Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do escrita por Cupido Diabólico


Capítulo 11
Diabretes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/803072/chapter/11

Annabeth

Troquei meu vestido de noiva por uma simples blusa turquesa e calças jeans claras, junto à sandálias pretas, enquanto Percy trocava o terno por uma pólo azul e calças cinzentas. Estávamos cansados e provavelmente, eu não estava praguejando Hera sozinha. Nada mais (in)justo que a deusa do casamento interromper o meu casamento.

Tentando não atrair mais a atenção de Sua Majestade Bovina com meus pensamentos, analisei o meu inventário. Chaves de casa? Confere. Carteira com passaporte? Confere. Celular? Melhor não levar. Espada de osso de drakon? Encantada pra virar um prendedor de cabelo graças à Lou Ellen há quatro anos atrás. Confere.

Percy tinha voltado com o relógio-escudo, na sua versão melhorada, também feita por Tyson, dada de presente ao meu marido quando ele fez vinte anos. Contracorrente já devia estar sumindo das calças sociais e aparecendo no par cinzento à prova de fogo que Calipso lhe fez, junto à pólo. Tentei não ficar com ciúmes dele estar usando as roupas dela no dia do nosso casamento, mas ele deve ter notado minha cara virando um tomate.

— Devo usar armadura para um encontro formal, Sra. Cabeça de Coruja? - ele me perguntou, dando aquele sorriso besta que me faz rir junto, mesmo doze anos depois.

— Moto ou Blackjack, Cabeça-de-Alga? - perguntei, mudando o assunto.

A resposta foi um assobio que deve ter chamado todos os táxis de Nova Iorque e, com certeza, chamou seu fiel pégaso, resgatado do navio de Luke há onze anos. Luke... Mesmo tantos anos após a sua morte, eu ainda sou atormentada por ele em pesadelos. Em especial um envolvendo um cativeiro numa caverna cheia de cristais, com cinco semideuses presos e Luke canalizando seus poderes.

Só de pensar na visão, eu tive arrepios. Desde que comecei a sonhar com isso, há três semanas, quero acreditar que aquele não é Luke, mas a cicatriz, o cabelo, a espada... Não. Hoje não. Principalmente quando meu marido e eu tentaremos passar por um encontro com bruxos sem ninguém se estapear no final.

— Blackjack disse que acabou de levar Piper e Rachel pra uma ilha de dragões. - Percy revelou. - Devemos me preocupar?

— Acho que o Quíron teria nos falado se elas estivessem em perigo. - respondi, esperando estar certa. - Vamos?

...

— Prontos para a viagem, imagino. - Nos disse Edward Lupin, nos recebendo com um sorriso no rosto, uma varinha na mão direita e um cardigã cinza estampado com um brasão amarelo com um texugo preto no meio, acompanhado de uma camisa social branca, calças pretas e tênis cinzas de cano longo.

— Sim, mas onde está o seu grifo? - Percy perguntou, cruzando os dedos para que o mesmo não aparecesse, imaginei. Filhos de Poseidon não se dão bem no ar.

— Hipogrifo, senhor Jackson. - Corrigiu sutilmente. - E eu preferi que conhecessem o método mais usado por bruxos nessa viagem, portanto deixei o Volati em casa. - explicou enquanto se aproximava guardando a varinha no bolso de trás.

Imaginei que três vassouras voadoras apareceriam e nos levariam, mas Ted apenas estendeu o braço direito na altura do coração, como se fizesse uma reverência sem se curvar ou abrir a mão. Ele aproximou o braço de nós e indicou parar que nós colocássemos uma das mãos de uma só vez.

A última coisa de que eu me lembro foi ter ouvido um grito fino vindo do todo poderoso filho de Poseidon antes de sentir meu corpo inteiro sendo apertado, esticado e espremido enquanto meus ouvidos estalavam e meu cérebro virava purê.

— Lar, doce lar! - Ted anunciou, enquanto o mundo parava de girar e eu engolia o vômito, ao contrário de Percy, que já havia achado a janela. Por azar, estávamos num apartamento, então esperava que a rua estivesse vazia, ou Edward teria problemas com a vizinhança.

— O que acabou de acontecer? - perguntei, me sentando no sofá para não cair.

— Aparatamos. - Ted explicou, numa só palavra. - Eu não sei explicar a lógica disso, mas é o nosso principal meio de transporte depois nos formarmos da escola.

— Vocês têm uma escola de magia? - Percy perguntou, ainda verde de enjôo.

— Onze, na verdade. - corrigiu. - Espalhadas pelo mundo. Algumas recebem apenas alunos da região e outras recebem alunos de qualquer lugar. - explicou, enquanto fazia dois copos d'água flutuarem até nós. - Eu estudei sete anos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a melhor escola do mundo! - Ele disse, se empolgando, com o cabelo indo pra um tom de verde lima, como a folha de uma oliveira.

Peguei um dos copos d'água e tomei  a metade do conteúdo, tirando o sabor ácido-azedo da língua. Sorte de Percy ter domínio sobre a água. Com a sua sorte, se fosse um prato de comida, ele teria se adiantado ou se atrasado pra pegar e faria uma lambança.

— Quem é o diretor dessa escola? - Perguntei, antes de terminar de beber o copo.

— Minerva McGonagall, apesar de Alvo Dumbledore ser o mais... - Edward interrompeu sua explicação, parecendo ter captado alguma coisa em algum lugar da casa. - Esperem um pouco, eu volto já. - ele pediu, enquanto corria pra outro cômodo da casa.

Aproveitei para reparar no lugar. Um apartamento novo, pelo formato e estado de conservação do lugar. Majoritariamente cinza, com detalhes de madeira envernizada alguns poucos beges e pretos. O sofá era cinza claro com almofadas beges e pretas e o raque era de madeira, tal qual o piso do lugar. A mesa de jantar e as cadeiras eram de madeira, com assento preto, assim como o forro de mesa. A cozinha tinha eletrodomésticos modernos e bem cuidados, todos prateados, além de uma pia de granito âmbar com armários pretos embutidos. Haviam três tapetes, somando as salas de jantar e de estar com a cozinha, todos cinzentos.

— Pelas barbas de Merlim! - ouvi Ted gritar enquanto corria de volta à sala. - os diabretes escaparam da gaiola!

Para confirmar as suas palavras, uma nuvem de fadas azuis veio voando na direção do britânico, seguidas de uma risada travessa que parecia estar na mesma frequência do Alvin e os Esquilos. E quando eu digo fadas, é apenas por serem pequenas e terem asas, porque uma que chegou perto de mim tinha grandes olhos pretos e antenas azuis, talvez três dedos e corpo magro, como um alienígena azul de bolso.

A cena a seguir foi um caos. Aqueles diabretes reviraram a casa, tendo apenas o caos como propósito. O cabelo agora vermelho de Edward estava sendo puxado e habitado pelas micro-pestes e Percy não conseguia nem tirar a espada do bolso sem que lhe jogassem alguma fruta. Sem mencionar que eles já pegaram a minha presilha-espada e descobriram como alternar entre os dois modos. Só espero que Edward possa pagar um sofá novo.

— Como detemos essas pestes?! - Percy perguntou, usando o relógio-escudo contra uma toranja.

— Eu preciso da minha varinha, mas tive que esconder assim que eles fugiram! - Ted explicou, com o cabelo indo pra um formato punk depois de tantos puxões em cima e cabelos arrancados dos lados.

— A gente te dá cobertura, só pára esses bichos! - Me ofereci, enquanto tacava uma das minhas sandálias no diabrete com a espada, que felizmente a deixou cair.

Percy insultou alguns (lê-se todos os) diabretes e eu escoltei Edward, agora com o presente de Damasén em mãos, até o quarto de poções, no qual ele conseguiu recuperar a varinha antes que algum diabrete jogasse um grande vidro de veritaserum em mim.

— Immobilus! - gritou o britânico pela segunda vez no dia, fazendo todos os diabretes ficarem imóveis no ar. - Reparo. - ele pronunciou enquanto passava a varinha por vários estragos dos bichos, consertando-os.

— Então... - Percy disse, enquanto limpava seu escudo. - Sobre a profecia...

— O Ritual do Renascimento pode dar vida e poderes incríveis a qualquer um que o performe. - Edward interrompeu. - Desculpe-me, esqueci que você não queria...

— Que poderes? - Percy o interrompeu, agora bem interessado no ritual. Sendo filho dos Três Grandes, o poder pode ser tentador pra ele às vezes.

—Bem, toda a extensão de poderes relacionados à água, fogo, terra, vento e espíritos. - Ted continuou, seu cabelo indo pra um tom verde. - O indivíduo provocaria terremotos, tsunamis, erupções e furações com facilidade, além de ter potencial para trazer todo o mundo dos mortos à Terra.

— Mas quem teria tido o conhecimento para escrever e a coragem para performar esse ritual? - perguntei, pressentindo que seria ali o encontro dos mundos.

— Bom, o Ritual foi redescoberto junto à profecia, então não se tem muitos detalhes. Mas ouvi dizer que esse ritual é tão antigo quanto o Primeiro Bruxo e talvez seja um dos primeiros rituais de poder já existente.

— Quando vieram os primeiros registros da Magia? - perguntei, instigando-o a continuar.

— Está pensando o que eu acho que está? - Percy sussurrou.

— Também venho suspeitando que... - Edward se interrompeu.

Nós três preferimos não mencionar, mas estava explícito. O Ritual do Renascimento fora inventado por um semideus, envolvia semideuses e dar poderes a alguém, mas numa forma perigosa. Uma que já levou muitos homens à loucura.

O Ritual do Apocalipse dava poderes divinos pelo custo de cinco semideuses sacrificados. E Nico di Angelo, assim como Hazel Levesque e mais três semideuses são os sacrifícios.

— Você disse que ele teria poder sobre os quatro elementos clássicos mais o espírito... - segui a linha de raciocínio. - Nico controla fantasmas, zumbis e esqueletos, então ele obviamente representa o espírito.

— Hazel controla pedras preciosas e sabe se localizar bem debaixo da terra, então ela fica com esse elemento. - Percy continuou.

— Então não são semideuses aleatórios que são abduzidos... - Ted concluiu. - Mas seguindo dessa lógica, você é um forte candidato, Percy! - percebeu, com o cabelo ficando branco. - Você controla a água!

— E o Leo, que não é filho dos Três Grandes, controla o fogo. - revelei. - Jason e Thalia são filhos de Zeus, então um deles pode ser o último candidato ao ritual.

— Thalia tem mais afinidade com os raios e Jason constantemente manipula os ventos, então acho mais provável que ele seja o quinto elemento. - Percy analisou.

— Aí temos então. - Edward concluiu, com o cabelo amarelo. - Os cinco alvos do Ritual do Apocalipse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.