Acordei com a luz do sol forte batendo na minha cara, com Calipso ao meu lado. Após alguns instantes, percebi que não estava no Argo III, fazendo-me lembrar do que ocorrera ontem à noite.

 

*Flashback On*

 

Quando eu havia entrado no barco, tentei não deixar transparecer minha raiva pelos pequenos danos que foram causados pelos semideuses que alugam o Argo III em missões aquáticas. Quíron havia chegado a um impasse comigo: se eu quisesse deixar o barco no acampamento, eu teria que cedê-lo aos que necessitassem e o acampamento não me pagaria um centavo pelos danos.

 

O Argo III não era nem de longe tão grande e majestoso quanto o Argo II, mas ainda tinha quatro cabines, uma cozinha e dois banheiros. O resto eram detalhes que todo barco deve ter. E para levar Calipso para passear pelo mar num jantar à luz de velas e possivelmente uma dança à luz do luar dentro do meu barco não parecia má ideia até eu ver o estado do pobre coitado.

 

A noite seguiu tranquila - nós dois cozinhamos juntos (os poderes dela ajudando muito a acelerar o processo) enquanto ouvíamos algumas músicas pra ficar de fundo.

 

Ela ainda desconhecia a maioria das músicas e talvez você me pergunte como é que em seis anos ela ainda não conhece as músicas modernas. Bem, ela teve que aprender a história da humanidade desde o império romano depois que voltamos pro Acampamento juntos (foi engraçado ver os filhos de Atena decidindo o que seria mais útil para ela aprender) enquanto aprendia sobre como funciona a sociedade nos dias atuais. E no tempo livre, eu tentava lhe mostrar mídias do mundo moderno, mas pra colocar todo esse conhecimento na cabeça dela... Bem, é um processo ainda não finalizado. A vantagem é que Calipso pretende fazer faculdade de história, o que pode ajudá-la a se adaptar ao mundo de hoje em dia.

 

Depois do MasterChief Leo e sua linda assistente prepararem um delicioso clichê romântico, conhecido como espaguete com almôndegas, acompanhado de um vinho tinto, fomos a mesa comer. E era incrível como Calipso ficara cada vez mais bonita nos últimos seis anos. Eu pensei em lhe sugerir trabalhar como modelo, mas ela precisa de um trabalho mais relacionado a mitologia. É a única forma de reescrever a sua vida sendo uma ex-deusa feiticeira que ainda tem alguns truques.

 

Conversamos sobre a minha oficina em Long Island, não muito distante do acampamento, sobre as aulas de Calipso, sobre alguns projetos para decorar nossa nova casa, mas tivemos o jantar interrompido. Ouvi batidas estranhas no barco e fui conferir a causa do barulho, apenas para me deparar com as criaturas que fazem os zumbis do Nico parecerem decorações de Dia das Bruxas.

 

Eram cadáveres nojentos, com olhos brancos e nebulosos que vestiam todo o tipo de roupa e tinham diferentes estados de putrefação, assim como os zumbis. Contudo, eles pareciam muito mais focados, como se tivessem um objetivo em fazer aquela baderna no casco do barco.

 

Eu me afastei para avisar Calipso, apenas para ver sua expressão de horror ao ver um desses monstros ameaçando subir ao Argo III. Lancei-lhe um jato de fogo, o que o desintegrou na mesma hora.

 

Mais alguns desses monstros tentaram subir ao Navio, mas desintegrei-os um por um. Contudo, conforme os ataques continuaram, minhas forças foram diminuindo e os estragos no barco ficaram mais evidentes. Precisávamos sair dali. Acelerei o barco até me deparar com uma pequena montanha de areia, mas não tive tempo de desacelerar e o barco ficou preso na areia.

 

— Pode mandar o barco de volta, por favor? - Pedi com meu melhor olhar triste. Ela sorriu e fez um gesto com a mão que fez o barco... Continuar ali. - Por favorzinho! - pedi mais uma vez.

 

— Não estou conseguindo! - ela exclamou assustada.

 

— Tenta trazer o espaguete até mim com os poderes. - sugeri, tentando manter a calma. Ela tentou, mas o prato nem se mexeu.

 

— O que houve com os meus poderes? - ela perguntou, aquele olhar perdido me doendo o coração. - Zeus os tomou mais uma vez?!

 

— Calma, Calipso. - eu a tranquilizei, abraçando-a por trás. - Você continua sendo a minha garota, com ou sem poderes. - finalizei beijando sua bochecha.

 

Aproveitamos o momento, tentando relaxar naquele pequeno monte de areia que a maré alta não submergiu. Os ventos realçavam o cheiro de canela de Calipso e o barulho das ondas nos lembrou da minha perfeitamente calculada chegada em Ogígia, onde fui muito bem recebido e bem tratado por uma garota muito simpática e calma.

 

Ri comigo mesmo do meu sarcasmo, mas o sorriso morreu ao ver aquelas criaturas estranhas aparecendo novamente, saindo da água e vindo na nossa direção.

 

Minha mente lembrou que havia fogo grego no navio, mas haviam muitos monstros entre eu e o Argo III. A grande maioria o rodeava, querendo se certificar de que eu não subiria de volta naquele barco e alguns poucos apareciam por atrás tentando surpreender, mas Calipso me manteve alerta para eles.

 

No início, vaporizar esses projetos de zumbis estava fácil, mas novamente, conforme o número deles crescia, minha força diminuía. E os encantamentos curativos de Calipso não surtiam efeito algum em mim.

 

Com muito pesar, atirei uma grande bola de fogo no canto direito do navio, onde havia o fogo grego, que explodiu e incendiou o barco, metade do pequeno monte de areia e todos os monstros até onde a vista alcançou.

 

— E agora? - Calipso perguntou.

 

— Esperamos alguma oportunidade de arco-íris e mandamos um S.O.S.

 

— O que foi tudo isso afinal? - ela tirou as palavras da minha boca.

 

— Parece que eu me enganei redondamente sobre a ideia de paz depois de Gaia. - eu confessei profundamente irritado e aborrecido. Lancei chamas ao mar, vendo o vapor subindo cada vez mais, mas não satisfeito até que toda a minha energia acabasse.

 

— Espera! - ela pediu. - coloca fogo nas mãos, acho que eu vi um arco íris nesse vapor!

 

*Flashback Off*

 

O resgate foi a pior parte. Um aniversário de namoro que levou a um ataque de um monstro nunca antes visto, além de custar a perda de um navio. Eu ainda estava mal-humorado com tudo isso e muitíssimo aflito pela condição de Calipso, que teria que se adaptar novamente à falta de poderes (da última vez foi bem difícil).

 

Na Casa Grande, às quatro da madrugada, não se ouvia um único barulho. Nem mesmo Seymour se movia. Meus pensamentos não estavam me ajudando e depois de anos convivendo com Calipso, ambos paramos de mascarar as emoções, então todos podiam me ver zangado e seus olhares de pena sobre mim piorava o meu estado. Bom, os que sentiam pena. Alguns me olhavam reprovando meu ato de incendiar o barco pra me salvar, prezando mais o Argo III do que a minha vida.

 

Calipso havia terminado de relatar o ocorrido e eu estava pronto pra praticar um pouco das minhas habilidades no acampamento, a fim de me proteger, pois aparentemente a minha cabeça estava em jogo mais uma vez. Contudo, fui tirado dos meus pensamentos por Will, que entrou desesperado na Casa Grande e quando Quíron mirou seus olhos nele, Will só conseguiu pronunciar entre as lágrimas:

 

— Nico desapareceu!

 

E eu soube que teria muitos problemas nos próximos dias.


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